Prospecção de proteínas em cepas de Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909) (Kinetoplastida, Trypanosomatidae) por meio de Shotgun

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Data

2021-12-17

Autores

Falcone, Rossana [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A tripanossomíase americana foi descrita em 1909, por Carlos Ribeiro Justiniano Chagas, essa zoonose é considerada uma das seis doenças negligenciadas mais prevalentes no mundo, estima-se que 6 a 7 milhões de pessoas estejam infectadas por T. cruzi. A diversidade biológica, bioquímica e genética entre cepas de T. cruzi é reconhecida há tempos, a análise genética de T. cruzi é complexa, seu genoma possui um total de 22 570 genes codificantes de proteínas e em seu proteoma foram identificados um total de 2 784 proteínas, dentre essas enzimas proteolíticas. As metaloproteinases compreendem uma família de endopeptidases zinco dependentes associadas a degradação de membranas em pH fisiológico, que variam quantitativa e qualitativamente em diferentes cepas e formas de T. cruzi. As enzimas proteolíticas parecem ter papel em diversos aspectos na interação parasito hospedeiro. Estudos sugerem que as proteases podem ser um fator adaptativo importante para T. cruzi e possivelmente atuarem como fator de virulência. Neste trabalho foi realizada a avaliação e comparação do perfil proteico das cepas Bolívia, Rm e Y de T. cruzi, assim como a caracterização de suas metaloproteinases por meio de shotgun. Para tanto executou-se análise por espectrometria de massas com a utilização de um sistema electrospray - Ion trap (ESI/IT), modelo Amazon SL (Bruker Daltonics, Bremen, Germany), acoplado a um sistema Ultra Fast liquid Chromatography (UFLC) (Nexera- Shimadzu Corporation, Tokyo, Japan). Por meio de banco de dados específicos para T. cruzi foram identificadas 106 proteínas para a cepa Y, sendo 62 exclusivas. Para a cepa Rm foram identificadas 134 proteínas no total e 95 exclusivas. Para a cepa Bolívia foram identificadas 50 proteínas, dentre essas 33 foram consideradas exclusivas (Sugiro colocar na ordem alfabética, Bolivia, Rm, Y). As três cepas apresentaram oito proteínas em comum, entre as cepas Y e Rm observou-se vinte proteinas em comum, entre Rm e Bolívia foram encontradas apenas duas em comum. Seis são comuns a Y e Bolívia, o que mostra uma maior proximidade no perfil proteico entre Y e Rm, se comparadas a Bolívia. Tais proteínas puderam ser classificadas como responsáveis por atuar no metabolismo de T. cruzi, como chaperonas, no ciclo celular, na resposta ao stress, na interação entre o parasita e o hospedeiro e/ou como fatores de virulência. Foi possível notar maior presença de proteínas consideradas como possíveis fatores de virulência em Y e Rm quando comparado à Bolívia, o que poderia sugerir uma maior propensão das cepas Y e Rm apresentarem um perfil mais virulento em infecções. Foi possível identificar e classificar uma proteína como metaloprotease, a Glutamamyl carboxipeptidase, a proteína se mostrou comum as três cepas estudadas, foi identificada atuando no crescimento e 8 diferenciação do parasito. Conclui-se que foi possível a avaliação e comparação do perfil proteico das cepas Bolívia, Rm e Y de T. cruzi. Segundo os resultados obtidos há uma maior proximidade entre os perfis proteicos das cepas Y e Rm quando comparados à cepa Bolívia. A caracterização das metaloproteases por meio de shotgun se mostrou possível, apesar da baixa quantidade encontradas nas amostras analisadas.

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Palavras-chave

proteoma, Doença de Chagas, perfil proteíco

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