Fatores de risco associados à evolução grave da COVID-19 em gestantes: Estudo brasileiro de base populacional

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Data

2023-03-01

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Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

INTRODUÇÃO: No Brasil em 2021, entre janeiro e maio, foram notificados 6.416 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes (257,9 casos por 100.000 gestantes), dos quais 4.103 foram confirmados como COVID-19 (167,9 casos por 100.000 gestantes) e, destes, 475 evoluíram para óbito (19,1 óbitos por 100.000 gestantes). As gestantes somavam, até maio do mesmo ano 2022, aproximadamente 22.000 casos confirmados, com 2.026 óbitos. OBJETIVO: Avaliar a evolução da COVID-19 entre gestantes brasileiras notificadas no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal e de base populacional, realizado com banco de dados secundários, a partir de dados do SIVEP Gripe, com coleta entre julho a setembro de 2021. Foram incluídas as semanas epidemiológicas de 2020, entre 13 (22-28/03/2020) e 53 (27/12/2020-02/01/2021) e de 2021, entre 1 (03-09/01/2021) e 31 (01-07/08/2021), considerando-se dados de todo país. A amostra final foi definida com a inclusão de participantes que tinham todas as informações de interesse (n=6276). As variáveis desfecho são: internação em UTI e óbito por COVID-19. Entre as covariáveis estão: variáveis sociodemográficas, comorbidades, doenças relacionadas à gestação e sinais e sintomas referidos no momento da notificação. Realizou-se análise descritiva das variáveis de interesse, modelos de regressão linear múltipla com resposta Poisson para explicar a necessidade de UTI e o óbito. Análises foram feitas com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 21. Por tratar-se de pesquisa com banco de dados de acesso público, não foi necessário encaminhamento para apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: O estudo identificou taxas de internação em UTI de 28,2% e de óbito de 9,5%. Entre as comorbidades, as mais frequentes foram diabetes, obesidade e cardiopatia e os mais frequentes sinais e sintomas foram febre, tosse, odinofagia e fadiga. O número de comorbidades e apresentar sinais e sintomas respiratórios: dispneia, desconforto respiratório ou saturação de oxigênio ≤95%, aumentaram o risco de a gestante necessitar de UTI. Gestantes com idade superior a 34 anos, quando comparadas àquelas com 20-34 anos; o número de comorbidades; apresentar desconforto respiratório ou saturação de oxigênio ≤95%, necessitar de UTI e ventilação, invasiva ou não, aumentaram, de maneira independente, o risco de óbito entre as gestantes com COVID-19. CONCLUSÃO: Conclui-se serem elevadas as taxas de internação e óbito entre as gestantes, tornando o cuidado pré-natal essencial. O número de comorbidades, a presença de sinais e sintomas respiratórios, a idade acima de 34 anos e a necessidade de ventilação, invasiva ou não, constituíram preditores de gravidade entre as gestantes brasileiras no período estudado.

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Palavras-chave

Covid-19 (Doença), Complicações na gravidez, Hospitalização, Morte materna, Unidades de terapia intensiva, Sistemas de informação em saúde

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