Livros - História - FCHS

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    Nas ondas do oceano: o patrimônio histórico documental das câmaras do Brasil-Colônia no acervo do Conselho Ultramarino
    (Cultura Acadêmica, 2014) Moura, Denise A. Soares de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta obra é um catálogo temático que reúne todos os manuscritos produzidos e enviados pelas câmaras do Brasil-Colônia para o Conselho Ultramarino, órgão criado e instalado em 1642 em Lisboa, e responsável por tratar de questões diversas da administração dos domínios portugueses na Índia, Brasil, Guiné, ilhas de São Tomé, Cabo Verde, Açores e Madeira. A produção relacionada ao Brasil, aqui apresentada, vai daquele período até o início do século 19, pouco antes da Independência, somando 3.096 documentos, escritos por funcionários de instituições municipais espalhadas por 209 vilas em cidades situadas em todo o território nacional. O catálogo representa quase dois séculos da história da administração pública municipal, reavivando a voz de lideranças de diferentes grupos sociais e suas reivindicações, opiniões e interesses. Órgãos da administração pública local, as câmaras estão entre as instituições de maior longevidade na história do Brasil. Embora possuidoras de reduzidos recursos financeiros, oriundos das arrecadações locais, muitas vezes situadas em regiões distantes dos órgãos centrais e tendo de lidar com os mais diferentes problemas urbanos e sociais, as câmaras foram – e são –, de fato, o canal mais direto de formalização das reivindicações e opiniões dos segmentos sociais de uma dada localidade. Esta iniciativa recebeu o nome de Projeto Resgate “Barão do Rio Branco” e, em paralelo a sua realização, foi inventariada em catálogo eletrônico a documentação produzida pelas capitanias do Brasil.
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    A escrita como exercício da indignação: Ignácio de Loyola Brandão (Bebel que a cidade comeu e Não verás país nenhum)
    (Editora Unesp, 2014) Vieira, Vera Lúcia Silva [UNESP]
    A partir de dois famosos romances do escritor paulista Ignácio de Loyola Brandão (1936) - Bebel que a cidade comeu e Não verás país nenhum - a autora discute o papel da obra literária enquanto discurso político, capaz de não só expressar desejos, opiniões e sensibilidades, mas também transmitir mensagens e modelar comportamentos, sugerir pensamentos e difundir padrões a serem seguidos, além de problematizar a vivência social. Para a autora, os dois romances de Loyola refletem com perfeição a dimensão política da arte literária num momento de repressão e de cerceamento da liberdade, ao mostrarem várias questões que perpassavam o Brasil no período ditatorial, e são importantes menos por seu valor de verdade, mas por desvelar, via forma e enredo, as inquietações, as sensibilidades e as memórias ocultas que as engendraram. Tais obras seriam testemunhas de um passado que elas conservam vivo e pulsante, especialmente por Loyola não investir em um tipo de arte planfletária ou político-pedagógica, mas sim em uma escrita em que a indignação diante da humilhação e da dor se faz bastante presente, o que lhes dá um caráter ao mesmo tempo histórico e atemporal.
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    A construção do mito Mário Palmério: um estudo sobre a ascensão social e política do autor de Vila dos Confins
    (Editora Unesp, 2012) Fonseca, André Azevedo da [UNESP]
    Antes de publicar Vila dos Confins e Chapadão do Bugre – obras seminais da literatura brasileira – Mário Palmério já era considerado um mito no interior de Minas Gerais. Contrariando as expectativas em uma região atormentada por diversas crises, o jovem e ambicioso professor assumiu riscos, tornou-se um empresário bem-sucedido e aprendeu a manipular os símbolos mais preciosos de sua sociedade. Palmério desenvolveu uma percepção aguçada sobre a dimensão teatral da vida social e empregou uma série de procedimentos dramatúrgicos para supervalorizar seu papel e conquistar a adoração dos conterrâneos. Na campanha eleitoral de 1950, ao atuar como um guerreiro sagrado capaz de conduzir seu povo à terra prometida, Palmério elegeu-se deputado federal e consagrou-se como um mito político. Resultado de pesquisa de doutorado, o livro explica essa trajetória na perspectiva da História Cultural.
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    Ler e ser virtuoso no século XV
    (Editora Unesp, 2012) Silva, Michelle Souza e [UNESP]
    A história da cultura letrada é um campo interdisciplinar de pesquisa que vem conquistando leitores e estudiosos da produção historiográfica medievalista. Neste livro, Michelle Souza e Silva investiga a cultura livresca dos príncipes de Avis e procura examinar as condições materiais e políticas da produção dos manuscritos, a taxonomia dos saberes ali divulgados e os discursos prescritivos que incidiam nos usos da cultura letrada. Com uma estrutura bem articulada, a autora prossegue sua investigação sobre os elementos prescritivos presentes nesses textos, que visavam ao “conhecimento de si” e às “práticas de si” (inventário das condutas virtuosas, como o exercício da leitura). O leitor acompanhará, assim, como a “literatura cortesã” era simultaneamente filosófica, política e religiosa, e como os textos aqui examinados prefiguravam modos de ler e de usar a cultura letrada na sociedade portuguesa quatrocentista.
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    Um metódico à brasileira: a História da historiografi a de Afonso de Taunay (1911-1939)
    (Editora Unesp, 2011) Anhezini, Karina [UNESP]
    A historiografia brasileira, de forma geral, tem negligenciado a real abrangência das documentações propostas e analisadas por Afonso de Taunay. Neste livro, Karina Anhezini preenche essa significativa lacuna: recupera aquela documentação, localiza e critica os usos dados das informações e nos oferece uma obra abrangente e pertinente aos modelos analíticos desenvolvidos pela historiografia moderna. De forma competente, a autora demonstra como a historiografia desenvolvida por Taunay tinha caráter laudatório e épico – elementos fundamentais para a compreesão da história escrita no Brasil no final do século XIX e nas primeira décadas do século XX – e tece um fio narrativo que navega por inúmeras fontes literárias, sem, contudo, perder a precisão e o detalhamento histórico. Ao recuperar os escritos e o modelo metodológico de análise desenvolvido por Taunay, trilhando pelo modelo de intelectualidade existente naquele período, a autora abre novos caminhos para a percepção das obras e do pensamento desse historiador. Um livro importante, que certamente garante a continuidade e a atualização dos debates sobre a historiografia brasileira na atualidade.
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    Um rei em três versões: a construção da história de D. Afonso Henriques pelos cronistas medievais portugueses
    (Editora Unesp, 2011) Michelan, Kátia Brasilino [UNESP]
    Neste livro, Kátia Brasilino Michelan busca trabalhar sob uma perspectiva historiográfica atual, tomando a questão das práticas de escrita e de memória na cultura ocidental, analisando o fazer histórico cronístico português do século XIV até o início do século XVI, com a narração da história do reinado de D. Afonso Henriques (1109?-1185), o primeiro rei português. Para isso, a autora selecionou três crônicas em língua vernácula que contam a história do monarca, procurando pôr em evidência três versões de séculos diferentes de uma mesma história, para assim perceber as atualizações do passado que cada cronista realizou. O leitor tem em mãos um livro de consistência indiscutível, relevante para os estudos sobre as crônicas e a memória da monarquia na época da formação do Estado lusitano.
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    Crimes em comum: escravidão e liberdade sob a pena do Estado imperial brasileiro (1830-1888)
    (Editora Unesp, 2011) Ferreira, Ricardo Alexandre [UNESP]
    Inspirado pela abordagem thompsoniana que sublinhou a historicidade dos crimes e do direito e de suas relações com práticas sociais, este livro recupera uma temática cara à historia social da escravidão nas direções que esta tomou a partir dos finais dos anos de 1980. Analisa, de um lado, a maneira pela qual a escravidão aparece referenciada nos códigos jurídicos brasileiros, nas reformas que ocorreram durante o Império, na definição das penas, no andamento dos processos e nos interesses das partes envolvidas nos delitos e crimes, bem como nos relatórios feitos pelas autoridades municipais, provinciais e do poder central preocupadas com a segurança pública. Aproxima, de outro lado, os crimes de cativos dos praticados por homens livres, fazendo os compartilhar conteúdos e motivações, apesar da complexidade do enquadramento social e judicial dos primeiros.
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    As experiências de República no município de Franca (1880-1906)
    (Editora Unesp, 2011) Camelucci, Anderson Luis [UNESP]
    Neste livro, Anderson Luis Camelucci procura caracterizar as especificidades da propaganda republicana no município de Franca, procurando evidenciar como as características do republicanismo local contribuíram para moldar as experiências de República nesse período. O autor realiza uma discussão sobre as relações e/ou as linhas de ação política traçadas pelos partidos políticos constituídos no município e esboça o perfil político da elite dirigente de Franca na última década do Império, a fim de avaliar tanto o “terreno” político em que a propaganda republicana se desenvolveu no município, como a adesão dos políticos locais ao novo regime. Camelucci demonstra também como grupos “marginalizados” e “dissidentes” da política local, por intermédio dos jornais Tribuna da Franca e Cidade da Franca, criticaram o “modelo” de República então vigente, e em quais momentos a imprensa local, principalmente o jornal O Francano, saiu em “defesa” desse regime.
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    A figura do herói antigo nas crônicas medievais da Península Ibérica (século XIII e XIV)
    (Editora Unesp, 2012) Almeida, Simone Ferreira Gomes de [UNESP]
    Diferentemente do que reza o senso comum, durante o medievo as figuras mitológicas antigas não foram esquecidas. E dentre o conjunto de personagens dessas tradições literárias clássicas, Simone Ferreira Gomes de Almeida propõe como discussão central o papel que heróis clássicos, como Aquiles, Hércules e Ulisses, ocuparam na produção e na difusão das crônicas medievais ibéricas, em especial, das cortes reais portuguesa e castelhana nos séculos XIII e XIV. Para tanto, seleciona e analisa diversos textos medievais, em especial a Crónica troiana, a General estoria e a Crônica geral de Espanha de 1344. No decorrer da análise, a autora articula a retomada dos heróis antigos à questão da defesa e expansão dos cristãos face aos muçulmanos; ao compromisso com a ética e a mensagem cristã, vista como verdade; à valorização do passado como meio para alcançar a salvação; e aos diversos “homens-modelo” do período medieval – o santo, o rei, o sábio. Nesse sentido, destaca os heróis clássicos das crônicas medievais como fruto de um duplo processo – seleção e, sobretudo, reinterpretação – e, portanto, com características distintas face aos textos antigos. Fundamentada na análise das crônicas selecionadas, de diversos outros textos medievais e em ampla bibliografia, a autora nos brinda com um texto atrativo, com argumentos relevantes e conectados, recomendado a todos os que querem conhecer um pouco mais sobre a circulação da literatura clássica no medievo.
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    Ascensão e queda do gabinete de 20 de novembro de 1827 (1827-1829)
    (Cultura Acadêmica, 2013) Alves, João Victor Caetano [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A difícil relação de Dom Pedro I com o Legislativo durante o seu reinado (1822 - 1831) é explicada frequentemente pelos historiadores como consequência do absolutismo do imperador e de seu desprezo a conceitos da então nascente ideologia liberal, como Constituição e divisão de poderes. No entanto, um fato político pouco destacado em estudos recentes sobre o período coloca essa imagem em cheque - a reforma ministerial de 1827, realizada pelo imperador, que resultou na nomeação de três integrantes da Câmara dos Deputados para postos-chave do poder Executivo. O fato foi visto como referência às políticas creditadas ao modelo em voga na Inglaterra, nação que para muitos havia alcançado um relacionamento harmonioso entre Executivo e Legislativo, por conta da alocação de deputados nas cadeiras dos ministérios. Com as nomeações, Dom Pedro I objetivava diminuir os conflitos políticos com a Câmara. Ao mesmo tempo, procurava fazer frente a deputados da oposição que atacavam as políticas de governo no Parlamento, o que sustenta a hipótese de que a habilidade retórica dos deputados nomeados teria sido uma causa importante para sua integração ao Executivo. Esta tese, defendida pelos primeiros historiadores, é retomada aqui, por meio da análise de dois conceitos - king-in-parliament e retórica -, desenvolvidos pelo político franco-suíço Benjamim Constant. O autor demonstra como foi criada a fórmula king-in-parliament na Inglaterra do século 18 e de que maneira a perceberam os políticos brasileiros durante o Primeiro Reinado. Por meio de fontes primárias, ele levanta os temas que fomentavam os debates na Câmara dos Deputados e mostra como se deu a participação dos parlamentares nomeados ao Ministério em defesa do governo imperial naquelas discussões. Para o autor, o estudo sobre o Gabinete de 20 de novembro de 1827 permite refutar a caracterização 'absolutista' que, em vários momentos, é impingida ao ..
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    Sábios e sagrados: os reis ibéricos e seus cronistas
    (Cultura Acadêmica, 2013) Mércuri, Danielle Oliveira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Neste livro, Danielle Oliveira Mércuri analisa as formas e expressões do poder sagrado, durante o Medievo, dos reis portugueses e castelhano-leoneses, ou seja, propõe um estudo comparativo sobre as atitudes, palavras e gestos, conforme relatados pela crônica da época, que permitiram a esses monarcas colocar em evidência o poder que julgavam divino. Entre os séculos XIII, XIV e XV, os soberanos medievais cristãos não eram percebidos apenas como intermediários entre os homens e Deus, mas também como responsáveis por construir seu reino na terra à semelhança do reino celeste. Ao rei também era dada a missão de ser o modelo das perfeições terrestres e, consequentemente, a sua capacidade de ordenar o mundo dependia de sua conduta moral. Dessa forma, seus atos, gestos e palavras eram referências para uma boa governança. Profanos, mas também sagrados, os reis sustentavam o poder tanto no âmbito temporal como na esfera espiritual e ofereciam à sociedade as maneiras de se conduzir e a rota a seguir. As cerimônias e rituais que envolviam o cotidiano régio o associavam a uma realidade transcendente. A autora foca as produções cronísticas realizadas em Castela, no fim do século XIV e início do XV pelo chanceler Pero López de Ayala, referentes à ascensão da casa real Trastâmara. E em Portugal, em meados do século XV, as escritas pelo primeiro cronista oficial português Fernão Lopes, que acompanha a chegada ao poder da Dinastia de Avis
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    O problema do financiamento: uma análise histórica sobre o crédito no complexo cafeeiro paulista. Casa Branca (1874-1914)
    (Cultura Acadêmica, 2012) Fontanari, Rodrigo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A principal proposta desta obra é analisar as formas como a cafeicultura foi financiada na cidade paulista de Casa Branca durante um período de pleno desenvolvimento dessa cultura - final do século 19 e começo do 20 -, e as relações entre a acumulação de capitais nesse setor agrícola e a urbanização do município. O autor ampara-se em pesquisas da história econômica, baseadas nas relações que fundamentam a economia, e em áreas como a cultura e a política. Além disso, aproveita fontes documentais ainda pouco sistematizadas, como dívidas hipotecárias e penhores agrícolas, registrados em Livros Cartoriais. A obra explica como as elites ligadas à cafeicultura da região de Casa Branca centralizaram volumes consideráveis de capitais, e os investiram em grandes cidades, inclusive deixando de pagar os devidos impostos municipais. O autor estabelece um quadro da economia regional e local, com o objetivo de apreender o processo pelo qual se impediu que os recursos financeiros gerados na economia agrária de exportação se fixassem localmente. Para o professor Pedro Geraldo Tosi, que assina o prefácio, a obra é um convite aos que se interessam pela expansão e pelos desdobramentos da cultura do café e, também, os que pretendem entender melhor a importância que tiveram as cidades do interior para configuração de uma das mais instigantes metrópoles do mundo: São Paulo.
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    A independência do solo que habitamos: poder, autonomia e cultura política na construção do império brasileiro - Sergipe (1750-1831)
    (Cultura Acadêmica, 2012) Antonio, Edna Maria Matos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Província de Sergipe ganhou autonomia em relação à Província da Bahia em 1820, por decisão de D. João VI, que então já havia transferido a Corte portuguesa para o Brasil. Dois anos depois o Brasil se tornava uma nação soberana, separando-se de Portugal. Esses dois acontecimentos, que guardam proximidade temporal e política, instigaram a historiadora Edna Maria Matos Antônio a estudar a presença da corte portuguesa no Brasil e os significados das transformações institucionais aplicadas pelo governo joanino às regiões distantes do Rio de Janeiro, então sede política da nação. A autora aborda as reformas econômicas e administrativas promovidas pelo estado metropolitano, iniciadas na fase pombalina em meados do século XVIII e continuadas com a chegada de D. João VI ao Rio de Janeiro. E avalia as distintas conseqüências de tais reformas para o desenvolvimento regional do Brasil, além da influência que teriam exercido sobre o movimento da independência brasileira. Tomando como referência a Revolução Pernambucana de 1817, que ao contestar a política joanina e exigir reformas recebeu adesão de parte das elites locais e desencadeou conflitos na relação com o poder monárquico, o livro analisa o processo de independência da capitania de Sergipe. A autonomia teria sido concedida em reconhecimento da Coroa à participação dos representantes do poder sergipano no combate à revolta de Pernambuco. A investigação desses fatos permitiu à autora expor a natureza desses conflitos e seus desdobramentos dentro da crise do colonialismo em terras brasileiras. O momento exigia que os grupos sociais e políticos da Colônia tomassem decisões sobre formatos políticos institucionais vistos como soluções para melhorar e modificar a realidade. De acordo com a autora, Diferentes concepções e perspectivas sobre Estado e sociedade acabaram por definir os rumos da configuração governativa e estrutura política da nação...
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    Legítimos vassalos: pardos livres e forros na Vila Rica colonial (1750-1803)
    (Cultura Acadêmica, 2011) Precioso, Daniel [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Daniel Precioso aborda nesta obra os mecanismos e as artimanhas forjados pelos pardos da Capitania de Minas Gerais, ou mais precisamente da Vila Rica do final do século XVIII, para serem visto como iguais aos membros considerados cidadãos naquela sociedade que emergiu abrupta e violentamente das riquezas do ouro e tentou conservar os critérios de hierarquização da sociedade colonial ibérica. Segundo Precioso, em especial em Vila Rica, conviveram pessoas de costumes, valores e crenças distintas, e os processos múltiplos de miscigenação, hibridação e mestiçagem, não apenas do ponto de vista biológico, mas também cultural, engendraram uma sociedade complexa e multifacetada, cuja ampla camada de forros e mulatos fez-se presente desde cedo. O autor busca analisar de que maneira os homens pardos da Confraria de São José de Vila Rica procuraram distinguir-se socialmente dos demais homens livres não brancos naquele período, por meio do desempenho de atividades religiosas, militares, artísticas e artesanais. Foca também as penosas negociações dos pardos com as autoridades locais e ultramarinas para um melhor arranjo do grupo na escala social.
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    O final de uma guerra e suas questões logísticas: o conde D'Eu na Guerra do Paraguai (1869-1870)
    (Cultura Acadêmica, 2011) Vas, Braz Batista [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este livro, de Braz Batista Vas, discorre sobre a logística montada pelas forças militares terrestres brasileiras para suprir as demandas do período final do maior conflito bélico já ocorrido na América do Sul. Enfoca os últimos dois anos da Guerra do Paraguai, de fins de 1868 a 1870, após a saída de Duque de Caxias e a transferência do comando para o conde d'Eu, que o manteria até o encerramento da campanha. Vas procura compreender e explicar a estrutura militar organizada pelo Império para o conflito, deflagrado no fim de 1864 e travado em território paraguaio a partir de 1866 sob condições extremamente desgastantes. Além de discutir o comando militar do conde d'Eu, que era casado com a princesa Isabel e membro influente da corte, o autor analisa a ação diplomática e por vezes até militar de José Maria Paranhos, futuro visconde do Rio Branco, assim como a interação entre os dois homens diante dos entraves logísticos enfrentados pelo Brasil para dar fim à guerra. A obra mostra que esses entraves afetaram ora a intensidade e as estratégias da ação militar, ora a ação diplomática brasileira com reflexos profundos na dinâmica política daquele período.
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    Sacrificium Laudis: a hermenêutica da continuidade de Bento XVI e o retorno do catolicismo tradicional (1969-2009)
    (Cultura Acadêmica, 2010) Dias, Juliano Alves [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Nesta obra pretende-se estudar as duas formas rituais da liturgia romana, comparando-as e procurando entender os motivos do cisma, ao mesmo tempo em que se pretende abarcar as ações do atual pontífice e as reações no mundo católico e fora dele. Para tanto, usar-se-á como fonte o Missal tridentino de 1570 e o novo Ordo Missæ de Paulo VI de 1969, bem como os catecismos formulados após os Concílios de Trento (1545-1563) e o Vaticano II (1962-1965), tendo por objetivo comparar suas notificações sobre o culto católico e seu significado. Durante o processo de análise tem-se a intenção de vislumbrar o impacto das mudanças no seio da Igreja, pois constata-se uma espécie de endurecimento no final do pontificado de João Paulo II, com a promulgação de documentos litúrgicos que tendem a criar empecilhos para possíveis abusos durante a missa (Ecclesia de Eucharistia, 2003) - há a retomada e destaque do sentido sacrificial do culto católico e uma série de recomendações impostas pela Congregação do Culto Divino para celebração da missa (Redemptionis Sacramentum, 2004). Fato é que, quarenta anos após o mencionado Concílio Vaticano II e quase quatro décadas de utilização do novo rito da missa, é rara qualquer menção específica na historiografia recente da Igreja sobre o andamento de tal tema. A maioria dos livros de história da Igreja que traça um levantamento de fatos até o Vaticano II, apresentam-no como uma espécie de revolução interna da estrutura eclesiástica sem, contudo, aprofundar o tema ou mostrar as crises na Igreja decorrentes deste.
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    Representações do Senado Romano na AB Urbe Condita Libri de Tito Lívio: Livros 21-30
    (Cultura Acadêmica, 2010) Collares, Marco Antonio Correa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente livro trata das representações de Tito Lívio, historiador romano de finais do século I a.C., sobre o senado de Roma. As representações enquanto referências simbólicas, valores, crenças e concepções de mundo de indivíduos historicamente posicionados são comumente projetadas em textos e artefatos culturais que pretendem auxiliar no estabelecimento de consensos e normas de conduta em dada sociedade. Nesse sentido, o livro enfoca às opiniões do autor romano, inscritas em sua Ab Urbe Condita Libri (Desde o Início da Cidade), sobre a mais influente instituição da República, aquela que mais precisou se adaptar à nova situação política do Principado, no momento em que o poder foi centralizado por Otávio Augusto, primeiro Princeps- Imperador romano, sobrinho-neto e filho adotivo de Júlio César. A partir da constituição de uma narrativa histórica sobre a sociedade romana e suas instituições tradicionais, Tito Lívio estabeleceu normas de condutas para o senado imperial de sua própria época, vinculando-se indiretamente às políticas e às representações do primeiro Princeps-Imperador romano em seu relacionamento direto com o conselho dos patres.
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    A diplomacia da americanização de Salvador de Mendonça (1889-1898)
    (Cultura Acadêmica, 2009) Pereira, Gabriel Terra [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A transição da Monarquia para a República no Brasil foi cercada de conturbados eventos no plano interno, em razão do vazio de poder decorrente das instituições decaídas, e no plano externo, eleito como ponto de referência e de legitimidade para a boa condução do país. Partindo do pressuposto de que havia porosidade entre a política interna e a política externa, a diplomacia exerceu alta influência nos acontecimentos domésticos nacionais, referendando principalmente o relacionamento com os Estados Unidos como o ponto de apoio à instável política interna. O maior representante dessa linha de atuação foi Salvador de Mendonça, diplomata do Brasil nos Estados Unidos. Americanista convicto, ele diplomata trabalhou pela aproximação - leia-se americanização - do Brasil, intervindo em três ocasiões: na Conferência Americana de 1889-1890 em Washington, na assinatura do Tratado de Reciprocidade Comercial de 1891 e durante a Revolta da Armada no Rio de Janeiro em 1893-1894. Fundamentando a pesquisa em sua na correspondência diplomática, o autor desta obra mostra a importância da atuação de Salvador de Mendonça na aproximação com os Estados Unidos, processo que ao longo de quase uma década tornou sinônimas as idéias de republicanização e americanização da esfera política brasileira
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    O Ayllu Andino nas crônicas quinhentistas: um polígrafo na literatura brasileira do século XIX (1885-1897)
    (Cultura Acadêmica, 2009) Portugal, Ana Raquel Marques da Cunha Martins [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Neste livro são analisadas as representações do ayllu da América andina a partir dos dados históricos e etnográficos encontrados nas crônicas indígenas e espanholas do século XVI. O ayllu pré-hispânico era um grupo ligado por sistema de parentesco que mantinha relações de reciprocidade produtiva para subsistência de seus integrantes. No período colonial, ele adquiriu um caráter primordialmente territorial com a finalidade de armazenar mão-de-obra, passando a ser representado como uma organização medieval européia. Ao desfazer alguns equívocos historiográficos sobre o assunto, esta obra contribui para o conhecimento da História colonial da América Hispânica