Megalobulimus paranaguensis: espécie guarda-chuva da Mata Atlântica é professora em sobrevivência

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Data

2013

Autores

Pecora, Iracy Lea [UNESP]
Miranda, Marcel Sabino [UNESP]
Barbosa, Daniela Vieira Teixeira [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Megalobulimus paranaguensis (Pilsbry & Ihering, 1900) conhecido por aruá do mato ou caracol da boca rosada, é nativo e encontrado desde o norte de Santa Catarina até o norte de São Paulo, sempre associado à Mata Atlântica. Alimenta-se de folhas e flores frescas que estão misturadas ao folhiço. É considerada uma espécie guarda-chuva, servindo assim como indicadora da qualidade ambiental. Achatina fulica Bowdich, 1822, conhecido por caracol gigante africano, foi introduzido no Brasil na década de 1980 para ser produzido como escargot; porém, o insucesso da atividade induziu a soltura dos espécimes na natureza. A somatória de fatores como: disponibilidade de alimento, falta de predadores naturais e grande capacidade de adaptação favoreceram a instalação dessa espécie exótica em todas as regiões brasileiras. Atualmente, já existem relatos de que A. fulica é alimento para aves, répteis e pequenos roedores. Em ambientes antropizados, o caracol gigante africano consome os restos da alimentação humana, além de outros produtos encontrados no lixo. A. fulica é um dos possíveis transmissores da meningoencefalite eosinofílica, cujo agente causal é o nematódeo Angiostrongylus cantonensis (Chen, 1935) e, por isso, já ocorreram campanhas para sua catação e eliminação. Como A. fulica e M. paranaguensis apresentam o mesmo porte e certa semelhança, essas ações acabaram por contribuir para a eliminação também do caracol nativo, aumentando sua sobreexplotação. A Baixada Santista apresenta fragmentos da Mata Atlântica onde podem ser observados espécimes de M. paranaguensis convivendo com A. fulica, como a Ilha Porchat, em São Vicente/SP. Dessa observação, foi possível concluir que as duas espécies, encontraram condições de coabitar em um equilíbrio aparente. Nesse local, os restos da atividade humana são frequentemente encontrados nas bordas dos fragmentos da mata, incluindo os barrancos que fazem limite com as calçadas, e abrigam principalmente A. fulica. Por outro lado, M. paranaguensis é encontrado preferencialmente no aglomerado de plantas nativas. Entretanto, as duas espécies em cativeiro se alimentam de hortaliças de folhas verdes, espécies vegetais desenvolvidas para o consumo humano, e que não são típicas da Mata Atlântica, complementadas com ração para roedores e vitaminas para pássaros. Assim, é possível afirmar que o caracol nativo apresenta também capacidade de adaptação para o forrageamento. Vários espécimes da geração F1 do caracol nativo já foram produzidos em cativeiro no Biotério de Caracóis do CLP, mas, a confirmação da total adaptação nessas condições somente será obtida com o estabelecimento da geração F2.

Descrição

Palavras-chave

Aruá, Achatina, Fulica, Mata Atlântica

Como citar

CONGRESSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 7., 2013, Águas de Lindólia. Anais... São Paulo: PROEX; UNESP, 2013, p. 09759