Lesões na dança: estudo transversal híbrido em academias da cidade de Bauru-SP

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

1999-04-01

Autores

Grego, Lia Geraldo
Monteiro, Henrique Luiz [UNESP]
Padovani, Carlos Roberto [UNESP]
Gonçalves, Aguinaldo

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte

Resumo

As atividades físicas praticadas pelos bailarinos predispõem-nos à ocorrência de inúmeros agravos. A busca por informações sobre as lesões dessa modalidade permitiu constatar, em nosso meio, escassez de investigações sobre o assunto. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi apontar as principais lesões da dança, visando descrever sua distribuição e caracterização a partir de nossa realidade, bem como sugerir medidas preventivas para os agravos de maior ocorrência. Para tanto, realizou-se estudo com 122 bailarinas na faixa etária de 8 a 30 anos, alocadas nas academias de dança da cidade de Bauru. em sua maioria, eram membros do corpo de baile (42%) ou estudantes (45%), com 3 a 11 anos de prática (73%), alunas de balé clássico (84%) e jazz (66%) e participavam de 4 a 8 aulas semanais (70%), com duração de 60 a 120 minutos (89%). O procedimento para coleta de dados foi o inquérito de morbidade referida para obtenção de informações sobre os agravos ocorridos no período de um ano. A apresentação dos resultados deu-se sob a forma de estatística descritiva, com distribuições de freqüência absoluta, relativa, corrigida e razão de lesões. em termos analíticos foram utilizados testes não paramétricos de Wilcoxon, Spearman e Kruskal-Wallis, para p < 0,05. Os resultados apontaram 53,27% das respondentes com freqüências entre 1 e 6 lesões agudas, que aumentam com a idade, concentram-se no plano tegumentar (79,46%) e estão associadas a variáveis como a idade em que começou a dançar e com o uso de sapatilha de ponta; 97,48% são agravos de membros inferiores, com predominância de calos (47,03%) e bolhas (28,56%) nos pés. O balé clássico foi o estilo responsável pela maior parte das lesões; as mais experientes e as estudantes foram as mais afetadas e o uso da sapatilha de ponta implicou risco elevado para ocorrência dos agravos observados nos pés.
The physical activities performed by dancers predispose to numerous injuries. The search for information about this modality of lesion allowed the authors to verify the lack of investigation on the issue. Thus, the purpose of this investigation was to point out the main dance injuries, trying to describe their distribution and characterization in their context, and to suggest preventive measures to the most frequent injuries. 122 female dancers were included in the study, aged between 8 and 30 years, from dance academies in the City of Bauru, State of São Paulo. Most of them were professional dancers (42%) or students (45%) with 3 to 11 years of practice (73%), classical ballet students (84%) and jazz (66%), and performed 4 to 8 weekly classes (70%), each class lasting 60 to 120 minutes (89%). Data were recorded using referred morbidity inquiry to obtain information on the injuries that had occurred in the previous year. Descriptive statistics was used to present the findings, showing absolute and corrected frequencies, and the rate of injuries. In analytic terms, the authors used Wilcoxon, Spearman and Kruskal-Wallis tests, for p < 0.05. Results showed 53.27% with frequency of 1 to 6 acute injuries. They increase with age, concentrate on tegumental tissue (79.64%), and are related to variables such as age of beginning dancing and the use of point shoes. 97.48% are injuries in the lower limbs, mostly feet corns (47%) and blisters (28.56%). Classical ballet was responsible for most of the injuries. They were more frequent on dancers and students, and the use of point shoes resulted in elevated risk of feet injuries.

Descrição

Palavras-chave

Dança, Lesões, Inquérito de morbidade referida, Dance, Injuries, Referred morbidity inquiry

Como citar

Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, v. 5, n. 2, p. 47-54, 1999.