Interação de adolescentes do ensino médio com a inteligência artificial em aplicativos móveis e sua relação com o nível de adesão a valores sociomorais
Carregando...
Arquivos
Data
Autores
Orientador
Bataglia, Patrícia Unger Raphael 

Coorientador
Pós-graduação
Educação - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Este estudo investiga como a interação de adolescentes do Ensino Médio com a inteligência artificial (IA) em aplicativos móveis para smartphones se relaciona ao nível de adesão a valores sociomorais. Fundamentado na perspectiva construtivista de desenvolvimento moral, conforme teorizado por Piaget, Kohlberg e Turiel, o trabalho examina o impacto dessa interação em adolescentes de 14 a 18 anos, etapa marcada pela constituição da personalidade. Parte-se da hipótese de que a intensificação da interação humano-IA reduz as interações face a face, prejudicando o desenvolvimento moral, uma vez que valores como respeito, justiça, solidariedade e convivência democrática são construídos socialmente, na convivência humana. Questiona-se, ainda, como a interação com a IA em aplicativos de redes sociais, frequentemente caracterizada pela exaltação do self, no contexto da cultura da vaidade e publicização de si, pode influenciar o desenvolvimento moral, ao personalizar a experiência do usuário e estimular o egocentrismo. A pesquisa avaliou, por meio de questionários, a interação de adolescentes com a IA em aplicativos móveis e o nível integrado de adesão a valores sociomorais (NAVS). Os dados foram coletados de uma amostra de 133 adolescentes do Ensino Médio e analisados estatisticamente, com medidas descritivas, testes de correlação e comparação de grupos. Os resultados revelaram que, embora o tempo médio de uso dos aplicativos móveis não esteja significativamente correlacionado ao NAVS, outras variáveis qualitativas mostraram-se relevantes. Adolescentes que relataram maior preferência por interações presenciais e coletivas, tanto em contextos de aprendizado quanto de socialização, apresentaram maiores NAVS. Além disso, observou-se que aqueles que não tinham o Instagram entre os três aplicativos mais utilizados também registraram NAVS mais elevados, sugerindo que a menor interação com a interface dessas plataformas – centradas na personalização algorítmica – ao usuário pode favorecer a descentração sociomoral. Tais achados reforçam que o impacto da IA sobre a moralidade não depende exclusivamente da quantidade de tempo, mas da qualidade das interações mediadas por sistemas inteligentes. Conclui-se que o uso da IA em aplicativos móveis influencia o desenvolvimento moral dos adolescentes de modo indireto, principalmente ao moldar padrões de engajamento, reforçar preferências e limitar o contato com a diversidade de experiências sociais. Estratégias educacionais que promovam interações humanas significativas e criticamente mediadas, inclusive nos ambientes virtuais, são fundamentais para preservar a construção da autonomia moral em tempos de intensificação da presença de sistemas inteligentes na vida cotidiana. Este estudo oferece evidências quantitativas e reflexões conceituais sobre os desafios que emergem entre as áreas de educação, psicologia e tecnologia, destacando a importância de ampliar o debate sobre a influência da IA em aplicativos móveis na formação de personalidades éticas.
Resumo (inglês)
This study investigates how the interaction of high school adolescents with artificial intelligence (AI) in smartphone mobile applications relates to the level of adherence to sociomoral values. Grounded in the constructivist perspective of moral development, as theorized by Piaget, Kohlberg, and Turiel, the study examines the impact of this interaction on adolescents aged 14 to 18, a stage marked by the constitution of personality. The hypothesis is that the intensification of human-AI interaction reduces face-to-face interactions, thereby hindering moral development, since values such as respect, justice, solidarity, and democratic coexistence are socially constructed through human interaction. The study also questions how interaction with AI in social media applications, often characterized by the exaltation of the self, within the context of a culture of vanity and self-exposure, may influence moral development by personalizing the user experience and stimulating egocentrism. The research assessed, through questionnaires, the interaction of adolescents with AI in mobile applications and the integrated level of adherence to sociomoral values (NAVS). Data were collected from a sample of 133 high school students and statistically analyzed using descriptive measures, correlation tests, and group comparisons. The results revealed that, although the average time spent using mobile applications was not significantly correlated with NAVS, other qualitative variables proved relevant. Adolescents who reported a greater preference for face-toface and collective interactions, both in learning and social contexts, presented higher NAVS. Furthermore, it was observed that those who did not have Instagram among their three most-used applications also recorded higher NAVS, suggesting that less interaction with the interface of such platforms – centered on algorithmic personalization – to the user may favor sociomoral decentering. These findings reinforce that the impact of AI on morality does not depend exclusively on the amount of time, but rather on the quality of interactions mediated by intelligent systems. It is concluded that the use of AI in mobile applications indirectly influences adolescents’ moral development, mainly by shaping patterns of engagement, reinforcing preferences, and limiting contact with diverse social experiences. Educational strategies that promote meaningful and critically mediated human interactions, including in virtual environments, are essential to preserving the construction of moral autonomy in times of increasing presence of intelligent systems in everyday life. This study offers quantitative evidence and conceptual reflections on the challenges that arise across the fields of education, psychology, and technology, highlighting the importance of broadening the debate on the influence of AI in mobile applications on the formation of ethical personalities.
Resumo (espanhol)
Este estudio investiga cómo la interacción de los adolescentes de educación secundaria con la inteligencia artificial (IA) en aplicaciones móviles para smartphones se relaciona con el nivel de adhesión a valores sociomorales. Fundamentado en la perspectiva constructivista del desarrollo moral, según lo teorizado por Piaget, Kohlberg y Turiel, el trabajo examina el impacto de dicha interacción en adolescentes de entre 14 y 18 años, etapa marcada por la constitución de la personalidad. Se parte de la hipótesis de que la intensificación de la interacción humano-IA reduce las interacciones cara a cara, perjudicando el desarrollo moral, dado que valores como el respeto, la justicia, la solidaridad y la convivencia democrática se construyen socialmente, en la interacción humana. También se cuestiona cómo la interacción con la IA en aplicaciones de redes sociales, frecuentemente caracterizada por la exaltación del self, en el contexto de la cultura de la vanidad y la exposición de sí mismo, puede influir en el desarrollo moral, al personalizar la experiencia del usuario y estimular el egocentrismo. La investigación evaluó, mediante cuestionarios, la interacción de adolescentes con la IA en aplicaciones móviles y el nivel integrado de adhesión a valores sociomorales (NAVS). Los datos fueron recolectados de una muestra de 133 estudiantes de educación secundaria y analizados estadísticamente, con medidas descriptivas, pruebas de correlación y comparación de grupos. Los resultados revelaron que, aunque el tiempo medio de uso de las aplicaciones móviles no se correlaciona significativamente con el NAVS, otras variables cualitativas resultaron relevantes. Los adolescentes que informaron una mayor preferencia por interacciones presenciales y colectivas, tanto en contextos de aprendizaje como de socialización, presentaron NAVS más altos. Además, se observó que aquellos que no tenían a Instagram entre sus tres aplicaciones más utilizadas también registraron NAVS más elevados, lo que sugiere que una menor interacción con la interfaz de dichas plataformas – centradas en la personalización algorítmica – hacia el usuario puede favorecer la descentralización sociomoral. Estos hallazgos refuerzan que el impacto de la IA sobre la moralidad no depende exclusivamente de la cantidad de tiempo, sino de la calidad de las interacciones mediadas por sistemas inteligentes. Se concluye que el uso de la IA en aplicaciones móviles influye en el desarrollo moral de los adolescentes de forma indirecta, principalmente al moldear patrones de participación, reforzar preferencias y limitar el contacto con la diversidad de experiencias sociales. Las estrategias educativas que promuevan interacciones humanas significativas y críticamente mediadas, incluso en entornos virtuales, son fundamentales para preservar la construcción de la autonomía moral en tiempos de intensificación de la presencia de sistemas inteligentes en la vida cotidiana. Este estudio ofrece evidencias cuantitativas y reflexiones conceptuales sobre los desafíos que surgen entre las áreas de educación, psicología y tecnología, destacando la importancia de ampliar el debate sobre la influencia de la IA en aplicaciones móviles en la formación de personalidades éticas.
Descrição
Palavras-chave
Adolescentes, Moralidade, Inteligência artificial, Aplicativos móveis, Interação humano-computador, Adolescents, Morality, Artificial intelligence, Mobile applications, Human-computer interaction
Idioma
Português
Citação
COSTA, Rogério Melo de Sena. Interação de adolescentes do ensino médio com a inteligência artificial em aplicativos móveis e sua relação com o nível de adesão a valores sociomorais. Orientadora: Patrícia Unger Raphael Bataglia. 2025. 215 p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília, 2025.