Teses - Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia - FMB

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  • ItemTese de doutorado
    Impacto do serviço de navegação em um hospital de referência na Amazônia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-28) Tapajós, Maria Raika Guimarães; Silva Filho, Agnaldo Lopes da; Pereira, Hilka Flávia Barra de Espírito Santo Alves
    Introdução: O serviço de navegação de pacientes (SNP) representa uma assistência pautada no doente, uma vez que se trata de um serviço que guiará a paciente durante todo o tratamento. Na assistência ao câncer de mama, o serviço é capaz de otimizar o tratamento através de um atendimento personalizado a fim de remover os entraves que prejudicam o alcance de uma assistência holística e objetiva. Justificativa: Em todo o mundo, exitosas são as experiências do SNP assistindo mulheres em tratamento contra o câncer de mama. Todavia no Brasil, os estudos ainda são modestos e, na Região Norte, este foi um estudo pioneiro para evidenciar a importância da implantação do SNP e sua atuação em um hospital de referência em Oncologia na Amazônia Ocidental Brasileira. Objetivo: Analisar o impacto da implantação do serviço de navegação no atendimento às pacientes com câncer de mama atendidas em um hospital de referência na Amazônia Ocidental Brasileira. Metodologia: Esta tese foi dividida em dois capítulos onde o primeiro realizou um estudo observacional, transversal, analítico, descritivo e epidemiológico, avaliando a percepção das mulheres sobre a assistência prestada pelo SNP. No estudo foram abordadas 186 mulheres em tratamento de câncer de mama acompanhadas pelo SNP, que realizaram procedimento cirúrgico entre janeiro de 2020 a março de 2021. Já no segundo capítulo avaliou-se a atuação do SNP durante a pandemia e ainda identificou o estadiamento clínico na amostra avaliada. Resultados: As mulheres atendidas pelo SNP demonstraram satisfação com o atendimento recebido pelo programa, e destas, 84% relataram estar muito satisfeita com a assistência recebida. A percepção do cuidado prestado pelo SNP foi positiva para o total de mulheres entrevistadas. O SNP contribuiu para a assistência às mulheres com câncer de mama na cidade de Manaus, atendidas na FCECON mesmo enfrentando todos os agravantes da pandemia da COVID-19. Neste estudo não foi possível demonstrar redução no tempo de atendimento comparando os grupos de mulheres atendidas antes e depois da implantação do SNP e antes e depois do início da pandemia da COVID-19, entretanto, o SNP conseguiu impedir a piora e o agravamento dos casos de câncer de mama, sendo o estadiamento II o mais prevalente nesta amostra estudada. Conclusão: O SNP oferecido às mulheres com câncer de mama no Hospital de referência oncológica de Manaus, após três anos de implantação, teve um papel importante na assistência às mulheres com câncer de mama o que encoraja sua replicação em outros setores da assistência oncológica.
  • ItemTese de doutorado
    Perfil clínico e ginecológico de indígenas da Amazônia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-08) Schiave, Quelly Christina França Alves; Silva Filho, Agnaldo Lopes da; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A saúde indígena tem sido influenciada por diversas modificações envolvendo processos históricos, sociais, econômicos e ambientais ao longo do tempo, impactando o perfil de saúde dessa população. Justificativa: Estudar a respeito da realidade da saúde dos povos indígenas, sobretudo as mulheres, se faz necessário pois resgata o valor histórico e cultural desses povos. Sendo assim, é necessário pesquisar e discutir este tema para documentar a situação da saúde indígena no Brasil. Isto proporcionará visibilidade a fim de provocar boas práticas de saúde para esta população. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e as principais características clínicas das mulheres indígenas de Manaus. Metodologia: Estudo observacional do tipo transversal, realizado no Parque das Tribos em 95 mulheres indígenas com faixa etária acima de 18 anos. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de questionários para obter informações sobre o perfil sociodemográfico e de saúde destas mulheres. Os questionários International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF) para identificar a presença de incontinência urinária e Wexner, que avalia a incontinência fecal, foram utilizados. Resultados: As indígenas avaliadas pertenciam a 21 etnias inseridas no contexto urbano, sendo que 52,6% das indígenas possuíam ensino médio completo e 44,2% realizavam atividades domésticas. A média de filhos das entrevistadas foi de 2,8 e o parto vaginal foi predominante (52,6%). 11,6% das indígenas praticaram atividade física regularmente e 38,9% apresentaram hipertensão arterial sistêmica. Sobre o perfil de saúde, 50,5% possuíam ciclo menstrual regular, 14,7% estavam no climatério, 36,8% usavam anticoncepcional, 3,2% tiveram câncer, 28,4% realizaram o exame preventivo e 22,1% das mulheres fizeram mamografia alguma vez na vida. Houve uma prevalência de 58,9% para incontinência urinária e de 5,3% para incontinência fecal. Conclusão: Devido ao distanciamento das raízes indígenas, os achados deste estudo permitem mostrar que o perfil de saúde das mulheres indígenas urbanizadas do Parque das Tribos está muito próximo ao das mulheres não indígenas.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito modulador do sulfato de magnésio sobre a resposta inflamatória sistêmica em gestantes portadoras de iminência de eclâmpsia ou de eclâmpsia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-06-17) Neves, Haroldo Millet; Peraçoli, José Carlos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Os distúrbios hipertensivos da gestação constituem uma das principais causas de mortalidade materna e perinatal em todo o mundo, sendo que a pré-eclâmpsia complica 2 a 8% dessas gestações. No Brasil, a pré-eclâmpsia contribui com um quarto de todos os óbitos maternos registrados. A reação inflamatória sistêmica exacerbada que ocorre na pré-eclâmpsia é caracterizada por produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias como Interleucina-1 (IL-113), IL-6 e fator de necrose tumoral-α (TNF-α) e de quimiocinas, bem como deficiência na síntese da citocina anti-inflamatória IL-10, importante fator capaz de regular a resposta inflamatória. Como manifestação clínica, a pré-eclâmpsia pode evoluir para situações críticas, diretamente relacionadas com as altas taxas de morbimortalidade materna e perinatal, que são a crise ou emergência hipertensiva, a síndrome HELLP e a eclampsia. A eclampsia, definida pela manifestação de crise convulsiva tonico-clonica generalizada, em gestante com pré-eclâmpsia, é considerada uma das mais sérias complicações da doença. Evidências na literatura demonstram que o sulfato de magnésio (MgSO4) é a medicação de escolha para prevenção e tratamento da eclampsia. Objetivo: Considerando-se a ação terapêutica do MgSO4 na prevenção e tratamento da eclampsia, o presente avaliou o efeito imunomodulador de diferentes esquemas de sulfato de magnésio administrados por via intravenosa sobre a concentração de citocinas pró- e anti-inflamatórias em gestantes com diagnóstico de iminência de eclampsia ou de eclampsia. Sujeitos e métodos: Foram avaliadas 33 gestantes pré-eclâmpticas, com diagnóstico de iminência de eclampsia ou de eclampsia, em estudo transversal unicego e alocadas segundo os esquemas de MgSO4, em dois grupos: esquema de Zuspan (16 gestantes) e esquema de Sibai (17 gestantes). Após a inclusão da paciente no estudo coletou-se amostra de sangue antes da administração da dose inicial de cada esquema de MgSO4, após 24h e 48h de tratamento, determinando-se as concentrações séricas de Interleucina (IL)-1 beta (IL-1p), IL-6, IL-10 e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α). Os resultados foram analisados por testes paramétricos ou não-paramétricos, com nível de significância de 5%. Resultados: O tratamento com MgSO4, segundo o esquema de Zuspan, não alterou as concentrações de TNF-α nos três momentos estudados, enquanto o tratamento com o esquema de Sibai reduziu significativamente esses valores nos momentos 24h e 48h pós-tratamento. Ambos tratamentos reduziram significativamente a concentração de IL-1 p em comparação ao período pré- tratamento. Houve redução significativa da concentração de IL-6 apenas no período de 48h do esquema de Zuspan, enquanto no esquema de Sibai os valores dessa citocina foram significativamente menores tanto após 24h como 48h. A concentração sérica e IL-10 foi semelhante nos três momentos do tratamento com o esquema de Zuspan, enquanto que com o esquema de Sibai houve aumento da concentração dessa citocina no período de 48h após o tratamento. Conclusão: O presente estudo permite concluir que, em gestantes portadoras de iminência de eclampsia ou de eclampsia, o MgSO4 administrado segundo o esquema de Sibai determinou efeito modulador precoce sobre a produção de citocinas pró-inflamatórias em relação ao esquema de Zuspan e ativou a produção da citocina anti-inflamatória IL-10, demonstrando seu papel imunoregulador sobre a resposta inflamatória sistêmica presente na pré-eclâmpsia.
  • ItemTese de doutorado
    Radioterapia hipofracionada versus fracionamento convencional após cirurgia conservadora ou mastectomia com irradiação de drenagens linfonodais: ensaio clínico randomizado fase II.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-26) Gil, Gabriel Oliveira Bernardes; Silva Filho, Agnaldo Lopes da; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A radioterapia hipofracionada (HF-RT do inglês, hyporactionated adiation therapy) em 15 ou 16 frações diárias está bem estabelecida como padrão de tratamento para o câncer de mama inicial, embora o uso do hipofracionamento no cenário de irradiação nodal regional e após mastectomia ainda não é consenso. Objetivo: O objetivo principal do estudo foi comparar a toxicidade aguda entre a radioterapia fracionada convencional (CF-RT do inglês, conventional crationated cadiation therapy) e a HF-RT para pacientes submetidas à cirurgia conservadora da mama ou mastectomia com irradiação da mama ou parede torácica e drenagem nodal regional (RNI do inglês, regional node irradiation). Secundariamente, a toxicidade subaguda, a estética, a qualidade de vida (QoL) e a ocorrência de linfedema foram avaliadas. Materiais e métodos: Ensaio clínico randomizado, não-cego, comparando CF-RT (n = 33; 50 Gy/25 frações ± reforço de dose sequencial [10 Gy/5 frações]) versus HF-RT (n = 53; 40 Gy/15 frações ± reforço de dose concomitante [8 Gy/15 frações]). Os toxicidade e a estética foram avaliados a partir da escala do Common Terminology Criteria for Adverse Events, versão 4.03 (CTCAE v. 4.03) e da escala de Harvard/NSABP/RTOG, respectivamente. A qualidade de vida relatada pelas pacientes foi mensurada pelo questionário QLQ-C30 da European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) e o questionário complementar específico para câncer de mama QLQ-BR23. O linfedema foi avaliado pelas diferenças de volume entre o braço afetado e o contralateral. O teste do qui-quadrado e o teste exato de Fisher foram utilizados para analisar as variáveis categóricas, enquanto o teste U de Mann-Whitney foi aplicado para os resultados numéricos. As comparações intergrupos do EORTC QLQ-30 e BR23 foram analisadas a partir das Equações de Estimativa Generalizada. Resultados: A dermatite cutânea associada à radioterapia graus 2 e 3 foi menor no braço HF-RT do que no braço CF-RT (28% versus 52%, 0% versus 6%; p = 0,022, respectivamente). A HF-RT versus CF-RT apresentou menor taxa de hiperpigmentação grau 2 (23% versus 55%; p = 0,005). Não houve diferenças significativas nas taxas gerais de qualquer toxicidade aguda de grau maior ou igual a 2 e grau maior ou igual 3 entre os grupos de HF-RT vs. CF-RT. Em relação à estética, a maioria das pacientes foi classificada como excelente ou boa em ambos os braços (CF-RT 40% versus HF-RT 47%, 27% CF-RT versus 34% CF-RT; p = 0,288, respectivamente). Um total de 74 pacientes foram avaliadas quanto aos efeitos de toxicidade após seis meses de tratamento e os resultados foram equivalentes entre os grupos, assim como avaliação cosmética através de Harvard/NSABP/RTOG. Não houve diferença estatisticamente significativa, na taxa de linfedema (13% versus 12% HF-RT versus CF-RT; p = 1.000, respectivamente). Não houve diferença estatística detectada nas escalas de qualidade de vida entre a CF-RT e a HF-RT durante a irradiação e após 6 meses de tratamento. Conclusões: A HF-RT apresentou menor toxicidade aguda que CF-RT. Não houve diferenças nas taxas de linfedema ou alterações nas escalas de qualidade de vida.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação da função reprodutiva ovariana de ratas adultas expostas à hiperglicemia materna intraútero e submetidas à dieta hiperlipídica após o desmame
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-29) Paula, Verônyca Gonçalves [UNESP]; Damasceno, Débora Cristina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Diabetes e obesidade podem prejudicar a função reprodutiva tanto em mulheres quanto em animais de laboratório e há necessidade de estudar se essas alterações persistem na próxima geração. Neste estudo, avaliamos a influência da hiperglicemia materna e do consumo pós-desmame de uma dieta hiperlipídica na função mitocondrial, estresse oxidativo e apoptose nas células ovarianas da prole adulta de ratas diabéticas. Ratas fêmeas receberam tampão citrato (Controle – C) ou Streptozotocin (droga citotóxica de células beta-pancreáticas para induzir diabetes – D) no dia 5 pós-natal. Na vida adulta, foram acasaladas para obtenção da prole feminina (F) que foi distribuída nos grupos experimentais de acordo com a dieta a ser utilizada, dieta padrão (DP) ou hiperlipídica (DHL), desde o desmame até a idade adulta. FC/DP e FC/DHL representam filhas de mães controle e que receberam DP ou DHL, respectivamente; FD/DP e FD/DHL representam filhas de mães diabéticas e receberam DP ou DHL, respectivamente. Na idade adulta, foi realizado o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) e AUC e, em seguida, as ratas foram anestesiadas e eutanasiadas. Amostras de sangue foram coletadas para determinar as concentrações hormonais. Os ovários foram coletados e separados para análises. Os grupos FC/DHL, FD/DP e FD/DHL apresentaram maior AUC aos 120 min do TOTG. As concentrações de progesterona foram menores nos grupos FC/DHL, FD/DP e FD/DHL. Houve disfunção mitocondrial representada pela menor expressão de MFF e MFN2 nos grupos FD/DP e FD/DHL, assim como prejuízos na proliferação e no processo de apoptose nos ovários. A contagem de folículos primordiais, em crescimento e antrais foi menor nos grupos FD/DP e FD/DHL. Menor intensidade de marcação para SOD e maior intensidade de marcação para MDA foram encontradas nas células lúteas e estromais nos grupos FC/DHL, FD/DP e FD/DHL. Portanto, concluímos que a programação fetal comprometeu a secreção hormonal, função mitocondrial, reserva ovariana e estresse oxidativo dos ovários das filhas de diabéticas, expostas ou não à dieta hiperlipídica pós-desmame. Já, a associação de diabetes materno e dieta hiperlipídica foi responsável por aumentar a intolerância à glicose e a ocorrência de diabetes nas descendentes.
  • ItemTese de doutorado
    Análise da atividade eletromiográfica da interação dos músculos do assoalho pélvico e reto abdominal de gestantes com diabetes mellitus gestacional e incontinência urinária específica da gestação
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-29) Nunes, Sthefanie Kenickel; Barbosa, Angélica Mércia Pascon [UNESP]; Pedroni, Cristiane Rodrigues [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Pesquisas clínicas identificaram que mulheres diabéticas gestacionais apresentam inter-relação entre a Incontinência Urinária (IU) gestacional e Disfunção Muscular do Assoalho Pélvico (DMAP). Os músculos do assoalho pélvico (MAP) representam elemento crítico na sustentação dos órgãos pélvicos, fornecendo suporte ativo tanto em repouso quanto durante a atividade. Os resultados das pesquisas experimentais originadas desse resultado clínico evidenciaram alterações nos músculos estriados uretrais e músculo reto abdominal (MRA) de ratas diabéticas prenhes que mostrou atrofia muscular com desorganização e rompimento de fibras, alteração na organização dos tipos de fibras slow e fast (Tipo I e II), com aumento das fibras fast, fibrose e aumento do colágeno I/III que caracterizam matriz extracelular rígida. Estes achados corroboram os da literatura sobre o fato da integridade da estrutura dos músculos abdominais e do assoalho pélvico sofrer alterações nas diferentes fases da vida da mulher, particularmente na gestação e parto, sendo que a gestação complicada pelo diabetes pode ter alterações ainda mais evidentes, causando impacto negativo na qualidade de vida. A contração coordenada e eficaz dos MAP está relacionada à manutenção das funções de micção, evacuação e sexualidade. A DMAP é distúrbio que afeta a capacidade de controlar e coordenar os MAP, está associada à incontinência urinária de esforço, síndrome da bexiga hiperativa, prolapso de órgão pélvico, incontinência anal, dor pélvica, disfunção sexual e constipação, resultando em impacto negativo na qualidade de vida. A IU também está associada a um padrão de ativação alterado dos MAP em relação aos músculos abdominais durante as atividades funcionais incluindo as atividades que geram aumento da pressão intra-abdominal (PIAb). Achados provenientes de nossas pesquisas associam o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) com a DMAP. O DMG é definido como distúrbio de tolerância à glicose com início durante a gravidez, relacionado com a deterioração da função muscular fisiológica e associado ao termo "miopatia diabética", que se refere a alterações funcionais, metabólicas e estruturais que são induzidas pelo diabetes mellitus (DM) no músculo esquelético. Tendo em vista a importante repercussão negativa da incontinência urinária específica da gestação (IUEG) e este seja um distúrbio amplamente investigado, não existe na literatura nacional e internacional instrumento construído e validado para identificar e avaliar especificamente a IUEG, demostrando ser necessária a construção e validação de um questionário inédito para identificar e avaliar a IUEG na população brasileira. Estudos clínicos demonstraram que o DMG impacta negativamente na atividade eletromiográfica dos MAP ao longo da gestação. Lesão que acomete o músculo reto abdominal durante a gestação também foi relacionada ao DMG. Estudos translacionais mostraram impactos prejudiciais tanto de hiperglicemia leve de longo prazo quanto de hiperglicemia severa de curto prazo no músculo uretral de ratas prenhes, como: atrofia, adelgaçamento, desorganização, ruptura das fibras musculares e perda de tipos específicos de fibras de localizações anatômicas normais, denotando conexão entre os níveis de glicemia e estrutura do MAP. Recentemente, protocolo de estudo clínico estabeleceu pesquisa de biomarcador bem desenvolvida em novo modelo conceitual do papel da integração da tríade DMG, IUEG e miopatia hiperglicêmica como preditora de IU de longo prazo e DMAP. A avaliação do desempenho dos MAP por meio da Eletromiografia de superfície (EMG) é capaz de, além de analisar sua funcionalidade, também identifica o exato momento em que determinado músculo entra em ação, e assim verificar se há co-contração entre os músculos. A avaliação deve incluir o desempenho dos MAP em repouso e em atividades dinâmicas. O emprego da EMG, que é utilizada como forma de avaliação em trabalhos que analisaram a função dos MAP durante a gestação, é pertinente para analisar o status muscular, pois é possível obter dados como o recrutamento de unidades motoras, velocidade de condução das fibras musculares e a fadiga muscular, variáveis importantes para identificar com eficácia diversos aspectos do desempenho muscular da gestante. A técnica é de acesso fácil, sem radiação, com desconforto mínimo, tem boa confiabilidade inter-observador e interdisciplinar, além de permitir avaliação dinâmica. Justificativa: Aprofundar e preencher lacunas do conhecimento sobre a repercussão do DMG e da miopatia hiperglicêmica a longo prazo torna-se imprescindível. Nesse contexto, analisar o desempenho dos MAP com avaliações eletromiográficas confiáveis, objetivas, visíveis e em tempo real é método alternativo para orientar a prática clínica e científica nos cuidados preventivos e terapêuticos. Objetivos: 1) Construção e validação de um instrumento para avaliação da incontinência urinária específica da gestação em mulheres brasileiras. 2) Analisar o efeito do DMG na funcionalidade dos MAP durante a gestação pela avaliação eletromiográfica. Métodos: 1) Trata-se de estudo transversal realizado no Centro de Pesquisas em Diabetes Perinatal (CPDP) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina de Botucatu, Brasil. A ferramenta de guia STROBE foi usada como guia para relatar este estudo. Os dados foram coletados entre março/2018 a dezembro/2021. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 31976620.1.0000.5411). As gestantes foram recrutadas para participar do estudo durante a rotina de rastreio do DMG no CPDP. Os critérios de inclusão foram gestantes entre 18-40 anos de idade, normoglicêmicas e com DMG em tratamento não medicamentoso. Foram excluídas as participantes com DM tipo I ou II, uso de hipoglicemiantes, triagem ou diagnóstico inadequado de DMG, tratamento farmacológico após falha no controle da glicose com modificação do estilo de vida e dieta, doença do tecido conjuntivo, distúrbios neurológicos, prolapso de órgão pélvico ou cirurgia de incontinência, distúrbio hipertensivo gestacional ou pré-existente e incapacidade de realizar a sequência de contração dos MAP. O diagnóstico do DMG foi realizado de acordo com os critérios da American Diabetes Association (ADA) e quando confirmado estas participantes foram alocadas no grupo DMG. As participantes com resultado negativo foram alocadas no grupo normoglicêmico (NG). As participantes foram submetidas a aplicação do questionário e avaliação dos MAP pela EMG considerando a área dos levantadores do ânus. Todas as participantes forneceram consentimento informado previamente ao início da coleta de dados. 2) Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 82225617.0.0000.5411). O modelo foi proposto para avaliar o desempenho dos MAP em suas diferentes atividades por meio da EMG e desenhado com base na importância de incluir, além da medida de repouso inicial, as medidas de repouso antes e depois de cada atividade realizada. Este conceito permitirá análise ampliada e detalhada do desempenho dos MAP e MRA entre os repousos, entre as atividades e repousos, bem como entre atividades semelhantes e/ou opostas. Resultados: 1) Na primeira etapa foi feita uma revisão bibliográfica e análise de entrevistas qualitativas. Após a retirada de detalhes sugeridos pelos especialistas, obtiveram-se 14 itens como versão final do questionário. A avaliação das propriedades psicométricas do instrumento foi feita em segundo lugar. Foram relatadas a análise das propriedades psicométricas do instrumento, incluindo validade de conteúdo, validade formal, validade de construto e confiabilidade (consistência interna). 2) Durante as contrações rápidas não houve diferenças na atividade eletromiográfica dos MAP entre os grupos. A ativação dos MAP superficiais das mulheres com DMG independente do status da continência urinária foram semelhantes, mas separadamente eles diferiram da ativação das mulheres do grupo normoglicêmico-incontinente (NG-IU) sendo assim, as mulheres do grupo diabético-continente (DMG-C) e diabético-incontinente (DMG-IU) ativaram 56,3% (p=,000) e 28,7% (p=,047) menos os MAP superficiais comparado com as NG-IU, respectivamente. Em relação a ativação sinérgica do MRA durante a tarefa de contração rápida do AP, a ativação do RA das mulheres com DMG independente do status da continência urinária foi semelhante, mas separadamente eles diferiram da ativação das mulheres do grupo NG-IU sendo assim, as mulheres DMG-C e as mulheres DMG-IU ativaram 39,1% (p=,001) e 34,8% (p=,005) menos o MRA comparado com as NG-IU, respectivamente. Conclusão: 1) O PSUI-Q é uma escala baseada em conteúdo, que permite que clínicos ou pesquisadores não apenas caracterizem os níveis de sobrecarga emocional, social, financeiro, profissional e sexual experimentados por mulheres grávidas, mas também oferece uma compreensão mais personalizada da sua angústia durante esse período específico. Portanto, o PSUI-Q é uma medida valiosa que pode ser usada como base para os profissionais de saúde desenvolverem cuidados adequados para atender às necessidades individuais das mulheres. Compreender a sobrecarga da gestante deve ser um componente fundamental para o desenvolvimento de um pré-natal adequado para auxiliar a mulher no enfrentamento de sua situação, evitando as consequências adversas da carga emocional materna. O PSUI-Q desenvolvido com 14 itens foi confirmado como tendo validade e confiabilidade satisfatórias. 2) Os resultados preliminares deste estudo indicam que mulheres que são DMG-C e DMG-IU ativam menos os MAP e RA quando comparadas com mulheres NG-C e NG-IU.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação ultrassonográfica tridimensional do assoalho pélvico em mulheres na pós-menopausa usuárias de terapia hormonal
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2019-06-27) Delmanto, Lucia Regina Marques Gomes; Nahas, Eliana Aguiar Petri [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivo: Avaliar as características ultrassonográficas tridimensionais (3D) dos músculos do assoalho pélvico (MAP) em mulheres na pós-menopausa, usuárias e não usuárias de terapia hormonal (TH). Métodos: Estudo de corte transversal com 226 mulheres, idade entre 45-65anos, sexualmente ativas, amenorreia >12meses e sem alterações do assoalho pélvico ou incontinência urinária. Consideraram-se usuárias de TH sistêmica, mulheres em uso ≥ seis meses. A força dos MAP foi avaliada pela palpação vaginal bidigital, graduadas de 0 a 5, pela escala modificada de Oxford: escores 0–1, sem contração e escores 2–5, com contração dos MAP. A biometria dos MAP foi realizada pela ultrassonografia transperineal-3D (Voluson E6, GE) para avaliação da área do hiato urogenital, diâmetros anteroposterior e transverso e espessura do músculo levantador do ânus. Análise estatística foi pelo teste t-student, correlação de Pearson e regressão logística (odds ratio-OR). Resultados: Participantes foram divididas em usuárias (n=78) e não usuárias (n=148) de TH. Não houve diferenças entre os grupos quanto as variáveis clínicas e antropométricas. Em ambos os grupos, a média de idade foi de 55 anos com tempo médio de menopausa de seis anos. Entre as usuárias de TH, o tempo médio de uso foi de 43,4 ± 33,3 meses. Observou-se que as usuárias de TH apresentaram maior espessura do músculo levantador do ânus (p=<.001) e maior força dos MAP (p=0.029) quando comparadas a não usuárias. Na análise de risco ajustada para idade, tempo de menopausa, IMC, paridade e tipo de parto, foi observado associação entre o uso de TH com menor área do hiato urogenital (OR=2.73; IC 95% 1.11–6.70, p=0.029) e maior força dos MAP (OR=1.78; IC 95% 1.01–3.29, p=0.046) quando comparadas as não usuárias de TH. Observou-se fraca correlação positiva entre a espessura do músculo levantador do ânus com o tempo de uso de TH (r= 0.25, p=0.0002) e a força dos MAP (r= 0.12, p=0.043). Conclusão: Mulheres na pós-menopausa usuárias de TH apresentaram menor área do hiato urogenital e maior espessura do músculo elevador do ânus quando comparadas a não usuárias de TH.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito de suplementação de vitamina D sobre o perfil de adipocinas em mulheres na pós-menopausa.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-09) Schmitt, Eneida Maria Boteon [UNESP]; Nahas, Eliana Aguiar Petri [UNESP]; Orsatti, Claudio Lera [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação isolada de vitamina D (VD) sobre o perfil de adipocinas em mulheres na pós-menopausa. Métodos: Foi conduzido ensaio clínico, duplo-cego, placebo-controlado envolvendo 160 mulheres com idade entre 50-65 anos e amenorreia ≥ 12 meses. Foram excluídas mulheres com histórico de doença cardiovascular, diabetes insulino dependente, doença renal crônica, doença hepática, doença autoimune, disfunção da paratireoide e usuárias de terapia hormonal da menopausa e de VD. As participantes foram randomizadas em dois grupos: VD, ingestão de colicalciferol 1.000 UI/dia via oral (n=80) ou placebo (n=80). O tempo de intervenção foi de 9 meses, com avaliações nos momentos inicial e final. Para avaliação do perfil de adipocinas foram dosadas adiponectina, resistina, adipsina e PAI-1 (Inibidor do ativador de plasminogênio tipo 1). Os valores séricos de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] foram mensurados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A análise estatística foi per protocol, empregando-se ANOVA e medidas repetidas por meio da Distribuição Gama seguido do teste de comparação múltipla de Wald. Resultados: Os grupos foram similares nos parâmetros iniciais clínicos, bioquímicos e no perfil de adipocinas. A média de idade foi de 58,8 ± 6,6 anos no grupo VD e de 59,3 ± 6,7 anos no grupo placebo, com tempo de menopausa de 12,0 ± 8,8 anos e 12,3 ± 8,4 anos, respectivamente (p>0.05). Após 9 meses, valores médios de 25(OH)D aumentaram de 15,0 ± 7,5 ng/ml para 27,5 ± 10,4 ng/ml (+45,4%) no grupo VD, e diminuíram de 16,9 ± 6,7 ng/ml para 13,8 ± 6,0 ng/ml (-18,5%) no placebo (p<0.001). No grupo VD, na comparação entre momentos, observou-se aumento nos valores médios de adiponectina (18.6%) e redução de resistina (-32.4%) e PAI-1 (-39.3%), (p<0.05). E no grupo placebo houve redução no PAI-1 (-25.5%) (p<0.05). Na comparação entre os grupos no momento final, foi observada diferença significativa entre os grupos placebo e VD nos valores médios de adiponectina e resistina (11.5 ± 5.5 ng/mL vs 18.5 ± 21.8 ng/mL, p=0.047, e 16.5 ± 3.5 ng/mL vs 11.7 ± 3.3 ng/mL, p=0.027, respectivamente). Não foram observadas diferenças entre grupos e entre momentos nos valores de adipsina e PAI-1. Conclusões: A suplementação diária e isolada de 1.000 UI de VD por 9 meses associou-se com aumento no valor de adiponectina e redução da resistina quando comparada ao placebo, sugerindo efeito benéfico sobre o perfil de adipocinas em mulheres na pós-menopausa com deficiência de VD.
  • ItemTese de doutorado
    Autocoleta e teste de DNA HPV como método de rastreamento em Mulheres Privadas de Liberdade no Amazonas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-15) Pereira, Hilka Flavia Barra do Espírito Santo Alves; Filho, Agnaldo Lopes da Silva; Silva, Katia Luz Torres; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As Mulheres Privadas de Liberdade (MPL) apresentam múltiplos fatores de risco para a presença de Papilomavírus Humano (HPV) cervical, oral e anal, sendo que a autocoleta pode ser uma alternativa para o rastreio. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi analisar o rastreio de HPV através da pesquisa por testes moleculares na topografia cérvico-vaginal a partir de autocoleta de MPL no estado do Amazonas,e os casos positivos foram coletadas amostras de cavidade oral e anal . Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e analítico de prevalência do diagnóstico de infecção por HPV, do qual participaram 268 MPL no estado do Amazonas, sendo estas submetidas à autocoleta por meio da utilização do dispositivo Coari® e detecção pelo Teste Cobas® 4800 HPV CTNG (Roche®). As participantes com HPV detectável foram submetidas à colpocitologia de meio líquido, imunocitoquímica através da superexpressão da proteína p16INK4a, colposcopia e biópsia, quando indicado com análise histopatológica. Além disso os casos positivos cérvico-vaginal foram submetidas à autocoleta para as cavidades oral e anal, com análise pelo teste HPV 40™. O HPV foi detectado em 66 (24,6%) das mulheres, sendo encontrado o HPV 16 em 12 (4,5%) delas, HPV 18 em três (1,1%) e outros tipos de HPV de alto risco em 51 (19%); resultados inconclusivos totalizaram 21 (7,8%) e negativos em 181 (67,5%) das pacientes.Das 50 mulheres pesquisadas com teste positivo cérvico-vaginal a presença do HPV na amostra oral se deu em 24% das pacientes e anal em 62%. A aceitabilidade e desempenho da autocoleta, como método diagnóstico, pode ser uma alternativa para o rastreio em vários sítios.
  • ItemTese de doutorado
    Impacto da análise “in silico” na predição de patogenicidade e reclassificação de variantes em genes de suscetibilidade ao câncer ginecológico
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-09) Ferraz, Anisse Marques Chami; Silva Filho, Agnaldo Lopes da [UNESP]; Braga, Letícia da Conceição; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A medicina genômica tem um importante papel na determinação do manejo clínico de mulheres com diagnóstico ou risco para neoplasias mamárias e/ou ginecológicas. Estima-se que até 10% dos casos de câncer de mama, em torno de 24%, de câncer de ovário epitelial e até 3%, de câncer de endométrio tem um padrão reconhecidamente hereditário associado a uma síndrome ou gene de predisposição ao câncer. Os testes genéticos são ferramentas fundamentais para estudo das mutações germinativas. Resultados desses exames podem guiar não somente a estratificação do risco das pacientes, mas também, medidas de redução de risco, decisões terapêuticas e assistência aos familiares. A interpretação das variantes desses testes é muito variável e, muitas vezes, conflitantes. Mesmo diante da identificação de uma variante patogênica mecanismos moleculares podem amenizar o impacto dessas variantes. A partir de métodos de bioinformática é possível analisar o impacto das variantes em nível de RNA e de proteína. Os critérios estabelecidos pelo Colégio Americano de Genética Médica é o recomendado para classificação das variantes e levam em conta vários aspectos, dentre eles, estudos computacionais. Neste trabalho, avaliamos por métodos de bioinformática, variantes em genes de interesse do grupo de trabalho com intuito de definir patogenicidade ou benignidade e rever a classificação de variantes em genes associados ao risco para neoplasias ginecológicas. Foi realizado o levantamento de casos e coleta de variantes de serviços médicos e dados laboratoriais de pacientes que fizeram teste genético para avalição de câncer hereditário. Para os relatos de caso, aprofundamos nos estudos “in sílico” da variante patogênica MSH2 c.1894_1898; (p.Ile633Lysfs*9) e sugerimos uma reclassificação para a variante FH c.199T>G; (p.Tyr67Asp). Analisamos ainda 19 variantes coletadas no gene RDA51C. Desta, dentre as variantes de significado incerto (VUS), apenas três seriam passíveis reclassificação. O trabalho retrata o cenário em nossa comunidade das análises de variantes em genes de predisposição ao câncer e a importância da colaboração clínico-laboratorial para refinamento das interpretações do real impacto em nível molecular.
  • ItemTese de doutorado
    Perfil antropométrico das mulheres indígenas do parque das tribos da cidade de Manaus-AM como fator de risco para o desenvolvimento de enfermidades: características gerais das mulheres indígenas não aldeadas do parque das tribos em Manaus- AM
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-25) Rodrigues, Kleber Prado Liberal; Valadares, Ana Lucia Ribeiro; Silva Filho, Agnaldo Lopes da; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O rastreio de comorbidades e enfermidades de mulheres indígenas não aldeadas da Amazonia ocidental, Brasil, Parque das tribos, serve para a elaboração de um plano de prevenção e tratamento nesta população. Objetivo: Avaliar a associação dos índices antropométricos e Hipertensão Arterial nas mulheres indígenas do Parque das Tribos, bairro indígena de Manaus. Método: Estudo transversal, na qual foi aplicado questionário e formulário dos dados clínicos, sociodemográficos e comportamentais. Foi realizada antropometria e mensuração da pressão arterial. Resultados: Amostra de 95 indígenas, das etnias, Tukanos com (18,9%), Baré (13,7%), Kokama e Mundukuru, ambas com 10 (10,5%). A faixa etária foi de 36 anos. (44,2%) eram do lar, o IMC mediano foi de 29,2 Kg/m2, e prevalência de HAS de (38,9%), excesso de peso (68,4%). Sedentarismo foi de (88,4%), escolaridade (52,6%) com média de 11 anos de estudo. Em relação as questões sobre saúde da mulher; (13,7%) das indígenas relataram ter tido diagnóstico médico de alguma doença nos últimos 12 meses, alimentação, apenas (22,1%) mantém a frequência alimentar tradicional das aldeias. Entretanto, (51,6%) das indígenas relatam ter boa apercepção de sua saúde. Houve associação entre a HAS e os índices preditores: Índice de massa corporal (IMC), Razão cintura quadril (RCQ) e relação cintura quadril (RCE) o p-valor < 0,05. A RCE, apresentou mediana de 0,65 para hipertensas e 0,51para não hipertensas, ao passo, que o RCQ, apresentou mediana 0,92 para as hipertensas, contra 0,84 das não hipertensas, p-valor < 0,05. A Faixa etária de 40 anos para as hipertensas, contra 32 das não-hipertensas. RCE demostrou excelente capacidade, com AUC de 0,92 apontando acurácia de 86%, com sensibilidade de 76%, especificidade de 93% e um escore de ≥ 0,63 para mulheres do Parque das Tribos. Conclusão: A população apresenta mediana baixa de estatura, 157cm, mantém algumas tradições e estão acima do peso ideal. Os índices antropométricos demonstraram associação positiva com a elevação da pressão arterial, tendo destaco o (RCE) como excelente preditor de HAS.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação do impacto do programa Enhanced Recovery After Surgery (ERAS) no manejo perioperatório em mulheres com câncer ginecológico.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-28) Santiago, Aline Evangelista; Silva Filho, Agnaldo Lopes da [UNESP]; Brandão, Wladimir Cardoso; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: O programa Enhanced Recovery After Surgery (ERAS) tem sido adotado em várias especialidades cirúrgicas e instituições em todo o mundo e as evidências do seu benefício na Ginecologia Oncológica estão bem estabelecidas. O programa ERAS concentra-se nos pacientes e no recebimento de cuidados baseados em evidências. Como fonte de motivação para as pacientes, acredita-se que ferramentas digitais possam contribuir para a mudança de comportamento e maior engajamento dos pacientes a participarem mais ativamente do seu processo de recuperação. A gamificação pode ser um meio eficaz de direcionar componentes motivacionais. Esta tese tem como objetivo uma revisão da literatura com as recomendações do manejo peri-operatório em cirurgia ginecológica baseadas no programa ERAS e o desenvolvimento e validação de um aplicativo (app) móvel gamificado para utilização por pacientes no pós-operatório, com base no programa ERAS. Métodos: Foram revisados os protocolos mais atuais publicados pela ERAS Society. O processo de desenvolvimento do app (MobERAS) incluiu idealização; formação de equipe interdisciplinar; avaliação da necessidade potencial dos usuários; e desenvolvimento e implantação do produto. Testes de usabilidade foram realizados durante o processo de desenvolvimento. Foi realizada a validação do app, com a inclusão de mulheres submetidas a cirurgias ginecológicas oncológicas de médio e grande porte. As pacientes avaliaram a usabilidade do app por meio da System Usability Scale (SUS). Utilizou-se a Mobile App Rating Scale (MARS) para avaliação do MobERAS por profissionais de saúde e profissionais em tecnologia. Foi realizada uma coleta de dados com o uso do MobERAS referentes a desfechos clínicos ocorridos nas primeiras 24 horas do pós-operatório, e então realizada uma análise, com avaliação de associações desses dados com parâmetros do programa ERAS. As diferenças com p<0,05 foram consideradas significantes. Resultados: Foi realizada uma revisão da literatura com as recomendações do manejo perioperatório em cirurgia ginecológica baseado no programa ERAS. Foi desenvolvido um app gamificado baseadas nessas recomendações. O MobERAS foi de fácil utilização e atraente devido ao uso de gamificação. Foi projetado para ser baixado em dispositivos móveis e para fornecer dados pós-operatórios. Foi acoplado a ele um sistema de posicionamento global (GPS) que monitora o tempo e a distância de deambulação. Houve uma boa aceitação do uso do MobERAS pelas pacientes, com boa avaliação da usabilidade. O app foi avaliado em todos os quesitos como bom ou muito bom pelos profissionais. Um maior tempo de imobilidade no pós-operatório se associou significativamente com a ocorrência de vômitos (p=0,001), não eliminação de flatos (p=0,004) e pior tolerância à dieta nas primeiras 24 horas (p<0,001). Um tempo mais prolongado desde o término da cirurgia até a primeira caminhada se associou significativamente com uma pior a tolerância à dieta (p<0,001). Evidenciou-se ainda associação significativa de um maior índice de dor com não eliminação de flatos (p=0,014) e pior tolerância à dieta (p=0,019). Conclusão: O programa ERAS deve se tornar a prática padrão nas cirurgias ginecológicas eletivas. O MobERAS se mostrou de fácil utilização, seguro, bem aceito pelas pacientes e bem avaliado por especialistas.
  • ItemTese de doutorado
    Impacto transgeracional do diabete materno sobre a morfofisiologia mitocondrial e expressão proteica do músculo esquelético de ratas fêmeas adultas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-20) Kloppel, Eduardo; Santos, Débora Cristina Damasceno Meirelles dos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O diabetes materno tem um impacto negativo no fenótipo da prole, o que contribui para um metabolismo prejudicado na idade adulta. No entanto, os mecanismos sob esses resultados ainda não são claros. Neste estudo, utilizando um modelo de rato, objetivamos investigar o impacto do diabetes materno no metabolismo de filhotes de fêmeas adultas em relação à dinâmica mitocondrial e à ultraestrutura do músculo esquelético. Para tanto, filhotes fêmeas procedentes de mães diabéticas (FOD) foram obtidas através da gestação de ratas Sprague-Dawley com diabetes induzido por estreptozotocina neonatal. As mães controle receberam tampão de citrato durante sua vida neonatal. Na idade adulta, ratos FOD e Controle foram submetidos ao teste oral de tolerância à glicose (OGTT) para critérios de inclusão nos grupos. Aos 150 dias de vida, os ratos FOD e Controle foram sacrificados para coleta de amostras de sangue e músculo. Os ratos FOD apresentaram níveis mais elevados de insulina e triglicerídeos e OGTT anormal. Esses animais também apresentaram diminuição da ativação de marcadores moleculares de sinalização da insulina e função mitocondrial e ultraestrutura do músculo sóleo prejudicadas. Assim, o impacto transgeracional do diabetes materno causou plasticidade fetal, o que levou à resistência à insulina e intolerância à glicose na idade adulta, e a rede mitocondrial do músculo esquelético mostrou ter um papel importante durante o estado pré-diabético.
  • ItemTese de doutorado
    Determinação dos efeitos da hipertermia em modelo in vitro de HIPEC sobre as linhagens de células de câncer de ovário: implicações da expressão dos genes das proteínas do choque térmico e resistência à platina
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-24) Andrade, Warne Pedro de; Silva Filho, Agnaldo Lopes da [UNESP]; Lopes, Luciana Maria Silva; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    INTRODUÇÃO: O câncer epitelial de ovário (EOC) é a neoplasia maligna ginecológica mais letal, com a presença de quimiorresistência contribuindo para o pior prognóstico. Aproximadamente 80 por cento dos casos são diagnosticados no estágio III C e são tratados com cirurgia de citorredução seguida de quimioterapia adjuvante. No entanto, 70 por cento desses pacientes têm recorrências pélvicas e peritoneais. As Proteínas de Choque Térmico são produzidas em resposta ao estresse fisiopatológico e participam de diversos estágios da carcinogênese, atuando principalmente como agentes antiapoptóticos. Elas também estão implicadas na resistência à quimioterapia em vários tipos de tumores. Na tentativa de melhorar os resultados oncológicos, novas abordagens terapêuticas, como quimioterapia intraperitoneal e HIPEC, foram propostas em estudos recentes com ganhos na sobrevida global (SG). No entanto, algumas questões ainda não foram respondidas. MÉTODO: No estudo, culturas de células de câncer de ovário TOV-21G (carcinoma de células claras), SKOV-3 (carcinoma seroso resistente à platina) e OV-90 (seroso de alto grau) foram utilizadas. O ensaio de citotoxicidade celular (MTT) foi realizado. As linhagens de células de câncer de ovário foram tratadas com cisplatina em normotermia (37ºC) e cisplatina em hipertermia (41ºC) e um grupo controle tratado com solução salina PBS de 37 a 41ºC) por 24 horas, seguido por nova suplementação e uma nova incubação de três horas. Um ensaio clonogênico foi realizado. Em seguida, foram submetidos à extração de RNA e transcrição reversa. O qRT-PCR foi realizado para comparar a expressão de TRAP1, HSPB1, HSPD1, HSPA1A e HSPA1L em diferentes tratamentos. RESULTADOS: Não houve diferença significativa quanto à citotoxicidade no tratamento com cisplatina aquecida em relação ao tratamento com normotermia. Não foi possível avaliar a expressão gênica das proteínas de choque térmico na linhagem SKOV-3. Os genes HSPB1, HSPD1 e TRAP1 foram regulados positivamente em OV-90 submetido à hipertermia em relação à normotermia. Não houve alterações significativas na expressão gênica na linhagem TOV-21G. CONCLUSÃO: A linhagem de células serosas de câncer de ovário OV-90, após tratamento com cisplatina aquecida, teve os genes de choque térmico HSPA1A, TRAP1 e HSPB1 regulados positivamente. O gene HSPB1 apresentou a expressão de valor mais significativa. Nosso resultado mostrou que os genes do choque térmico podem estar relacionados à fenotipagem de resistência à quimioterapia encontrada neste tumor. O uso de everolimus tem o potencial de sensibilizar a citotoxicidade em um modelo usando cisplatina aquecida e melhorar resultados. Assim, é necessário avaliar esses genes em um estudo clínico de HIPEC.
  • ItemTese de doutorado
    Impacto de duas combinações de anticoncepcionais orais de baixa dose sobre a massa óssea de adolescentes: ensaio clínico não randomizado com dois anos de acompanhamento
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-30) Caldeirão, Talita Domingues [UNESP]; Goldberg, Tamara Beres Lederer [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A adolescência é um período crítico para estabelecer a saúde óssea, quando quase metade do pico de massa óssea é adquirido. Os marcadores de renovação óssea podem fornecer informações sobre a saúde óssea em adolescentes, mas foram pouco estudados neste grupo demográfico. Objetivo: Avaliar em adolescentes, ao longo de dois anos, a interferência sobre o incremento de massa óssea resultante ao uso de duas combinações de anticoncepcionais hormonais orais de baixa dose Etinilestradiol 20µg/ Desogestrel 150mg (ACHO1) ou Etinilestradiol 30µg/ Drospirenona 3mg (ACHO2), por intermédio da realização de densitometria óssea (BMD) e de biomarcadores de remodelação óssea. Desenho do Estudo: Ensaio clínico controlado paralelo não randomizado com participação de 127 adolescentes, divididas nos grupos controle e expostas a anticoncepcionais ACHO 1 e ACHO 2, submetidas à avaliação antropométrica, dos caracteres sexuais secundários (critérios de Tanner), da idade óssea (IO). Obtidos Densitometria Óssea por atenuação de raio X de dupla energia (DXA) e dosagem de biomarcadores ósseos fosfatase alcalina óssea (BAP) e osteocalcina (OC) e telopetídeo carboxiterminal (S-CT-x) no momento inicial e após 24 meses. Resultados: Não foram observadas diferenças significativas nas variáveis analisadas entre as usuárias de ACHO 1, ACHO 2 e o grupo controle, no momento basal. Após 24 meses de observação, as não usuárias incorporaram mais massa óssea (conteúdo e densidade) que ambos os grupos que utilizaram anticoncepcional, sendo o impacto negativo mais evidente no grupo ACHO2 frente ao grupo ACHO 1. Redução significativa nos valores percentuais de fosfatase alcalina óssea e osteocalcina foram observados nas usuárias de contraceptivos orais. Conclusões: Observou-se prejuízo na aquisição de massa óssea em adolescentes usuárias de anticoncepcionais hormonais combinados sendo mais evidente o impacto nas adolescentes usuárias de anticoncepcionais que continham EE 30µg/Drospirenona 3 mg.
  • ItemTese de doutorado
    Componentes oxidantes e antioxidantes no colostro e leite materno maduro de mães de recém-nascidos prematuros e de termo: efeito da pré-eclâmpsia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-05-25) Freitas, Natália Alves de; Rugolo, Lígia Maria Suppo de Souza [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    INTRODUÇÃO: Estresse oxidativo participa na patogênese da pré-eclâmpsia (PE). A composição oxidante e antioxidante do leite materno na PE é pouco conhecida. OBJETIVO: Investigar o efeito da PE na composição oxidante e antioxidante do colostro e leite maduro. MÉTODO: Estudo longitudinal de corte transversal, com puérperas da Maternidade da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, no período de 2015-2017. Foram estudadas 300 puérperas, divididas em 2 grupos, pareados pela idade gestacional: PE (n=150) e normotensas (n=150). Colostro foi coletado entre 24-72 horas pós-parto e o leite maduro no final do primeiro mês. Foram dosadas enzimas antioxidantes: Glutationa peroxidase (GPx), Catalase (CAT) e Superóxido dismutase (SOD) e o marcador de peroxidação lipídica malondialdeído (MDA). Os grupos foram comparados pelo Qui-quadrado ou teste Exato de Fisher, ANOVA seguida pelo teste de Wald com controle de confundidores. RESULTADOS: No grupo PE, comparado ao controle, foram detectadas maiores concentrações das enzimas antioxidantes SOD(U/mL) (0,05±0,04 vs 0,04±0,03) e CAT(nmol/min/mL) (560±677 vs 317±359) no colostro, e menores concentrações de MDA(nmol/mg) tanto no colostro (12±11 vs 17±15) como no leite maduro (22±27 vs 38±68). Com a progressão da lactação houve aumento do MDA e diminuição da enzima CAT em ambos os grupos. Na PE o efeito protetor antioxidante do colostro foi maior tanto em prematuros como nos termos, em comparação às normotensas. CONCLUSÃO: Na pré-eclâmpsia a composição oxidante/antioxidante do leite materno modifica-se, principalmente no colostro, com menor conteúdo oxidante e maior concentração de antioxidantes, o que pode beneficiar os recém-nascidos, especialmente os prematuros.
  • ItemTese de doutorado
    Relação dos achados eletromiográficos dos músculos do assoalho pélvico com os níveis de relaxina ao longo da gestação e após o parto de mulheres com hiperglicemia gestacional e incontinência urinária específica da gestação
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-27) Prudencio, Caroline Baldini; Barbosa, Angélica Mércia Pascon [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A gestação é o evento no qual os músculos do assoalho pélvico (MAP) recebem importante sobrecarga. A ocorrência de alterações funcionais dos MAP durante e/ou após a gestação dependerá de diferentes fatores, sendo que dentre os principais estão o ganho de peso materno, aumento do volume uterino, alterações no alinhamento postural, comorbidades associadas à gestação e fatores hormonais. Adicionalmente, o peso do recém-nascido soma-se aos fatores de risco para desenvolvimento ou agravamento de disfunções no pós-parto. O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é alteração patológica específica da gestação e que é rastreada pela primeira vez no decorrer do período gravídico. Preconiza-se pela American Diabetes Association (ADA) que entre a 24ª e a 28ª semana gestacional seja realizado o exame de glicemia de jejum e teste de tolerância oral a glicose. No âmbito das alterações musculares a ação da hiperglicemia gestacional (HG) foi documentada por estudos experimentais no tecido periuretral de ratas que demonstraram impacto similar quando induzido diabetes severo e moderado retratando alterações morfológicas nas fibras musculares uretrais, caracterizado por adelgaçamento, desorganização, além de atrofia muscular. No tecido musculoesquelético de gestantes estudos morfológicos demonstraram no reto abdominal alterações similares ao experimental. Além disso, outras estruturas também são acometidas pela hiperglicemia, uma vez que estudos clínicos e experimentais demonstraram alterações na composição da matriz extracelular, fibrose, alteração na ultraestrutura 49 como acúmulo de mitocôndrias, aumento de gotas de lipídios e acúmulo de grânulos de glicogênio no grupo diabético moderado prenhe. Todas estas modificações podem influenciar negativamente a funcionalidade dos MAP e ocasionar disfunções musculares do assoalho pélvico (DMAP), como por exemplo, a incontinência urinária (IU). Somado a este panorama existem as alterações hormonais gestacionais que também podem influenciar na capacidade funcional dos MAP. O hormônio relaxina, faz parte da superfamília da insulina e está relacionado à manutenção da gestação e com as principais adaptações gravídicas, principalmente, sobre o sistema cardiovascular e tecido conjuntivo. No tecido conjuntivo, a relaxina altera a densidade e quantidade de colágeno na matriz extracelular, além de aumentar o colágeno solúvel e diminuir o insolúvel, proporcionando a remodelação de um tecido mais firme para mais elástico. Há ainda a ação de enzimas degradadoras de colágeno que conferem características anti-fibrótica a este hormônio, processo que prepara a pelve para o processo do parto que resulta em frouxidão dos ligamentos, fáscias e sínfise púbica, com consequente interferência no sistema de suporte pélvico. Além disso, a relaxina aumenta a atividade de metaloproteinases no trato urinário o que pode diminuir a capacidade recuperação dos MAP após o parto. Isto se deve, provavelmente, porque os MAP dependem desses componentes para que o suporte ideal ocorra e garanta que sua função seja executada de maneira eficaz. A relação de dependência entre a integridade do tecido conjuntivo e a ação muscular em conjunto com a teoria de ação hormonal durante gestação ainda não está clara na literatura e traz dados conflitantes em relação ao aumento ou diminuição da relaxina e a presença de DMAP na gestação. A literatura demostra que gestantes com diagnóstico de diabetes clínico e DMG podem apresentar níveis de relaxina diminuídos ou aumentados em relação a gestantes não-diabéticas independente do trimestre. Fato que pode ser explicado pela 50 relaxina aumentar a ligação de insulina aos receptores de insulina nos adipócitos. Porém, o mecanismo deste aumento em sua concentração ainda não foi esclarecido e parece estar relacionado com ajustes da própria gestação complicada pelo diabete. Embora as temáticas gestação hiperglicêmica, IU e relaxina serem tratadas na literatura, os estudos apresentam os resultados separadamente e não há estudos que inter-relacionem os três fatores. Com objetivo de entender esta dinâmica, a presente tese é estruturada em 2 artigos que trarão maior conhecimento sobre a temática. Para tanto, dosagens séricas do hormônio relaxina foram realizadas analisadas. A incontinência urinária específica da gestação (IU-EG) e IU pós-parto foram avaliadas por instrumentos validados que mensuram a severidade e impacto da IU. A função dos MAP foi avaliada pela eletromiografia, exame recomendado pela International Continence Society (ICS) e International Urogynecological Association (IUGA), para registrar a atividade extracelular bioelétrica gerada pelas fibras musculares e, desta forma, inferir sobre o comportamento neuromuscular. Justificativa: O grupo de pesquisa Diamater Study Group empenhou-se em estudar nos últimos anos o efeito do DMG sobre os MAP. Barbosa et al. (2011) em seu estudo confirmou associação entre a DMG e a presença de baixa pressão de contração dos MAP dois anos após cesárea. Os estudos translacionais clínicos e experimentais identificaram alterações nas características das fibras musculares e matriz extracelular (MEC). Estes resultados corroboram com os resultados clínicos de que a IU-EG em gestação com DMG está associada à DMAP. Os temas relaxina, DMG e função dos MAP são abordados de modo individual, porém observa-se que eles têm pontos que convergem e que precisam ser investigados em associação. Não foram encontrados na literatura trabalhos que abordem o impacto do aumento nos níveis do hormônio relaxina sobre a função dos MAP em gestantes com DMG, indicando importante lacuna no 51 conhecimento sobre os fatores que interferem no desempenho dos MAP durante a gestação. Os resultados da presente tese poderão auxiliar no manejo e detecção de possíveis fatores de risco para DMAP e desta maneira planejar e propor condutas tanto de caráter minimizador, curativo ou preventivo. Artigo 1 Objetivos: 1) Comparar o padrão de ativação dos MAP entre mulheres com GDM e não-GDM entre 24-30 semanas de gestação até 18-24 meses pós-parto durante um teste clínico padrão. Métodos: 1) Trata-se de estudo de coorte prospectivo que avaliou as participantes em três momentos distintos: de 24-30 semanas de gestação (1º momento), 36-38 semanas de gestação (2º momento) e 18-24 meses após o parto (3º momento). Os principais critérios de inclusão foram: gestantes que no momento da avaliação estivessem com 24-30 semanas gestacionais, gravidez única sem IU prévia. O critério para composição dos 2 grupos de estudo foram as diretrizes propostas pela ADA, utilizando o teste oral de tolerância glicêmica de 75g (75g-TOTG), participantes que obtiveram níveis em jejum ≥92 mg / dL ou 1 hora ≥180 mg / dL ou 2 horas ≥153 mg / dL foram alocadas no grupo DMG. As participantes que apresentaram valores abaixo compuseram o grupo não-DMG. O recrutamento ocorreu no Centro de Pesquisa em Diabetes Perinatal da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP/Brasil, entre 2015 e 2018. As participantes que aceitaram participar foram avaliadas com 24-30 semanas de gestação por questionário com dados pessoais, clínicos e histórico obstétrico e o índice de massa corporal (IMC) foi aferido. Na sequência, foi explicado sobre o exame funcional dos MAP e as participantes foram posicionadas na maca em decúbito dorsal e foi realizada a palpação digital dos MAP para confirmar que as participantes conseguiam entender o comando verbal de contração e relaxamento. Em seguida, foi realizado o preparo do exame eletromiográfico, por meio da introdução de sonda vaginal com dois eletrodos opostos de aço inoxidável (85 x 25 mm) posicionados em 52 ambas as paredes vaginais. O protocolo Glazer foi utilizado para padronizar as contrações: 60 segundos de repouso (pré-linha de base); contração fásica de 1 segundo (contração rápida) repetida por 5 vezes (5x), com 10 segundos de descanso entre as contrações; 10 segundos de contração tônica por 5x, com 10 segundos de descanso; e uma contração lenta sustentada por 60 segundos seguido de 60 segundos de repouso (pós-linha de base). Após a avaliação no 1º momento as participantes foram agendadas para a reavaliação no 2º momento e 3º momento, e os mesmos procedimentos foram realizados em cada etapa. Em relação a análise dos dados, as medidas foram realizadas no domínio do tempo por meio das medidas de root mean square (RMS), as quais predizem sobre a amplitude do sinal durante as diferentes tarefas do protocolo, através das variáveis média, pico e variabilidade do desvio padrão e de seu coeficiente de variação. Além disso, o comportamento do sinal em relação ao tempo entre o início da contração e o pico e do pico até o final da contração foram expressos em segundos. A taxa de ativação neural durante o início e o fim da contração e, também, antes e depois do pico foram avaliados. Com objetivo de visualizar o comportamento da contração durante todo o protocolo, foi realizado análise de wf-wavelets para comparar o formato das curvas entre os grupos em cada tarefa específica. Resultados: 1) Os dados demográficos e obstétricos foram homogeneidade entre os grupos. O grupo GDM mostrou durante as contrações Flick de 1 seg menores amplitudes no pós-parto. Além disso, embora o grupo DMG atingiu o pico de amplitude de forma semelhante ao não-GDM, eles demoram mais para retornar aos níveis basais. Durante as contrações sustentadas de 10 segundos, o grupo DMG manteve níveis mais baixos de ativação dos MAP do que o grupo não-DMG ao final da gestação e no pós-parto quando comparado ao grupo não-DMG. Conclusão: 1) Os resultados sugerem que o DMG prejudica a controle da ativação 53 do MAP durante as contrações rápidas (1-seg) e lentas (10-seg), sendo que estas alterações aparecem no final da gestação e se estendem até 2 anos após o parto. O comportamento motor encontrado pode ter influência sobre as DMAP e deve ser foco de futuros estudos mecanísticos e clínicos envolvendo a temática. Artigo 2 Objetivo: 2) Investigar os níveis de relaxina em mulheres com e sem DMG de acordo com status da incontinência urinária e função muscular do assoalho pélvico. Métodos: 2) Trata-se de estudo transversal que avaliou 282 gestantes em qualquer momento gestacional a partir da 24ª semana gestacional. Os principais critérios de inclusão foram: gestantes entre 24 até 38 semanas de gestação, primigesta ou secundigesta com parto cesárea anterior, gravidez de feto única e sem histórico de IU prévio a atual gestação. As participantes foram divididas em 2 grupos principais, não-DMG e DGM, de acordo com a presença de diabetes avaliado pelo TOTG-75g. Além disso, de acordo com sub-análises os grupos foram subdivididos de acordo com o status da continência urinária durante a gestação, sendo assim formado 4 subgrupos: não-DGM-C (não-DMG continente), não-DGM-IUEG (não-DMG incontinente), DGM-C (DMG continente), DGM-IUEG (DMG incontinente). O protocolo de avaliação seguiu a mesma sequência de avaliação do estudo anterior, foi administrado questionário com dados pessoais, clínicos e obstétricos e adicionou-se questionários validados no Brasil para avaliação da IU, sendo eles, o "International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form" (ICIQ-SF) e o “Incontinence Severity Index” (ISI). Na sequência foram realizadas as mesmas instruções do artigo anterior em relação ao treinamento prévio da musculatura e foi performado a avaliação funcional do assoalho pélvico por meio da escala PERFECT, no qual foram coletados os dados de força, endurance e repetições de contrações rápidas (P,E,F). Resultados 2) As concentrações relaxina-2 foram significativamente menores em participantes com IUEG, tanto no grupo não- 54 DMG (p=,023) quanto no grupo DMG (p=,027), no entanto o grupo DMG-IUEG apresentou menores níveis de relaxina (p=,001). Além disso, a estratificação do grupo de acordo com a força do assoalho pélvico demonstrou que participantes com DMG e força 0-2 (MOS) tiveram menores níveis de relaxina que o grupo não-DMG (p=,023) e que participantes com DMG e força 3-5 (MOS) (p=,029). As concentrações de relaxina apresentaram-se ainda mais diminuídas no grupo DMG-IUEG quanto comparado a todos os outros 3 grupos (p=,001). Conclusão 2) Os níveis de relaxina estão relacionados com a presença de IUEG, no entanto a combinação do DMG e IUEG e força muscular do AP diminuída apresenta menores valores de relaxina quando comparado com outros grupos. Palavras-Chaves: Assoalho pélvico; diabetes mellitus gestacional; músculo do assoalho pélvico; relaxina; eletromiografia.
  • ItemTese de doutorado
    Efeitos da prática do Reiki sobre a qualidade de vida de gestantes diabéticas: ensaio clínico randomizado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-27) Ferraz, Guilherme Augusto Rago; Rudge, Marilza Vieira Cunha [UNESP]; Lima, Silvana Andrea Molina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Reiki, um tratamento não medicamentoso usado em pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou ambos, parece ser uma abordagem intrigante para tratar o impacto psicológico da resposta de uma mulher a um diagnóstico de hiperglicemia na gravidez com comprometimento fetal. No entanto, são necessários ensaios clínicos randomizados comparando várias técnicas de aplicação de Reiki. Objetivos: O objetivo deste ensaio é analisar se a modalidade terapêutica de imposição das mãos (Reiki) aplicada por um terapeuta habilitado em Reiki, por meio presencial ou a distância, pode ser eficaz em gestantes com hiperglicemia. Métodos: Um ensaio clínico randomizado, com 134 gestantes que apresentaram hiperglicemia por DM pré-gravidez tipo 2, glicemia em jejum ≥ 92 mg/dl no primeiro trimestre ou 75g-OGTT entre 24-28 semanas de gestação foi conduzido no Centro de Pesquisas do Diabetes Perinatal, Hospital Universitário, Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, Brasil. As participantes foram randomizadas e alocadas em 3 grupos: Reiki presencial (47), Reiki a distância (43) ou Placebo (47). As análises consistiram nos resultados primários das mudanças de respostas obtidas por meio do questionário de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde, inventário de depressão de Beck e de ansiedade-traço após 7 sessões completas, todos os questionários aplicados são validados na língua portuguesa. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística por meio dos testes ANOVA, WALD, Tukey e Qui-quadrado. O ensaio foi registrado com o Número Internacional de Ensaios Clínicos Randomizados (ISRCTN), isrctn.com ISRCTN69018802; https://doi.org/10.1186/ISRCTN69018802. Resultados: Não houve diferenças significativas entre os grupos controle e intervenção nas características basais. A terapia de Reiki presencial e a distância promoveu o mesmo efeito na qualidade de vida das participantes. Considerando a qualidade de vida, no Reiki presencial, os aspectos físicos aumentaram significativamente de 58,86 para 82 (p = 0,0012), os aspectos psicológicos aumentaram de 69,5 para 84,75 (p <0,0001), os sociais melhoraram de 70,83 para 87,17 (p <0,0001) e os ambientais de 67,69 para 83,75 (p <0,0001). Da mesma forma, o inventário de depressão de Beck (BDI) foi significativamente afetado pelo Reiki presencial, uma vez que diminuiu de 10,06 para 6,72 (p = 0,0208), assim como os inventários de ansiedade traço-estado, que caíram de 41,64 para 34 (p< 0,0001) e 42,5 a 33,66 (p <0,0001), respectivamente. Além disso, o grupo do Reiki a distância apresentou resultados semelhantes ao do presencial, enquanto o Placebo não apresentou diferença entre os dados basais e após a simulação da técnica do Reiki. Além disso, os três grupos nos proporcionaram um alto nível de consistência, de acordo com as características da linha de base. Conclusão: Reiki melhorou todos os aspectos relacionados à qualidade de vida, bem como diminuiu a depressão e a ansiedade das gestantes diabéticas.
  • ItemTese de doutorado
    Ultrassonografia tridimensional do assoalho pélvico de mulheres com hiperglicemia gestacional e incontinência urinária específica da gestação: mudanças anatômicas na gestação e 6-18 meses após o parto
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-30) Sartorão Filho, Carlos Izaias [UNESP]; Rudge, Marilza Vieira Cunha [UNESP]; Barbosa, Angélica Mércia Pascon [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A tese consiste de um artigo de preâmbulo, que trata de uma revisão integrativa sobre o impacto do Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) na anatomia e funcionalidade do assoalho pélvico feminino. Além disso, aborda o emprego da ultrassonografia tridimensional no estudo da fisiopatogenia e fisiopatologia das modificações que ocorrem no assoalho pélvico da mulher hiperglicêmica no período gestacional e pós-parto. Ainda mais, a tese consta de três manuscritos inéditos desenvolvidos entre 2016-2021 junto ao programa de graduação em Tocoginecologia, no Centro de Investigação de Diabetes Perinatal da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP. O primeiro manuscrito, um estudo de coorte prospectiva, envolve a associação do DMG e a ultrassonografia tridimensional do assoalho pélvico com a predição de incontinência urinária (IU) 6-18 meses pós-parto. Nesse estudo, objetivamos investigar marcadores clínicos e ultrassonográficos do assoalho pélvico em mulheres grávidas no segundo e terceiro trimestre, como preditores de IU pós-parto. Após análise de regressão multivariada, o DMG aumentou o risco de desenvolvimento de IU 6-18 meses pós-parto. Por outro lado, o aumento da distensão da área hiatal urogenital observado ao ultrassom tridimensional do assoalho pélvico diminuiu o risco de desenvolvimento de IU 6-18 meses pós-parto. No segundo manuscrito, nós descrevemos em um estudo de caso controle aninhado à coorte, sobre o desfecho IU 6-18 meses após o parto. O estudo envolveu uma população de gestantes submetidas a cesárea eletiva, com o intuito de evitar o confundimento pelos mecanismos de parturição no desfecho IU; e a relação com DMG, mais especificamente com o momento de diagnóstico da hiperglicemia durante a gravidez. Nosso objetivo foi determinar associações entre o momento do diagnóstico de DMG, precoce quando no primeiro trimestre, e tardio após o segundo trimestre de gravidez, e o desfecho IU 6-18 meses pós-parto. Em conclusão, observamos após análises de regressão logística multivariada, que as mulheres que apresentaram índice de massa corporal acima de 25, caracterizadas com sobrepeso ou obesidade, e com DMG diagnosticado no primeiro trimestre, estiveram associadas com IU 6-18 meses pós-parto cesárea. E terceiro, durante os estudos da anatomia, fisiologia e semiologia da pelve feminina na pós-graduação, percebemos a necessidade, desenvolvemos e patenteamos um novo equipamento destinado para a educação médica, para ser usado no aprendizado do exame do assoalho pélvico feminino.
  • ItemTese de doutorado
    Impacto do Diabetes Mellitus Gestacional na funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico avaliada pelo US-3D durante a gestação e após o parto
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-23) Pinheiro, Fabiane Affonso; Barbosa, Angélica Mércia Pascon [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Os músculos do assoalho pélvico (MAP) representam elemento fundamental no suporte dos órgãos pélvicos, fornecendo suporte ativo tanto em repouso quanto durante a atividade. A contração coordenada e eficaz da MAP está relacionada à manutenção das funções de micção, evacuação e função sexual. Além disso, distensão adequada dos MAP pode favorecer o parto e provavelmente reduzirá a incidência de lesões nos músculos elevadores do ânus. A disfunção dos músculos do assoalho pélvico (DMAP) é distúrbio que afeta tanto a capacidade de contrair, distender, relaxar, controlar e coordenar os MAP, e está associada a sintomas como à incontinência urinária (IU), incontinência urinária de esforço, síndrome da bexiga hiperativa, prolapso de órgão pélvico, incontinência anal, dor pélvica, disfunção sexual, constipação e resulta em impacto negativo na qualidade de vida. Estudos de pesquisa associaram o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) com a DMAP. O DMG é definido como distúrbio de tolerância à glicose com início durante a gravidez e é cada vez mais comum em mulheres, afetando aproximadamente 8,3% das gestações em todo o mundo. A interação entre gravidez e DMG impacta na saúde materna precoce e de longo prazo. O DMG está associado a miopatia diabética, que se refere a alterações funcionais, metabólicas e estruturais que são induzidas pelo diabetes mellitus (DM) no músculo esquelético. Estudos clínicos demonstraram que o DMG impacta negativamente na atividade eletromiográfica dos MAP ao longo da gestação e, além disso, também altera a morfologia das estruturas dos MAP quando avaliada pela ultrassonografia tridimensional (US-3D). A DMAP em mulheres com DMG mostrou-se fator de risco independente para Incontinência Urinária Específica na Gestação (IU-EG) e fator de risco para IU dois anos após parto cesárea. Lesão que acomete o músculo reto abdominal durante a gestação também foi relacionada ao DMG. Estudos translacionais mostraram impactos prejudiciais tanto de hiperglicemia leve de longo prazo quanto de hiperglicemia severa de curto prazo no músculo de ratas grávidas uretrais como atrofia, adelgaçamento, desorganização, ruptura das fibras musculares e perda de tipos específicos de fibras de localizações anatômicas normais, denotando conexão entre os níveis de glicemia níveis e estrutura do MAP. Recentemente, protocolo de estudo clínico estabeleceu pesquisa de biomarcador bem desenvolvida em novo modelo conceitual do papel da integração da tríade DMG, IU-EG e miopatia hiperglicêmica como preditora de IU de longo prazo e DMAP. A avaliação do desempenho dos MAP é recomendada pela International Continence Society e International Urogynecological Association, e pode ser realizada por ultrassonografia (US) transperineal. A avaliação deve incluir o desempenho dos MAP em repouso e em atividades dinâmicas, como contração e distensão. A ultrassonografia tem sido relatada como método simples, não invasivo, de fácil execução e amplamente utilizado na prática clínica obstétrica como ferramenta de avaliação dos MAP. A técnica é de acesso fácil, sem radiação, desconforto mínimo, tem boa confiabilidade interobservador e interdisciplinar e permite avaliação dinâmica. Justificativa: Aprofundar e preencher lacunas do conhecimento sobre a repercussão do DMG e da miopatia diabética na gestação e a longo prazo. Não foram encontrados estudos que investigassem e avaliassem a funcionalidade dos MAP com US-3D durante a gravidez e acompanhamento no pós-parto de longo prazo, de gestantes expostas ao DMG. Também não foram encontrados estudos com proposta de avaliação do desempenho das atividades dos MAP (relaxamento, contração e distensão) de forma dinâmica e sequencial, assim como medidas de repouso intermediárias entre todas essas atividades realizadas e, fórmulas específicas para sua interpretação. Nesse contexto, analisar o desempenho da função dos MAP com medidas ultrassonográficas em tempo real é método dinâmico, valioso, objetivo e alternativo para orientar a prática clínica e científica nos cuidados preventivos e terapêuticos. Objetivos: 1) Analisar o efeito do DMG na funcionalidade dos MAP em dois momentos da gestação e no pós-parto avaliados pela US-3D. 2) Desenvolver modelo dinâmico ultrassonográfico para avaliação do desempenho dos MAP; e propor fórmulas para o cálculo dos índices de repouso, relaxamento, contratilidade, distensibilidade e mobilidade dos MAP. Além disso, desenvolver protocolos baseados no modelo e demonstrar sua aplicação e interpretação. 3) Interpretar o desempenho dos MAP de gestantes com ou sem IU-EG aplicando diferentes análises pelo PFM-US Diamater’s Protocol. Métodos: 1) Trata-se de estudo de coorte prospectivo realizado no Centro de Pesquisas em Diabetes Perinatal (PDRC) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina de Botucatu, Brasil. A declaração STROBE foi usada como guia para relatar este estudo. Os dados foram coletados em três momentos: 24-30 e 38-40 semanas de gestação e 6-12 meses pós-parto de março / 2016 a julho/2020. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 82225617.0.0000.5411). As gestantes foram recrutadas para participar do estudo durante a rotina de rastreio do DMG na 24-30 semanas de gestação no PDRC. Os critérios de inclusão foram gestantes com 24-30 semanas de gestação, 18-40 anos de idade, primigesta, gestação única, normoglicêmica e DMG com tratamento não medicamentoso. Foram excluídas as participantes com DM tipo I ou II, uso de hipoglicemiantes, triagem ou diagnóstico inadequado de DMG, tratamento farmacológico após falha no controle da glicose com modificação do estilo de vida e dieta, gestação anterior, doença do tecido conjuntivo, distúrbios neurológicos, prolapso ou cirurgia de incontinência, distúrbio hipertensivo gestacional ou pré-existente, incapacidade de realizar a sequência de contração dos MAP ou manobra de Valsalva máxima, limitações que impediram a conclusão total ou parcial em qualquer dos momentos de coleta, parto prematuro, morte fetal intrauterina, evolução para parto vaginal, diagnóstico de DM no pós-parto e nova gravidez antes de completar o acompanhamento. O diagnóstico do DMG foi realizado de acordo com os critérios da American Diabetes Association (ADA) e quando confirmado estas participantes foram alocadas no grupo DMG. As participantes com resultado negativo foram alocadas no grupo não DMG. As participantes foram submetidas a avaliação dos MAP pela US-3D considerando a área do hiato do levantador, entre 24-30 e depois com 38-40 semanas de gestação e respeitando o critério de ter decorrido no mínimo 10 semanas entre a primeira e a segunda avaliação durante a gravidez. Todas foram também avaliadas no terceiro momento entre 6 e 12 meses pós-parto. Todas as participantes forneceram consentimento informado previamente ao início da coleta de dados. 2) O modelo foi proposto para avaliar o desempenho dos MAP em suas diferentes atividades por meio da US e desenhado com base na importância de incluir, além da medida de repouso inicial, as medidas de repouso antes e depois de cada atividade realizada. Este conceito permitirá análise ampliada e detalhada do desempenho dos MAP entre os repousos, entre as atividades e repousos, bem como entre atividades semelhantes e/ou opostas. Além disso, consideramos que o modelo PFM-US Diamater’s Protocol é dinâmico, pois suas etapas podem ser organizadas de acordo com a necessidade do avaliador, bem como utilizado por pesquisador ou clínico. Adicionalmente, foram desenvolvidas fórmulas para calcular os índices de variação de repouso, relaxamento, contratilidade, distensibilidade e também o índice de variação de atividade entre atividades semelhantes e o índice de mobilidade relacionado à excursão muscular entre atividades opostas. Essas fórmulas podem ser aplicadas para qualquer medida obtida pela ultrassonografia, incluindo a área hiatal do elevador e diâmetro anteroposterior e transverso. Nesse contexto, os índices podem ser calculados em valores absolutos para medidas lineares (cm) e / ou valores percentuais (%) para medidas de área (cm2). Vale ressaltar que a versão final do PFM-US Diamater's Protocol foi obtida após revisão de três avaliadores voluntários externos: um com expertise clínica (M.G.O.), um com expertise em pesquisa (C.B.P.) e outro sem expertise em avaliação ultrassonográfica dos MAP (A.A.P.). Para demonstrar a avaliação e a aplicação das fórmulas foi realizado estudo transversal no Centro de Pesquisas da FMB, Botucatu, SP, Brasil. (CAAE 82225617.0.0000.5411) Quinze mulheres caucasianas assintomáticas entre 20-30 anos foram incluídas no tutorial demonstrativo para aplicação e interpretação do US no PFM-US Diamater’s Protocol. 3) Estudo transversal realizado no Centro de Pesquisas Perinatal (CPP) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina de Botucatu, Brasil, pelo Grupo de Estudos Diamater. A coleta de dados foi realizada entre novembro de 2019 a fevereiro de 2020. No total, 49 gestantes foram incluídas nesta análise e distribuídas em dois grupos: mulheres com IU-EG (n = 23) e sem apresentar IU-EG (n = 26). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, Estado de São Paulo, Brasil (CAAE: 82225617.0.0000.5411). As mulheres foram convidadas a participar durante a sala de espera para rotina do pré natal a partir da 24ª semana de gestação no (CPP) e foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido de todas as participantes incluídas. Os critérios de inclusão foram gestantes maiores de 18 anos, continentes ou incontinentes com início específico na gestação atual. Mulheres com IU pré-gestacional, diabetes conhecido tipo 1, tipo 2 ou DMG e aquelas que se recusaram a participar não foram incluídas neste estudo. Foram excluídas também as participantes que durante a avaliação do assoalho pélvico não conseguiram realizar uma correta contração ou uma manobra de Valsalva máxima dos MAP e aquelas em que as imagens ultrassonográficas apresentaram falha técnica. Foi aplicado um questionário para coletar os seguintes dados: etnia, tabagismo na gravidez, atividade física na gravidez, escolaridade, idade na gravidez, semanas de gestação, índice de massa corporal (IMC) pré-gravidez e na gravidez e também ganho de peso materno. O exame físico foi realizado por uma fisioterapeuta (Pinheiro, FA) com 8 anos de experiência em treinamento e exame dos MAP. Na primeira etapa do exame físico todas as participantes foram orientadas sobre como realizar a seguinte sequência: repouso, contração dos MAP e distensão dos MAP pela manobra de Valsalva. Um experiente investigador (Sartorão Filho, CI) adquiriu as imagens pela ultrassonografia tridimensional transperineal (US-3DTP) dos MAP. O conjunto de dados de imagem foram obtidos seguindo o PFM-US Diamater’ Protocol 1. Para avaliar o desempenho dos MAP em repouso e durante as suas diferentes atividades, 5 imagens diferentes em sequência e cores foram coletadas. Ao final, as imagens foram salvas de forma anônima e analisadas offline em uma ordem aleatória por números de código anônimos. Além disso, fórmulas matemáticas foram aplicadas para calcular os índices de variação da área do hiato do levantador (HL) em valores absolutos (cm2) e percentuais (%). Resultados: 1) 48 participantes foram incluídas na análise final, sendo 20 no grupo DMG e 28 no grupo não-DMG. A comparação entre os grupos em cada momento de avaliação em relação as medidas obtidas pelo US-3D dos MAP, mostrou diminuição em todas as variáveis nos valores absolutos e diminuição na variação da contração e mobilidade no segundo momento no grupo DMG. No pós-parto apresentou diminuição do repouso e da contração nos valores absolutos das medidas quando comparado ao grupo não-DMG. Na presença de efeito de interação dos grupos dentro dos momentos e dos momentos dentro dos grupos em relação às medidas dos MAP demonstrou em repouso que o comportamento do grupo não-DMG no segundo momento foi significativamente maior quando comparado ao primeiro e terceiro momentos. Na distensão, o grupo não-DMG no primeiro momento teve medida menor que o segundo momento, e o primeiro e segundo momentos tiveram medidas significativamente maiores quando comparados ao terceiro momento. No grupo DMG, o segundo momento teve medida significativamente maior quando comparado com o terceiro momento. O grupo não-DMG também apresentou maior medida que o grupo DMG no segundo momento. Na ausência de interação, os grupos foram comparados independentemente dos momentos e momentos foram comparados independentemente dos grupos. Foi observada na contração, medidas menores no não-DMG e segundo momento medidas maiores que primeiro e terceiro momento. A variação entre a contração em repouso demonstrou no grupo não-DMG medida menor do que no grupo DMG e a variação entre distensão em repouso no primeiro e no segundo momento foi significativamente maior do que no terceiro momento. A análise de interação da variação mobilidade apresentou maior medida no grupo não-DMG em relação ao grupo DMG. O primeiro e o segundo momentos tiveram mobilidade maior do que o terceiro momento. 2) PFM-US Diamater’s Protocol foi desenvolvido e é possível visualizar o modelo no desenho esquemático. A sequência de atividades dos MAP a serem realizadas estão apresentadas em balões e com setas conectando os balões e indicando as fórmulas a serem aplicadas, tanto. em valores absolutos para medidas lineares (cm) quanto em valores percentuais (%) para diferenças entre as medidas. Desta forma, nosso modelo apresenta a possibilidade de calcular a variação de repouso, relaxamento, contratilidade, índices de distensibilidade, índice de variação de atividade e índice de mobilidade. Além disso, quatro protocolos foram desenvolvidos como exemplos do PFM-US Diamater’s Protocol, considerando diferentes combinações de atividades dos MAP em repouso, contração e distensão. Desta forma, siglas e números foram substituídos de acordo com cada protocolo proposto. Foram desenvolvidos 4 protocolos demonstrativos seguindo o desenho esquemático do modelo. Os resultados relacionados à aplicação e interpretação do tutorial demonstrativo, de um dos 4 protocolos, dessa amostra hipotética, demonstrou que não houve variabilidade nesta população considerando a análise em valores absolutos, contudo houve variabilidade nos resultados quando considerada a diferença em todas as atividades, nas proporções em diferenças percentuais. Dependendo da atividade realizada e da fórmula aplicada, os resultados podem gerar resultados positivos ou negativos e estão relacionados ao aumento ou diminuição da área do hiato do elevador. 3) 49 gestantes foram alocadas em um grupo sem IU-EG (n = 26) e em um grupo com IU-EG (n = 23). As informações demográficas da população do estudo, foram semelhantes entre os grupos. A comparação das medidas da área do hiato do levantador (HL) em valores absolutos (cm2) entre os grupos, mostrou que as variáveis dos MAP (repouso basal, contração, repouso pós-contração, distensão, repouso pós-distensão) foram significativamente maiores no grupo IU-EG. A comparação dos índices de variação da área do HL em valor absoluto (cm2) entre os grupos, apresentou menor índice de variação do repouso 2 para o repouso 1 e do repouso 2 para o repouso basal no grupo IU-EG, bem como um índice de relaxamento mais negativo após distensão quando em comparação com o grupo sem IU-EG. Realizando os mesmos cálculos com as medidas da área do HL em porcentagem (%), encontramos diferenças mais significativas entre os grupos. O grupo IU-EG apresentou menor índice de variação do repouso 2 ao repouso 1, índice de variação mais negativo do relaxamento após distensão, menor índice de mobilidade da distensão à contração e da contração à distensão, menor índice de distensibilidade em relação ao repouso basal e menor índice de variação do repouso 2 ao repouso basal quando comparado ao grupo sem IU-EG. A comparação intragrupos da área do HL em valor absoluto (cm2) nos três momentos de repouso (repouso basal, repouso 1- pós-contração e repouso 2- pós-distensão) apresentou menor medida de área de HL em repouso basal e repouso 1 (pós -contração) em comparação ao repouso 2 (pós-distensão) no grupo sem IU-EG e medição de repouso basal maior do que o repouso 1 no grupo IU-EG. Por fim, a comparação da área do HL em valor absoluto (cm2) entre os grupos e para os três momentos de repouso demonstrou que, no grupo sem IU-EG, todas as medidas de repouso da área do HL (repouso basal, repouso 1 e repouso 2 foram significativamente menores em relação ao grupo IU-EG. Conclusão: 1) A disfunção da musculatura do assoalho pélvico no final da gestação e pós-parto de longo prazo, determinada pela US-3D, está relacionada ao Diabetes Mellitus Gestacional. 2) PFM-US Diamater’s Protocol foi desenvolvido com sucesso para avaliar o desempenho dos MAP pela ultrassonografia. O tutorial demonstrativo sobre como aplicar e interpretar diferentes índices de desempenho dos MAP também foi demonstrado por meio de um dos quatro protocolos de avaliação. 3) Gestantes com IU-EG apresentaram diferente desempenho dos MAP avaliados pelo US-3DTP. A interpretação dessas diferenças é distinta dependendo das fórmulas aplicadas. Os resultados do índice de variação em porcentagem demonstraram diferenças em mais variáveis quando comparados ao índice de variação em valores absolutos. Os resultados obtidos por meio deste estudo indicam que gestantes com IU-EG apresentam maior área do HL em todas as atividades avaliadas, bem como pior desempenho para relaxamento, contração e distensibilidade dos MAP.