Logo do repositório
 

Prevalência e fatores associados à ansiedade infantil dois anos após o início da pandemia COVID - 19: estudo transversal

Carregando...
Imagem de Miniatura

Orientador

Avila, Marla Andreia Garcia de

Coorientador

Minharro, Michelle Cristine de Oliveira

Pós-graduação

Enfermagem - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: a pandemia da corona virus disease (COVID-19) resultou em mudanças drásticas e necessárias para proteger a sociedade. Medidas foram implementadas para impedir a disseminação do vírus na comunidade, evitando a sobrecarga do sistema de saúde pública e reduzindo o número de óbitos devido aos agravamentos da doença. Nas crianças, a pandemia da COVID-19 acarretou diferentes consequências como medo, ansiedade, tédio e alterações em sua rotina. As crianças são mais vulneráveis durante crises, como uma pandemia, devido à sua falta de autonomia e maturidade. No entanto, pesquisas limitadas examinaram o retorno escolar após uma ausência devido ao fechamento de escolas, especialmente em países de renda média e baixa como o Brasil. Objetivo: Analisar a prevalência e fatores associados à ansiedade infantil dois anos após o início da pandemia COVID-19 por meio do Children´s Anxiety Questionnaire (CAQ) e a Escala Visual Analógica (EVA) e identificar fatores que influenciam as emoções de crianças de 6 a 12 anos. Método: Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, cuja coleta de dados foi realizada no mês de junho de 2022. Participaram crianças com idade entre 6 e 12 anos, matriculadas em escolas públicas do município de Querência, Estado do Mato Grosso, juntamente com seus pais ou responsáveis. Aos responsáveis, foi aplicado um questionário, contendo variáveis sociodemográficas e informações relacionadas à COVID-19. Para as crianças aplicado um questionário sobre o CAQ e EVA. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, incluindo regressões logísticas, para estimar a prevalência de dificuldades emocionais e suas associações com variáveis sociodemográficas e clínicas. Resultados: das 733 crianças, 54,0% (n = 396) são meninas e a idade média de 8,7 ± 1,87 anos. Dos responsáveis, 84,0% (n = 616) dos entrevistados são mães, com 4,5% (n = 33) sendo profissionais da saúde. As declarações das crianças indicaram preocupação e medo relacionados à possibilidade de morte de familiares, pais e animais de estimação 22,9% (n = 161). Por outro lado, as crianças citaram os pais e a família sendo responsáveis por mantê-los felizes e calmos 32,5% (n = 223). Com base no CAQ ≥ 9 e na EVA > 7, a prevalência da ansiedade foi de 13,5% e 6,7%, respectivamente. A regressão logística binária dos escores CAQ mostrou que a cada ano adicional de idade das crianças, o risco de ansiedade (CAQ ≥ 9) aumentou em 10%. Além disso, para o CAQ, a redução da renda foi associada a maiores escores de ansiedade (p = 0,022). Na regressão logística para as pontuações EVA mostrou que a cada ano adicional de idade das crianças, o risco de ansiedade (EVA>7) aumentou 30%. Na análise multivariada, apenas a idade da criança permaneceu associada à ansiedade nos escores do CAQ e EVA (p = 0,005 e p < 0,001), respectivamente. Conclusão: a prevalência de ansiedade entre escolares que retornaram às aulas presenciais durante a pandemia de COVID-19 foi de 13,5% (n = 99) e 6,7% (n = 49), segundo o CAQ e a EVA, respectivamente. A prevalência de ansiedade aumentou a cada ano de idade da criança.

Resumo (inglês)

Introduction: The coronavirus disease (COVID-19) pandemic resulted in drastic and necessary changes to protect society. Measures were implemented to prevent community transmission of the virus, thus avoiding an overload of the public healthcare system and reducing the number of deaths due to complications from the disease. In children, the COVID-19 pandemic led to various consequences, including fear, anxiety, boredom, and changes to their daily routines. Children are more vulnerable during crises, such as pandemics, due to their lack of autonomy and maturity. However, limited research has examined children’s return to school following prolonged absence due to school closures, especially in low- and middle-income countries such as Brazil. Objective: To analyze the prevalence and factors associated with childhood anxiety two years after the start of the COVID-19 pandemic, using the Children's Anxiety Questionnaire (CAQ) and the Visual Analogue Scale (VAS), and to identify factors that influence the emotions of children aged 6 to 12 years. Method: This is an observational, cross-sectional study, with data collection carried out in June 2022. The participants were children aged between 6 and 12 years, enrolled in public schools in the municipality of Querência, State of Mato Grosso, together with their parents or guardians. A questionnaire containing sociodemographic variables and information related to COVID-19 was applied to the guardians. A questionnaire on the CAQ and VAS was applied to the children. Descriptive statistical analyses, including logistic regressions, were performed to estimate the prevalence of emotional difficulties and their associations with sociodemographic and clinical variables. Results: Of the 733 children assessed, 54.0% (n = 396) were girls, with an average age of 8.7 ± 1.87 years. Among caregivers, 84.0% (n = 616) of respondents were mothers, and 4.5% (n = 33) were healthcare professionals. Children’s statements indicated concern and fear regarding the possibility of death of relatives, parents, and pets (22.9%; n = 161). Conversely, children cited their parents and family as responsible for making them feel happy and calm (32.5%; n = 223). Based on scores of CAQ ≥ 9 and VAS > 7, the prevalence of anxiety was 13.5% and 6.7%, respectively. Binary logistic regression of CAQ scores showed that each additional year of age increased the risk of anxiety (CAQ ≥ 9) by 10%. Furthermore, reduced family income was associated with higher anxiety scores on the CAQ (p = 0.022). Logistic regression analysis of VAS scores showed that each additional year of age increased the risk of anxiety (VAS > 7) by 30%. In multivariate analysis, only the child’s age remained associated with anxiety scores on the CAQ and VAS (p = 0.005 and p < 0.001, respectively). Conclusion: The prevalence of anxiety among schoolchildren who returned to face-to-face classes during the COVID 19 pandemic was 13.5% (n = 99) and 6.7% (n = 49), according to the CAQ and VAS, respectively. Anxiety prevalence increased with each additional year of the child’s age.

Descrição

Palavras-chave

Ansiedade, Criança, Pandemias, COVID - 19, Saúde Mental, Anxiety, Child, Pandemics, COVID - 19, Mental Health

Idioma

Português

Citação

CREPALDE, PAF. Prevalência e fatores associados à ansiedade infantil dois anos após o início da pandemia COVID -19: estudo transversal. Orientadora: Marla Andreia Garcia de Avila, 2025. 81 p. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, 2025.

Itens relacionados

Financiadores

Unidades

Departamentos

Cursos de graduação

Programas de pós-graduação