O processo de reterritorialização dos gaúchos no Norte do Paraná: a construção de uma identidade territorial

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2016-12-22

Autores

Colasante, Tatiana [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Analisamos a migração dos gaúchos para a região Norte do Paraná dentro do processo de territorialização-desterritorialização-reterritorialização, destacando os aspectos socioculturais que colaboram para a manutenção de uma identidade territorial gaúcha no Paraná. A partir da compreensão do território em uma perspectiva múltipla que contempla as diversas relações de poder em seus aspectos naturais, econômicos, políticos, culturais e (i) materiais, buscamos analisar a relação intrínseca entre território, cultura e identidade para compreender de que forma os gaúchos mantém sua identidade territorial distante do Rio Grande do Sul. Quando os sujeitos se estabelecem territorialmente, criam vínculos identitários ou então, recriam culturalmente antigos valores ancestrais, permitindo que os grupos sociais se tornem mais coesos. Do ponto de vista migratório, os gaúchos se reterritorializam no Paraná, em sua maioria, no Sudoeste do estado, incentivados pela criação da Colônia Agrícola Nacional General Osório (CANGO) em 1943. No entanto, é interessante notar que o Norte do Paraná também denota a presença de migrantes gaúchos que se territorializam culturalmente através dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), mas vêm sendo negligenciados nos estudos migratórios dessa região. A partir de pesquisa de campo em Londrina e Maringá, verificamos que os gaúchos preservam suas tradições nesses municípios mesmo que não frequentem os CTGs, o que confere uma rede de tradições que se estende por microterritórios. Além disso, identificamos um grupo de sujeitos nascidos no Paraná que se consideram gaúchos – os paranaúchos – e que se constituem em importantes difusores da cultura gaúcha no Norte do Paraná
We have analyzed the migration of gauchos for the northern Paraná in the process of territorialization-desterritorialization-reterritorialization, highlighting the socio-cultural aspects that contribute to the maintenance of a gaucho territorial identity in Paraná. From the understanding of the territory in a multiple perspective that considers the various power relations in their natural aspects, economic, political, cultural and (i) materials, we analyze the intrinsic relationship between territory, culture and identity to understand how the gauchos maintains its territorial identity distant of Rio Grande do Sul. When the subjects are established territorially, they create identity links or else recreate culturally ancient ancestral values, allowing social groups become more cohesive. From the migratory point of view, the gauchos reterritorialized Parana, mostly in the West of the state, encouraged by the creation of the Nacional Agricultural Colony General Osório (CANGO) in 1943. However, it is interesting to note that Northern Paraná also denotes the presence of gaucho migrants who are culturally territorialized through the Center of Gaucho Traditions (CTGs), but have been neglected in the migratory studies of this region. From the field research in Londrina and Maringá, we verified that the gauchos preserve their traditions in these municipalities even though they do not frequent the CTGs, which confers a network of traditions that extends through microterritories. In addition, we identified a group of subjects born in Paraná who consider themselves gauchos - the paranauchos - and who constitute important diffusers of the gaucho culture in the North of Paraná.
Analizamos la migración de los gaúchos para la región Norte do Paraná dentro del proceso de territorialización-desterritorialización-reterritorialización, destacando los aspectos socioculturales que colaboran para el mantenimiento de una identidad territorial gaúcha en Paraná. A partir de la comprehensión del territorio en una perspectiva múltiple que contempla las diversas relaciones de poder en sus aspectos naturales, económicos, políticos, culturales e (in) materiales, buscamos analizar la relación intrínseca entre territorio, cultura e identidad para comprehender de qué forma los gaúchos mantienen su identidad territorial distante de Rio Grande do Sul. Cuando los sujetos se establecen territorialmente crean vínculos identitarios o bien, recrean culturalmente antiguos valores ancestrales, permitiendo que los grupos sociales se vuelvan más cohesionados. Del punto de vista migratorio, los gaúchos se reterritorializan en Paraná, en su mayoría en el Suroeste del estado, incentivados por la creación de la Colonia Agrícola Nacional General Osório (CANGO) en 1943. No obstante, es interesante notar que el Norte del Paraná también denota la presencia migrantes gaúchos que se territorializan culturalmente por los Centros de Tradiciones Gaúchas (CTGs), pero vienen siendo negligenciados en los estudios migratórios de la región. A partir de la investigación de campo en Londrina y Maringá, verificamos que los gaúchos preservan sus tradiciones en los municipios mismo que no frecuenten los CTGs, y que confieren una red de tradiciones que se estende por microterritorios. Además, se identifica un grupo de sujetos nascidos en el Paraná que se consideran gaúchos - os paranaúchos - y que se constituyen en importantes difusores de la cultura gaúcha no Norte do Paraná.

Descrição

Palavras-chave

Identidade territorial, Gaúchos, Norte do Paraná, Migração, Rede de tradições, Centros de Tradições Gaúchas, Territorial identity, Gauchos, Northern Parana, Migration, Traditions network, Gaucho Traditions Centers, Identidad territorial, Migración, Red de tradiciones, Centros de Tradiciones Gaúchas

Como citar