Teses - Fisiopatologia em Clínica Médica - FMB

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  • ItemTese de doutorado
    Estudo Doppler-ecocardiográfico da morfologia e função ventricular esquerda e direita de pacientes em programação de cirurgia bariátrica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-07-28) Cortez, Rosana Marssaro; Okoshi, Katashi [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Existem indícios da relação entre obesidade e insuficiência cardíaca com ocorrência de remodelamento estrutural, bem como evidências de anormalidades pré-clínicas da função sistólica dos ventrículos esquerdo (VE) e direito (VD). Objetivo: Avaliar as alterações na morfologia e funções sistólica e diastólica do VE e função sistólica do VD por meio de ecocardiograma convencional, associado à técnica do speckle tracking, em obesos em programação de cirurgia bariátrica e em indivíduos controles com IMC normal, ambos sem comorbidades. Metodologia: Estudo transversal caso-controle em que foram incluídos 40 pacientes obesos, com índice de massa corpórea maior que 30,0 kg/m², e 40 indivíduos não obesos, pareados para sexo e idade. Foram avaliados parâmetros clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos, com avaliação do strain longitudinal global (SLG) do VE e VD. Resultados: A avaliação das estruturas cardíacas pelo ecocardiograma mostrou que não houve diferença na fração de ejeção pelo método Teichholz entre os dois grupos. No entanto, a análise do SLG mostrou níveis reduzidos do strain no grupo obeso (p<0,001). Em relação ao VD, os valores de strain foram menores no grupo obeso (p<0,001), e houve correlação positiva entre o strain do VD e o strain do VE (r=0,507; p<0,001). Em relação aos índices que avaliam a função diastólica do VE, como a relação E/e’ média e o VAE/alt.2,7, ambos se mostraram aumentados nos indivíduos obesos, com diferença estatística significativa. A análise dos parâmetros de funções sistólica e diastólica do VE evidenciou correlação fraca entre a relação E/e’ média e o SLG, e nenhuma evidência de correlação com o VAE/alt.2,7. Não houve associação entre a função diastólica do VE e o strain do VD. Quanto aos parâmetros clínicos e laboratoriais, houve diferença estatística significativa nos valores da PAD e PAM, assim como nos níveis de glicemia e hemoglobina glicada, mais elevados nos indivíduos obesos, mas ainda dentro dos limites da normalidade. Conclusão: A obesidade está associada à elevada frequência de alteração na geometria do ventrículo esquerdo, mas com fração de ejeção normal. As técnicas contemporâneas de speckle tracking permitem evidenciar anormalidades subclínicas da função sistólica dos ventrículos esquerdo e direito, em pacientes obesos sem comorbidades associadas que possam afetar a estrutura e função cardíaca.
  • ItemTese de doutorado
    Judicialização da saúde: revisão de escopo em estratégias para o gestor público
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-07-27) Leite, Mauro Salles Ferreira; Nogueira, Vania dos Santos Nunes [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A judicialização da saúde é o fenômeno caracterizado pelo processo em que os indivíduos recorrem ao sistema judiciário para ter acesso a medicamentos e outros bens e serviços de saúde. Objetivo: O objetivo desta revisão é mapear as estratégias implementadas pelos sistemas de saúde no Brasil para lidar com o fenômeno de judicialização da saúde, a fim de racionalizar os gastos públicos e os aspectos financeiros associados, bem como se, nas estratégias adotadas de enfrentamento na judicialização da saúde, estão incluídos os princípios da saúde baseada em evidência. Métodos: Este estudo foi conduzido de acordo com a metodologia do Instituto Joanna Briggs para revisões de escopo. Os participantes por si só não foram um critério de inclusão relevante, o conceito foi a judicialização da saúde; fenômeno caracterizado pelo processo em que os indivíduos recorrem ao sistema judicial para ter acesso a medicamentos e outros bens e serviços de saúde. O termo “estratégia” aqui adotado significa qualquer atividade, ação, prática, diretriz implementada por instituições públicas ou privadas de saúde, bem como por autoridades de saúde, governo e judiciário, que teve como objetivo racionalizar os efeitos negativos da judicialização. Em relação ao contexto, foram considerados os sistemas de saúde público e privado. Estratégias de busca foram criadas e adaptadas às seguintes bases de dados eletrônicas de saúde: Embase (via Elsevier), Medline (via PubMed) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (via Biblioteca Virtual da Saúde), Web of Science, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Scopus e Google Acadêmico. Resultados: Com a remoção das duplicatas pelo software Endnote 11148 estudos tiveram o título e/ou resumo avaliados por dois revisores quando aos critérios de elegibilidade, 121 foram selecionados para leitura na íntegra, destes 79 estudos foram incluídos nesta revisão. Apenas três estudos envolveram estratégias no contexto público e privado, os demais abordam apenas os sistemas de saúde no contexto público. Nenhum dos estudos incluídos abordou os preceitos da saúde baseada em evidência como estratégia de minimizar os efeitos negativos da judicialização da saúde. As estratégias adotadas pelos gestores do sistema público 3 Resumo 3 de saúde ante os desafios propostos pela judicialização da saúde se concentram, precipuamente, em três grandes linhas mestras, ou subáreas, a saber, a informação, a mediação e a cooperação. Conclusão: A judicialização da saúde é um desafio de proporções descomunais. Não há como banalizar a magnânima relevância dos direitos nela envolvidos. Tampouco se pode olvidar que, da forma como vem se manifestando, o fenômeno projeta incontestável risco de levar ao colapso todo o sistema. Gerenciar essa crise exige, dos atores envolvidos no processo, de modo geral, e do gestor de saúde, em particular, acesso a informação adequada, e a técnicas de mediação de conflitos e de cooperação que permitam estabelecer um diálogo em permanente sintonia não apenas com os legítimos interesses de postulações cientificamente embasadas, mas também com as possibilidades reais do sistema.
  • ItemTese de doutorado
    Cardiotoxicidade subclínica tardia em pacientes com linfoma não hodgkin tratados com antraciclina
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-26) Lousada, Ana Paula Mena; Okoshi, Katashi; Fusco, Daniéliso Renato; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Sobreviventes de neoplasias que foram tratados com antraciclinas podem apresentar cardiotoxicidade tardia sem, entretanto, apresentar sinais e sintomas de insuficiência cardíaca (IC) ou redução da função sistólica do ventrículo esquerdo (VE). O estudo da função do VE, por meio de métodos diagnósticos mais sensíveis para detecção de disfunção miocárdica precoce, pode contribuir com o diagnóstico e tratamento da cardiotoxicidade em sua forma subclínica. Objetivos: Identificar sinais tardios de cardiotoxicidade subclínica nos pacientes com linfoma não-Hodgkin (LNH) que foram tratados com doxorrubicina há mais de nove anos, por meio de avaliações por ecocardiografia transtorácica com speckle tracking e teste ergométrico convencional. Correlacionar parâmetros ecocardiográficos com a a capacidade funcional estimada pelo teste ergométrico e comparação linear de perda de função ventricular subclínica ao longo do tempo. Metodologia: Estudo caso-controle, 1:2, que inclui sobreviventes de LNH tratados com antraciclina há cerca de 9,8 anos, e que foram estudados quanto a presença de cardiotoxicidade no atual momento (M3), em 2015 (M2) e 2012 (M1), e indivíduos saudáveis (grupo controle) pareados por sexo e idade. Foram avaliados parâmetros clínicos, capacidade funcional pelo teste ergométrico e parâmetros ecocardiográficos convencionais, com cálculo do strain global longitudinal (SGL). Resultados: O grupo antraciclina foi constituído por 18 indivíduos com idade média de 53,614,4 anos, 68% do sexo masculino, com dose total acumulada de 311108 mg/m2 de doxorrubicina, e 32 indivíduos no grupo controle. Os indivíduos do grupo antraciclina foram avaliados 38,55,19 meses (M1), 74,35,04 meses (M2) e 1225,19 meses (M3) após término de doxorrubicina. O ecocardiograma evidenciou menor valor de FEVE (61,57,59 vs 67,35,04; p=0,002) e SGL (-16,44,12 vs -20,53,55; p<0,001) no grupo antraciclina comparado ao controle. Houve correlação entre a variação do SGL com a FEVE no grupo antraciclina (p=0,0031), o que não ocorreu no grupo controle (p=0,142). Entretanto, considerando os valores de referência para cada método, não houve queda abaixo do normal de FEVE, o que ocorreu com o SGL. Em relação a função diastólica, não houve diferença em volume atrial esquerdo indexado (25,55,68 vs 24,57,03; p=0,600), relação E/A [0,84 (0,70-1,27) vs 1,00 (0,78-1,40); p=0,379] e relação E/e’ médio (7,712,21 vs 6,632,11; p=0,092) entre os grupos antraciclina e controle. Quando se comparou os diferentes momentos no grupo antraciclina, a análise da função diastólica do VE mostrou piora da relação E/A [0,78 (0,65-1,15) vs 0,83 (0,78-1,36); p<0,005] nos momentos M2 e M3,comparados com M1. Não houve diferença entre os momentos na FEVE (p=0,150) e SGL (p=0,690). O teste ergométrico revelou menor capacidade de exercício em MET no grupo antraciclina em relação ao controle (7,993,41 vs 12,63,18; p=0,003). Não foi observado correlação entre SGL e VO2 máximo calculado nos grupos antraciclina (p=0,151) e controle (p=0,394). A FEVE e o VO2 máximo calculado também não mostrou correlação significante no grupo antraciclina (p=0,989) e controle (p=0,145). Em relação a função diastólica, houve correlação significativa entre a relação E/e’ e o VO2 máximo calculado para o grupo antraciclina (p=0,0496), o que não ocorreu no grupo controle (p=0,0704). Conclusão: Na avaliação de cardiotoxicidade tardia de pacientes com LNH tratados com doxorrubicina há 9,8 anos, não houve sinais de cardiotoxicidade a longo prazo. Em análise comparativa com o grupo controle, apenas o SGL se mostrou significativamente reduzido. A capacidade funcional foi menor no grupo antraciclina, sem correlação com FEVE e SGL.
  • ItemTese de doutorado
    Início de diálise peritoneal planejado e não planejado: aspectos clínicos e nutricionais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-19) Silva, Maryanne Zilli Canedo da; Caramori, Jacqueline Costa Teixeira [UNESP]; Vogt, Barbara Perez; Bufarah, Marina Nogueira Berbel [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    INTRODUÇÃO: O início da diálise peritoneal (DP) pode ocorrer com ou sem planejamento prévio. A comparação de marcadores nutricionais entre o modo de início, planejado ou não planejado ainda não foi explorada. Portanto, o objetivo desse trabalho é investigar se existem diferenças nos parâmetros clínicos e nutricionais, bem como desfechos clínicos no decorrer de 12 meses entre o modo de início de DP planejado e não planejado. MÉTODOS: Estudo tipo coorte prospectivo com pacientes adultos incidentes em DP com modo não planejado (início da diálise até 72 horas após o implante do cateter peritoneal) e planejado (seguimento pré-diálise ≥ 90 dias). Todos os participantes tiveram seu estado nutricional avaliado por meio de medidas antropométricas, bioimpedância multifrequencial, avaliação do apetite, ingestão alimentar, equivalente proteico do aparecimento de nitrogênio (PNA), força de preensão manual e Malnutrition Inflammation Score (MIS). Além disso, foram avaliados dados clínicos, nível de atividade física, performance física e marcadores laboratoriais. As avaliações ocorreram em até trinta dias após início da DP (T0), após seis (T1) e 12 meses (T2). Os desfechos (falência da técnica, hospitalização, infecção relacionada e não relacionada a DP e óbito) foram acompanhados durante esse período. RESULTADOS: Foram incluídos 47 pacientes, 61,7% (n=29) iniciaram DP de modo não planejado. Destes, 39 pacientes realizaram a avaliação no T1 e 34 finalizaram a participação no estudo (T2). Pacientes que iniciaram DP de modo não planejado apresentaram níveis mais baixos de hemoglobina e albumina, níveis mais altos de ureia, potássio, glicemia e hemoglobina glicada, bem como menor circunferência da panturrilha e maior MIS, PNA e tempo no teste de marcha em comparação ao grupo planejado. Durante os 12 meses de seguimento, os grupos passaram a ter valores similares com relação às variáveis clínicas e nutricionais que apresentaram diferenças em T0. Na análise de comparação entre tempos e grupos, houve significância estatística em relação ao peso, índice de massa corporal, circunferência abdominal, circunferência da panturrilha, níveis séricos de ureia e hemoglobina glicada, classificação do apetite, MIS e PNA (p-valor da interação <0,05). Não foram encontradas diferenças entre os grupos com relação aos marcadores inflamatórios e estado volêmico no momento inicial e final, assim como não houve diferenças entre os desfechos avaliados. CONCLUSÕES: Foram encontradas diferenças entre os grupos planejado e não planejado em T0 com relação aos parâmetros clínicos e nutricionais nos pacientes de início não planejado. Ao longo do seguimento, foi observada semelhança entre os grupos com relação as variáveis clínicas e nutricionais que apresentavam diferença em T0. Não houve diferença entre os grupos em relação aos desfechos clínicos avaliados.
  • ItemTese de doutorado
    Validação do instrumento de conhecimento em demência “Dementia Knowledge Assessment Tool Version Two”
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-27) Garuzi, Miriane [UNESP]; Jacinto, Alessandro Ferrari [UNESP]; Miot, Helio Amante [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: O envelhecimento da população brasileira tem aumentado a incidência e prevalência de demência, que causa perda da funcionalidade e exige a presença do cuidador para prover os recursos requeridos pelo idoso dependente. Esses cuidadores, no geral, têm um baixo nível de conhecimento em demência, fato preocupante pois um maior conhecimento permite melhor cuidado e menor taxa de complicações no idoso. Para avaliar o nível de conhecimento em demência, é pertinente o uso de testes com bons resultados na avaliação psicométrica. No Brasil, foi realizada a adaptação transcultural do “Dementia Knowledge Assessment Tool Version Two (DKAT2)”, um instrumento atualizado, amplo e simples para ser aplicado aos cuidadores. Objetivo: Realizar a avaliação de propriedades psicométricas do DKAT2, principalmente a validade de conteúdo e a consistência interna. Métodos: Foram avaliados validade de conteúdo, estrutura fatorial, consistência interna, correlação item-item (correlação tetracórica) e item-total (ponto-bisserial), e estabilidade temporal. Resultados: Responderam ao questionário 234 cuidadores formais e informais, e 19 responderam o reteste, com um total de 253 respostas. Houve predominância de familiares do sexo feminino, com média de 48 anos. A média de acertos no DKAT2 foi de 14. A análise psicométrica sugere que o DKAT2 é unidimensional, tem validade de conteúdo satisfatória, mas não tem desempenho favorável quanto à confiabilidade, com baixa consistência interna (Kuder-Richardson < 0,7). Conclusões: O desempenho do questionário na avaliação psicométrica não foi bom, sendo necessário o desenvolvimento de instrumentos melhores para se avaliar o conhecimento em demência.
  • ItemTese de doutorado
    Influence of protein and creatine supplementation on functional capacity, quality of life and muscle function after stroke
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-05) Souza, Juli Thomaz de; Gaiolla, Paula Schmidt Azevedo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: O AVC é uma das principais causas de mortalidade e incapacidade. A fase aguda do AVC é marcada por inflamação, inapetência, disfagia, repouso no leito e alterações da mobilidade que podem comprometer o estado nutricional. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação de creatina na massa muscular, força e capacidade funcional de idosos com AVC. Além disso, foram avaliados marcadores bioquímicos de inflamação, degradação muscular e síntese. Metodologia: Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, com idosos na fase aguda do AVC. Os participantes foram divididos em dois grupos: Tratamento (recebeu 10g de creatina 2x/dia) e Controle (recebeu 10g de placebo 2x/dia). Ambos os grupos receberam suplementação com proteína isolada do soro do leite em pó para atingir a meta de 1,5g de proteína/kg de peso corporal/dia e atendimento de fisioterapia diário. A intervenção ocorreu em 7 dias de internação. Verificou-se a influência da creatina na massa muscular (bioimpedância e ultrassonografia muscular), força (preensão manual e National Institutes of Health Stroke Scale), capacidade funcional (Escala de Rankin modificada), marcadores bioquímicos (3-Metil-histidina, Interleucina-6, Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1, fator de crescimento/diferenciação-15, procolágeno tipo III, insulina e progranulina). Acompanhamento para verificar capacidade funcional, força muscular, mortalidade e qualidade de vida 90 dias após o AVC. Resultados: Trinta idosos foram incluídos em 2 grupos homogêneos, a maioria do sexo masculino com AVC isquêmico moderado. A suplementação de creatina não influenciou o peso corporal, força muscular, capacidade funcional e massa muscular avaliada por ultrassom e bioimpedância. No entanto, houve um aumento no índice de massa muscular apendicular em homens, mas não em mulheres. Não houve diferença estatisticamente significativa em relação ao uso de creatina e níveis séricos de IL-6 e IGF-1, bem como procolágeno Tipo III, insulina, GDF-15 e 3-Metil-histidina. A creatina influenciou na diminuição da progranulina. A oferta calórica de 21-25 kcal/kg com 1,5g de proteína/kg por dia mostrou-se adequada para a manutenção do peso independentemente da administração de creatina. A creatina não influenciou a mortalidade e a percepção de qualidade de vida 90 dias após o AVC. Discussão: A suplementação foi segura com poucos eventos adversos relacionados e boa tolerância e aceitação. Houve um aumento no índice de massa muscular apendicular em homens, mas não em mulheres. Esse aumento agudo da massa muscular pode ser devido ao edema muscular, uma vez que o transporte de creatina para dentro da célula depende do sódio. De fato, a resposta muscular à creatina é diferente em homens e mulheres. Observa-se que há potencial para a creatina modular alguns aspectos relacionados a biomarcadores inflamatórios no AVC agudo. A literatura mostra a associação entre aumento da progranulina e mortalidade e pior prognóstico funcional após o AVC. Em nossos achados, no grupo tratamento, observou-se redução da progranulina, mas não no grupo controle. Este resultado representa o papel anti-inflamatório da creatina. Assim, a novidade deste estudo é mostrar o potencial da creatina em modular a progranulina na fase aguda do AVC. O trabalho trouxe dados essenciais relacionados à ingestão calórico-proteica durante a internação, mostrando a importância da adequação nutricional para evitar a perda de peso nesse período. Conclusão: A suplementação de creatina provou ser segura. Tem o potencial de modular alguns marcadores inflamatórios após o AVC e influenciou na redução dos valores de progranulina, refletindo seu papel anti-inflamatório. A creatina não afetou a capacidade funcional e a força, mas aumentou a massa muscular apendicular em homens. Estudos com maior número de participantes e maior tempo de intervenção devem ser realizados para melhor compreender a influência da suplementação de creatina na fase aguda do AVC.
  • ItemTese de doutorado
    Sobrevida, qualidade de vida e sintomas de pacientes com doença renal crônica em seguimento pré-dialítico: ensaio clínico randomizado controlado e não cego após implantação do serviço de cuidados paliativos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-23) Rocha, Érica Pires da [UNESP]; Ponce, Daniela [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Diante do aumento da expectativa de vida, houve também o aumento das doenças crônicas como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Melitus (DM), principais etiologias da Doença Renal Crônica (DRC). Os pacientes com DRC, em estágio pré-dialítico, geralmente referem múltiplos sintomas o que impacta negativamente em piora da qualidade de vida. Portanto, a abordagem clínica, espiritual e social é um importante componente na qualidade do cuidado integral do portador de DRC pré-dialítica. Objetivos: Estudar os benefícios dos CP quando implantados precocemente junto aos pacientes renais crônicos em tratamento conservador (pré-diálise) quanto aos sintomas, qualidade de vida e sobrevida. Metodologia: Foi realizado ensaio clínico randomizado controlado e não cego com pacientes seguidos no ambulatório de pré-diálise (estágio 4 e 5) do HC da FMB - UNESP de junho de 2019 a dezembro de 2021. Foram excluídos pacientes com tempo de seguimento > 2 meses no ambulatório de pré-diálise, os que já seguiam previamente com a especialidade de cuidados paliativos, os que não aceitaram participar do estudo e os que iniciaram diálise ou foram a óbito no primeiro mês de seguimento. Os pacientes foram randomizados em dois grupos: Grupo controle - constituído por pacientes acompanhados no ambulatório de pré-diálise com os cuidados tradicionais na Nefrologia; Grupo intervenção - constituído por pacientes seguidos no ambulatório de pré-diálise que além dos cuidados tradicionais fornecidos pela nefrologia no ambulatório de pré-diálise também foram acompanhados, conjuntamente, pela equipe especializada em CP. Ambos os grupos foram avaliados e comparados no tempo zero quanto a: Doença de base, Idade, Comorbidades, Exames laboratoriais, Qualidade de vida, e Sintomas. Foram seguidos a cada 30-60 dias pelo ambulatório de pré-diálise para seguimento clínico e pelo menos a cada 90-120 dias no ambulatório de cuidados paliativos. Realizaram seguimento por 12 meses e reavaliados a cada seis meses quanto aos desfechos: controle de sintomas, qualidade de vida, evolução para a diálise e tempo para início do tratamento dialítico, número e dias de hospitalizações, sobrevida. Em todos os testes realizados, foi considerado o nível de significância de 5%. As comparações das variáveis contínuas foram realizadas utilizando o teste t Student para dados com distribuição normal e teste de Mann-Whitney para dados não normais. Para a análise comparativa das variáveis categóricas, foram usados os testes do Qui-Quadrado. As variáveis contínuas de medidas repetidas (qualidade de vida e exames laboratoriais) foram analisadas pelo modelo linear misto de efeitos randômicos. Para as análises das variáveis ordinais (sintomas) foi utilizado o modelo de medidas de Poisson para medidas repetidas com efeitos randômicos. Para os preditores foram considerados o momento da avaliação (basal, 6 e 12 meses) e os grupos bem como a interação entre eles. Para a variáveis randômicas foi considerado um slope variável para cada caso individual. A análise foi realizada com o software R versão 4.1.2 e o pacote lmer. Resultados: Foram randomizados em dois grupos um total de 32 pacientes incidentes no ambulatório de pré-diálise (grupo controle; grupo intervenção). Os sintomas foram comparados entre os grupos em três momentos no período de um ano (0,6,12 meses), com redução dos sintomas de tristeza e constipação na evolução do grupo intervenção. Não houve diferença entre os grupos em relação a qualidade de vida e exames laboratoriais. Conclusão: Este estudo ao avaliar o papel da abordagem dos cuidados paliativos na população pré-dialítica, mostrou a redução dos sintomas de constipação e tristeza nos pacientes com DRC em seguimento pré dialítico, sugerindo que a abordagem conjunta do cuidado paliativo pode resultar em melhor controle dos sintomas e da qualidade de vida dos pacientes.
  • ItemTese de doutorado
    Minoxidil 5 mg oral versus minoxidil 5% solução tópica para tratamento da alopecia androgenética masculina: ensaio clínico randomizado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-27) Penha, Mariana Alvares; Ramos, Paulo Müller [UNESP]; Miot, Hélio Amante [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Fundamentos: Finasterida oral e minoxidil tópico são os únicos medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para tratamento da alopecia androgenética (AAG) masculina. Recentemente, houve crescente interesse no uso do minoxidil oral em baixa dose (MOBD) como alternativa terapêutica. Entretanto, a eficácia do MOBD para tratamento da AAG masculina ainda não foi avaliada em ensaios clínicos comparativos. Objetivos: Avaliar eficácia, segurança, e tolerabilidade do minoxidil oral na dose de 5 mg/dia comparado ao minoxidil tópico 5%, duas vezes ao dia, por 24 semanas, no tratamento da AAG masculina. Métodos: Ensaio clínico randomizado, controlado, duplo-cego, envolvendo 90 homens, entre 18 e 55 anos, portadores de AAG, classificados na escala de Norwood-Hamilton em 3V, 4V ou 5V. Os participantes foram randomizados (1:1) em dois grupos: minoxidil oral 5 mg/d e solução placebo para uso tópico duas vezes ao dia; ou minoxidil 5% solução 1ml duas vezes ao dia e cápsula de placebo oral, por 24 semanas. O desfecho primário consistiu na variação da densidade de fios da região frontal e vértex. Desfechos secundários foram avaliação clínica fotográfica, frequência cardíaca, pressão arterial e efeitos adversos. Resultado: Sessenta e oito participantes completaram o estudo, sendo 33 do grupo minoxidil oral e 35 do grupo tópico. Os grupos foram homogêneos quanto aos dados demográficos e a gravidade da AAG. A variação da densidade (fios/cm2) de fios não mostrou diferença entre os grupos oral e tópico (p>0,3). Houve um incremento médio (EP) de 11,0 (3,6) na região frontal e 11,6 (3,2) no vértex para o grupo oral. O grupo tópico apresentou incremento de 8,0 (4,9) na região frontal e 4,9 (5,4) no vértex. De acordo com a análise fotográfica houve superioridade do minoxidil oral no vértex (p=0,038) mas não na região frontal (p= 0,245). O efeito adverso mais relatado foi hipertricose: 49% (grupo oral), e 25% (grupo tópico). Não houve diferença estatística entre os grupos quanto à variação da frequência cardíaca e pressão arterial. Limitações: Estudo conduzido durante a pandemia de COVID-19. Conclusão: Minoxidil oral 5mg/d promoveu melhora na densidade capilar sem diferença em relação ao minoxidil tópico 5%, após 24 semanas de tratamento da AAG masculina, com segurança e boa tolerabilidade. MOBD pode ser opção para pacientes intolerantes ou com baixa adesão ao minoxidil tópico. Registro: nº RBR-252w9r Financiamento: FUNADERM
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação do impacto do apoio matricial em nefrologia para as unidades de Atenção Primária à Saúde em Bauru no encaminhamento adequado e na diálise de início urgente: um estudo de intervenção de séries temporais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-10) Kojima, Christiane Akemi [UNESP]; Ponce, Daniela [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: No Brasil, a distribuição regional de médicos é desigual e há escassez de alguns especialistas. A nefrologia representa apenas 1,1% das especialidades médicas1 , e, além da escassez de especialistas, a patologia mais prevalente nos atendimentos nefrológicos, a doença renal crônica (DRC), tem tido um aumento crescente na taxa de incidência e prevalência. A importância do manejo adequado nos pacientes renais crônicos refletirá tanto no retardo da progressão da doença como na sobrevida dos pacientes nos estágios mais avançados. Neste cenário surge o apoio matricial pelo nefrologista aos médicos da atenção primária (AP) à saúde que consiste em novo modelo de produzir saúde, em um processo de construção compartilhada com proposta de intervenção pedagógico terapêutica, que aproxima médicos da AP ao especialista, através de encontros chamados Apoio matricial ou Matriciamento .Objetivo: Avaliar o impacto do apoio matricial em nefrologia quanto à adequação do encaminhamento para o especialista e no início urgente de terapia renal substitutiva nos pacientes incidentes dos hospitais de referência no município de Bauru. Objetivo secundário: avaliar o conhecimento em nefrologia dos médicos da AP antes e durante o matriciamento. Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção de séries temporais em relação à implantação do matriciamento em nefrologia, que foi realizado no ambulatório de especialidades médicas (AME), na cidade de Bauru, estado de São Paulo, com início em julho de 2019 a junho de 2020. Foram comparados a adequação dos encaminhamentos para a nefrologista no AME Bauru no período de um ano antes e após o matriciamento, considerados adequados aqueles que atendem os critérios baseados nos protocolos de encaminhamento ao nefrologista do Ministério da Saúde. Avaliados também as taxas e os dados sobre o perfil laboratorial e clínico de pacientes incidentes em terapia renal substitutiva (TRS) de início urgente nos centros de diálise dos hospitais de referência para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de consulta em prontuários, pelo período de um ano antes e dois anos após o início do apoio matricial. O conhecimento 9 médico em nefrologia dos médicos da AP foi avaliado por meio de 15 questões sobre nefrologia aplicadas no primeiro e último encontro após o período de um ano. Resultados: Após a intervenção, o encaminhamento ao nefrologista de forma adequada se mostrou superior (51,56% vs 79,68%, p=0,002). Quanto às características dos pacientes encaminhados, observou-se perfil demográfico semelhante, sendo a alteração na função renal o principal motivo de encaminhamento ao nefrologista. Os grupos diferiram quanto ao diagnóstico inicial, sendo a DRC estágio III o principal no grupo de pacientes encaminhados anteriormente ao matriciamento e o estágio IV após o início do matriciamento. Após a intervenção, houve maior encaminhamento ao ambulatório de pré diálise (3,1% vs 17,2%, p=0,0019). Houve redução da prevalência dos pacientes que iniciaram TRS de início urgente no município de Bauru no período após a intervenção (86,42% vs 68,96%, p=<0,001). Não foram observadas diferenças significativas entre os pacientes que iniciaram a TRS quanto às características demográficas, clínicas ou laboratoriais. O conhecimento médico sobre temas em nefrologia diferiu entre os dois grupos de médicos avaliados no início e final do matriciamento. O grupo após o matriciamento teve maior número de erros de forma geral e nos temas DRC e hematúria, enquanto o grupo avaliado antes do matriciamento apresentou maior número de erros no tema litíase renal. Conclusão: Apesar da pandemia da COVID 19 ter prejudicado a realização do estudo, pode-se observar que o apoio matricial em nefrologia se mostrou eficaz quanto à melhora da adequação no encaminhamento ao nefrologista assim como impactou na redução da incidência de pacientes que iniciaram a diálise de modo urgente promovendo melhores condições de saúde com a assertividade dos encaminhamentos. Ademais, antes de iniciar um programa de matriciamento é importante conhecer as deficiências do grupo de médicos participantes, já que os grupos matriciados podem ser heterogêneos quanto ao conhecimento em nefrologia.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação longitudinal das medidas de atividade, força muscular e capacidade funcional na Dermatomiosite Juvenil
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-23) Antonio, Darcisio Hortelan; Magalhães, Cláudia Saad [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: As miopatias inflamatórias idiopáticas são raras na faixa etária pediátrica; afetando a pele, os músculos esqueléticos, e múltiplos órgãos e sistemas,, sendo a Dermatomiosite Juvenil (DMJ) a mais frequente. A fraqueza muscular proximal em cinturas pélvica e escapular são os indicadores de atividade da DMJ , sendo a recuperação da força muscular um dos parâmetros de resposta ao tratamento, desfecho e prognóstico. Objetivo: Explorar os parâmetros clínicos, força e capacidade funcional na apresentação e no acompanhamento longitudinal (0, 6, 12, 18 e 24 meses) em uma coorte no registro nacional, incluindo 19 serviços de Reumatologia Pediátrica. Método: Análise longitudinal de DMJ, do diagnóstico aos 24 meses, das variáveis do perfil clínico demográfico, de casos iniciais de DMJ, registrados de 2015 a 2017. Foram realizados os testes padronizados, DAS, MMT, CMAS, CHAQ e pelo médico assistente em cada um dos serviços participantes, durante as visitas de rotina. Foi realizada a estatística descritiva e comparação de parâmetros clínicos e métricas funcionais por meio de um modelo de medidas repetidas de Poisson, sendo a diferença entre as médias dos testes em cada visita pelo teste de Wald, estabelecendo-se significância em 5% ou p<0,05. Resultados: Foram incluídos 96 casos, com idades entre 4 a 18 anos, 61 do sexo feminino. A pontuação dos instrumentos foi descrita pela média±DP. Entre os dois instrumentos de avaliação muscular a MMT obteve diferença significante entre as visitas (0) (37±34,6) , (6m) (59,1±28,7), (12m) (65,2±25,4), (18m), (71±21), (24m) (76,1±5,5) p=0,016. A pontuação do CMAS não mostrou variação significante (0) (28,6±12,7), (6m) (32,8±11), (12m) ( 33,7±6,8), (18m) (33,5±7,2) (24m) (34,2±4,3) p = 0,06. A avaliação de atividade por meio do DAS, indicou diferença significante entre todas as visitas e com melhora progressiva dos 0 a 24 meses (0) (10,7±4,2), (6m) (7,7±5), (12m) (2,5±4,1), (18m) (1,5±3,1) e (24m) (0,8±2,5) (p <0,0001). As medidas relatadas pelos pais, CHAQ-DI (0) (1±0,8), (6m) (0,5±0,7), (12m) (0,8±0,7), (18m) ( 0,7±0,7) (24m) (0,9±0,3) p=0,734. A VAS para bem estar global apresentou (0) (41,3±25,4), (6m) (20,1±21,3), (12m) (30,1± 27,7), (18m) (40±31) e (24m) (17,1±22,1) p = 0,284, e VAS – Dor (0) (43±25,7), (6m) (11,8±19,6), (12m) (15,9±19,6), (18m) (22,1±24,8) e (24m) (12,1±21,1) p = 0,284 também não apresentaram diferença significante em todas as visitas registradas. Conclusão: Observou-se a exequibilidade e responsividade dos parâmetros quantitativos de avaliação de força muscular, funcionalidade e atividade da miosite, tendo o MMT e o DAS os melhores desempenhos.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação do estresse oxidativo como preditor de complicações após cirurgia de revascularização do miocárdio
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-06-30) Garzesi, André Monti; Polegato, Bertha Furlan [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo, sendo as doenças isquêmicas do coração as mais importantes. A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é a melhor opção terapêutica para alguns grupos de pacientes. A maioria das CRM são realizadas com uso de circulação extracorpórea (CEC), que expõe o organismo a condições extremas, levando-o a uma resposta inflamatória sistêmica. Adicionalmente, durante o procedimento cirúrgico, o músculo cardíaco é submetido a isquemia e posterior reperfusão, resultando em aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), que pode levar a arritmias e redução da função sistólica. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre marcadores do estresse oxidativo e atividade das enzimas antioxidantes com os desfechos clínicos em pacientes submetidos a CRM com CEC. Foram incluídos 119 pacientes consecutivos, submetidos a coleta de sangue no pré- operatório, no momento imediatamente anterior ao início da reperfusão do coração e no período de 12 horas de pós-operatório. Foram dosadas a concentração sérica de hidroperóxido de lipídeo (HL) e as atividades da catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx) nos 3 momentos. Dos pacientes incluídos, 10,1% (12 pacientes) evoluíram para óbito em 30 dias e 23,5% (28 pacientes) evoluíram com injúria renal aguda (IRA) no pós-operatório. Maior idade, índice de massa corporal (IMC), EuroScore II, creatinina, troponina, necessidade de implante de balão intra-aórtico no pós-operatório e menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FE) se associaram ao óbito. A presença de insuficiência cardíaca, choque cardiogênico, edema agudo de pulmão, infarto do miocárdio e infecção pós-operatórios também se associaram à mortalidade. A atividade da CAT no pré e pós-operatório se relacionou ao desenvolvimento de IRA. A área sob a curva da atividade da SOD quando ajustada para sexo, idade, IMC e FE se associou à mortalidade em 30 dias. Portanto, variáveis relacionadas ao estado oxidativo do paciente submetido à cirurgia de revascularização miocárdica com circulação extracorpórea podem, futuramente, constituir bons biomarcadores prognósticos nessa população.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação dos marcadores ecocardiográficos de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e síndrome da apneia obstrutiva do sono (overlap syndrome)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-28) Barros, Jefferson Luis de [UNESP]; Prudente, Robson Aparecido; Tanni, Suzana Erico [UNESP]; Weber, Silke Anna Theresa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Pacientes com sobreposição da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) (overlap syndrome – OVS) podem estar mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares, portanto, a avaliação ecocardiográfica desses indivíduos é de grande relevância para propostas terapêuticas e de intervenção mais direcionadas. Objetivo: Avaliar os marcadores ecocardiográficos de pacientes com sobreposição de DPOC e SAOS. Métodos: Trata-se de estudo observacional retrospectivo, realizado por meio de análise de prontuários de todos os pacientes no período de dois anos com diagnóstico de DPOC com/sem SAOS. Foram avaliadas a função pulmonar, comorbidades, exames laboratoriais, polissonografia e ecocardiograma transtorácico. Resultados: Foram incluídos 74 pacientes na análise final e, destes 44 com OVS e 30 com diagnóstico apenas de DPOC. Dentre os pacientes avaliados, 54% eram do sexo masculino, com idade de 68,810 anos e VEF1 de 41(32-55)%. Os pacientes com DPOC sem SAOS apresentaram maior obstrução das vias aéreas pelo VEF1 em litros [0,9 (0,7-1,3) vs 1,1 (0,9-1,5); p=0,047], maior porcentagem na oximetria de pulso [93 (89,5-95) vs 90 (86,2-92,7); p=0,016] e maior necessidade de oxigenoterapia domiciliar (p=0,001). Em relação aos exames laboratoriais, viu-se apenas que o T4 livre foi maior no grupo com OVS (1,04±0,18 vs 1,18±0,25; p=0,038). Em relação à polissonografia, foi encontrada melhor porcentagem da saturação mínima [84 (75,2-88) vs 76,5(69,2-83); p=0,02] e menor índice de dessaturação [1,9(0-4,8) vs 11,1(7,4-31,3); p<0,001]. Quanto às variáveis ecocardiográficas, viu-se que as variáveis diastólicas estavam alteradas tanto nos pacientes com DPOC quanto naqueles com OVS e, além disso, os pacientes com OVS apresentaram maior diâmetro do átrio esquerdo (37±7,9 vs 41,5±6,4; p=0,02) e maior espessura da parede posterior do VE na diástole [9(8-10)mm vs 10 (9-12);p=0,03]. As demais mensurações não apresentaram diferenças significativas. Conclusão: Pacientes com OVS, mesmo apresentando menor obstrução das vias aéreas, eram aqueles com mais dessaturação e, sobre as variáveis ecocardiográficas, embora observadas nos dois grupos, aqueles com OVS apresentaram variações mais sugestivas de disfunção diastólica, em especial pelo aumento do diâmetro do átrio esquerdo e da espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo na diástole.
  • ItemTese de doutorado
    Comparação quanto à eficácia e segurança de diferentes esquemas de administração de vancomicina em pacientes com injúria renal aguda em hemodiálise: um ensaio clínico randomizado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-10) Zamoner, Welder; Ponce, Daniela [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Sepse é a principal causa de Injúria Renal Aguda (IRA) com necessidade dialítica em pacientes críticos, sendo a vancomicina amplamente utilizada. Sua farmacocinética e farmacodinâmica (PK/PD) sofrem alterações durante a hemodiálise (HD), aumentando o risco de concentrações subterapêuticas. Objetivo: Comparar diferentes protocolos de administração de vancomicina a fim de avaliar as concentrações séricas e razão área sob a curva/concentração inibitória mínima (ASC/CIM) a partir da PK/PD. Metodologia: Ensaio clínico randomizado, não-cego, incluindo pacientes críticos adultos, com diagnóstico de IRA séptica em HD convencional (4 horas) e prolongada (6 e 10 horas) e em uso de vancomicina há pelo menos 72horas de maio/2019 a maio/2021. Foram analisadas sessões de pacientes randomizados em 3 grupos (G): G controle (C, dose de 15mg/kg após a sessão de HD), G intervenção (I) 2 horas (dose de 7,5mg/kg na segunda hora da HD e 7,5mg/kg após a sessão) e GI infusão contínua (dose de 30mg/kg em bomba de infusão contínua, em 24 horas). Foram excluídos pacientes em diálise crônica, gestantes e com sessão interrompida por razões clínicas ou técnicas. Resultados: Dos 316 pacientes recrutados, 87 foram randomizados e 174 sessões de HD monitorizadas. Houve predomínio do sexo masculino (69,5%), idade 61±11anos, APACHE II 31±6, ATN-ISS 0,79±0,14. Para a análise, 28 sessões pertenciam ao GC, 47 sessões ao GI 2 horas e 31 sessões ao GI infusão contínua. Os grupos foram semelhantes quanto à idade, peso, comorbidades, escores de gravidade, uso de diurético e drogas nefrotóxicas, diurese, albumina, PCR, hematócrito, modalidade de HD, recuperação de função renal e óbito. Ao serem analisadas as sessões de HD, não houve diferença entre os grupos quanto a Kt/V, ultrafiltração, coagulação de sistema ou hipotensão. O GC apresentou maior frequência de concentração sérica subterapêutica ao término da HD em comparação com o GI 2 horas e infusão contínua (86,7% vs. 42,2% vs. 3,2%, p<0,0001), maior clearance dialítico (p=0,04) e menor ASC/CIM (p<0,0001). O GI infusão contínua apresentou maior frequência de concentrações supraterapêuticas (71%). Regressão logística identificou a variável concentração inicial (OR 1,16, p=0,001) como fator de risco para uma concentração não terapêutica (ASC/CIM menor que 400 mg·h/L ou maior que 600 mg·h/L) de vancomicina, enquanto que o grupo intervenção 2 horas foi identificado como fator de proteção (OR 0,24, p=0,04). Conclusão: Nossos resultados sugerem que administrar vancomicina durante a diálise resultou em menor proporção de concentrações supraterapêuticas ou subterapêuticas quando comparada à administração em infusão contínua ou após o término da sessão, respectivamente. Novos estudos são necessários para sugerir doses mais adequadas e avaliar o impacto desses achados nos desfechos clínicos.
  • ItemTese de doutorado
    Efeitos da suplementação com fibra alimentar na constipação intestinal de pacientes com Doença Renal Crônica Pré-Dialítica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Thomazi, Ana Luiza Leite Silva; Balbi, André Luis [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um importante problema de saúde pública mundial em decorrência do expressivo aumento nas taxas de incidência e prevalência, associado a um custo social e econômico elevadíssimo e risco 10 vezes maior de morte prematura por doença cardiovascular (DCV). Além da HAS e do DM, a alteração da microbiota intestinal normal (disbiose), a inflamação, a toxicidade urêmica e o estresse oxidativo também desempenham um papel na patogênese da DRC, assim como nas complicações associadas à doença. Dentre os diversos sintomas clínicos que podem desencadear com sua evolução, a constipação intestinal é uma delas, e pode estar relacionada ao quadro de disbiose encontrado nesses indivíduos. Considerando que nos estágios mais avançados da DRC o tempo de trânsito intestinal é aumentado, um maior consumo de fibras alimentares poderia beneficiar essa população. Considerando os efeitos positivos das fibras dietéticas na melhora da constipação intestinal e na composição de adequado metabolismo da microbiota intestinal, conhecer seus efeitos na população com DRC em estágio terminal, bem como as quantidades suficientes para desencadear melhora do trânsito intestinal podem proporcionar benefícios interessantes e vantajosos. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação com fibra alimentar em pacientes com DRC estágio V não dialítico, na melhora da constipação intestinal. Pacientes e Métodos: Trata-se de ensaio clínico analítico experimental com controle histórico, que avaliou pacientes com DRC estágio V (fase pré-dialítica) acompanhados ambulatorialmente. O estudo foi conduzido ao longo de 60 dias consecutivos, sendo incluídos 22 pacientes. Todos receberam 10g de fibra alimentar, contendo goma guar e inulina, uma vez ao dia pela manhã, durante 60 dias consecutivos. Antes e após a intervenção, foi aplicado protocolo de avaliação nutricional, composto por protocolo de avaliação nutricional e constipação intestinal, antropometria, ingestão, anamnese alimentar e exames bioquímicos. Durante todo o acompanhamento, os pacientes foram contactados para checar a adesão ao uso das fibras alimentares. Resultados: Foram avaliados 22 pacientes, com média de 60,2 ± 13,8 anos e média de TFGe de 13,2mL/min/1.73 m². No momento da inclusão, em torno de 30% dos pacientes apresentaram constipação intestinal. A suplementação com fibra alimentar reduziu a prevalência de constipação intestinal avaliada pela escala de Bristol (31,5% versus 0%; p=0,0076). Ao longo do período de acompanhamento, não foi observada alteração do apetite. Houve redução da Proteína C-reativa (PCR) quando comparado antes e após a suplementação, sendo respectivamente 1,5mg/dL + 1,8 versus 0,7mg/dL + 0,2 (p=0,0406). Em relação aos parâmetros nutricionais, houve aumento do peso corporal (80,2kg + 17 versus 81,4kg + 16,5; p=0,0201) e Índice de Massa Corpórea (IMC) (29,4kg/m² + 4,5 versus 29,8kg/m² + 4,4; p=0,0286). Dos parâmetros avaliados pela bioimpedância, foi observado um aumento nas quantidades de água corporal total (40,7L + 8,0 versus 42,6L + 7,6; p< 0,0001), água intracelular (22,0L ± 4,8 versus 22,8 ± 4,6; p=0,0249) e água extracelular (18,7L ± 3,9 versus 19,8L ± 3,9; p=0,0004). Conclusão: A suplementação com fibras sintéticas em pacientes portadores de DRC na fase pré dialítica, foi capaz de reduzir a prevalência da constipação intestinal sem interferir na piora do apetite. Além disso, apresentou efeito adicional na manutenção da função renal e redução da inflamação.
  • ItemTese de doutorado
    Idoso cuidador de idoso: significados atribuídos ao cuidar de um familiar
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-02) Garcia, Deomara Cristina Damasceno; Jacinto, Alessandro Ferrari; Corrente, José Eduardo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Com o avanço da ciência e dos recursos aprimorados, aumentou a longevidade bem como o número de idosos. Muitos deles apresentam prejuízo funcional e demandam de cuidados de longa duração. A condição de saúde do idoso doente faz surgir a necessidade de um cuidador, cujo papel é exercido, frequentemente, por um familiar e também idoso. As mudanças decorrentes do cuidar de um doente crônico desorganizam a estrutura familiar, o convívio social e profissional, os estados emocional e psíquico do cuidador e, tudo isso afeta aquele que é cuidado e a relação como um todo. Portanto, devido à escassez de pesquisas voltadas ao estudo da qualidade de vida de idosos familiares cuidadores de pessoas idosas doentes ou dependentes na família, essa pesquisa é de fundamental importância. Objetivo: avaliar, junto ao idoso familiar cuidador, os fatores associados à qualidade de vida (QV) (atrelados às características sociodemográficas, capacidade funcional, sobrecarga, ansiedade e depressão) e os significados atribuídos ao cuidar de uma pessoa idosa familiar. Objetivos específicos: Revisão Sistemática: analisar a produção científica que aborda a qualidade de vida (QV) do cuidador familiar idoso que cuida de outro idoso em ambiente familiar a partir de artigos primários. Pesquisa Quantitativa: avaliar o nível de capacidade funcional, de sobrecarga, de ansiedade, de depressão e da qualidade de vida dos idosos familiares cuidadores. Pesquisa Qualitativa: compreender os significados atribuídos ao cuidar de uma pessoa idosa da família. Intervenção psicológica: analisar os resultados do acompanhamento psicológico individual. Método: Foram utilizados os métodos mistos quantitativo e qualitativo: Revisão Sistemática – os artigos foram identificados por meio de 6 bases de dados eletrônicas: PubMed, Embase, WOS, Scopus, Cinhal e Lilacs, no período de 1988-2021, de acordo com as instruções do PRISMA. Pesquisa Quantitativa - instrumentos de pesquisa: da capacidade funcional (Lawton), da sobrecarga (Zarit abreviada), de ansiedade (GAI), de depressão geriátrica (GDS), de qualidade de vida (WHOQOL-OLD e WHOQOL-BREF). Pesquisa Qualitativa – entrevista semiestruturada. Intervenção psicológica - individual e de orientação psicanalítica. Os dados quantitativos foram tratados pela análise estatística descritiva; os qualitativos, pelas análises de conteúdo e fatorial e a interpretação dos atendimentos psicológicos, pela teoria psicanalítica. Resultados: Na revisão sistemática, foi verificada a carência de pesquisas relacionadas ao tema: qualidade de vida de idosos que cuidam dos familiares também idosos e dependentes. Dos 1.143 artigos identificados, apenas 10 foram incluídos. Desses 10 artigos, a grande maioria das pesquisas destacou: um olhar na dupla idoso cuidado e cuidador e mais voltado ao idoso cuidado; as escalas utilizadas apresentaram limitações para alcançar a subjetividade das experiências de cuidados vividas pelos indivíduos envelhecidos e destacaram que possíveis intervenções realizadas junto aos cuidadores podem ser meios potenciais para melhorar a QV deles. Pesquisa Quantitativa: foram entrevistados 51 idosos familiares cuidadores, que apresentaram boa capacidade funcional; sobrecarga subjetiva moderada; escore médio para sintomas ansiosos e normal para sintomas depressivos; boa percepção da qualidade de vida, com pontuações superiores 60%, exceto para os domínios relacionados ao social. Pesquisa Qualitativa: 23 entrevistas, em que a Análise de Conteúdo Temática Categorial elencou duas categorias: “Aspectos ligados à Qualidade de Vida do Cuidador” e “Aspectos ligados aos Cuidados”. As interpretações da Análise Fatorial corroboraram as da Análise de Conteúdo Temática Categorial, tendo como Fator 1 – referência aos “Aspectos ligados aos Cuidados” e o Fator 2 – referência aos “Aspectos da Qualidade de Vida do Cuidador”. Intervenção Psicológica: de forma individual com 5 idosas familiares cuidadoras, possibilitou a abertura de novas estratégias de enfrentamento diante das necessidades dos cuidadores e de seus familiares. Foi percebido um mecanismo inconsciente, que denominamos “avantajamento”, desvendado ao longo desta intervenção de cunho psicanalítico. Conclusão: Este estudo abre aos profissionais da saúde novas possibilidades de atuação ao ampliar a compreensão dos sentidos dados pelo idoso ao cuidar de um outro idoso familiar doente. Poderá auxiliar no incentivo de ações que possibilitem a abertura de grupos de apoio e a promoção de atendimento psicológico individual aos idosos familiares cuidadores, no sentido de amenizar suas dores, sofrimentos e os problemas advindos também de um não olhar.
  • ItemTese de doutorado
    Judicialização de medicamentos no VI Departamento Regional de Saúde: análise descritiva e comparativa ao Estado de São Paulo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-19) Oliveira, Nilo Kazan de; Ponce, Daniela [UNESP]; Lima, Silvana Andrea Molina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 garantiu ao cidadão o direito fundamental à saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de toda a sistemática para acesso da saúde à população, há na atualidade um número significativo de ações judiciais para fornecimento de medicamentos, o que justifica a necessidade de uma análise pormenorizada dos fatores que levam à judicialização. Objetivo: Analisar as solicitações de judicialização de medicamentos junto ao DRS VI – Bauru/SP e compará-las com a do Estado de São Paulo, considerando o município, o diagnóstico, o medicamento, a esfera e o perfil do requerente. Metodologia: Trata-se de estudo transversal retrospectivo que avaliou as solicitações de judicialização de medicamentos realizadas nos últimos cinco anos (de 2013 a 2018) nos 68 municípios pertencentes ao DRS VI por meio da análise de dados fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde, comparando-os em relação aos 645 municípios do Estado de São Paulo. Resultado: De um total de 149.401 demandas junto ao Estado de São Paulo, 4.453 (2,98 %) pertenceram ao DRS VI. A judicialização junto ao DRS VI foi mais prevalente nos Municípios de Bauru (30,5%); Jaú (19,7%); Brotas (12,4%); Lençóis Paulista (4,7%); Pirajuí (3,2%); Botucatu (3,2%); Barra Bonita (3,0%); Lins (2,7%); Dois Córregos (2,2%), sendo os demais 59 municípios responsáveis por 18,4%. Já no Estado, o município de São Paulo apresentou o maior número de judicializações, (21,6%), seguido de Barretos (15,3%), São José do Rio Preto (13,5%), Franca (9,8%), Ribeirão Preto (9,3%), Bauru (7,1%), Araraquara (6,8%), Presidente Prudente (6,6%), Marília (5,6%) e Sorocaba (4,4%). Bauru, o município que mais sofreu com a judicialização no DRS VI, também ocupou destaque, estando na sétima posição em relação ao Estado. Houve maior prevalência da judicialização em pessoas com idade superior a 60 anos (48,6% - DRS VI e 45,8% - Estado), e do sexo feminino (58,7% - DRS VI e 62,9% - Estado). Os medicamentos mais judicializados, foram os antidepressivos no Estado (20,8%) e imunomoduladores no DRS VI (18,2%). Os principais diagnósticos envolvidos nas judicializações de medicamentos, considerando o código internacional de doenças (CID) junto ao DRS VI foram: problemas de coração e no sistema circulatório (19,2%); 21 enfermidades que acometem o tecido conjuntivo, ósseo e muscular (18,8%); doenças mentais (15,8%); distúrbios do sistema nervoso e doenças degenerativas e inflamatórias (12,4%). No Estado houve maior prevalência de enfermidades que acometem o tecido conjuntivo, ósseo e muscular (20,1%), seguido de doenças mentais (18,1%). O acesso ao judiciário foi predominante nas varas cíveis ou da fazenda pública (75,4% - DRS VI e 98,6% - Estado), com maior prevalência de ações somente contra o Estado (71,2% - DRS VI e 68,2% - Estado). Quanto à esfera administrativa, Hospitais e Clinicas Privadas foram mais prevalentes (57% - DRS VI e 66,6% - Estado). A maioria dos medicamentos judicializados não pertencia a nenhum programa nacional de medicamentos (85,7% - DRS VI e 83,4% - Estado). A análise comparativa da judicialização dos medicamentos entre os municípios mostrou-se heterogênea. Proporcionalmente à população, houve maior judicialização nos municípios de Barra Bonita e Brotas do que em Botucatu e Bauru. No Estado, Barretos foi o que mais judicializou, mesmo possuindo população cem vezes menor que São Paulo. Conclusão: O Estado foi o ente que mais sofreu ações judiciais e a esfera administrativa mais expressiva proveniente de hospitais e clínicas privadas. Tanto no Estado de São Paulo quanto no DRS VI, houve maior prevalência da judicialização entre pessoas acima de 60 anos, do sexo feminino, sendo a vara cível e da fazenda pública a mais demandada, com medicamentos não pertencentes a um programa definido. A maior distinção ficou a cargo do CID e medicamento mais judicializados, sendo no Estado mais prevalente o acometimento da saúde mental e no DRS-VI, referente a doenças do tecido conjuntivo, ósseo e muscular e dentre os medicamentos, antidepressivos junto ao Estado de São Paulo e imunossupressores no DRS – VI. Quando normatizado pelo total de habitantes, destaca-se Botucatu no DRS-VI e Sorocaba no Estado pela menor judicialização. A análise comparativa da judicialização entre os municípios tanto do Estado como do DRS mostrou-se não homogênea, sugerindo diferentes qualidades na gestão em saúde.
  • ItemTese de doutorado
    Associação do período de ocorrência da parada cardiorrespiratória intra-hospitalar com o retorno à circulação espontânea e com o óbito
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-22) Favero Junior, Edson Luiz [UNESP]; Minicucci, Marcos Ferreira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Em hospitais de todo mundo, a implantação de Times de Resposta Rápida (TRR) garante melhora de assistência para pacientes internados que evoluem com deterioração clínica. Os pacientes internados em hospitais que não contam com essas equipes apresentam piores resultados de reanimação nos períodos noturnos e nos finais de semana. Objetivo: Avaliar a taxa de retorno à circulação espontânea e o óbito intra-hospitalar em pacientes com parada cardiorrespiratória intra-hospitalar (PCRIH) quando comparados períodos noturnos com diurnos e finais de semana com dias de semana atendidas por um Time de Resposta Rápida. Pacientes e Métodos: Trata-se de estudo de coorte retrospectiva que incluiu todos os pacientes com PCRIH que ocorreram no período de março de 2018 a dezembro de 2021. Os dados referentes ao período de ocorrência da parada cardiorrespiratória (PCR) foram registrados, bem como se houve retorno à circulação espontânea (RCE) e óbito intra-hospitalar. Realizamos regressões logísticas uni e multivariadas ajustadas pelas variáveis com diferença estatística nas análises univariadas e com base na literatura. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Incluímos 387 pacientes neste estudo. A média de idade foi de 65,4 ±14,8, 53,7% eram homens, 91,2% evoluíram com ritmos não chocáveis, 50,6% dos eventos aconteceram durante o dia e 70,8% apresentaram PCR de segunda a sexta-feira. Entre os desfechos avaliados, a taxa de RCE foi de 42,9% e a mortalidade hospitalar foi de 94,3%. Na regressão logística múltipla, não houve diferença estatística quando comparamos o RCE dia versus noite (OR = 1,231; IC 0,823-1,843; p = 0,312), quando ajustado por sexo, idade, ritmo e tempo de PCR (OR = 1,111; IC 0,681-1,811; p = 0,674) e ajustado para idade, ritmo e tempo de PCR (OR = 1,111; 0,681-1,811; p = 0,674). No entanto, houve diferença estatística quando comparamos os resultados de RCE ocorridos durante a semana e finais de semana (OR = 1,566; IC = 0,999-2,455; p = 0,05), quando ajustado por sexo, idade, ritmo e tempo de PCR. Conclusões: Não há diferença quando comparamos os eventos de PCRIH assistidos pelo TRR dia versus noite. No entanto, há diferença significativa quando comparamos eventos ocorridos durante a semana versus final de semana em relação ao RCE, mas não em relação ao óbito hospitalar.
  • ItemTese de doutorado
    Expressão imunohistoquímica de Bubr1, Mcm2, geminina nas displasias epiteliais orais e sua correspondência com carcinomas epidermóides em diferentes sítios da cavidade oral
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-12) Abrahim, Naíza Menezes Medeiros; Ferrasi, Adriana Camargo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar o padrão de expressão imunohistoquímica das proteínas BubR1, Mcm2 e geminina na displasia epitelial oral e carcinoma epidermóide e avaliar o perfil de expressão em diferentes sítios da cavidade oral. Métodos: Foram selecionadas amostras de tecidos com avaliação histopatológica de displasia epitelial oral (66) e de carcinoma epidermóide oral (63), analisados após imunocoloração para detecção das proteínas estudadas. A imunoexpressão de Ki67 foi utilizada como marcadora da atividade proliferativa. Resultados: Geminina, Mcm2, BubR1 e Ki67 apresentaram superexpressão nos tumores em comparação com as displasias, e demonstraram uma correlação com os diferentes sítios anatômicos analisados. Pela análise da correlação de Pearson, houve uma relação linear (r=0.66190) entre os valores de Li de MCM2 e Ki67 nas displasias de localização extra-oral (p=0.0015). Uma expressão diminuída de Ki67 foi observada nas lesões malignas de lábio. Conclusão: As proteínas BubR1, Mcm2 e geminina exibiram padrões de expressão crescente das displasias para os carcinomas orais, destacando seu potencial papel no desenvolvimento do câncer, o que sugere a possibilidade destes biomarcadores serem úteis na predição de transformação nas lesões com potencial de malignização.
  • ItemTese de doutorado
    Associação das concentrações de iodo urinário na gestação com os desfechos maternos e neonatais: revisão sistemática e meta-análise
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-29) Bolfi, Fernanda; Nogueira, Vânia dos Santos Nunes [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A concentração urinária de iodo é utilizada como indicador de deficiência de iodo em gestantes. Entretanto, não há evidência suficiente se esses resultados laboratoriais possuem relação com importantes desfechos maternos, neonatais e infantis. Objetivo: Este estudo buscou avaliar se baixos níveis de concentração urinária de iodo em gestantes, quando comparados a valores normais, estão associados a prejuízo nos desfechos maternos, neonatais e infantis. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática de acordo com a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI), incluindo estudos observacionais em que gestantes com UIC < 150 μg/L foram comparadas com gestantes com UIC entre 150 μg/L e 249 μg/L. MEDLINE, EMBASE, LILACS, CENTRAL foram nossas bases de dados. Os desfechos maternos foram: aborto espontâneo, hipotireoidismo, hipotireoidismo subclínico, volume tireoidiano materno, valor médio do hormônio tireoestimulante (TSH); os desfechos neonatais foram: parto prematuro, natimorto, baixo peso ao nascer, pequeno para a idade gestacional, TSH neonatal elevado, comprimento ao nascer. O processo de seleção, avaliação de risco de viés e extração de dados foram realizados em pares e de forma independente. Para desfechos dicotômicos, o risco relativo (RR) com intervalo de confiança de 95% (IC) foi calculado como uma estimativa do efeito do iodo < 150 μg/L. O software STATA foi utilizado para realizar as meta-análises, utilizando o modelo randômico. A qualidade da evidência foi gerada de acordo com o sistema Grading of Recomendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE). Resultados: A estratégia de busca resultou em 6.472 artigos, dos quais 169 foram selecionados para leitura na íntegra e 57 foram incluídos nesta revisão. Não encontramos diferença entre UIC < 150 μg/L e UIC > 150 μg/L para os seguintes desfechos: aborto espontâneo (RR: 0,87, IC 95% 0,64 a 1,18, seis estudos, 4841 participantes, I2=0, baixa qualidade da evidência ); hipotireoidismo materno (RR: 1,19, IC 95% 0,84 a 1,69, sete estudos, 11.371 participantes, I2=0); hipotireoidismo subclínico materno (RR: 1,05, IC 95% 0,87 a 1,26, 13 estudos, 14.705 participantes, I2=7,7%, baixa qualidade da evidência); volume tireoidiano materno (RR: -0,50, IC 95% -1,02 a 0,02, quatro estudos, 620 participantes, I2=0); medição do TSH materno (RR: -0,01, IC 95% -0,06 a 0,05, 21 estudos, 15.438 participantes, I2=51,2%, baixa qualidade da evidência); parto prematuro (RR: 1,18, IC 95% 0,94 a 1,47, 11 estudos, 15.098 participantes, Resumo 2 I2=44,8%, qualidade de evidência muito baixa); natimorto (RR: 0,63, IC 95% 0,24 a 1,69, quatro estudos, 2.992 participantes, I2=13%, baixa qualidade de evidência); baixo peso ao nascer (RR: 1,08, IC 95% 0,86 a 1,36, nove estudos, 11.038 participantes, I2=37,2%, certeza de evidência muito baixa); pequeno para a idade gestacional (RR: 1,11, IC 95% 0,90 a 1,37, cinco estudos, 5230 participantes, I2=0); comprimento ao nascimento (RR: 0,13, IC 95% -0,12 a 0,37, cinco estudos, 4831 participantes, I2=64,4%) e TSH neonatal elevado (RR: 1,29, IC 95% 0,77 a 2,18, três estudos, 2233 participantes, I2= 52,2%). Os seguintes desfechos não puderam ser plotados em uma meta-análise: bócio neonatal, volume neonatal da tireoide, morte infantil, malformações congênitas, desenvolvimento neuromotor e escores de coeficiente de inteligência. Conclusão: em gestantes, não encontramos associação entre UIC < 150 μg/L e desfechos maternos e neonatais, porém a qualidade da evidência da maioria dos resultados foi baixa ou muito baixa.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação da eficácia do uso de gentamicina tópica profilática em cateteres tunelizados para hemodiálise: um ensaio clínico randomizado e duplo cego
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-07) Caetano, Camille Pereira; Ponce, Daniela [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: As infecções relacionadas ao cateter venoso central (CVC) de hemodiálise (HD) são complicações comuns e que aumentam a morbidade e a mortalidade dos pacientes. As infecções podem ser orifício de saída (IOS), de túnel ou de corrente sanguínea (ICS). Portanto identificar medidas profiláticas e os fatores de risco para infecção é de extrema importância Objetivo: Comparar o uso de gentamicina tópica com o uso de placebo no orifício de saída (OS) de CVC tunelizados preenchidos com a lock terapia em pacientes em HD crônica em relação as taxas de infecção e identificar fatores de risco associados. Metodologia: Ensaio clínico randomizado, duplo cego, que comparou o uso de gentamicina 0,1% versus placebo no OS de CVC tunelizados para HD, que já usavam lock terapia profilática (gentamicina 5mg/ml + cefazolina 10mg/ml + heparina 5000 UI/ml). O total de 91 pacientes foram alocados em dois grupos de modo aleatório: Grupo 1 (G1=controle): Pacientes em uso de placebo em gel no OS; Grupo 2 (G2=intervenção): Paciente em uso de gel de gentamicina a 0,1% no OS. As variáveis categóricas foram representadas pelos percentuais. As variáveis contínuas foram representadas pelas médias e desvios padrão ou medianas e quartis, as de natureza não-paramétrica. Os dois grupos foram comparados quanto às variáveis contínuas e paramétricas utilizando o test t e o teste U de Mann Whitney foram utilizados para os dados contínuos não paramétricos. O teste do Chi-Quadrado foi usado para comparar proporções. Ao final do estudo foi construída a curva de tempo livre de infecção pelo método Kaplan-Meyer e a comparação entre os dois grupos foi realizada utilizando-se o teste de Log rank (valor significativo de p<0,05). Resultado: A média de idade da população estudada foi de 60,4 (+15,3) anos, com predomínio do sexo masculino (60,4%), sendo o diabetes melitos a principal etiologia da DRC (40,7%). Não houve diferença entre os grupos quanto a prevalência de IOS (G1= 30%. G2= 34,1%, p=0,821), de ICS (G1= 22% vs. G1= 17,1%, p=0,60). A densidade de incidência por 1000 cateteres-dia, foi semelhante entre os grupos em relação a IOS e ICS (p=1). Os grupos também foram semelhantes quanto a curva de tempo livre de infecção. O implante do CVC na veia subclávia (VSC) teve maior risco de IOS (p=0,034) e os pacientes com maior mediana de tempo em HD teve maior risco para ICS (p=0,026). Conclusão: Nosso estudo mostrou que a associação da gentamicina a 0,1% tópica no OS não reduziu as complicações infecciosas relacionadas ao CVC tunelizado preenchidos com a lock terapia, quando comparada ao placebo tópico no OS, em pacientes renais crônicos. O implante de CVC na VSC e o maior tempo em HD foram identificados como fatores de risco para infecção.