Dissertações - Fonoaudiologia - FFC

URI Permanente para esta coleção

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 20 de 151
  • ItemDissertação de mestrado
    A relação de fluência e compreensão leitora em estudantes do ensino fundamental II: elaboração de critérios de risco para a dislexia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-27) Victorio, Renata Pires Sena de Assumpção; Germano, Giseli Donadon [UNESP]
    Aprender a ler é um ato complexo que envolve habilidades cognitivo-linguísticas que se aprimoram ao longo da vida e no decorrer da escolaridade. Compreender o desenvolvimento das habilidades leitoras em pré-adolescentes e adolescentes é fundamental, para que os estudantes com transtornos de aprendizagem de leitura sejam monitorados, identificados e encaminhados para a rede de saúde. O objetivo deste estudo foi analisar a relação de fluência e compreensão leitora em estudantes dos anos finais do ensino fundamental, e elaborar critérios de risco para dislexia a partir da aplicação de instrumentos de rastreio padronizados para este segmento educacional. Participaram do estudo 206 estudantes matriculados no Ensino Fundamental II, divididos em GI (6 o ano); GII (7o ano); GIII (8o ano); GIV (9o ano). Na primeira fase do estudo foram aplicados instrumentos coletivos de avaliação de processos de leitura e de compreensão leitora, sendo os estudantes com dificuldades de leitura selecionados para avaliação de leitura oral, na fase individual. Os resultados do estudo evidenciaram uma evolução das habilidades leitoras com o avanço da escolaridade. Fluência e compreensão de leitura se correlacionaram positivamente e moderadamente, porém, observou-se um enfraquecimento desta correção no decorrer do ensino fundamental II. Os estudantes classificados como de alto risco para dislexia, na fase coletiva, também apresentaram desempenho inferior nas provas de compreensão leitora em relação outros grupos de risco. Os critérios de risco elaborados neste estudo destacaram estudantes com perfis fonológicos, visuais e mistos (fonológicos e visuais) de dificuldades de leitura, um achado que pode favorecer a investigação clínica de subtipos de dislexia, uma literatura ainda tão escassa no Brasil. Este estudo faz um alerta para a importância do monitoramento da habilidade de leitura em estudantes dos anos finais do ensino fundamental, bem como a necessidade de mais estudos científicos neste segmento educacional.
  • ItemDissertação de mestrado
    Programa de estimulação com a literacia emergente para escolares do 1º e 2º ano do ensino fundamental I: elaboração e aplicabilidade
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-01) Scollo, Luana Baron; Capellini, Simone Aparecida [UNESP]
    A literacia emergente desempenha um papel fundamental no processo de desenvolvimento infantil, servindo como alicerce para a aquisição posterior das habilidades de leitura e escrita. Esse termo refere-se ao conjunto diversificado de habilidades, conhecimentos e comportamentos que são essenciais para a alfabetização, mas que emergem antes das crianças aprenderem formalmente a ler e a escrever. Nesse contexto, compreender e identificar as influências e intervenções que impactam a literacia emergente torna-se de extrema importância para aprimorar as estratégias educacionais e o ambiente domiciliar, visando facilitar e fortalecer o desenvolvimento das habilidades essenciais para a leitura e a escrita. Objetivo: Elaborar e verificar a aplicabilidade de um Programa de Estimulação com a Literacia Emergente para escolares do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I em um estudo piloto. Material e Método: Este estudo foi desenvolvido em duas fases, sendo a fase 1 voltada para a elaboração do Programa de Estimulação com a Literacia Emergente, a partir da revisão de literatura, a fim de verificar quais os estudos utilizaram programas de estimulação com a Literacia Emergente com escolares em fase inicial de alfabetização, bem como as suas atividades e tipo de estímulos utilizados. A fase 2 foi voltada para verificar a aplicabilidade do Programa de Estimulação com a Literacia Emergente em um estudo piloto. Participaram desta fase, 40 escolares de ambos os sexos, na faixa etária de 6 anos a 7 anos e 11 meses, divididos em quatro Grupos, divididos em Grupo I (GI),composto por 10 escolares matriculados no 1º e 2º ano do EFI,Grupo II (GII) composto por 10 escolares matriculados no 1º e 2º ano do EFI,Grupo III (GIII) composto por 10 escolares matriculados no 1º e 2º ano do EFI e GIV composto por 10 escolares matriculados no 1º e 2º ano do EFI.Os grupos GI e GIII foram submetidos ao programa elaborado na fase 1 desse estudo e os Grupos II e IV não foram submetidos ao programa elaborado na fase 1 desse estudo.Todos os escolares foram submetidos a aplicação do Protocolo de Avaliação das Habilidades Cognitivo-Linguísticas para escolares em fase inicial da alfabetização, Teste de Vocabulário por figuras (TVfusp) e Teste de Nomeação por Figuras (TIN) em situação de pré e pós-testagem. O programa aplicado foi composto por atividades que foram divididas em três módulos, sendo o primeiro de reconhecimento do alfabeto, o segundo de manipulação silábica e o terceiro de reconhecimento e identificação de palavras. Resultados: Os resultados revelaram diferença estatisticamente significante entre os dois momentos de avaliação no desempenho dos escolares do GI e GIII submetidos ao programa de estimulação desenvolvido na fase 1 desse estudo, revelando desempenho superior na pós-testagem em comparação a pré-testagem. Também ocorreram diferença estatisticamente significante nos escolares do GII e do GIV nos dois momentos de avaliação. Conclusão: Os resultados desse estudo permitiram concluir que foi possível elaborar o Programa de Estimulação com a Literacia Emergente (PLE) a partir do levantamento da literatura nacional e internacional e os resultados do estudo piloto revelou que as habilidades de literacia emergente desenvolvidas com o Programa PLE nos escolares do GI do 1º ano foram reconhecimento do alfabeto em sequência e ordem aleatória, escrita do nome, ditado de pseudoplavras, nomeação automática rápida de dígitos, enquanto que para os escolares do GII, do 2º ano, foi apenas a leitura de pseudopalavras.
  • ItemDissertação de mestrado
    Programa de estimulação metafonológica, conhecimento do alfabeto e vocabulário: elaboração e estudo-piloto
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-15) Tirapelli, Denise Corrêa Barreto; Capellini, Simone Aparecida [UNESP]
    INTRODUÇÃO: Estudos apontam que as habilidades metafonológicas, conhecimento do alfabeto e vocabulário são habilidades preditoras para a aprendizagem da leitura e da escrita em um sistema de escrita alfabética como o português brasileiro. No Brasil, ainda há poucos estudos com o uso de programas de estimulação para o desenvolvimento de habilidades preditoras para a alfabetização na Educação Infantil. OBJETIVOS: Este estudo teve por objetivos elaborar um programa de estimulação com as habilidades metafonológicas, conhecimento do alfabeto e vocabulário para pré-escolares de 5 anos a 5 anos e 11 meses e verificar a sua aplicabilidade em um estudo-piloto. MATERIAL E MÉTODO: Este estudo foi dividido em 2 fases. Na fase 1 foi realizado o levantamento bibliográfico e a elaboração do Programa de Estimulação Metafonológica, Conhecimento do Alfabeto e Vocabulário (PEMAV), enquanto que, na fase 2 foi realizada a aplicação do programa em seu estudo-piloto para verificar a aplicabilidade do programa elaborado na fase 1. O programa elaborado na fase 1 desse estudo foi composto por 25 estratégias, para serem aplicadas 4 vezes por semana, de forma coletiva em sala de aula, para estimulação de forma integrada das habilidades de aliteração, rima, conhecimento do alfabeto e vocabulário. Na fase 2 desse estudo, participaram 40 pré-escolares na faixa etária de 5 anos a 5 anos e 11 meses, de ambos os sexos, divididos em dois grupos. Grupo I (GI): composto por 20 pré-escolares, que foram submetidos a estimulação com o PEMAV e Grupo II (GII): composto por 20 pré-escolares, que não foram submetidos a estimulação com o PEMAV. Os pré-escolares passaram pelos mesmos procedimentos de avaliação na pré e pós-testagem, utilizando como instrumentos a versão adaptada para a Educação Infantil do IPPL – Protocolo de Identificação Precoce dos Problemas de Leitura e o Teste Infantil de Nomeação (TIN) para a avaliação do vocabulário. A análise dos dados foi realizada por meio do Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 26.0, com a aplicação dos testes de Postos Sinalizados de Wilcoxon e Qui-Quadrado. RESULTADOS: Foi possível elaborar um programa de estimulação metafonológica, conhecimento do alfabeto e vocabulário (PEMAV) na fase 1 deste estudo, a partir da literatura consultada. Os resultados do estudo piloto demonstraram aumento no domínio das habilidades metafonológicas, conhecimento do alfabeto e vocabulário após a aplicação do PEMAV na fase 2 desse estudo, com diferença estatisticamente significante nas habilidades de conhecimento do alfabeto, identificação de rima, produção de rima, segmentação silábica, produção de palavras a partir de fonemas e sílabas, síntese silábica, identificação de som ou sílaba inicial, memória operacional fonológica, nomeação automática rápida (tempo de realização e palavras nomeadas corretamente na sequência), leitura silenciosa, compreensão auditiva de sentenças a partir de figuras e vocabulário nos pré-escolares do GI, quando comparados aos do GII nos dois momentos de avaliação. CONCLUSÃO: O programa elaborado mostrou-se com aplicabilidade e eficácia no contexto educacional pois seus resultados revelaram melhora do desempenho das habilidades estimuladas, que são preditoras para a alfabetização, tão necessárias para a aprendizagem da leitura e da escrita.
  • ItemDissertação de mestrado
    Autopercepção da comunicação de falantes com e sem gagueira
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-01) Tette, Carine Cristine Arnoud; Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de [UNESP]
    Introdução: Há evidências de que a comunicação de pessoas que gaguejam apresenta impactos adversos na vida do falante. No entanto, pouco se sabe a respeito da autopercepção da comunicação desses falantes. Por outro lado, é interessante comparar esses resultados com a autopercepção de pessoas que não gaguejam. Desta forma, é necessário investigar esta temática, tendo em vista que os resultados poderão ter implicações científicas e clínicas relevantes. Objetivo: Investigar e comparar a autopercepção da comunicação de adultos com e sem gagueira. Métodos: Trata-se de um estudo clínico descritivo observacional e transversal. Participaram deste estudo 20 adultos que gaguejam (AQG) recrutados no Laboratório de Estudos da Fluência (LAEF) da Unesp e 92 adultos que não gaguejam (AQNG) recrutados do curso de fonoaudiologia da Unesp. Todos os participantes foram falantes nativos do Português Brasileiro, de ambos os sexos, com idade de 18 e 43 anos. O procedimento aplicado foi o Questionário de Autopercepção da Comunicação (QAPCO). Resultados: Adultos que gaguejam quando comparados com seus pares fluentes apresentaram mais fragilidades na comunicação e maiores dificuldades em situações comunicativas cotidianas. Os adultos com gagueira manifestaram mais dificuldades em relação à frequência com que falam fluentemente, com naturalidade e que conseguem expressar verbalmente suas intenções comunicativas em relação aos adultos sem gagueira. A velocidade de fala foi percebida como mais irregular pelos adultos com gagueira. A articulação foi descrita como travada para 40% dos adultos com gagueira e somente por 8,7% pelos adultos fluentes. Para a maioria dos adultos sem gagueira a percepção da articulação foi como precisa (70,7%), enquanto apenas 25% dos adultos com gagueira tiveram essa percepção. Conclusão: A autopercepção da comunicação dos adultos com gagueira é diferente dos adultos que não gaguejam, pois eles apresentaram uma autopercepção mais negativa e mais dificuldades em relação aos seus pares fluentes. A experiência da gagueira junto com a percepção das disfluências, da tensão muscular e dos sentimentos negativos relacionados à fala, para a maioria dos casos acarreta uma autopercepção negativa de sua capacidade de falar e de se comunicar. O conhecimento da autopercepção da comunicação de adultos que gaguejam favorece uma visão mais abrangente e contextualizada das reais necessidades do falante, e direciona objetivos terapêuticos específicos.
  • ItemDissertação de mestrado
    A fala de influenciadores transgênero da mídia social brasileira: relação entre aspectos perceptivos e acústicos da voz e da prosódia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-11) Bafum, Eryne Alves; Fabbron, Eliana Maria Gradim [UNESP]; Soncin, Geovana Carina Neris [UNESP]
    Introdução: Este estudo explora a crescente influência de sujeitos transgênero nas mídias sociais, especialmente no Brasil, destacando o papel dos influenciadores transgênero no Instagram na representação da comunidade trans e na promoção de discussões sobre gênero e identidade. Abordam-se a heteronormatividade na sociedade e os desafios dos movimentos sociais, como o LGBTQIA+, em relação às normas tradicionais de gênero. O conceito de transgênero é discutível, destacando-se a experiência de sujeitos cuja identidade de gênero difere do sexo biológico. A pesquisa foca na análise da percepção de ouvintes na fala de influenciadores transgênero, considerando parâmetros vocais e prosódicos. Objetivo: Investigar a relação entre a percepção e a produção de aspectos vocais e prosódicos na fala de sujeitos transgênero influenciadores da mídia social brasileira. Método: A pesquisa consistiu na seleção de 12 vídeos do Instagram, postados entre janeiro e fevereiro de 2023, por 10 sujeitos transgêneros, 5 homens trans (HT), 5 mulheres trans (MT), e por 2 sujeitos cisgêneros, sendo um homem cis (HC) e uma mulher cis (MC). Os critérios de seleção desses vídeos basearam-se em temas específicos ("Visibilidade Trans" e "Retificação de nome e gênero"), popularidade pelo número de visualizações e idade dos participantes (18-40 anos). Todos os sujeitos atenderam a esses critérios, incluindo HC e MC. Após a seleção, os vídeos foram convertidos para áudio, para evitar influências visuais. Os áudios foram utilizados para a realização das avaliações perceptivo-auditivas, sendo, inicialmente, apresentados para juízas leigas, que avaliaram como percebiam o gênero do falante; depois, para juízas especialistas, que identificaram fronteiras prosódicas e proeminências usadas para fins expressivos. Os dados apontados pela avaliação perceptivo-auditiva foram analisados utilizando o software PRAAT. Mensurou-se a frequência fundamental (f0), a variação de f0, a produção de pausas como parâmetros indicativos de fronteiras prosódicas e, ainda, a variação de f0 e de intensidade para a marcação de proeminências. Resultados: Em relação à identificação do gênero do falante pelo julgamento da voz, a análise perceptivo-auditiva mostrou que 60% das vozes de HT foram julgadas como masculina e 80% das vozes de MT, como feminina, mostrando uma tendência de as vozes dos sujeitos trans serem identificadas conforme o gênero declarado. Em contrapartida, na análise acústica, a média de f0 do grupo HT mostrou estar na faixa de frequência esperada para gênero masculino cisgênero, ainda que o percentual de identificação do gênero conforme o gênero declarado tenha sido menor do que no grupo MT. Para este grupo, as vozes apresentaram valor de f0 mais baixo em relação à MC e se enquadraram na faixa de frequência considerada neutra. Em relação às fronteiras prosódicas, a análise perceptivo-auditiva mostrou que HT apresentou maior índice de fronteiras prosódicas percebidas que HC, enquanto o grupo MT apresentou índice similar de fronteiras comparado à MC. Por sua vez, a análise acústica das fronteiras mostrou que a variação de f0, considerando os valores máximo e mínimo, usada pelo grupo HT, foi, em geral, maior do que a utilizada pelo HC na marcação de fronteiras, enquanto no grupo MT observou-se variação de f0 mais baixa em comparação com MC. Esses dados sugerem que, no grupo HT, eventos tonais de fronteira seriam marcados de forma mais aguda em relação a HC e, na direção oposta, no grupo MT, seriam marcados de forma mais grave em relação à MC; mostrou também que as pausas não ocorreram em todas as fronteiras percebidas na fala de todos os sujeitos com duração variável. Em relação às proeminências, os grupos HT e MT apresentaram índices de proeminências percebidas menores que HC e MC, respectivamente, as quais foram marcadas acusticamente por diferença nos valores de f0 mínima e máxima de, ao menos, 30 Hz. No grupo de HT, a diferença entre mínimo e máximo de f0 foi menor quando comparada ao HC, sugerindo um estilo de fala menos marcado. Já o grupo MT apresentou comportamento diferente de variação de f0 para a marcação de proeminência com valor mais baixo que a variação de f0 observada em MC. Em conjunto, esses resultados sugerem que os sujeitos trans marcam proeminências de forma mais contida, distanciando o seu estilo de fala de um estilo marcado por exageros. Conclusão: Observou-se que a fala dos sujeitos trans, seja por sua expressão vocal, seja por suas características prosódicas, não é percebida exclusivamente por meio da recuperação de padrões acústicos. Na comparação dos parâmetros acústicos mensurados na fala de sujeitos trans e cis, observou-se que a fala de sujeitos trans é dialeticamente constituída, pois existem pontos de aproximação e distanciamento entre a caracterização de aspectos vocais e prosódicos da fala deles e a caracterização desses aspectos na fala do gênero declarado.
  • ItemDissertação de mestrado
    Programa de remediação das dificuldades na memória operacional e leitura: elaboração e estudo piloto
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-08) Xavier, Isabella Nicolete; Capellini, Simone Aparecida [UNESP]
    Objetivos: Elaborar um Programa de Remediação das dificuldades na Memória Operacional e Leitura para os escolares do 3º, 4º e 5º ano do Ensino Fundamental I e verificar a aplicabilidade do programa elaborado em um estudo piloto. Material e Método: Este estudo foi desenvolvido em duas fases: fase 1, voltada para a elaboração do programa de remediação das dificuldades na memória operacional e leitura para escolares com dificuldades de aprendizagem a partir de uma revisão da literatura; e fase 2, voltada para verificar a aplicabilidade do programa elaborado na fase 1 em um estudo piloto. Na fase 1, foi realizada uma revisão da literatura em bases de dados nacionais, como o Scielo e, internacionais: Pubmed, Science Direct e Procast, a qual resultou na elaboração do Programa de remediação das dificuldades na memória operacional e leitura (PR-MOL). A análise da aplicabilidade foi verificada por meio do Estudo Piloto em 21 escolares, divididos em dois grupos (GI e GII). Todos os sujeitos foram submetidos a aplicação das provas de habilidades metalinguísticas e de leitura (PROHMELE) e ao Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve para Crianças (NEUPSILIN-Inf). Resultados: O programa de remediação das dificuldades na memória operacional e leitura (PR-MOL), foi composto por 11 tarefas que envolvem a memória operacional fonológica e visuoespacial: repetição de palavras e pseudopalavras na ordem direta e inversa; apontar as palavras na ordem direta e indireta; repetição de sequências de imagens e palavras na ordem direta e indireta; e reprodução de sequências de traçados. A partir dos resultados da aplicação do PR-MOL em um Estudo Piloto foi possível verificar aplicabilidade do programa, ou seja, as estratégias elaboradas para os escolares com dificuldades de aprendizagem podem ser generalizadas e aplicadas em escolares que apresentam déficits na memória operacional e leitura. Conclusão: O produto desta pesquisa indica que o programa estruturado de remediação com as dificuldades na memória operacional demonstrou aplicabilidade e pode auxiliar os profissionais da educação como um instrumento para intervir nos déficits na memória operacional e habilidade de decodificação da leitura apresentados pelos escolares com dificuldades de aprendizagem.
  • ItemDissertação de mestrado
    Efeitos imediatos da fonação em tubo de silicone em adultos com gagueira
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-29) Schröter, Cristine Torres; Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de [UNESP]; Moreti, Felipe Thiago Gomes [UNESP]
    Introdução: Há evidências de que o trato vocal de pessoas que gaguejam comporta-se de forma diferente em relação ao de pessoas neurotípicas. Desta forma, é necessária a intervenção fonoaudiológica com estratégias terapêuticas que visem o relaxamento desta musculatura. A fonação em tubos tem sido descrita como um exercício de trato vocal semiocluído, que pode promover melhora no ajuste vocal fonte-filtro. Entretanto há uma lacuna na literatura quanto aos efeitos imediatos desta técnica vocal em pessoas que gaguejam. Objetivo: Verificar os efeitos imediatos da fonação em tubo de silicone na fluência de adultos que gaguejam. Método: Trata-se de um estudo prospectivo analítico. Participaram 20 adultos, de ambos os sexos, na faixa etária de 19 a 43 anos. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, todos os adultos foram submetidos à avaliação da fluência da fala e ao Questionário de Autopercepção da Fala e Fluência (QAPFF) em dois momentos, antes e depois da execução da técnica de fonação em tubo. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial utilizando-se o software SPSS 29.0. Resultados: Do momento pré para o momento pós técnica houve redução significativa no total de disfluências típicas da gagueira (DTG) (p=0,025), e uma proporção significativamente maior para a sensação de melhora nas percepções de esforço (p=0,011), tensão (p=0,008) e confiança (p=0,026). Não foram encontradas diferenças significativas, em função do momento da avaliação, no total de outras disfluências (OD), no total de disfluências (TD), na quantidade de cada tipologia de disfluência e na taxa de elocução manifestada por adultos que gaguejam. Quanto às proporções das sensações de o quanto se gaguejou e de ter sentido a fala mais fácil não foram observadas diferenças estatisticamente significantes. Conclusões: Os efeitos imediatos da fonação em tubo de silicone foram positivos na fluência e na autopercepção dos adultos que gaguejam, reduzindo as disfluências típicas da gagueira, e aumentando as sensações de menos esforço, menos tensão e mais autoconfiança ao falar.
  • ItemDissertação de mestrado
    Qualidade do sono de crianças com gagueira
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-10-27) Couto, Maria Clara Helena do; Pinato, Luciana [UNESP]; Oliveira, Cristiane Moço Canhetti de [UNESP]
    Introdução: Estudos anteriores têm destacado a alta prevalência de distúrbios do sono (DS) em indivíduos com gagueira, os quais já enfrentam desafios significativos em termos de qualidade de vida, abrangendo áreas como vitalidade, dor, cognição, funcionamento social e emocional, que, por sua vez, podem ser agravados pela presença de DS. Até o momento, os estudos que investigaram os problemas de sono em crianças com gagueira basearam-se em dados populacionais, revelando um risco considerável de distúrbios do sono. Apesar da relevância dessas descobertas, ainda não foram utilizadas nesta população escalas validadas ou instrumentos objetivos para avaliar de forma abrangente os parâmetros e distúrbios do sono. Objetivo geral: Investigar características do sono de crianças com gagueira e possíveis relações com a fluência de fala e com a gravidade da gagueira. Método: Estudo transversal, no qual participaram 51 crianças divididas em dois grupos: Grupo Comparativo (GC) composto por 21 crianças com desenvolvimento típico, e Grupo Pesquisa (GP) composto por 30 crianças com gagueira. A presença de distúrbios de sono foi investigada por meio da Escala de Distúrbios de Sono em Crianças (EDSC) e os parâmetros de sono: Tempo de sono, Latência, Eficiência de sono e tempo de microdespertares foram investigados por meio do uso de actígrafos. No GP os participantes foram submetidos à avaliação da fluência e classificação da gravidade da gagueira por meio do SSI - (Stuttering Severity Instrument). Para a análise dos dados foi utilizado o software estatístico SPSS Statistics 28.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). Resultados: O GP apresentou maiores escores de indicativo de distúrbios de sono do que o GC no Escore total da EDSC, e nas subescalas distúrbio de início e manutenção do sono (DIMS), distúrbio respiratório do sono (DRS), distúrbio de transição sono-vigília (DTSV) e sonolência excessiva diurna (SED). O grupo pesquisa apresentou maiores percentuais de indivíduos com indicativo de distúrbios de sono (43%), incluindo o DRS e a hiperidrose do sono (HS). A análise por actigrafia mostrou que o GP apresentou maior tempo de latência de sono e menor eficiência de sono do que o GC. Não foram encontradas correlações entre os parâmetros de sono e os de gravidade da gagueira. Por outro lado, a latência de sono apresentou correlação com as outras disfluências. Houve baixa confiabilidade na comparação do tempo de sono entre o relato dos responsáveis pela criança e a actigrafia. Conclusões: Os resultados deste estudo destacam a presença significativa de distúrbios de sono em crianças com gagueira. Os indicativos de distúrbios, especialmente o distúrbio respiratório do sono (DRS), hiperidrose do sono (HS) e distúrbio de início e manutenção do sono (DIMS), frequentes nessa população, ressaltam a importância de avaliar e abordar questões de sono em crianças com gagueira. Além disso, a análise por actigrafia demonstrou que essas crianças experimentam uma maior demora para iniciar o sono e uma menor eficiência de sono. Não foram encontradas correlações significativas entre os parâmetros de sono e a gravidade da gagueira. No entanto, observou-se uma correlação entre a latência de sono e outras disfluências. O estudo também revelou uma baixa concordância entre o tempo de sono relatado pelos responsáveis das crianças e as medições da actigrafia.
  • ItemDissertação de mestrado
    Desvio padrão, variação de amplitude e variação da frequência fundamental ao longo da vida
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-09-15) Toledo, Willians Walace Fante; Fabbron, Eliana Maria Gradim [UNESP]
    Introdução: Ao longo da vida, é possível observar variações nos padrões vocais através das análises acústicas da voz. Objetivo: Verificar as mudanças de determinados parâmetros de análise acústica, relacionados à frequência fundamental, nos diferentes ciclos de vida de falantes do português brasileiro vocalmente saudáveis. Método: Foram incluídas 526 gravações de voz de sujeitos sem queixa e alteração vocal, com idade entre 5 e 93 anos. As gravações foram divididas em 12 grupos etários (5 a 7 anos; 8 a 9; 10 a 11; 12; 13 a 15; 16 a 18; 19 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69 e 70 a 93 anos). Foi realizada a análise acústica a partir da emissão sustentada da vogal /a/, extraindo os parâmetros: Desvio Padrão da Frequência Fundamental (dp fo),Variação da frequência fundamental (vfo) e Variação de Amplitude (vAm) por meio do software Multi Dimensional Voice Program. O teste Two-Way ANOVA foi utilizado para investigar possíveis diferenças entre os grupos etários, seguido do teste post-hoc Sidak. Resultados: Para a comparação entre os grupos etários, os sujeitos apresentaram valores de dp fo, vfo e vAm estatisticamente maiores para a população infantil em relação aos adultos e idosos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para a população idosa, embora esta tenha apresentado alguns valores numericamente mais elevados em relação à população adulta. Para a comparação entre os sexos, as mulheres apresentaram valores estatisticamente maiores que os homens para as medidas de de dp fo e vAm. Conclusão: As medidas de dp fo, vfo e vAm modificaram-se da infância à terceira idade em falantes vocalmente saudáveis, embora de forma irregular e com poucas modificações no envelhecimento. Tais medidas encontram-se elevadas para a população infantil e permanecem estáveis na população adulta. As variáveis não foram sensíveis para indicar mudanças que apontassem um pico do processo de envelhecimento, com poucas modificações. Homens e mulheres apresentam comportamentos distintos para as medidas dp fo e vAm, sendo que as mulheres apresentam valores, em média, mais elevados. Foi possível reportar valores médios para indivíduos vocalmente saudáveis, falantes do português brasileiro, para todas as faixas etárias.
  • ItemDissertação de mestrado
    Classificação da nasalidade de fala de indivíduos com fissura labiopalatina com escalas ordinais distintas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-07-21) Carmo, Gisele Andressa Fonseca do; Marino, Viviane Cristina de Castro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A avaliação perceptivo-auditiva é considerada “padrão-ouro” para classificação dos sintomas de fala, incluindo a hipernasalidade. No entanto, esta avaliação é subjetiva e pode ser influenciada por fatores internos e/ou externos ao avaliador. Dentre as estratégias propostas para diminuir a subjetividade desta avaliação e, consequentemente, aumentar a confiabilidade das análises, destaca-se a utilização de escalas padronizadas. Embora a escala de 4 pontos é amplamente recomendada para fins clínicos e de pesquisa, alguns estudiosos argumentam que o uso de escala reduzida pode favorecer análises de ouvintes não experientes. Objetivo: Investigar a classificação da hipernasalidade de fala por ouvintes não experientes, acadêmicos em Fonoaudiologia, usando escala de intervalos de 3 e 4 pontos e verificar se estes resultados variam de acordo com a ordem das classificações realizadas. Verificar, ainda, a concordância dos ouvintes em relação ao padrão-ouro e, também, a concordância intra-avaliador utilizando as duas escalas. Método: Vinte alunos classificaram a hipernasalidade de amostras orais de fala usando escala de 4 pontos (1= hipernasalidade ausente, 2= hipernasalidade leve, 3= hipernasalidade moderada, 4= hipernasalidade grave) e 3 pontos (1= hipernasalidade ausente, 2= pouco hipernasal, 3= muito hipernasal). Os alunos foram divididos, aleatoriamente, em dois grupos (G1 e G2). G1 realizou a classificação de 40 amostras de fala contendo diferentes graus de hipernasalidade utilizando a escala de 4 pontos e, após duas semanas, utilizando a escala de 3 pontos. G2 realizou as mesmas classificações, porém em ordem inversa. Os dados foram coletados de forma remota, através de um formulário Google e compilados em uma planilha Excel. A porcentagem de acertos das análises dos alunos, em relação à avaliação padrão-ouro, por grupo (G1 e G2) e escala (4 pontos e 3 pontos) foram obtidos. A comparação do percentual médio de acertos (por grupo) foi realizada pela Anova de medidas repetida mista para analisar o efeito do grupo (ordem de apresentação das escalas), fator (grau da escala) e interação (grupo versus fator) com comparações Pós-Hoc feitas pelo teste de Bonferroni. O coeficiente Kappa foi obtido para análise de concordância dos alunos, em relação ao padrão-ouro e, também, para concordância intra-avaliador. Além disso, a comparação do percentual de concordância foi realizada pela Anova de medidas repetida mista para analisar o efeito do grupo (ordem de apresentação), fator (escala) e interação (grupo versus fator) com comparações Pos-Hoc feitas pelo teste de Bonferroni. Resultados: A porcentagem média de respostas corretas dos alunos, em relação à avaliação padrão-ouro, foi significativamente maior para a escala de 3 pontos do que para a escala de 4 pontos. Não houve interação significativa entre grupo (ordem de apresentação) e fator (escala) para o percentual de acerto das classificações, sugerindo que a ordem das classificações realizadas utilizando as escalas não influenciou os resultados. A concordância dos alunos, em relação à avaliação padrão-ouro foi regular (Kappa=0, 375) para a escala de 4 pontos e moderada para a escala de 3 pontos (Kappa=0, 491), sugerindo maior confiabilidade nas análises realizadas com a escala de 3 pontos. A porcentagem média de concordância das análises intra-avaliador foi significativamente maior para a escala de 3 pontos do que para a para escala de 4 pontos. Não houve interação significativa entre grupo (ordem de apresentação) e fator (escala) para o percentual das classificações intra-avaliador, sugerindo novamente que a ordem das classificações realizadas utilizando as escalas não influenciou os resultados. Além disso, o índice de coeficiente Kappa (k) mostrou concordância intra-avaliador mais favorável para a escala de 3 pontos do que para 4 pontos. Conclusão: A escala reduzida favoreceu a classificação da hipernasalidade de fala pelos ouvintes sem experiências e, portanto, pode ser considerada uma importante estratégia para favorecer as avaliações iniciais de acadêmicos em Fonoaudiologia durante sua formação.
  • ItemDissertação de mestrado
    Desempenho no vocabulário receptivo e expressivo de crianças com Transtorno do Espectro Autista
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-28) Nogueira, Marcela Leme; Giacheti, Celia Maria [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Crianças com Transtornos do Neurodesenvolvimento, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem apresentar alterações na linguagem oral receptiva e/ou expressiva, nos subsistemas semântico, fonológico, sintático e/ou pragmático, tanto o vocabulário receptivo, quanto o expressivo são componentes do subsistema semântico, e é fundamental para identificar o espectro fenotípico de crianças com transtornos de linguagem oral. Objetivo: Investigar e comparar o desempenho do vocabulário receptivo e do expressivo de crianças com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) com o de crianças com desenvolvimento típico de linguagem. Material e métodos: Participaram deste estudo 60 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 6 anos e 11 anos e 08 meses, subdivididos em dois grupos. O Grupo 1 (Grupo TEA) foi composto por 30 crianças com diagnóstico de TEA, independente do grau de comprometimento. O Grupo 2 (Grupo Comparativo) foi composto por 30 crianças pareadas por sexo e faixa etária, com desenvolvimento típico de linguagem. Para investigação do desempenho do vocabulário receptivo e expressivo, foram utilizados os testes Receptive One-Word Picture Vocabulary Test, fourth edition (ROWPVT-4) e o Expressive One-Word Picture Vocabulary Test, fourth edition (EOWPVT-4). Os dados foram descritos em: (1) média ± erro padrão da média dos escores dos testes ROWPVT-4 e EOWPVT-4; (2) comparação das variáveis intragrupos analisados por teste T de Student; (3) comparação das variáveis intergrupo analisadas por Kruskal-Wallis; (4) análise de coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: O grupo TEA apresentou desempenho inferior tanto no vocabulário receptivo quanto no expressivo, quando comparado com crianças com desenvolvimento típico. Na comparação intragrupo, considerando-se os três níveis de TEA, no desempenho no vocabulário receptivo e no expressivo, observou-se que há diferença entre vocabulário receptivo e expressivo nas crianças do nível 1, com desempenho superior no vocabulário receptivo; já nas crianças dos níveis 2 e 3 não há diferença porque ambos apresentam desempenho inferior. Quando realizada análise intergrupos nas subdivisões em níveis de gravidade do TEA (nível 1, 2 e 3), obteve-se resultados diferentes tanto na avaliação do desempenho do vocabulário receptivo, quanto expressivo. Houve correlação negativa entre a pontuação obtida na ATA e o desempenho no vocabulário receptivo e noexpressivo de crianças com TEA. Conclusão: O Grupo TEA, quando comparado ao grupo de crianças com desenvolvimento típico de linguagem, apresentou desempenho inferior tanto no vocabulário receptivo quanto no expressivo. Na análise intergrupos constatou-se que o grupo de crianças com TEA nível 1 apresentou escores superiores quando comparados ao grupo de crianças com TEA nível 2 e 3. O grupo de crianças com TEA nível 2 também apresentou escores superiores ao grupo com TEA nível 3. Isto é, quanto maior o grau de comprometimento do TEA, menor o desempenho do vocabulário receptivo e do expressivo da linguagem.
  • ItemDissertação de mestrado
    Escuta e discurso: um espaço de significação para as hesitações na fala sintomática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-19) Longo, Juliana Bonatto; Jurado Filho, Lourenço Chacon [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Afastando-nos do olhar predominante para os sintomas de linguagem como erros patológicos, atipias ou desvios, os entendemos como possibilidade de produção de sentidos na constituição subjetiva. Apoiados na Análise do Discurso (PÊCHEUX, 1969; PÊCHEUX, 1975) com pontuações da psicanálise (LACAN, 1992), detivemonos na escuta de uma terapeuta para as hesitações da fala sintomática de uma criança, entendidas como indícios de subjetividade, na medida em que mostram, linguisticamente, momentos de instabilidades pré-consciente/inconscientes do sujeito com o (seu) dizer. Tivemos como hipótese que sua escuta para tais momentos seria discursivamente orientada – no sentido de que seria sócio-historicamente construída. A partir do conceito de escuta de Barthes (1976), tivemos como objetivo geral refletir, sob ótica linguístico discursiva, sobre o lugar teórico-metodológico do terapeuta de linguagem para a escuta das hesitações nessa fala sintomática. Decorreram desse objetivo geral, os seguintes objetivos específicos: (i) descrever, em registros de sessão de terapia fonoaudiológica, os momentos em que ocorreram hesitações na fala da criança; e (ii) observar, na terapeuta que a acompanhava, os recursos linguístico-discursivos que indiciariam o lugar teórico-metodológico em que escutava esses momentos de hesitação. Para o desenvolvimento deste estudo, foram utilizados registro filmado e transcrito de uma sessão de fonoterapia de uma criança do sexo feminino, com diagnóstico médico de Psicose Precoce e diagnóstico fonoaudiológico de Distúrbio de Linguagem, atendida individualmente por uma estagiária do Centro de Educação e Saúde da FFC/Unesp (o CEES). A estratégia verbal utilizada foi a conversação dirigida e semidirigida pela terapeuta em contexto de atividades lúdicas. Sobre os resultados, destacam-se: quanto ao primeiro objetivo, foi feita a quantificação dos enunciados com e sem hesitações e a descrição/caracterização dos enunciados que apresentavam hesitações. Os enunciados sem marcas hesitativas configuraram 80% da amostra, sendo, pois, classificados como “fluentes” na literatura predominante no campo da Fonoaudiologia. Já 20% dos enunciados apresentaram marcas hesitativas – ou, sob a perspectiva assumida, indícios mostrados de subjetividade. Quanto ao segundo objetivo, realizamos recortes da transcrição da sessão de terapia (que entendemos como processo discursivo) dos quais constavam hesitações. Dentre os cinco recortes analisados, em quatro deles, observamos características da prevalência da escuta da terapeuta a partir do lugar teórico/ideológico/metodológico que a orientava, ou seja, apesar de “ouvir”, em termos fisiológicos, e decodificar (BARTHES, 1976) o que a criança dizia, sua escuta permaneceu “colada” ao plano “pragmático” do processo, ocupando o lugar teórico e ideológico que a constituía como tal, ou seja, o de quem está no processo para ensinar a criança a brincar com os brinquedos com "funcionalidade". Em apenas um dos recortes, pudemos observar um deslocamento do lugar de interpelação da terapeuta, em que, brevemente, pela porosidade de sua escuta aos indícios do desejo do sujeito, atribuiu a ele um lugar de sujeito falante/desejante. Concluindo, reconhecer a singularidade da fala do sujeito poderia promover uma escuta capaz de apreender algo sobre os processos de constituição do sujeito da/na linguagem e sobre como os sintomas de linguagem – no caso deste estudo, as hesitações – indiciariam esses processos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise da generalização estrutural silábica na terapia fonológica com e sem estratégia de gamificação mediada por tecnologia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-31) Silva, Thalia Freitas da; Berti, Larissa Cristina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A generalização estrutural é um dos critérios mais importantes e mais utilizados para estabelecer a eficácia terapêutica em sujeitos com Transtorno Fonológico (TF), uma vez que sua finalidade é ampliar a produção e uso correto dos fonemas-alvo treinados para outros contextos ou ambientes não treinados. Contudo, o processo terapêutico tem como desafio motivar sujeitos com TF na realização de atividades que envolvam a habilidade em que eles têm maior dificuldade: a produção de fala. Assim, o uso de estratégia de gamificação mediada pela tecnologia pode ser uma ferramenta de engajamento que pode favorecer a ocorrência de generalizações. Todavia, não há um consenso sobre o benefício do uso de tais estratégias na terapia fonológica (JESUS et al., 2019; PEREIRA; BRANCALIONI; KESKE-SOARES, 2013; WREN; ROULSTONE, 2008). Objetivo: comparar a generalização estrutural na terapia fonológica associada à estratégia de gamificação com e sem o uso da tecnologia. Método: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o protocolo nº 4.615.118. Participaram do estudo 15 sujeitos de 4:3 a 8:9 de idade que apresentavam o processo fonológico de substituição de líquida não lateral por lateral (/ɾ/ por [l]). Os sujeitos foram randomizados em dois grupos: terapia fonológica associada à gamificação convencional (grupo controle - GC) e terapia fonológica associada à estratégia de gamificação mediada por computador (grupo gamificação - GG). A intervenção fonológica compreendeu, para ambos os grupos, 16 sessões compostas por etapas de percepção e produção de fala. Os grupos se diferenciaram apenas na etapa de percepção no outro (os sujeitos realizaram percepção auditiva-visual imediatamente após a produção de fala dos sons-alvo pela terapeuta). Ao final de cada sessão, foram registrados os desempenhos da produção de fala dos sujeitos (% de acerto) para cada etapa terapêutica, a partir de 30 palavras-alvo e 30 palavras-sondagem. Na análise, foram comparadas as condições pré e pós-terapia considerando os valores de PCC-R (porcentagem de consoantes corretas - revisado), fones e fonemas do sistema fonético-fonológico e produção de palavras-alvo e palavras-sondagem. Resultados: Em todos os parâmetros mensurados, valores de PCC-R, porcentagem de acerto de produção correta de palavras-alvo e palavras-sondagem, número de fones e número de fonemas do sistema fonético-fonológico. Houve diferença estatística apenas entre as condições pré e pós-terapia, mas não houve diferença entre os tipos de grupos. Conclusão: independentemente do tipo de grupo, mediada ou não por estratégias de gamificação tecnológica, todos os sujeitos apresentaram melhor desempenho na condição pós-terapia. Uma importante implicação terapêutica refere-se à possibilidade do uso de estratégia de gamificação com o uso do computador com resultados semelhantes ao da terapia com a gamificação convencional.
  • ItemDissertação de mestrado
    Relação entre percepção e produção de fala em crianças com transtorno fonológico durante o processo de intervenção fonoaudiológica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-28) Ribeiro, Grazielly Carolyne Fabbro; Berti, Larissa Cristina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Intervenções fonoaudiológicas baseadas em abordagens fonológicas são altamente eficazes para crianças com Transtorno Fonológico (TF), pois propõem o trabalho com habilidades de percepção e produção de fala, que estão — de alguma forma — relacionadas. Estudos sobre a natureza desta relação trazem ainda resultados pouco conclusivos, visto desempenhos distintos que crianças com TF manifestam nessas habilidades. Contudo, deve ser considerada nessa análise, como também no processo terapêutico, outros níveis perceptuais, como a percepção da própria fala da criança. Objetivo: Comparar e correlacionar a acurácia dos desempenhos em percepção da fala do terapeuta (percepção no outro), percepção da própria fala da criança (percepção em si) e produção de fala em crianças com TF no processo de intervenção fonoaudiológica. Método: Selecionadas 16 crianças com TF, apresentantes do processo de substituição de líquidas (/ɾ/ → [l] ou /l/ → [ɾ]) e inclusas em um programa de intervenção — aplicado pelas autoras do estudo — composto por dezesseis sessões que envolveram etapas de: 1) pré-terapia; 2) percepção no outro; 3) percepção em si; 4) produção de fala; 5) e pós-terapia. Considerando os desempenhos percentuais registrados pelas terapeutas presencialmente nas etapas de percepção no outro e percepção em si; e os desempenhos percentuais das produções de palavras-alvo (isto é, palavras trabalhadas em terapia) e produção de palavras-sondagem (isto é, palavras não trabalhadas em terapia) extraídas de gravações, julgadas por três juízes, a análise estatística inferencial consistiu em teste ANOVA de medidas repetidas, post-hoc de Tukey e teste não-paramétrico de correlação de Spearman (α<0,05). Resultados: Os resultados evidenciaram que os desempenhos nas habilidades perceptuais (no outro e em si), quando comparados aos desempenhos na habilidade de produção de fala se mostraram diferentes para todas as crianças, mas, apesar desta diferenciação, foi possível encontrarmos uma correlação entre percepção no outro e produção de palavras-alvo, bem como uma correlação entre percepção em si e produção de palavras-alvo e palavras-sondagem, indicando assim que o bom desempenho da criança na etapa de percepção no outro eleva seu desempenho na produção de palavras trabalhadas em terapia, enquanto o bom desempenho da criança na etapa de percepção em si, consegue elevar tanto o seu desempenho na produção de palavras trabalhadas quanto não-trabalhadas em terapia, enfatizando assim, a “percepção em si” como uma habilidade complexa e valiosa, capaz de gerar impactos importantes para a generalização em terapia. Conclusão: É de extrema importância o trabalho das habilidades de percepção de fala nas intervenções em crianças com TF, principalmente a habilidade de percepção em si que deve ser valorizada na elaboração de planos terapêuticos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Tradução e adaptação transcultural da “Yale Pharyngeal Residue Severity Rating Scale” para a língua portuguesa do Brasil
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-09) Venite, Roberta Seabra; Onofri, Suely Mayumi Motonaga [UNESP]; Pernambuco, Leandro de Araújo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Desde a década de 1990, verifica-se uma crescente importância na identificação dos resíduos faríngeos localizados em valéculas e/ou recessos piriformes, durante a avaliação da videoendoscopia da deglutição (VED) e, possivelmente, associado à maior ocorrência de penetração e aspiração traqueal do alimento. No entanto, observa-se uma escassez de instrumentos que determinam a presença de resíduos, devidamente submetidos ao processo de validação, principalmente em âmbito nacional. Desta forma, tornam-se necessárias a tradução e a adaptação de instrumentos internacionais que auxiliem no diagnóstico e tratamento da disfagia orofaríngea. Objetivo: Traduzir e adaptar transculturalmente para a língua portuguesa do Brasil a “Yale Pharyngeal Residue Severity Rating Scale” (YPRSRS). Método: Estudo metodológico aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (nº 5.166.256). Foram realizadas as seguintes etapas: tradução, síntese das traduções, aplicabilidade/equivalência operacional, retrotradução, síntese das versões traduzidas e síntese final. Resultados: Quanto à análise da síntese na etapa das traduções, levando em consideração os aspectos linguísticos de clareza e da semântica, não foram observadas discrepâncias entre as traduções realizadas pelos profissionais e as versões retrotraduzidas, sendo consideradas adequadas pela equipe de especialistas. Quanto à análise da viabilidade, abrangência e diagramação da escala, todos os itens foram considerados adequados pelos avaliadores. Na etapa de retrotradução, as versões se uniformizaram. Conclusão: O processo de tradução e adaptação transcultural da YPRSRS foi concluído e encontra-se pronto para as próximas etapas do processo de validação.
  • ItemDissertação de mestrado
    Percepção de indivíduos adultos perante modificação na consistência da dieta no manejo da disfagia orofaríngea
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-23) Pedroni, Livia Andressa Lima; Silva, Roberta Gonçalves da [UNESP]; Detregiachi, Cláudia Rucco Penteado; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A disfagia orofaríngea (DO) é um sintoma presente em distintas patologias e acomete aproximadamente 8% da população mundial. A DO resulta em risco potencial para a condição pulmonar e nutricional, e algumas das recomendações comumente utilizadas no manejo da DO, como a modificação na consistência da dieta, pode impactar aspectos biopsicossociais do indivíduo com piora na qualidade de vida do mesmo. Objetivo: Este estudo teve por objetivo descrever o impacto da modificação da consistência da dieta no âmbito biopsicossocial do indivíduo adulto com disfagia orofaríngea. Método: Realizado estudo de revisão integrativa. Foram utilizadas definições operacionais e realizada pesquisa bibliográfica em distintas bases de dados como Pubmed, Psycinfo e Cochrane. Dois avaliadores independentes e cegos realizaram a seleção dos estudos utilizando a plataforma Rayan e as divergências foram definidas por um terceiro avaliador. Também cego aos resultados entre avaliadores. A extração de dados foi realizada somente por um avaliador. Resultados: A busca resultou em 1.017 resumos selecionados para a leitura. Foram retirados 59 resumos duplicados, totalizando então 958 resumos. Dos 958 resumos lidos, o avaliador 1 (LAL) excluiu 687 e incluiu 271 e o avaliador 2 (JS) excluiu 753 e incluiu 205 resultando em 158 conflitos, sendo que o terceiro avaliador (RGS) incluiu 25 e excluiu 133. Assim, 184 resumos foram selecionados para a leitura do artigo na íntegra. Destes, foram excluídos 176 e incluídos oito artigos para este estudo. Foram encontrados negativos aspectos biopsicossociais como isolamento social e perda do prazer em comer. Conclusão: Nos indivíduos adultos com disfagia orofaríngea deste estudo a modificação de consistência da dieta ocasionou impacto negativo em distintos aspectos biopsicossociais.
  • ItemDissertação de mestrado
    Estudo de revisão sistemática sobre o impacto da pandemia sobre a aprendizagem no Brasil e no mundo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-08) Amorim, Liliane da Veiga Silva; Germano, Giseli Donadon [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Com a pandemia do COVID-19, foi necessário adotar medidas de saúde pública, incluindo a adoção do ensino remoto e a modificação das práticas e experiências educativas de pais e/ou responsáveis e professores. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática e analisar o impacto da pandemia na aprendizagem de escolares nos primeiros anos de alfabetização, de acordo com as experiências e práticas de pais e/ou responsáveis e professores. Esta revisão sistemática baseia-se no método PRISMA e as questões norteadoras da estratégia PICO. Foram utilizadas as bases de dados PubMed, LILACS, Scopus, SciELO, Embase e Web of Science. Os critérios de seleção envolveram os descritores “ensino fundamental”, “COVID-19”, “ensino fundamental”, “pandemia” e “ensino fundamental”, “SARS-CoV-2. Foram considerados para os critérios de inclusão: períodos abril de 2020 a abril de 2022 e setembro de 2021 a agosto de 2022; artigos completos e disponíveis gratuitamente para visualização e download; artigos publicados em periódicos; artigos publicados nos seguintes idiomas: português e inglês; artigos relacionados à metodologia de ensino e estratégias utilizadas por pais e/ou professores durante a pandemia de COVID-19 e, por fim, artigos que incluam em sua amostra escolares típicos de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I (séries iniciais de alfabetização). Como critérios de exclusão, foram considerados: artigos que não tenham relação com o tema ou que fujam da temática sobre aprendizagem e pandemia; artigos cujo contexto, temática ou amostra não seja voltado para as séries iniciais do ensino fundamental I; artigos duplicados; artigos com outros temas e /ou populações e artigos com temas biológicos. Foram selecionados 130 estudos e, após a aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão, 6 estudos foram analisados. Os estudos utilizaram entrevistas e questionários dirigidos a pais e/ou responsáveis, professores e alunos e foram realizados em vários países: um na Arábia Saudita, dois na Indonésia, um nos Estados Unidos da América, um no Canadá e um na China. Os estudos foram classificados como nível de evidência 4 (estudos de resultados clínicos). Como pontos comuns, a maioria dos pais e/ou responsáveis estava estressada, sobrecarregada e despreparada para apoiar seus filhos durante o aprendizado remoto. Os professores também mencionaram dificuldades, como a falta de apoio e capacitação, que afetaram suas práticas. Concluiu-se que dos 130 artigos selecionados, 6 seguiram os critérios de inclusão e exclusão deste estudo, sendo estudos de resultados clínicos, os quais indicaram dificuldades parentais e de professores.
  • ItemDissertação de mestrado
    Programa de formação continuada sobre processamento auditivo central para professores do ensino fundamental I
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-10) Avanzi, Amanda Maião Franklin; Cardoso, Ana Cláudia Vieira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objetivo do estudo foi desenvolver um programa de formação continuada para professores do ensino fundamental para capacitá-los sobre a temática Processamento Auditivo Central e seu transtorno. Trata-se de um estudo exploratório de corte transversal, que contou com a participação de 40 professores do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) da rede pública de educação municipal do interior paulista. O programa de formação continuada ocorreu em cinco encontros, com duas horas de duração, realizado no Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo. Neste programa foram abordadas as seguintes temáticas: sistema auditivo periférico e central, definição de processamento auditivo central e seu transtorno, avaliação e diagnóstico, tratamento e orientações aos profissionais. Para se verificar a eficácia do programa foi elaborado um questionário. Este instrumento era composto por 18 questões, sendo que as 7 primeiras eram de identificação e as 11 restantes investigavam o conhecimento específico sobre processamento auditivo central. Esse questionário foi aplicado, no primeiro e no último encontro, por meio da ferramenta digital Google Forms. Foram utilizados o teste de correlação de Spearman e o teste qui-quadrado. Resultados: A análise dos resultados demonstrou que a maioria dos professores eram do sexo feminino (87,5%), com média de idade de 45,1 anos. Verificou se a eficácia do programa de formação comparando o desempenho dos professores no primeiro e segundo questionários respondidos, pré e pós formação, e se observou que houve um aumento no conhecimento dos professores pós formação. De forma complementar, se realizou a análise qualitativa das respostas, de cada professor, e se correlacionou a pontuação de cada questão pré e pós formação, o percentual de acertos de cada questão e a pontuação final de cada professor, nas etapas pré e pós formação e as variáveis tempo de atuação e idade com a pontuação final pré e pós formação. Portanto, conclui-se que o curso de formação foi de suma importância para o aumento do conhecimento dos professores bem como contribuiu para que estes puder ter vivência com o tema e se sentirem mais habilitados para o trabalho com seus alunos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Telefonoaudiologia em saúde auditiva: experiência de manejo em pacientes pós covid-19
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-30) Machado, Milena Sonsini; Frizzo, Ana Claudia Figueiredo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A pandemia, ocasionada pelo Covid-19, gerou problemas de saúde a nível mundial e sequelas, como queixas auditivas, após a exposição ao vírus. Para a diminuição dessa exposição, ressalta-se a importância da telessaúde, que é definida como consulta que ocorre de forma remota e simultânea e abrange a área da Fonoaudiologia. Visto a necessidade da realização da assistência integral à saúde durante a pandemia, a autora dessa dissertação vivenciou a telefonoaudiologia e fez parte do projeto e-Care Sentinela, que tem como objetivo promover a telessaúde em uma rede virtual multidisciplinar de apoio para a população unespiana com sequelas auditivas pós-covid. Objetivo: Identificar as principais queixas e sintomas auditivos/vestibulares autorrelatados em pacientes pós Covid-19, por teleatendimento e descrever a experiência em telefonoaudiologia. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo observacional. Foram incluídos 14 adultos jovens, de ambos os sexos com queixas auditivas pós Covid-19, com compreensão preservada e com facilidade no manejo de tecnologias digitais, acesso à internet e computadores/smartphones. O estudo foi dividido em duas etapas: primeiro e segundo teleatendimento. Como procedimento foi realizado anamnese, questionário de perda auditiva auto-referida e autoavaliação (HHIA Hearing Handicap Inventory for the Adults; DHI-Dizziness Handicap Inventory; TDI-Tinnitus Handicap Inventory, todos na versão em português) e orientações. Resultados: As queixas mais comuns dentre os participantes do estudo no primeiro momento de teleatendimento foram tontura (71.43%), dificuldade em ouvir e zumbido (64.29%). Já no segundo teleatendimento, a queixa de maior relato foi dificuldade para ouvir (62.5%), seguido de zumbido (50%) e por fim tontura (12.5%). Em relação à pontuação dos questionários, no primeiro teleatendimento o resultado do HHIA foi 33,7; DHI: 24,6 e THI: 37,0 pontos. Já no segundo teleatendimento, obteve-se os seguintes resultados HHIA: 23,0; DHI: 0; THI: 29 pontos. Também foram fornecidas orientações sobre as queixas autorrelatadas por cada indivíduo, para melhoria da saúde geral, como alimentação, higiene do sono, e saúde mental, além das orientações específicas de acompanhamento de saúde especializado. Conclusão: A experiência de telefonoaudiologia, em saúde auditiva no manejo dos pacientes pós-covid 19 foi positiva e promoveu um melhor conhecimento dos sintomas audiovestibulares, assistência integral em saúde, bem como o alívio desses sintomas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Programa de estimulação com a fluência da leitura oral para escolares do 1º e 2º ano do ensino fundamental I: elaboração e aplicabilidade
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-17) Moura, Rebeka Fabri Bonfim [UNESP]; Capellini, Simone Aparecida [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Plano Nacional de Alfabetização (PNA) propõe como competências específicas de Língua Portuguesa para o ensino fundamental, a leitura com fluência e compreensão desde o 1º ano do Ensino Fundamental I, entretanto, estas competências nem sempre são trabalhadas no contexto de sala de aula. Objetivo: Elaborar e verificar a aplicabilidade um Programa de Estimulação com a Fluência da Leitura Oral para escolares do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I baseado no Método Currículo Baseado em Medidas (CBM). Método: Este estudo foi desenvolvido em duas fases, sendo a fase 1 voltada para a elaboração do Programa de Estimulação com a Fluência da Leitura Oral, a partir da revisão de literatura, a fim de verificar quais os estudos que utilizaram programas de estimulação com a fluência oral de escolares em fase inicial de alfabetização, bem como as suas atividades e tipo de estímulos utilizados. Nesta fase também foi realizado o estudo piloto com a aplicação do programa elaborado com 13 crianças para verificar a aplicabilidade do programa elaborado. A fase 2 foi voltada para verificar a eficácia educacional do Programa de Estimulação com a Fluência da Leitura Oral em 82 escolares de ambos os sexos, na faixa etária de 6 anos a 7 anos e 11 meses, divididos em Grupo I (GI), composto por 44 escolares matriculados no 1º ano e Grupo II (GII) composto por 38 escolares matriculados no 2º ano do Ensino Público Fundamental I. Todos os escolares foram submetidos a aplicação do Teste de Desempenho Escolar II (TDE) e a Avaliação do Desempenho em Fuência de Leitura (ADFLU) em situação de pré e pós-testagem. O programa aplicado foi composto pelo módulo rastreio e pelo módulo sessões coletivas.Os resultados foram analisados estatisticamente objetivando verificar as diferenças dos desempenhos dos grupos nos dois momentos de avaliação, pré e pos-testagem. Resultados: Os resultados revelaram diferença significante no desempenho dos escolares do GI e GII submetidos ao programa de estimulação desenvolvido neste estudo, revelando desempenho superior na pós-testagem em comparação a pré-testagem nas provas de nomeação de letras, síntese fonêmica, leitura de palavras isoladas e textos. Foi possível verificar que o Programa de Estimulação da Fluência de Leitura Oral desenvolvido neste estudo demonstrou a eficácia do programa. Conclusão: A partir do levantamento bibliográfico e das informações coletadas e analisadas na fase 1 deste estudo, foi possível elaborar um Programa de Estimulação com a Fluência de Leitura Oral para escolares do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I baseado no Método CBM. Na fase 2 foi possível verificar a eficácia e a aplicabilidade do programa elaborado na fase 1 e foi possível concluir que as estratégias selecionadas para o programa de estimulação são eficazes e podem ser aplicadas em escolares do 1º e 2° ano do Ensino Fundamental I tanto no contexto educacional, como no contexto clínico, auxiliando no processo de ensino aprendizagem de escolares em anos inicais de alfabetização.