O competidor interespecífico pode alterar a agressividade intraespecífica? um estudo com caranguejos do gênero Uca

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Data

2016-02-29

Autores

Jimenez, Pedro Julião [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Experimentalmente, em campo e em laboratório, usando como modelo as espécies Uca leptodactyla e U. uruguayensis, avaliamos como o estímulo direto e o estímulo visual de um competidor interespecífico pode alterar a agressividade e os comportamentos agonísticos durante as lutas intraespecíficas. Vimos que o comportamento de estender o quelípodo (ameaça), que é um comportamento pouco escalado, ocorre em menos lutas na presença do estímulo do competidor interespecífico nos experimentos em laboratório. Em U. leptodactyla, o comportamento de entrelaçar/agarrar os quelípodos, que indica combates mais escalados, esteve presente em mais lutas com o estímulo direto do interespecífico, diferindo das lutas na presença do estímulo do intraespecífico. Nos experimentos com estímulo visual, em U. uruguayensis, houve mais comportamento de entrelaçar no grupo experimental sem a presença do estímulo, diferindo do grupo experimental com estímulo intraespecífico. Nos experimentos em campo, em U. uruguayensis houve maior número do comportamento arremessar, o mais escalado analisado neste estudo, nas lutas com ausência do estímulo de competidores. Os resultados sugerem que na presença de interespecíficos ocorrem diferenças nas lutas, em que menos comportamentos de ameaça são utilizados. Parece haver identidade mal interpretada do estímulo visual dos competidores, pois não ocorrem diferenças entre os grupos com estímulo visual intra- e interespecífico. Os dados sugerem existir diferenças na ameaça oferecida pelo interespecífico para as diferentes espécies, e a avaliação que os indivíduos fazem dos adversários pode ter levado a respostas diferentes pelas espécies.
Experimentally, in field and laboratory, using as models the species Uca leptodactyla e U. uruguayensis, we evaluated how the direct and the visual stimulus of an interspecific competitor can alter the aggressivity and agonistic behaviors in intraspecific fights. The cheliped extend (threat behavior), a less scalated behavior, occurred in less fights in the presence of the interspecific competitor, in the laboratory experiments. In U. leptodactyla, the interlace/grapple behavior, that indicate more escalated combats, occurred in more fights when in the presence of the direct stimulus of the interspecific, differing of the fights in the presence of the intraspecific stimulus. In the field experiments, there was a bigger number of the flick behavior, the most escalated in this study, in the fights of U. uruguayensis when in the absence of competitor’s stimulus. The results suggest that differences occur in the fights when interspecific competitors are present, occurring less threat behaviors. It seems that occur a misidentification of the specie identity when only exposed to visual cues of the competitors, not occurring differences between the groups with the intra- and interspecific stimulus. The data suggests differences in the offered threat by the interspecific between the species, and the assessment that the individuals do about their adversaries can lead to different response by the species.

Descrição

Palavras-chave

Ecologia comportamental, Sinais agonísticos, Estratégia competitiva, Modificações de interações, Competição interespecífica, Caranguejo violinista, Behavioral ecology, Agonistic signals, Competitive strategy, Interactions modification, Interspecific competition, Fiddler crabs

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