Leitura: fator de inclusão social

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Data

2005

Autores

Muzzeti, Luci Regina [UNESP]
Sossolote, Cássia Regina Coutinho [UNESP]
Silva, Carlos Eduardo Leopoldo e [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Realizamos práticas culturais no Projeto Ler é Viver que consideram o livro um direito. As crianças atendidas pelo Projeto oriundas de frações de classes econômico-sócio-culturais carentes não têm, cotidianamente, acesso a essa modalidade de prática cultural. Como resultado o que constatamos é que essas crianças, enquanto tendência histórica, costumam ter um baixo rendimento escolar e vêem nas práticas culturais uma atividade massificante, tediosa e enfadonha. A idéia principal do projeto é trazer o livro à realidade dessas crianças não como uma prática que tende a se tornar aversiva, mas, sim, como parte de seu cotidiano, de forma a lhes proporcionar conhecimento e divertimento de forma simultânea. Observamos que essa prática de leitura tem permitido a reestruturação positiva do capital cultural dessas crianças. Baseando-nos na experiência adquirida com a leitura em instituições da cidade de Araraquara, a saber, Creche Nossa Senhora do Carmo, Casa Betânea e Centro de Ensino de Pesquisas da Infância e da Adolescência "Dante Moreira Leite" CENPE, unidade auxiliar da UNESP/FCL/CAr, e no referencial teórico-metodológico tal como foi desenvolvido por Pierre Bourdieu, sociólogo francês, tentamos proporcionar às crianças atendidas uma reestruturação de seu habitus em relação à leitura, de forma a poder auxiliar no desenvolvimento do capital cultural das mesmas e a facilitar suas trajetórias escolares no sistema de ensino. Tornar o livro parte do universo da criança, para que ela seja autônoma em seu crescimento intelectual só será possível a partir do momento em que a criança sinta a necessidade de ler um livro e goze de satisfação simbólica de tê-lo compreendido. Esses são os objetivos principais do projeto. Para que as crianças reestruturem seu sistema de disposições (habitus) positivamente, depreendemos que é imprescindível afastá-las de atividades metódicas e artificiais, práticas comuns nas unidades escolares. Nesse sentido, o livro tem um valor cultural e estético em si mesmo e os métodos desenvolvidos, tais como, dramatização, desenhos, trabalhos com argila vêm ratificar esses valores simbólicos. Por meio do Projeto que está sendo desenvolvido desde agosto de 2002 já conseguimos alguns resultados. As crianças estabelecem uma relação espontânea com o livro entendido como um objeto manipulável e simbólico e algumas delas já sentem a necessidade cotidiana da leitura. Do ponto de vista dos mediadores de leitura que queremos formar, graduandos da FCL de Araraquara, esse Projeto representa a junção teoria e prática, que reconhecemos a dificuldades de articular.

Descrição

Palavras-chave

Como citar

CONGRESSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 3., 2005, Águas de Lindólia. Anais... São paulo: PROEX; UNESP, 2005. p. 100