Dissertações - História - FCHS

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    Receituários de Masculinidade: Normas de conduta e homens desviantes (1922-1940).
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-30) Lopes, Gabriel; Silva, Márcia Pereira da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Nas últimas décadas do século XIX e primeiras do século XX o Brasil passou por inúmeras mudanças de cunho político, econômico e social, resultando no crescimento urbano e nas políticas de desenvolvimento e modernização. Nas cidades, homens e mulheres experimentavam novos tempos e, cada vez mais, estavam sujeitos às cobranças do novo ordenamento social. Aqueles que foram considerados inaptos para a civilização foram relegados à exclusão social, perseguidos e/ou apartados da sociedade. Nesse sentido, esse projeto, tributário dos estudos de gênero e do imaginário político-social, investiga o comportamento masculino não tolerado para o Brasil que se pretendia civilizado da primeira metade do século XX. Por meio dos processos-crime tramitados na comarca de Franca, das legislações e normatizações que os tipificam (Código Penal de 1890, Código Civil de 1916 e Códigos de Posturas Municipais de Franca de 1910), dos documentos relativos à alienação social entre os homens do Hospital Psiquiátrico Allan Kardec e de periódicos locais, pretende-se investigar os intricados filamentos que compõem a virilidade urbana.
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    Uma história do tempo presente brasileira: revista Estudos Históricos (1988-1997)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-09) Teodoro, Carolina Maria Donegá; Machado, Daiane Vaiz [UNESP]; Araújo, Karina Anhezini de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objetivo deste trabalho é mapear a produção historiográfica da revista acadêmica Estudos Históricos (EH), vinculada ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV). Tomamos como hipótese central que o periódico, de perfil interdisciplinar, ao se propor a reunir pesquisadores motivados a pensar o Brasil sob uma perspectiva histórica, possibilitou a produção e divulgação de textos com ênfase na História do Tempo Presente do nosso país. Nosso recorte percorre os dez primeiros anos da revista, indo, portanto, de 1988 a 1997. Com olhar crítico, analisamos vinte volumes da EH, catalogados e disponibilizados em arquivo on-line, hospedado no Sistema de Bibliotecas da FGV. Adotamos como aporte teórico-metodológico a noção de operação historiográfica (elaborada por Michel de Certeau), os estudos de Pierre Bourdieu sobre a constituição de campos científicos, além dos procedimentos indicados por Julio Bentivoglio e Ricardo Marques de Mello em suas obras, no tocante ao trabalho com periódicos.
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    Republicano no Império, Monarquista na República: a trajetória intelectual de Afonso Celso (1892-1938)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-31) Conti, Viviane Ferreira; Araújo, Karina Anhezini de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Compreender a trajetória intelectual de Afonso Celso (1860-1938) é o objetivo central desta dissertação. Para isso, com auxílio da História da Historiografia e da História Intelectual, foram analisadas a sua produção historiográfica e as questões envolvidas nela, como as temáticas abordadas, as ideias e concepções marcantes, além das problemáticas envolvidas diretamente na sua forma de escrever história e as funções institucionais ocupadas por ele. A trajetória de Afonso Celso como escritor foi iniciada quando ele era ainda um jovem poeta, contudo, a publicação de Vultos e Factos e sua entrada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1892, representou a transição dele para o ofício do historiador. A partir disso, a sua atuação enquanto intelectual foi marcada por uma polivalência, ocupando diversas funções em diferentes instituições. Aqui, privilegiamos a sua atuação no IHGB, associação que presidiu de 1912 até 1938, quando faleceu, e que representou o principal lugar de produção historiográfica no período.
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    Os cuidados com o corpo individual e monástico entre os cistercienses portugueses.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-04) Rodarte, Vitória Maria; França, Susani Silveira Lemos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Ordem de Cister, fundada na França no século XII e baseada na observância austera da Regra de São Bento, foi amplamente difundida no ocidente europeu e foi bem aceita sobretudo nos reinos Ibéricos. Em Portugal no século XV, a rede de mosteiros, com sua estrutura hierarquizada e uma intensa atividade agrícola, pastoral e cultural, assume como uma das suas ações os cuidados com a saúde dos indivíduos; o que se encontra documentado, entre outras fontes, nas cartas resultantes de visitas de inspeção e reforma empreendidas por abades comendatários. Atentando para os cuidados relativos à saúde e para as técnicas de tratamento de enfermidades e pestilências, em associação com as recomendações moralizantes do clero secular e regular, este trabalho propõe uma reflexão sobre os lugares onde as práticas de cuidado com o corpo ocorriam e os tipos de cuidados que eram correntes, levando em consideração a combinação entre a dimensão individual, espiritual e física, e a dimensão coletiva, relativa à vida comunitária, ou melhor, ao corpo monástico. A partir da análise de documentos basilares cistercienses, copiados e traduzidos para a língua vernácula em mosteiros portugueses da ordem, assim como das referidas cartas de visitação, propomos interrogar quais eram as preocupações e as práticas respectivas a esses dois corpos, o individual e o monástico, nestas casas-monásticas cistercienses portuguesas e quais eram os agentes impulsionadores de tais cuidados, inspirados pela cúpula cisterciense francesa, mas adaptados à realidade portuguesa. Interessa-nos examinar o período em que se intensifica a intervenção régia em tais mosteiros no século XV e em que se efetiva a separação entre a cúpula francesa e os mosteiros Ibéricos, com a culminância, no caso português, da Congregação Autônoma de Santa Maria de Alcobaça, no Quinhentos.
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    Manoel Paulo Filho e a representação da mulher moderna na revista ilustrada Para Todos (Rio de Janeiro, 1919-1923)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-26) Vieira, Letícia Malaquias; Guimarães, Valéria dos Santos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A acelerada urbanização que ocorreu em cidades como o Rio de Janeiro na passagem para o século XX também alterou as dinâmicas sociais e de gênero até então existentes. A inserção da mulher das camadas médias no mercado de trabalho permitiu a manifestação de comportamentos, até então, tidos como masculinos, como beber, dirigir e fumar em público, o que despertou observações e críticas de contemporâneos. Nesse sentido, certas revistas mundanas tentavam corresponder à demanda de representar a nova figura feminina. A Para Todos, criada em 1918, foi uma delas. Voltada para o universo cinematográfico, a revista estabelecia diálogo constante e explícito com o público feminino, como seções a elas especialmente dedicadas. Esse era o caso da coluna semanal do cronista Manoel Paulo Filho, que também fora diretor de jornais como o Correio da Manhã, cuja representação feminina em suas crônicas era bastante conservadora, o que chama a atenção pelo contraste com a linha editorial da revista. A crônica e suas variáveis, assim como o romance-folhetim, foram gêneros que ganharam destaque durante a modernidade. No primeiro caso, o fato de se incorporar elementos ficcionais na representação do cotidiano fez da crônica literária ou jornalística (da crítica ao fait divers) polo de atração de leitores e consequente aumento de tiragens e anunciantes. Tais fórmulas foram, assim, usadas em profusão pela imprensa que se modernizava, tendo sido parte dos elementos que tornaram possível a dinamização e globalização da cultura midiática. Nesses escritos, era comum o uso de estereótipos com base em “tipos” sociais, sendo um deles a mulher moderna, representada frequentemente como fútil, “apaixonada pelas aparências” e "superficial". Tendo em vista os propósitos citados acima, o objetivo deste trabalho é analisar a representação feminina nos textos de Manoel Paulo Filho na revista Para Todos.
  • ItemDissertação de mestrado
    A "cruzada magna" do século XX: uma análise da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) sob a ótica do jornal A Cruz: orgão da parochia de São João Baptista (RJ)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-20) Machado, Daniel Fagundes de Carvalho; Malatian, Teresa Maria [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho propõe estudar como a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) era representada pelo jornal A Cruz: Orgão da parochia de S. João Baptista (RJ), no contexto de centralização da Santa Sé, observando nesse periódico a presença de um forte discurso anticomunista e em defesa dos militares rebeldes espanhóis. Nas publicações analisadas foi possível ter um panorama da influência desse conflito no Brasil, com a preocupação em se construir uma imagem heroica de Franco como um caudilho salvador dos valores da fé cristã no ocidente. Este acontecimento espanhol é lembrado como um dos maiores conflitos bélicos do período entre guerras, chamando atenção até os dias de hoje por ter abrigado divergências ideológicas e políticas dos anos 1930 e ter sido palco de uma nova ordem europeia, com a ascensão de governos fortemente centralizadores e autoritários. A Espanha tradicionalista, monarquista, católica e direitista rebelou-se contra às mudanças e reformas organizadas pela II República, e, tendo à frente Francisco Franco, mobilizou um golpe que demandou ações não apenas internas, mas também externas, já que houve interferência de outros países para o fortalecimento de ambos os lados em batalha, como a Itália e Alemanha no auxílio franquista e da Rússia e México junto à Frente Popular. O medo de uma revolução social afastou as duas principais potências - Inglaterra e França, de uma aliança com a República, a ponto de criarem o Comitê de Não-Intervenção. O Comitê, a mando de Londres, não auxiliou as tropas da República pelo receio que o conflito espanhol tomasse proporções maiores. Para compreensão da guerra é necessário se atentar às mudanças políticas e sociais ocorridas na Espanha durante o fim do século XIX e início do XX, porque a revolta de 1936 revela ter suas raízes muito antes do estopim da guerra. Com a Igreja ao lado de Franco o movimento não apenas conseguiu uma causa, mas também uma hegemonia, por acreditarem enfrentar uma nova Cruzada na defesa da fé cristã em todo o ocidente. Ao analisar como o jornal noticiou os acontecimentos, avanços e recuos, aliando a situação da Espanha com o cenário brasileiro, evidencia a ação ultramontana da Igreja, por meio de uma pequena paróquia, na luta por seu lugar junto ao Poder instituído. Representada como a luta entre “Roma e Moscou”, o jornal alertou, a todo momento, o perigo que corria o Brasil de se tornar um “satélite soviético”, construindo, através do desempenho das forças de Franco, o discurso de pertencimento à luta rebelde, devido à proximidade de interesses que manteriam sua autoridade no espaço social, político e religioso.
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    Formas de Reparação do Mal no Portugal dos séculos XIV e XV
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-24) Souza, Eduardo Lima de; França, Susani Silveira Lemos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Entre os séculos XIV e XV nos reinos cristãos europeus, torna-se cada vez mais recorrente a produção de obras pastorais escritas em língua vernácula, destinadas a clérigos e monges, propondo modelos de comportamento e prescrições relativas às formas de contato com o sagrado e à absolvição dos pecados. Embora destinadas a esses religiosos, essas prescrições não ficaram restritas a eles, pois chegaram à gente comum das diversas regiões do reino graças ao serviço pastoral de correção dos desvios, a confissão e a pregação. No reino de Portugal, tais conselhos e modelos de edificação referem-se, por vezes, às vivências dolorosas de redenção dos pecados, isto é, ao esforço contínuo de reparação das consequências negativas do pecado cometido contra Deus e contra o próximo. As prescrições referentes a essas práticas de satisfação propunham que a reparação pelo pecado cometido poderia ser alcançada pela reversão do ato falho e por gestos e expressões de arrependimento por vezes ardorosos ou visíveis. A presente pesquisa tem como alvo investigar, no período em que o tema da confissão se tornou um dos principais objetos da literatura teológica e pastoral – fruto da institucionalização da confissão auricular promulgada pelo IV Concílio de Latrão de 1215 –, as formas de reparação do mal, ou satisfação, aceitas e estimuladas na sociedade portuguesa do final do século XIV e ao longo do século XV. A prática da satisfação compunha-se dos três bens dados por Deus ao homem: os bens da alma, os bens do corpo e os bens temporais da fortuna. Pelos bens da alma, o fiel deveria satisfazer por orações e por todas as sete obras de misericórdia espirituais: ensinar, aconselhar, castigar, consolar, sofrer, perdoar e rogar; pelos bens corporais, o fiel deveria jejuar, fazer romarias, disciplinas, abstinências e todas as outras coisas que afligem o corpo; pelos bens temporais da fortuna, o fiel deveria dar esmola e cumprir todas as outras sete obras de misericórdia corporais: visitar, dar de comer, dar de beber, remir, vestir, dar pousada e enterrar o próximo. A partir desse levantamento, serão examinadas as diferentes situações ou circunstâncias em que essas práticas de satisfação eram recomendadas para aperfeiçoamento da alma e ordenamento social, com a finalidade de compreender os fundamentos morais da reparação dos erros então aceitos e defendidos.
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    Narrar a Grande Guerra (1914-1918): Alberto Rangel entre escritos íntimos, testemunho e história
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-30) Pinto, Victor Ferreira; Araújo, Karina Anhezini [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O século XX foi profundamente marcado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Compreendendo sua importância e suas consequências, muitos indivíduos se lançaram à escrita com intuito de registrar os acontecimentos da Grande Guerra e, a partir da produção resultante, muito se discutiu no campo historiográfico a respeito dos combates e dos testemunhos daqueles que foram impactados direta ou indiretamente por seus efeitos. Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo investigar a percepção de Alberto do Rego Rangel (1871–1945) sobre a Grande Guerra que testemunhou enquanto viveu na França. Intelectual brasileiro vinculado ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e ao Instituto Histórico Geográfico de São Paulo, experienciou diretamente o conflito, deixando por escrito suas reflexões e comentários acerca dos eventos, das situações que presenciou e daquilo que vivenciou. Tomando como base seu diário, suas correspondências e suas memórias, procuraremos analisar seu testemunho a fim de compreender como narrou e comentou a guerra. Considerando o caráter íntimo e pessoal identificado nos textos buscaremos examinar suas características específicas, bem como o papel do testemunho e sua relação com a escrita da história.
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    Navegando no Remanso: identidade nacional e música fronteiriça no Brasil - décadas 1930-1950
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-29) Oliveira, Vinicius Moraes Machado de; Garcia, Tânia da Costa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A introdução e ressignificação da música fronteiriça presente no centro sul mato-grossense nos diferentes contextos regionais brasileiros, se deu na primeira metade do século XX, adentrando, essa música, o mercado consumidor nos anos finais da década de 1930, através, principalmente, de músicos e duplas caipiras paulistas da época. Este processo se deu em uma conjuntura de contrastes e disputas simbólicas marcadas diretamente pela reconfiguração da identidade nacional e afirmação das fronteiras nacionais, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Tendo este quadro como referência, esta dissertação propõe examinar o jogo de tensões entre o simbólico nacional construído e propagado a partir do sudeste, centro de onde emana o poder político e econômico nessa época, e as identidades regionais construídas na zona fronteiriça a oeste do país. Para o mapeamento destes cruzamentos e enfrentamentos entre tradições distintas elegemos um período da trajetória artística do músico ítalo-brasileiro Mário Zan, quando em viagem ao sul mato-grossense, compôs um repertório representativo destas novas articulações territoriais.
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    O milagre econômico brasileiro na perspectiva do Jornal Opinião (1972-1973)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-30) Venturini, Luan Gabriel Silveira; Biason, Rita de Cássia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho trata das relações entre economia, imprensa e política no Brasil no contexto da ditadura militar (1964-1985). O objeto desta pesquisa é o “milagre econômico” brasileiro (1968- 1973). O Jornal Opinião (RJ) foi utilizado como fonte, no entanto, tal impresso também é um objeto da pesquisa, em virtude da sua importância como um agente histórico de determinado tempo e espaço. Por isso, a historicidade e as peculiaridades próprias do veículo de comunicação também fazem parte da nossa análise. O “milagre” foi um fenômeno econômico contemporâneo dos jornalistas e intelectuais que faziam parte do Opinião (RJ), que, aliás, nasceu no ápice do “milagre brasileiro”. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é apresentar o passado histórico nacional que provém anteriormente ao fenômeno e, da mesma forma, ao Jornal Opinião (RJ), além de discorrer sobre o “presente passado” do “milagre”, onde o Opinião (RJ), em algum momento, se insere e atua. Ao examinar as edições selecionadas entre os anos de 1972 e 1973, observamos o empenho dos jornalistas e intelectuais em entender o fenômeno e as suas consequências, e, essencialmente, em apresentar um discurso de oposição ao discurso oficial do governo militar – pautado no seu modelo de desenvolvimento econômico. Percebemos que os integrantes do jornal não foram apenas espectadores de todos esses acontecimentos e mudanças ao longo do tempo – até a criação do periódico –, mas também, enquanto estudiosos, agentes preocupados em compreender aquele processo que resultou no “milagre brasileiro”.
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    Representações do folclore argentino e identidade nacional em Juan Alfonso Carrizo e Ricardo Rojas (1917-1939)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-09) Ramos, Igor Alexander Webel; Garcia, Tânia da Costa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A aproximação do primeiro centenário da revolução de Maio de 1810, alinhado ao contexto conturbado do início do século XX, trouxe consigo a necessidade de repensar a identidade nacional argentina. Tendo como propósito manter ou retomar antigas hegemonias, grupos políticos da capital e do interior, com interesses conflitantes e atravessados pelo paradigma ‘civilização ou barbárie’, enxergaram no campo da folclorologia a possibilidade de propagar representações identitárias em busca de legitimação simbólica. Na década de 1920, em um momento no qual o avanço das políticas encabeçadas pela União Cívica Radical significa a perda de capital econômico e de posições no sistema político para os industriais açucareiros da província de Tucumán, Juan Alfonso Carrizo, um professor da província de Catamarca, publica o livro “Antiguos Cantos Populares Argentinos” (1926), no qual apresenta uma argentinidade unicamente hispânica e católica, alinhando-se ideologicamente à Alberto Rougès e Ernesto Padilla, antigos nomes da política tucumana que irão ajudá-lo em sua trajetória como estudioso do folclore. A partir das obras e cartas escritas por Ricardo Rojas e Alfonso Carrizo e do epistolário de Alberto Rougès e de Ernesto Padilla, nosso propósito é analisar os espelhamentos entre reconfigurações da identidade argentina e os embates ideológicos travados entre os grupos em disputa pelo poder, mapeando as redes de sociabilidade que proporcionaram a Carrizo a inserção em um campo intelectual em processo de consolidação.
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    Os registros de três cirurgiões sobre o tratamento dos corpos enfermos nas Minas Setecentistas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-16) Gomes, Gislane dos Santos; Viotti, Ana Carolina de Carvalho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Distante do litoral, constituída por uma sociedade de população e atividades pujantes e plurais, as Minas Gerais Setecentistas foi solo fértil para uma série de doenças. Com poucos médicos para atender à crescente demanda da população, que com frequência se queixava ao reino sobre as dificuldades que passavam para tratar seus corpos, vários outros agentes de cura procuraram tratá-los, como sangradores, barbeiros, cirurgiões e os poucos doutores. Entre os que se dedicaram a perceber e tratar os males do corpo, salta aos olhos os registros da atividade de três cirurgiões que, a partir de sua experiência, organizaram e publicaram verdadeiros manuais de medicina: o Erário Mineral (1735), Relação Cirúrgica e medica (1747) e Governo de Mineiros (1770). Elaborados, grosso modo, a fim de instruir os colonos a tratarem a si, aos seus próximos e a seus escravos, esses livros apresentam as diversas moléstias que atingiam as povoações mineiras, especificando os sintomas e as melhores receitas para a cura das doenças. Considerando esse cenário e esses documentos, o objetivo da presente pesquisa está em pensar como o cuidado com a saúde foi pensado e levado a cabo por esses cirurgiões que atuaram nas Minas, investigando quais eram as doenças que afligiam os corpos dos mineiros, e quais foram os tratamentos e os recursos utilizados por esses homens que escreveram os primeiros manuais de medicina prática do Brasil e que forjaram uma maneira particular de pensar, descrever e tratar os males dos mineiros.
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    As transformações nas relações de amizade do imperador Juliano segundo suas ideias neoplatônicas (séc. IV d.C.)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-25) Alves, Larissa Rodrigues; Carvalho, Margarida Maria de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    No século IV d.C., o imperador possuía um papel central no governo do Império e precisava lidar com diferentes pessoas, principalmente com as elites romanas. Por isso, a compreensão da amizade na Antiguidade Tardia é fundamental para pensarmos as relações sociais e de poder deste período. Ao imperador Juliano foram dedicados inúmeros estudos ao longo dos anos. Contudo, até a nossa Iniciação Científica, nenhuma destas pesquisas tinha colocado em discussão a temática da amizade. Nesse sentido, desejamos dar continuidade a esta tarefa durante o Mestrado. Analisando quarenta e oito das setenta e três epístolas de Juliano, durante a Iniciação Científica, fomos capazes de observar dois tipos de amizades descritos por este governante, associando-os aos vocábulos philía e amicitia, cada qual ligado ao seu respectivo universo cultural. Em nosso Mestrado, levantamos a hipótese de que as relações de amizade de Juliano sofreram alterações entre o momento em que ele atuou como César e quando governou como imperador. Queremos dizer com isto que ele começou a negligenciar o tipo de amizade associado à amicitia, no arco temporal de 355 e 363 d.C. Tais mudanças guardam relação com o seu aprofundamento nos estudos filosóficos, caracterizados por um neoplatonismo teúrgico da corrente de Jâmblico e pelos mistérios orientais. Consequentemente, a maneira como este imperador governava e concebia sua basileía também sofreu alterações. Para realizarmos nossa investigação, utilizaremos cinquenta e sete epístolas (incluindo as quarenta e oito da nossa Monografia) e cinco discursos de Juliano – a partir das traduções em grego/francês, grego/inglês e espanhol –, que são os seguintes: Carta para Temístio, o filósofo, Consolação a si mesmo sobre a partida do excelente Salústio; Hino à Mãe dos Deuses, Os Césares e Hino a Hélios Rei.
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    Francisco Ferrer y Guardia, um mito em disputa nas páginas anticlericais d'A Lanterna (São Paulo, 1909-1916)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-12) Oliveira, Ana Paula Neves de; Guimarães, Valéria dos Santos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A presente pesquisa tem por objetivo melhor compreender a trajetória brasileira da repercussão midiática do fuzilamento do professor racionalista Francisco Ferrer y Guardia, criador da Escola Moderna de Barcelona, pelo Estado espanhol em 13 de outubro de 1909. Objetiva-se, por meio da análise da segunda fase do periódico anticlerical A Lanterna, refletir e lançar hipóteses sobre a produção, circulação, bem como recepção, aclimatação e consequente apropriação dos ideais e, principalmente, da própria figura de Ferrer no jornal. Ancorada em uma abordagem teórica ligada à História da Leitura da Imprensa Periódica, fez-se o levantamento e análise de textos jornalísticos e imagens que tratavam do tema Ferrer veiculados tanto em A Lanterna, como em demais publicações periódicas brasileiras do período. Por meio do estudo das fontes percebeu-se uma recepção singular de Ferrer no Brasil no jornal anticlerical, que passou não apenas a construir determinadas representações a partir da figura do educador, como também a disputá-las tanto interna, como externamente – mormente com órgãos das imprensas clerical, católica e conservadora. A principal hipótese desta dissertação é a de que a partir da disputa de representações travada em A Lanterna em torno da figura de Ferrer, o jornal alça o educador à estatura de um mito político, conforme as teorizações de Roger Chartier e Raoul Girardet, respectivamente. Objetivando entender como se deu a construção deste mito e em prol de quais pautas ele fora utilizado no jornal, concluiu-se que o mito Ferrer foi fundamental na expansão do discurso anticlerical do periódico, servindo especialmente à luta em prol de um projeto anticlerical e libertário de sociedade que deixou frutos concretos, como as Escolas Modernas N.1 e N.2 de São Paulo, aos moldes da iniciativa de Ferrer em Barcelona.
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    Obras primas de nossa literatura militar: expectativas e recepções às narrativas de guerra de Alfredo Taunay e Euclides da Cunha
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-20) Amorim, Gabriel Barbosa da Silva; Araújo, Karina Anhezini de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A presente dissertação tem como objetivo analisar a produção historiográfica de Alfredo d’Escragnolle Taunay (1843 – 1899) e Euclides da Cunha (1866 – 1909) por meio de uma função específica: a de “correspondente militar”, ocupada por Alfredo Taunay durante a Guerra do Paraguai (1864 – 1870) e por Euclides da Cunha durante a Guerra de Canudos (1896 – 1897). Dessa maneira, apoiada em indagações pertinentes à História da Historiografia, a pesquisa foi estruturada em três seções: a primeira trata das expectativas depositadas nestes autores no momento de suas nomeações para a função de correspondente militar; a segunda dedica-se à análise das narrativas produzidas por Taunay e Cunha no exercício da função para a qual foram designados; e a terceira, por fim, aborda como os correspondentes e suas narrativas foram recepcionados pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, pela Academia Brasileira de Letras e outros públicos. Com essa estrutura, busca-se identificar características referentes à composição de um “regime historiográfico” nomeado por leitores de Taunay e Cunha como “Literatura Militar”. Tal “Literatura Militar” é apresentada como um meio de agrupar as narrativas de guerra realizadas por ambos os correspondentes como modos exemplares de como a história das guerras deveria ser escrita em fins de século XIX e início de XX.
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    Figurações de Brasil e de brasileiros nas campanhas e histórias de Jânio Quadros (1953-1972)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-03) Azevedo, Luis Eduardo Bove de; Camilotti, Virginia Célia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Jânio da Silva Quadros (1917-1992) tornou-se nacionalmente conhecido graças à famosa imagem de sua vassoura, responsável por combater a corrupção do Brasil, “varrer a bandalheira”, extirpar as práticas políticas elitistas, acabar com o uso da máquina pública em proveito da hegemonia dos partidos tradicionais e liquidar a imoralidade administrativa e dos costumes. Tal figura esteve associada ao político desde o início de suas campanhas aos cargos do executivo municipal e estadual, entre 1953 e 1954, tendo sido ainda mais difundida em sua campanha à presidência da República (1959-1960), por concentrar, inclusive, a imagem da esperança por dias melhores. Esse símbolo, e outros a ele associados, não foram, contudo, explorados pela historiografia enquanto alegorias maiores da perspectiva diagnóstica e prescritiva, assumida por Jânio Quadros, no tocante aos males e problemas incontornáveis do país e de seu povo. Considerando esta carência, este trabalho ocupou-se em explorar quais foram os diagnósticos e as propostas de saneamento para a nação brasileira. Além disso, buscou-se quais as figurações de Brasil e de brasileiros mobilizadas pelo político nas suas campanhas, capazes de conquistar eleitores maciçamente e orientar sua meteórica carreira política. Figurações essas que foram, inclusive, aprofundadas nos termos de suas próprias constituições e formações, em fina trama histórica nas obras por ele escritas - História do Povo Brasileiro (1967) e Os dois mundos das três Américas (1972).
  • ItemDissertação de mestrado
    Dois gritos de liberdade: êxito e derrota nos levantes separatistas de Cuba e Porto Rico
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-01) Batistella, Igor Henrique; Pinheiro, Marcos Sorrilha [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Impactadas por muitas crises e desencantos políticos, em 1868, as colônias espanholas de Cuba e Porto Rico tornaram-se o epicentro de duas revoltas independentistas. Distanciadas por uma questão de dias, as sublevações inicialmente apresentaram numerosas semelhanças entre si, porém, as direções completamente opostas de seus resultados manifestaram-se ao testemunhar o relativo sucesso do levante cubano, dando origem a uma longa guerra com até dez anos de duração, em contraste com a repressão imediata do equivalente porto-riquenho. Pouco exploradas pela historiografia especializada, as causas de tamanha disparidade permanecem, até hoje, muito imprecisas e obscuras. Foi apoiando-se nesta ausência, que esta pesquisa se dedicou a examinar, comparativamente, os registros legados por ambos os eventos, visando entender em que circunstâncias eles operaram e quais foram os elementos determinantes para a decisão daqueles desfechos.
  • ItemDissertação de mestrado
    "O Projeto de Reconstrução Nacional": a reforma administrativa do governo Collor (1990-92)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-11-11) Silva, Felippe Araújo Barbosa da; Biason, Rita de Cássia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente trabalho tem como objetivo analisar a reforma administrativa realizada pelo Governo Fernando Collor de Mello (1990-1992). Essa reforma compunha a agenda de Fernando Collor desde a campanha presidencial de 1989 e foi executada com a sua vitória, sendo parte importante da chamada reforma do Estado, ação que entendia que o modelo estatal vigente até 1990 estava falido e a sua estrutura era a causa da crise econômica, fiscal e inflacionária que o país vivia, assim como a origem do mau serviço público e da corrupção. Além da crise econômica, a administração pública possuía um histórico de problemas, que dificultava a organização e a promoção de serviços por parte do Estado, o que demandava ações efetivas por parte do novo presidente. Dessa forma, pelas análises bibliográfica e das fontes, analisaremos o papel Executivo federal na construção da sua reforma administrativa, buscando entender as suas justificativas, o processo de execução da reforma, a sua relação com o contexto político-econômico do período e quais os resultados alcançados.
  • ItemDissertação de mestrado
    A representação do feminino em heródoto no âmbito das guerras: as conselheiras gregas e persas (século vi e v a.C.)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-11-10) Torres, Isabela Casellato; Carvalho, Margarida Maria de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A obra Histórias, produzida no século V a.C. por Heródoto de Halicarnasso, é o único escrito do chamado ―Pai da História que chegou até a contemporaneidade. O autor viveu entorno de 480 até aproximadamente 425 a.C, ou seja, entre o final das Guerras Greco-Pérsicas e o início da Guerra do Peloponeso. Em Histórias, aborda muito além das Guerras Greco-Pérsicas, cujo relato é o mais conhecido da sua obra na posteridade. A descrição sobre as Guerras começa somente no livro VI dos IX livros, os quais foram organizados posteriormente a sua época. Heródoto descreve, dentro deste contexto, as representações de atuações de mulheres gregas e persas como conselheiras de assuntos bélicos junto aos seus maridos e/ou demais personagens masculinos próximos. Nesse sentido, temos como hipótese que o autor grego coloca mulheres gregas e persas no mesmo patamar de atuação: de mantenedoras da ordem político-social. Uma perspectiva diferente da historiografia dos séculos XIX e XX, a qual analisou o feminino isolado das questões político-culturais da pólis e não valorizou as interações ocorridas entre homens e mulheres no interior dela ou mesmo das cidades persas. Acreditamos também, que independente da proveniência dessas mulheres, o autor as retrata como um veículo de alerta de conflitos bélicos e do cotidiano que ocorrem nas póleis gregas e na Pérsia. Pautado na análise da documentação, nos estudos de gênero e na historiografia já produzida sobre a temática, mapearemos e analisaremos o papel das mulheres nas guerras Greco-Pérsicas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Saúde e espiritualidade no Brasil (séculos XVII e XVIII)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-05) Pereira, Edson Tadeu; Viotti, Ana Carolina de Carvalho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A clerezia, no mundo católico tridentino, tomou a palavra com a finalidade de conduzir os fiéis no caminho da salvação das almas. Para cumprir esta missão, conquanto, não se apartou a espiritualidade da vida cotidiana. Em livros e folhetos piedosos, os religiosos aproveitaram o espaço para evangelizar as gentes através de assuntos aparentemente inusitados, digamos, como o papel da fé para os doentes e na cura dos corpos. Enveredar a pregação nesse sentindo teria algumas vantagens para a propagação dos valores da Igreja de Roma, como a maior e melhor adesão do povo aos ritos do catolicismo a adoração aos santos, relíquias, devoções e sacramentos. Por sua vez, as pessoas que se valeram da religiosidade para o alívio de dores e de feridas reafirmaram a própria confissão conforme testemunharam experiências venturosas. O Brasil de fins do século XVII até meados do XVIII, período áureo para o impresso religioso na margem americana do Atlântico, não escapou à mesma lógica: os textos legaram a prescrição de práticas virtuosas para recobrar a saúde e a descrição pormenorizada das enfermidades das pessoas. Tendo em mente o ambiente espiritual em questão, o presente estudo visa investigar a moralidade relativa ao fato de enfermar e de sarar, isto é, como concepções chave, como vício e virtude, nortearam o que o clero disse a propósito e como os sujeitos, alvos da prédica, fizeram escolhas e realizaram ações conforme o que se dizia.