Cistos subependimários diagnosticados pelo ultra-som transfontanelar

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Data

2002-10-01

Autores

Fekete, Saskia M.W. [UNESP]
Monset-Couchard, Michèle
Rugolo, Ligia Maria Suppo de Souza [UNESP]
Bethman, Odile de
Crocci, Adalberto José [UNESP]

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Editor

Sociedade Brasileira de Pediatria

Resumo

Objetivos: avaliar a evolução ultra-sonográfica de cistos subependimários (CSE) do ângulo externo dos ventrículos laterais, e a evolução clínica dos pacientes. Comparar os pacientes com CSE isolados e os com CSE associados a outras lesões. Métodos: foram diagnosticados um a vários cistos no ângulo externo de um ou de ambos os ventrículos laterais, por meio de ultra-som transfontanelar (US) de rotina, realizado nos primeiros dias de vida, caracterizando os CSE. Durante o período de 1981-2000, 66 recém-nascidos tiveram CSE evidenciados na UTI neonatal do Hospital de Port-Royal. Foram constituídos dois grupos: G-I, com CSE isolados (n=21), e G-II, com CSE associados a outras lesões (n=45). Resultados: os recém-nascidos do GI apresentaram maior maturidade, melhores condições de nascimento e menor morbidade respiratória em relação a GII. A incidência de malformações congênitas foi elevada em ambos os grupos. Houve baixa taxa de infecção bacteriana e ausência de infecção congênita. Os CSE foram uni ou bilaterais, únicos ou múltiplos (colar de pérolas), sem diferença entre os grupos estudados, e predominaram à esquerda. US seriados foram realizados em 49/66 pacientes (74%), mostrando aumento no tamanho do cisto em 21/49 (45%), no primeiro mês de vida, enquanto 12 CSE (24%) desapareceram. O óbito ocorreu em dez recém-nascidos com lesões neurológica graves (quatro leucomalácias periventriculares, cinco hemorragias peri e intraventriculares), e somente um com hérnia diafragmática não apresentava outras lesões ao US transfontanelar. Conclusões: as características dos CSE não diferiram quando esses estavam associados a outras lesões. O nítido predomínio no lado esquerdo sugere uma etiologia vascular. Foi encontrada uma alta taxa de malformações associadas, alertando para a possibilidade de uma etiologia malformativa. Ambas hipóteses sugerem um desvio de desenvolvimento, e não de uma fetopatia viral.
Objective: the aim of this study was to describe the clinical data and sonographic evolution of subependymal cysts (SEC) and to compare alone SEC versus SEC combined with other brain abnormalities. Methods: the diagnosis of SEC relied on the discovery of one/several cysts at the outer angle of one/both lateral ventricles detected by routine brain ultrasound tests in the first days of life. During the 1981-2000 period, 66 neonates had evidence of SEC in Port-Royal Department of Neonatal Medicine. The cases were divided into two groups: G-I, alone SEC; G-II, SEC combined with other brain abnormalities. Hospital charts were reviewed for gestational and delivery data and ultrasound scans were analyzed according to a preset list of items (dates, measurements, other findings). Results: patients with alone SEC had a higher gestational and birthweight, better birth conditions, and less respiratory morbidity. High rates of associated congenital anomalies were observed in both groups (19% in G-I, 13% in G-II, NS). Rare pre/perinatal infections did not show any association with SEC. SEC were uni or bilateral, single or multiple (string), with no difference between G-I and G-II. Unilateral SEC predominated in the left side (26/28, P<0.01). Serial examinations were carried out in 49/66 (74%), showing an increase in size of SEC in 21/49 (45%) in the first month of life, while 12 SEC (24%) disappeared. The 11 deaths occurred in neonates with other severe brain injuries (five peri-intraventricular hemorrhages, four periventricular leukomalacias) except one (diaphragmatic hernia). Conclusions: alone SEC and SEC combined with other brain abnormalities follow the same morphologic pattern and evolution. The striking predominance in the left side may suggest another etiology. Both are in favor of a developmental deviation and not a viral fetopathy.

Descrição

Palavras-chave

ultra-som transfontanelar, cisto subependimário, recém-nascido, cranial ultrasound, subependymal cyst, newborn

Como citar

Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 5, p. 375-382, 2002.