Prática de atividade física e composição corporal em mulheres na menopausa

Resumo

OBJETIVO: Analisar a relação entre a prática de atividade física e composição corporal em mulheres na menopausa. METODOS: Participaram do estudo 62 mulheres, com 50 anos ou mais (61,2±7,6 anos), todas na menopausa. A prática de atividade física foi avaliada através do acelerômetro (minutos na semana e counts). A massa magra e massa gorda total e de tronco foram mensuradas com uso da absortimetria de raios X de dupla energia e expressas em valores percentuais. A relação entre as variáveis de composição corporal e a atividade física foi avaliada pela correlação de Spearman e de Pearson. As comparações entre grupos (de acordo com a prática de atividade física e idade) foram realizadas por meio do teste t independente e Mann-Whitney. RESULTADOS: O grupo de idade igual ou inferior a 59 anos apresentou maiores médias de atividade física total em counts (3.572.435 versus 2.843.840) e minutos por semana de atividade física moderada-vigorosa (273 minutos versus 156 minutos). As mulheres que acumularam 150 minutos ou mais de atividade física moderada-vigorosa apresentaram valores inferiores de massa gorda total (43,8 versus 47,2 kg/m²), valores superiores de massa corporal magra (53,8 versus 49,6 kg) e IMC reduzido (27,7 versus 30,46 kg/m²) quando comparadas àquelas com menos de 150 minutos de atividade física na semana. Apenas o tempo em atividades moderadas apresentou correlação negativa com o percentual de gordura total (r=-0,26, p<0,05); já atividade física total em counts correlacionou-se com o percentual de massa magra (r=0,30), percentual de gordura total (r=-0,32), gordura de tronco (r=-0,29), e IMC (r=-0,32), todas as correlações apresentaram significância estatística de p<0,05. CONCLUSÃO: Mulheres na menopausa com idade igual ou superior a 50 anos que apresentam minutos em atividades moderada e vigorosa, e counts de atividade física total superiores possuem níveis inferiores de massa gorda e superiores de massa magra.
PURPOSE: To analyze the relationship between physical activity and body composition in menopausal women. METHODS: The study included 62 menopausal women aged 50 years or more (61.2±7.6). The practice of physical activity was assessed with an accelerometer and is reported as minutes per week of low physical activity and moderate plus vigorous physical activity, and total physical activity in counts. Lean mass and total fat mass were assessed by dual-energy X-ray absorptiometry, and are reported as percentages. The relation between body composition variables and physical activity was evaluated by Spearman and Pearson correlation. Comparisons between groups were performed using the independent t test and Mann-Whitney test. RESULTS: The age group 59 years or older had higher mean values of total physical activity in counts (1,307.081 versus 2,843.840) and of minutes per week of moderate-vigorous physical activity (273 versus 156 minutes). Women who completed 150 minutes or more of moderate-vigorous physical activity had significantly lower total fat mass (43.8 versus 47.2 kg), higher lean mass (53.8 versus 49.6 kg) and lower BMI (27.7 versus 30.5 kg/m²) when compared to those with less than 150 minutes of physical activity per week. Only time spent in moderate activities showed a significant negative correlation with the percentage of total fat (r=-0.26, p<0.05), whereas total physical activity in counts correlated with the percentage of lean body mass (r=0,30), percentage of total fat (r=-0.32), trunk fat (r=-0.29), and BMI (r=-0.32); all correlations were statistically significant at p<0.05. CONCLUSION: menopausal women aged 50 years or more who spent more minutes in moderate and vigorous activity and higher total physical activity counts showed lower fat mass and higher lean mass.

Descrição

Palavras-chave

Envelhecimento, Mulheres, Menopausa, Composição corporal, Atividade motora, Aging, Women, Menopause, Body composition, Motor activity

Como citar

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 35, n. 4, p. 153-158, 2013.