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Entre cooperação e ruptura: a Organização Pan-americana da Saúde e a política externa no governo Bolsonaro (2019-2022)

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Orientador

Bressan, Regiane Nitsch

Coorientador

Mariano, Karina Lilia Pasquariello

Pós-graduação

Relações Internacionais - IPPRI

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A presente pesquisa investiga de que maneira a política externa bolsonarista sobre a saúde impactou na relação entre o Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). A hipótese central da pesquisa considera que essa relação foi marcada tanto por mudanças quanto por continuidades, com destaque para a permanência de práticas que contrastavam com o discurso da extrema direita populista. Apesar da retórica de ruptura com o passado, presente desde a campanha eleitoral, a materialização de mudanças profundas na política externa revelou-se complexa e limitada. A pesquisa adotou abordagem qualitativa, fundamentada na análise de documentos oficiais, discursos, entrevistas e literatura especializada. O estudo buscou compreender como a interação entre Brasil e OPAS evoluiu nesse período, considerando tanto os momentos de cooperação quanto os episódios de tensão. Em particular, a investigação avaliou a influência do discurso populista de extrema direita na formulação e implementação da política externa brasileira em saúde, assim como os fatores que possibilitaram a continuidade de práticas institucionais anteriores. A relevância desta tese reside na necessidade de aprofundar a análise das relações entre Brasil e OPAS em um período de grande complexidade na política externa brasileira. O governo Bolsonaro adotou um posicionamento disruptivo, que levantou questionamentos sobre o impacto da política externa na saúde pública e na cooperação internacional. A análise das mudanças e continuidades nessa relação permitiu melhor compreender a condução da política externa brasileira em saúde e seus reflexos na governança regional, contribuindo também para a reflexão sobre a resiliência institucional da política externa do país. Além disso, a pesquisa foi fundamentada na relevância histórica da OPAS para o desenvolvimento da saúde pública brasileira. Com extensa trajetória de cooperação, a organização exerceu um papel central na formulação de políticas e programas de saúde no Brasil. A investigação dessa relação possibilitou compreender a evolução das políticas de saúde e o impacto de atores internacionais nesse processo. Por fim, a tese visou a ampliar o debate sobre as políticas externas populistas no Sul Global. Os resultados da pesquisa contribuíram para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de cooperação e governança regional em um cenário global de crescentes desafios políticos e sanitários.

Resumo (inglês)

This research investigates how Bolsonaro’s foreign policy on health impacted the relationship between Brazil and the Pan American Health Organization (PAHO) during the administration of Jair Bolsonaro (2019–2022). The central hypothesis posits that this relationship was characterized by changes and continuities, with particular emphasis on the persistence of practices that contrasted with the rhetoric of right-wing populism. Despite the rhetoric of a break from the past, and present since the electoral campaign, the realization of profound changes in foreign policy proved complex and limited. The study adopts a qualitative approach, grounded in analyzing official documents, speeches, interviews, and specialized literature. It seeks to understand how the interaction between Brazil and PAHO evolved during this period, considering both moments of cooperation and instances of tension. In particular, the investigation assesses the influence of right-wing populist discourse on the formulation and implementation of Brazilian foreign health policy, as well as the factors that enabled the continuity of previous institutional practices. The relevance of this thesis lies in the need to deepen the analysis of Brazil-PAHO relations during a period of significant complexity in Brazilian foreign policy. The Bolsonaro administration adopted a disruptive stance that raised questions about the impact of foreign policy on public health and international cooperation. Analyzing the changes and continuities in this relationship allows for a better understanding of the conduct of Brazilian foreign health policy and its implications for regional governance, while also contributing to reflections on the institutional resilience of the country’s foreign policy. Moreover, the research is grounded in the historical significance of PAHO in the development of Brazilian public health. With an extensive history of cooperation, the organization has played a central role in shaping health policies and programs in Brazil. Investigating this relationship enables a better understanding of the evolution of health policies and the impact of international actors in this process. Finally, the thesis aims to broaden the debate on populist foreign policies in the Global South. The research findings contribute to the development of more effective cooperation and regional governance strategies in a global context marked by increasing political and health challenges.

Resumo (espanhol)

Esta investigación investiga de qué manera la política exterior bolsonarista sobre la salud impactó la relación entre Brasil y la Organización Panamericana de la Salud (OPS) durante el gobierno de Jair Bolsonaro (2019-2022). La hipótesis central sostiene que esta relación se caracterizó tanto por cambios como por continuidades, con énfasis particular en la persistencia de prácticas que contrastaban con la retórica del populismo de extrema derecha. A pesar de la retórica de ruptura con el pasado, presente desde la campaña electoral, la materialización de cambios profundos en la política exterior resultó compleja y limitada. El estudio adopta un enfoque cualitativo, fundamentado en el análisis de documentos oficiales, discursos, entrevistas y literatura especializada. Busca comprender cómo evolucionó la interacción entre Brasil y la OPS durante este período, considerando tanto los momentos de cooperación como los episodios de tensión. En particular, la investigación evalúa la influencia del discurso populista de extrema derecha en la formulación e implementación de la política exterior brasileña en salud, así como los factores que permitieron la continuidad de las prácticas institucionales anteriores. La relevancia de esta tesis radica en la necesidad de profundizar el análisis de las relaciones entre Brasil y la OPS en un período de gran complejidad en la política exterior brasileña. El gobierno de Bolsonaro adoptó una postura disruptiva que planteó interrogantes sobre el impacto de la política exterior en la salud pública y la cooperación internacional. Analizar los cambios y continuidades en esta relación permite una mejor comprensión de la conducción de la política exterior brasileña en salud y sus implicaciones para la gobernanza regional, además de contribuir a la reflexión sobre la resiliencia institucional de la política exterior del país. Además, la investigación se fundamenta en la relevancia histórica de la OPS para el desarrollo de la salud pública brasileña. Con una extensa trayectoria de cooperación, la organización ha desempeñado un papel central en la formulación de políticas y programas de salud en Brasil. Investigar esta relación posibilita la comprensión de la evolución de las políticas de salud y el impacto de los actores internacionales en este proceso. Por último, la tesis tiene como objetivo ampliar el debate sobre las políticas exteriores populistas en el Sur Global. Los resultados de la investigación contribuyen al desarrollo de estrategias de cooperación y gobernanza regional más eficaces en un contexto global marcado por crecientes desafíos políticos y sanitarios.

Descrição

Palavras-chave

Política externa brasileira, OPAS, Saúde global, Populismo de extrema direita, Governo Bolsonaro, Brazilian foreign policy, PAHO, Global health, Right-wing populism, Bolsonaro government, Política exterior brasileña, OPS, Salud global, Populismo de extrema Derecha, Gobierno de Bolsonaro

Idioma

Português

Citação

ERTHAL, Heitor. Entre cooperação e ruptura: a Organização Pan-americana da Saúde e a política externa no governo Bolsonaro (2019-2022). Orientadora: Regiane Nitsch Bressan. Coorientadora: Karina Lilia Pasquariello Mariano. 2025. 185 f. Tese (Doutorado em Relações Internacionais) – UNESP/UNICAMP/PUC-SP, Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, 2025.

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