Sobrevivência em solo de Acidovorax avenae subsp. avenae, agente causal da estria vermelha na cana-de-açúcar

Abstract

A estria vermelha da cana-de-açúcar, causada pela bactéria Acidovorax avenae subsp. avenae (Aaa), é uma doença que vem ganhando importância no Brasil, especialmente em regiões com solos férteis e alta umidade. No entanto, pouco se sabe sobre a ecologia desse patógeno em condições tropicais, sobretudo quanto à sua sobrevivência no solo. Este trabalho teve como objetivo avaliar os períodos de sobrevivência de Aaa em diferentes tipos de solo provenientes de áreas de cultivo de cana-de-açúcar, tanto em condições controladas de laboratório quanto sob ambiente natural de campo. Utilizou-se um isolado resistente à rifampicina, infestado em cinco diferentes tipos de solo, com amostragens periódicas por até 70 dias. A quantificação foi realizada em meio seletivo e a identidade de Aaa confirmada por testes de patogenicidade. Os resultados demonstraram que a sobrevivência da bactéria variou entre 7 e 56 dias, sendo influenciada por características edáficas e, principalmente, por fatores climáticos, como a precipitação. Os maiores períodos de persistência ocorreram em solos com maior teor de argila e menor teor de matéria orgânica. Em campo, chuvas intensas reduziram significativamente a viabilidade do patógeno, destacando o papel da umidade e da atividade microbiana na supressividade do solo. Os dados obtidos contribuem para o entendimento da ecologia de Aaa e oferecem subsídios para estratégias de manejo mais eficazes da estria vermelha em sistemas de produção de cana-de-açúcar.

Red stripe of sugarcane, caused by the bacterium Acidovorax avenae subsp. avenae (Aaa), is a disease of increasing importance in Brazil, especially in regions with fertile soils and high humidity. However, little is known about the ecology of this pathogen under tropical conditions, particularly regarding its survival in soil. This study aimed to evaluate the survival periods of Aaa in different soil types collected from sugarcane cultivation areas, under both controlled laboratory conditions and natural field environments. A rifampicin-resistant isolate was used and inoculated into five different soils, with periodic sampling over a period of up to 70 days. Quantification was performed on selective medium, and the identity of Aaa was confirmed through pathogenicity tests. The results showed that bacterial survival ranged from 7 to 56 days, being influenced by edaphic characteristics and, more notably, by climatic factors such as precipitation. Longer survival periods were observed in soils with higher clay content and lower organic matter. In the field, heavy rainfall significantly reduced the pathogen’s viability, highlighting the role of moisture and microbial activity in soil suppressiveness. The data contribute to the understanding of Aaa ecology and provide valuable insights for more effective management strategies of red stripe in sugarcane production systems.