O corpo humano: estrutura e função

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Data

2001

Autores

Varella, Maria Helena Corrêa [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O curso "O corpo Humano: estrutura e função" objetiva a capacitação de professores de Ciências e Biologia que estão em exercício da 5ª a 8ª séries, nos municípios de Guariba, Jaboticabal, Monte Alto, Vista Alegre do Alto e Pradópolis da Delegacia de Ensino de Jaboticabal, na região Nordeste do Estado de São Paulo. Foi organizado em fins de 1996 respondendo à convocatória da Secretaria de Estado da Educação (SEE) que, através do Programa de Educação Continuada em convênio com a UNESP e a FUNDUNESP, pretendeu colocar a Universidade em parceria com as Delegacias de Ensino, proporcionando aos professores de 1º e 2º graus uma "formação em serviço", como alternativa para melhorar o exercício profissional dos docentes em seu próprio contexto de trabalho, resgatando os conhecimentos de sua experiência profissional. Constituem objetivos desse projeto, através de várias atividades pedagógicas empregando a metodologia da ação-reflexão-ação, preparar o professor para otimizar a utilização dos recursos didáticos com os quais a SEE dotou todas as Unidades, bem como incentivá-lo e treiná-lo a preparar e usar salas-ambiente, inclusive com o material didático já anteriormente disponível, como é o caso dos modelos anatômicos plásticos tridimensionais, que a maioria das Escolas localizadas na área abrangida por esse projeto possui e normalmente não são utilizados em aulas. Também, recuperar o laboratório das Escolas, incentivando o seu uso, treinando o professor para manipular corretamente microscópio e lupas, que algumas unidades dispõem, ensinando como usar lâminas histológicas preparadas previamente, ou como improvisar material de fácil acesso, tais como folhas de vários vegetais ou esfregaços de mucosa oral e de sangue. Ainda dar noção da utilidade dos microscópios eletrônicos de transmissão e varredura, disponíveis na Universidade. O incentivo à pesquisa bibliográfica direciona para a utilização sistemática da biblioteca escolar e municipal, exigindo nela um acervo diversificado e de qualidade. Refletir sobre esse assunto e discutir com o grupo sua importância, também está incluído nos objetivos propostos por esse trabalho. Portanto, objetiva-se colocar em discussão a riqueza de possibilidades de explorar pedagogicamente o estudo do corpo humano, introduzindo no próprio espaço da sala de aula, algumas atividades experimentais, produzindo um resultado que é fruto do trabalho coletivo dos professores participantes do projeto. O curso está organizado em 96 horas presenciais, distribuídas em 12 encontros de 8 horas cada um, em 4 semestres letivos para 30 vagas. O conteúdo abrange o estudo dos sistemas ósseo, articular, muscular; digestório, cárdio-vascular; urinário, genital masculino, genital feminino, respiratório, tegumentar, endócrino, nervoso; dos órgãos dos sentidos; da anatomia artística e das formas de expressão do corpo humano. Ainda aborda noções de Histologia e Fisiologia. No 1º encontro o grupo de educadores identifica suas necessidades de educação em serviço relacionadas ao conteúdo específico em questão, bem como seus problemas de prática de ensino quando focalizam o estudo do corpo humano. A partir das necessidades expostas, propõe-se o direcionamento do estudo do assunto sob o ponto de vista da criança ou adolescente. Nessa perspectiva, contempla-se, inicialmente, a anatomia artística ou das proporções nas várias fases de crescimento valorizando o corpo como um todo. Busca-se fazer um estudo dos sistemas corpóreos analisando a evolução das espécies, apresentando as homologias, principalmente em relação aos animais domésticos, fazendo uma anatomia comparativa, utilizando como material didático modelos anatômicos plásticos tridimensionais, peças anatômicas formolizadas, desidratadas e mumificadas; diapositivos; pranchas; CD-ROM; transparências; lâminas histológicas dos vários tecidos dos animais, comparando-as com as dos vegetais. Enfatizando as maiores dificuldades do processo ensino-aprendizagem, e também para refletir e interpretar as formas de "como o corpo se comunica", utiliza-se uma multiplicidade de procedimentos didáticos reservando um espaço para a problematização pedagógica no ensino desse conteúdo específico. Cada três encontros é denominado um módulo de 24 horas. A cada novo módulo, no primeiro encontro, a primeira hora é reservada para discussão e testemunho individual dos possíveis benefícios que o módulo anterior proporcionou a cada um dos participantes. O aspecto pedagógico e as experiências didáticas são amplamente analisados. Nos últimos quarenta minutos de cada aula, os professores são convidados a descrever como aplicariam aquele conteúdo na sua Escola e o que teriam de material didático disponível. No encontro seguinte eles podem alterar ou ratificar o que descreveram na aula anterior em seu relatório, incentivando o uso da imaginação. O material didático, tais como textos, figuras, temas para seminários e trabalhos, sempre é distribuído com uma aula de antecedência. Observa-se atentamente o caminho percorrido por cada professor e o produto por ele realizado, observando também suas atitudes e comportamentos: participação, interesse, iniciativa, criatividade, autonomia e facilidade para trabalhar em grupo. A avaliação de atitudes proporciona retorno ao professor sobre a conveniência ou não de suas atitudes e o ajuda a desenvolver novos comportamentos mais favoráveis a sua aprendizagem e a sua participação no grupo. A avaliação serve para subsidiar a tomada de decisões em relação à continuidade do trabalho pedagógico. Observa-se, também, uma tomada de consciência da necessidade da utilização da metodologia ação-reflexão-ação. Cada professor é convidado a fazer um levantamento das condições materiais do seu laboratório e do acervo na sua biblioteca escolar, relativo à Anatomia Humana e Animal, e pensar nas possibilidades de uso de tais ferramentas de trabalho. A partir do inventário do laboratório e do acervo da biblioteca, após uma reflexão em grupo, os professores passam a otimizar os recursos didáticos já existentes na Escola, bem como os novos enviados pela SEE. A pesquisa bibliográfica tem sido o indicador mais forte da alteração de atitudes do professor, caracterizada por uma anterior passiva e uma atual questionadora, negando-se a aceitar as informações expostas sem antes confrontá-las com outras fontes. A Universidade, dessa forma, interfere positivamente no ensino das Escolas Estaduais, Municipais e Particulares da região transmitindo novas tecnologias pedagógicas e divulgando conhecimento. Com isso, a sociedade passa a ver a Universidade como parceira nas suas necessidades, divulgando seus objetivos, seus cursos e seus docentes.

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