Ocorrência da leishmaniose visceral em cães e gatos em abrigos de animais de Ilha Solteira, SP

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Data

2016-03-03

Autores

Alves, Maria Luana [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A leishmaniose visceral (LV), doença causada pelo protozoário Leishmania infantum e transmitida pelo flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, é considerada um problema de saúde pública no Brasil. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo epidemiológico sobre a ocorrência da LV em cães e gatos e de flebotomíneos em dois abrigos de animais, durante o período de um ano, no município de Ilha Solteira, SP. Amostras de material biológico foram coletadas de 192 cães e de 197 gatos, para realização de exames sorológicos por meio do ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), da reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para ambas espécies animais e da reação intradérmica de Montenegro para cães. Dos cães examinados, 17,2% (33/192) estavam sorologicamente positivos para LV pelo método ELISA, 19,8% (38/192) pela RIFI e 45,4% (15/33) pela reação intradérmica. Para cães, a concordância entre as técnicas sorológicas foi classificada de razoável a boa, mas quando comparadas à reação de Montenegro foi considerada ruim. No inquérito felino das 197 amostras, a soroprevalência foi de 32,4% (64/197) e 31,9% (63/197) no ELISA e RIFI, respectivamente. Embora a maioria dos cães e dos gatos entregue nos abrigos já estivesse infectada, seis cães e cinco gatos infectaram-se no interior desses abrigos, após algum tempo de permanência nesses recintos. Um total de 131 flebotomíneos foram capturados por meio das armadilhas luminosas, colocadas no interior dos dois abrigos durante o período de dois anos. Os fatores de riscos associados à LV foram determinados estatisticamente pela análise univariada, com valor significativo (p ≤ 0,05), onde o porte pequeno dos cães, o uso de coleira de deltametrina e o diagnóstico precoce foram variáveis determinantes que influenciaram a positividade dos animais, ou seja, as duas últimas variáveis determinaram significativamente na diminuição de casos positivos da doença nos abrigos. Concluiu-se que os animais desses abrigos estavam vulneráveis a essa parasitose por se tratarem de locais com a presença de flebotomíneos vetores e de animais positivos para LV, oferecendo risco para a disseminação da doença no município.
Visceral leishmaniasis (VL), a disease caused by Leishmania infantum and transmitted by the sand fly Lutzomyia longipalpis, is considered a public health problem in Brazil. The study aimed to carry out an epidemiological study on the occurrence of VL in dogs and cats, and sand flies during the period of one year in two animal shelters from Ilha Solteira, SP. A total of 197 and 192 biological material samples were collected, respectively from cats and dogs for serological survey by an indirect enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) and an indirect fluorescent antibody test (IFAT) for both species of animals, and the intradermal reaction of Montenegro (only for dogs). During the study with dogs, 17,2% (33/192) were serologically positive for LV by ELISA, 19,8% (38/192) by IFAT and 45,4% (15/33) by the intradermal method. The correlation analysis between the serological techniques was ranged from reasonable to good for dogs, but was bad when compared to the Montenegro reaction. The feline seroprevalence was 32,4% (64/197) and 31,9% (63/197) for ELISA and IFAT, respectively. Although the most of dogs and cats in shelters were infected, six dogs and five cats infected inside the shelters. A total of 131 sand flies were captured by the light traps in both shelters, during two years. The risk factors, statistically determined by univariate analysis (p ≤ 0.05), demonstrated that the small size of the dogs, the use of deltamethrin collar and the precocious diagnosis, significantly influenced the animals positivity for VL. It was concluded that these animal shelters were vulnerable to this parasitic infection because of the presence of sand flies and positive animals for LV.

Descrição

Palavras-chave

Abrigos de animais, ELISA, Flebotomíneos, Leishmania infantum, Reação de Montenegro, RIFI, Animal shelters, Sand fly, Montenegro reaction, IFAT

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