A concepção de arte em Lima Barreto e Leon Tolstói: divergências e convergências

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Data

2009-07-31

Autores

Freire, Zélia Ramona Nolasco dos Santos [UNESP]

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Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A presente tese tem por objetivo avaliar a concepção de arte dos escritores Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) e Leon Tolstói (1828-1910) sob um viés comparatista, em busca das divergências e convergências entre ambos. Concepção de arte que apresentam nas respectivas obras, “O destino da literatura” e O que é Arte?. Os escritores desempenharam o papel de “semeador de idéias” e de “batedor do futuro” ao se posicionarem contrários aos “mandarins literários”. Uma arte voltada para o social, aliás, uma literatura militante. Lima Barreto criou uma arte literária que rompeu com os moldes convencionais na virada do século XIX, que tinha como principais representantes: Machado de Assis, Rui Barbosa, Coelho Neto, entre outros; enquanto Leon Tolstói rompeu com a poética romântica e o realismo francês. Ambos foram, terminantemente, contrários à estética da arte pela arte. A referência aos escritores russos é constante na obra barretiana, até porque Lima Barreto jamais omitiu suas leituras. Desde o romance Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, o primeiro a ser escrito por Lima, é possível detectar a presença de Leon Tolstói. Presença essa que permeia todo o projeto literário de Lima Barreto e que se faz sentir através da posição que ambos assumem em relação a temas em comum, tais como: a Propriedade, a Igreja, o Estado, a educação da mulher, o serviço militar obrigatório, entre outros. Revelando assim, um eixo em comum: o ideário anarquista. Mas, principalmente, por refletirem sobre a função da literatura e o fazer literário.
This dissertation was carried out to evaluate the conception of art found in the works of Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) and Leo Tolstoi (1828 -1910) according to a comparative point-of-view, in order to find out agreements and disagreements between them. Conception of art found in their works “O destino da literatura” and “O que é Arte?”. Both writers played the role of “sowers of ideas” and “beaters of the future” as they put up opposition to the so-called “literary mandarins”. An art oriented to the social issue, that is, a militant literature. Lima Barreto created a literary art which broke off the ties with conventional models in the turn of the 19th century, whose main representatives were Machado de Assis, Rui Barbosa, Coelho Neto, among others; Leo Tolstoi, in his turn, broke off the ties with Romantic poetry and French Realism. Both were utterly opposed to the esthetics of art for art’s sake. References to Russian writers are often found in Lima Barreto’s works, since he never omitted his readings. As early as his first novel Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, one can notice Leo Tolstoi’s influence. Influence which permeates all of his literary project and which is felt through the opposition both writers assume in connection with issues they have in common such as: Property, the Church, the State, women’s education, obligatory military draft, among others. Thus, they showed the axis they had in common: the anarchist belief system. But, mainly, because they pondered over the function and the making of literature.

Descrição

Palavras-chave

Tolstoi, Leão, 1828-1910, Barreto, Lima, 1881-1922, Literatura comparada, Literatura - Historia e critica, Comparative Literature, Lima Barreto, Leon Tolstoi, Realist Novel, Literary Criticism

Como citar

FREIRE, Zélia Ramona Nolasco dos Santos. A concepção de arte em Lima Barreto e Leon Tolstói: divergências e convergências. 2009. 227 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, 2009.