Prevalência de dislipidemia em indivíduos fisicamente ativos durante a infância, adolescência e idade adulta

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2011-10-01

Autores

Fernandes, Rômulo Araújo [UNESP]
Christofaro, Diego Giulliano Destro
Casonatto, Juliano
Codogno, Jamile Sanches [UNESP]
Rodrigues, Eduardo Quieroti [UNESP]
Cardoso, Mauro Leandro [UNESP]
Kawaguti, Sandra Satie
Zanesco, Angelina [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

Resumo

FUNDAMENTO: A prevalência de dislipidemias vem aumentando em diversas partes do Brasil, porém não é claro ainda quanto de exercício físico é necessário para se obter efeitos benéficos sobre os níveis de lipoproteínas plasmáticas. OBJETIVO: O estudo analisou, em oito cidades do Estado de São Paulo, a associação entre a prática continuada de exercícios físicos ao longo da vida e a ocorrência de dislipidemia na idade adulta. MÉTODOS: Estudo transversal envolvendo 2.720 adultos, de ambos os sexos, residentes em oito cidades do Estado de São Paulo. Por meio de entrevista domiciliar, a presença de dislipidemias foi autorreferida e a prática de exercícios físicos foi analisada na infância (7-10 anos), na adolescência (11-17 anos) e na idade adulta (atividades de lazer). No tratamento estatístico, modelos multivariados foram criados com a regressão logística binária. RESULTADOS: A prevalência de dislipidemia foi de 12,2% (IC95%= 11,1%-13,5%) e não houve diferença entre as cidades (p = 0,443). Mulheres (p = 0,001) e obesos (p = 0,001) apresentaram maior taxa de dislipidemia. Exercício físico atual não se associou com a presença de dislipidemia ([> 180 minutos por semana] p = 0,165), porém, a prática de exercício físico, tanto na infância (p = 0,001) como na adolescência (p = 0,001), foi associada com menor ocorrência da doença. Adultos fisicamente ativos em todos os três momentos da vida apresentaram 65% menos chances de reportar dislipidemia (RC = 0,35 [0,15-0,78]). CONCLUSÃO: A prática continuada de exercícios físicos ao longo da vida foi associada com menor ocorrência de dislipidemia entre adultos do Estado de São Paulo.
BACKGROUND: The prevalence of dyslipidemia is increasing in many parts of Brazil, but it is yet unclear how much exercise is needed to attain beneficial effects on plasma lipoprotein levels. OBJECTIVE: The study analyzed eight cities of the state of São Paulo, the association between the continued practice of physical exercise throughout life and the occurrence of dyslipidemia in adulthood. METHODS: Cross-sectional study involving 2,720 adults, of both sexes, living in eight cities of the state of São Paulo. Through household interviews, the presence of dyslipidemia was self-reported and physical exercise practice was assessed in childhood (7-10 years), adolescence (11-17 years) and adulthood (leisure activities). In the statistical analysis, multivariate models were created using binary logistic regression. RESULTS: The prevalence of dyslipidemia was 12.2% (95%CI: 11.1% -13.5%) and there was no difference between cities (p = 0.443). Women (p = 0.001) and obese individuals (p = 0.001) had a higher rate of dyslipidemia. Current practice of physical exercise was not associated with the presence of dyslipidemia ([> 180 minutes per week] p = 0.165); however, physical exercise, both in childhood (p = 0.001) and adolescence (p = 0.001) was associated with a lower incidence of the disease. Physically active adults in all three stages of life were 65% less likely to report dyslipidemia (OR = 0.35 [0.15 to 0.78]). CONCLUSION: The continued practice of physical exercise throughout life was associated with a lower incidence of dyslipidemia in adults in the State of São Paulo.

Descrição

Palavras-chave

Dislipidemias, atividade motora, exercício, adulto, Brasil, Dyslipidemias, motor activity, exercise, adult, Brazil

Como citar

Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC, v. 97, n. 4, p. 317-323, 2011.