Alterações posturais em atletas brasileiros do sexo masculino que participaram de provas de potência muscular em competições internacionais

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2004-06-01

Autores

Neto Júnior, Jayme [UNESP]
Pastre, Carlos Marcelo [UNESP]
Monteiro, Henrique Luiz [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte

Resumo

Os esportes de alto nível determinam padrões corporais que extrapolam barreiras geopolíticas, sociais e culturais. Estas peculiaridades resultam em alterações posturais que estão associadas à eficiência do gesto desportivo, porém, em longo prazo, podem evoluir para processos mórbidos que limitam a prática de atividades físicas regulares. O objetivo da pesquisa foi descrever o perfil postural dos atletas que participam de provas de potência muscular e identificar processos anátomo-cinesiológicos responsáveis pelas principais alterações corporais. A casuística foi composta por 15 atletas do sexo masculino, especializados em provas de potência muscular. O protocolo para coleta de dados foi elaborado com base na proposta de: i) Kendall, para o exame físico e observacional, utilizando simetrógrafo e fio de prumo; ii) Souchard, para a análise postural em cadeia. As informações foram organizadas sob a forma de distribuição de freqüência absoluta e relativa. Os resultados apontaram que: i) o tornozelo em valgo (67%) foi a situação mais comum; ii) a rotação interna da pelve à direita (60%), seguida do lado oposto mais elevado (47%), pode estar relacionada com a corrida em curva que sobrecarrega a estrutura da pelve para a manutenção da velocidade com simultânea mudança de direção em função da força gravitacional; iii) a anteversão de pelve (73%) decorre da retração observada nos músculos flexores do quadril e extensores do joelho; iv) a alteração expressa no item iii contribui para a formação de hiperlordose lombar (73%) e desencadeia mecanismo compensatório de retração da cadeia posterior causando cifose torácica (53%) e cabeça em protrusão (73%). O diagnóstico precoce e a adoção de medidas profiláticas efetivas podem contribuir para o aumento da performance, bem como prevenir a ocorrência de lesões desportivas. Estudos envolvendo intervenção fisioterápica deverão avaliar se há redução dos efeitos crônicos que as alterações posturais decorrentes do treinamento causam ao atleta de alto nível.
Los deportes de alto nivel determinan patrones corporales que extrapolan las barreras geopolíticas, sociales, culturales. Estas peculiaridades resultan en alteraciones posturales que están asociadas a la eficacia del gesto deportivo, por ello, a largo plazo, pueden evolucionar hacia procesos mórbidos que limitan la práctica de actividades físicas regulares. El objetivo del estudio fue el de describir el perfil postural de los atletas que participan en pruebas de potencia muscular e identificar procesos anátomo-cinesiológicos responsables de las principales alteraciones posturales. La casuística estubo compuesta por 15 atletas del sexo masculino, especializados en pruebas de potencia muscular. El protocolo para la colecta de datos fue elaborado en base a la propuesta de: i) Kendall, para el examen físico y observacional, utilizando simetrógrafo e hilo de prumo; ii) Souchard, para el análisis postural en cadera. Las informaciones fueron organizadas sobre una forma de distribución de frecuencia absoluta y relativa. Los resultados apuntaron que: i) el tobillo en valgo (67%) fue la situación más común; ii) la rotación interna de la pelvis a derecha (60%), seguida del lado opuesto mas elevado (47%) puede estar relacionado con la corrida en curva que sobrecarga la estructura de la pelvis para el mantenimiento de la velocidad con un cambio simultáneo de dirección en función de la fuerza gravitacional; iii) la anteversión de la pelvis (73%) provoca la retracción de los músculos flexores de la nalga y extensores de la rodilla; iv) la alteración expresa en el item iii contribuye a la formación de hiperlordosis lumbar (73%) y, desencadena un mecanismo compensatorio de retracción de la cadera posterior causando xifosis toráccica (53%) y cabeza em protrución (73%). El diagnóstico precoz y la adopción de medidas profilácticas efectivas pueden contribuir al aumento de la performance, bien como, prevenir la ocurrencia de lesiones deportivas. Los estudios que tengan intervención fisioterapéutica deberán evaluar si hay reducción de los efectos crónicos que las alteraciones posturales resultantes del entrenamiento causen al atleta de alto nivel.
High performance sports are characterized by determining specific physical standards that overcome the geopolitical, social and cultural barriers. These peculiarities are also translated in posture alterations that are associated to the efficiency of sport gesture, and at long-term, developing chronic disease. The objective of the present study was to describe the postural profile of athletes who participate in muscular power competitions, and to identify the kinesiological processes responsible for the main body alterations. The group was composed of 15 male athletes, who participated in tests of muscular power. The protocol for data collecting was elaborated based on the proposal of Kendall for the physical observational exam, and Souchard for the postural analysis by muscular chain. All the evaluations were performed during Winnipeg 99' Pan American Games. The results showed that the ankle valgus (67%) was the most common situation; the internal rotation of the hip to the right side (60%), followed by the highest opposite side (47%). This may be related with the run in curve; the hip flexor muscle and knee flexor muscle were observed in the 73% of the cases; this alteration contributes to the low back pain (73%) and, in consequence, it unchains compensatory mechanism of retraction of the posterior muscular chain, causing the thoracic alteration (53%) and the forefront head (73%).

Descrição

Palavras-chave

Lesões desportivas, Postura, Esporte, Lesiones deportivas, Postura, Deporte, Injuries, Posture, Sports

Como citar

Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, v. 10, n. 3, p. 195-198, 2004.