Alterações do ventrículo esquerdo e suas inter-relações com a monitorização ambulatorial de pressão arterial em pacientes tratados por hemodiálise crônica

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Data

2004

Autores

Martin, Luis Cuadrado [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O conjunto de trabalhos que compõe essa tese identificou que a pressão arterial na MAPA foi o melhor preditor da HVE o que apresentou significado prognóstico. Assim, pôde-se identificar tanto a HVE como a hipertensão arterial aferida pela MAPA como fatores prognósticos. Observou-se também que a monitorização de pressão arterial estendida por 44 horas apresentou vantagens em identificar os pacientes com maior hipertrofia ventricular e pior prognóstico. O primeiro estudo apresentado evidencia associação independente do ganho de peso interdialítico com a hipertrofia ventricular esquerda acessada por ecocardiografia em pacientes em hemodiálise, sugerindo que o ganho de peso interdialítico pode induzir hipertrofia ventricular por mecanismos independentes da elevação da pressão arterial. A associação, independente da própria pressão arterial, entre grau de hipertrofia ventricular esquerda e parâmetros de sobrecarga hidrossalina tais como: ganho médio de peso no interdialítico ou diferença entre volume real do paciente obtido por cinética de uréia e volume teórico estimado por medidas antropométricas sugere que a sobrecarga hidrossalina seja fator importante na patogênese da HVE em diálise. Talvez este seja o fator mais importante em seguida da sobrecarga pressórica. Evidenciou-se também que o impacto prognóstico da HVE foi independente da pressão arterial e associou-se a parâmetros ecocardiográficos que indicam hipervolemia. O segundo estudo permite propor que, em pacientes tratados por hemodiálise, a realização de MAPA seja estendida por 44 horas, tendo em vista que a PA sofre elevação do primeiro para o segundo dia pós-hemodiálise e que não só o nível da pressão arterial, mas também o comportamento desta durante as 44 horas parece ter um impacto independente sobre o sistema cardiovascular do indivíduo...
Left ventricular hypertrophy (LVH) is a well-known predictor of cardiovascular mortality in patients with end-stage renal disease maintained on hemodialysis (HD) and is not always correlated to the severity of hypertension in these patients. The purpose of this study was to investigate the role of other factors contributing to LVH. Fifty HD patients were classified in three groups according to whether their LV mass index (LVMI) was higher (n=15), equal (n=20) or lower (n=15) than that predicted by a formula based on their ambulatory blood pressure monitoring (ABPM). Those with higher LVMI than predicted had significantly greater inter-HD weight gain (3.4 l 0.8 vs. 2.7 l 0.8 and 2.6 l 05 kg, respectively, in the other two groups, p < 0.05) and those with lower LVMI than predicted had a tendency to a more pronounced night dipping pattern of BP (p=0.07 vs. the other two groups), although day and night average BP levels did not differ between groups. All other clinical and laboratory parameters were similar among the three groups, except higher cardiac output and various indices of LVH, that were more pronounced in the higher LVMI by ABPM group. This group had also the lowest survival rate over the two to three years of follow-up, with five deaths vs. two in each one of the other two groups. The data suggest that correct management of inter-HD weight gain by nutritional counseling and shorter inter-HD intervals may prevent LVH and improve survival independently of BP control.

Descrição

Palavras-chave

Hipertensão renal, Uremia - Fisiopatologia, Renal disease

Como citar

MARTIN, Luis Cuadrado. Alterações do ventrículo esquerdo e suas inter-relações com a monitorização ambulatorial de pressão arterial em pacientes tratados por hemodiálise crônica. 2004. 130 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu, 2004.