Ensino de fábula, por meio de sequência didática, com base no desenho universal para aprendizagem.

Abstract

A escola, concebida como o local de acesso ao conhecimento construído pela humanidade, precisa garantir a todos que a apropriação do conteúdo mais elaborado aconteça. Para tanto, é necessário entender que cada pessoa aprende de uma maneira e a diversidade deve ser vista pelo professor como fonte enriquecedora da ação pedagógica, e não ao contrário. Também, é verdade que precisamos criar estratégias para envolver todos os alunos em uma sala de aula e evitar que a metodologia e o conteúdo se tornem inatingíveis para um grupo, ou desinteressantes para outros. Dessa forma, o presente estudo objetivou desenvolver Sequências Didáticas para o ensino de fábulas, baseadas nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem, a fim de tentar oportunizar aulas mais inclusivas, proporcionando a participação de todos os alunos e visando que esses avancem em suas habilidades leitora e escritora. A escolha de tal gênero textual deve-se ao fato de ser acessível, possibilitar o desenvolvimento da linguagem oral e escrita e auxiliar nas expectativas de aprendizagem da disciplina de Português. Utilizamos como referencial teórico a Pedagogia Histórico Crítica, que é a teoria que embasa o currículo da prefeitura em que o projeto foi realizado. A pesquisa, com abordagem mista, do tipo interventiva e descritiva foi realizada em uma escola municipal, no terceiro ano do Ensino Fundamental, com 46 alunos, seus responsáveis, uma cuidadora e uma estagiária. Entretanto, pensar no trabalho realizado por meio de uma prática universal, inclusiva, que busca pensar nos diferentes alunos e, ao mesmo tempo, em cada um, foi desafiador. Por assim dizer, conseguimos promover aulas mais inclusivas, de acordo com os relatos dos participantes, e percebemos a ampliação das capacidades leitora e escritora dos alunos, de acordo com as avaliações, seja por meio do TDE, da escrita e da leitura em sala. Fica evidente que o uso de diversas estratégias de apresentação do conteúdo motivou os alunos e, ao possibilitar que eles se expressem de diferentes maneiras, foi possível potencializar o processo de ensino e aprendizagem. Além do mais, a participação ativa nas aulas, por meio da sequência didática ou na confecção dos jogos, possibilitou o engajamento deles. Porém, para esse trabalho ter continuidade, precisamos adotar práticas universais em nossos currículos, também, é preciso repensar na formação dos professores para que esses adotem tais práticas. Por isso, é urgente que as escolas repensem suas estruturas, as condições do planejamento pedagógico, o tempo de planejamento, para tentarmos chegar mais perto da possibilidade de sucesso de uma educação inclusiva.

The school, conceived as a place of access to knowledge built by humanity, needs to guarantee to everyone that the appropriation of the most elaborate content takes place. To do so, it is necessary to understand that each person learns in a different way and diversity must be seen by the teacher as a source of enrichment for pedagogical action, and not the other way around. It is also true that we need to create strategies to involve all students in a classroom and prevent the methodology and content from becoming unattainable for one group, or uninteresting for others. Thus, the present study aimed to develop Didactic Sequences for teaching fables, based on the principles of Universal Design for Learning, in order to try to provide more inclusive classes, providing the participation of all students and aiming for them to advance in their skills. reader and writer. The choice of this textual genre is due to the fact that it is accessible, enables the development of oral and written language and helps with learning expectations in the Portuguese subject. We used Critical Historical Pedagogy as a theoretical framework, which is the theory that underpins the curriculum of the city hall where the project was carried out. The research, with a mixed, interventional and descriptive approach, was carried out in a municipal school, in the third year of Elementary School, with 46 students, their guardians, a caregiver and an intern. However, thinking about the work carried out through a universal, inclusive practice, which seeks to think about different students and, at the same time, about each one, was challenging. In other words, we were able to promote more inclusive classes, according to the participants' reports, and we noticed the expansion of students' reading and writing abilities, according to the assessments, whether through TDE, writing and reading in class. It is evident that the use of different content presentation strategies motivated students and, by allowing them to express themselves in different ways, it was possible to enhance the teaching and learning process. Furthermore, active participation in classes, through the didactic sequence or in the creation of games, enabled their engagement. However, for this work to continue, we need to adopt universal practices in our curricula, and we also need to rethink teacher training so that they adopt such practices. Therefore, it is urgent that schools rethink their structures, the conditions of pedagogical planning, the planning time, to try to get closer to the possibility of successful inclusive education.