Eficácia da estimulação transcraniana por corrente contínua em diferentes áreas-alvo combinada com exercício físico no controle postural na doença de Parkinson

Abstract

Introdução: A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) tem demonstrado efeitos promissores no controle postural em pessoas com doença de Parkinson (DP). No entanto, as características da estimulação, como a área cortical estimulada e a combinação com exercício físico, parecem influenciar os efeitos da ETCC. Portanto, a análise desses fatores é essencial para identificar as principais características e otimizar os protocolos de reabilitação para o controle postural na DP. Objetivo: Analisar a eficácia da ETCC aplicada no córtex motor primário (M1) e no córtex pré-frontal (PFC) combinado com exercício físico aeróbio no controle postural de pessoas com DP. Métodos: Vinte e uma pessoas com DP participaram do estudo em três dias, com intervalo mínimo de 1 semana entre as sessões. A ETCC foi aplicada no M1, PFC ou sham (placebo), durante 20 minutos, e foi realizada simultaneamente com exercício físico em esteira. Sendo que a ETCC estava ligada (ativa ou sham) apenas na parte principal do protocolo. Para avaliação do controle postural, foram realizadas três tentativas de um minuto com o participante em pé, parado, sobre uma plataforma de força, olhando para um ponto, 2 metros distante do indivíduo. A partir do centro de pressão (CoP), a área, amplitude média de oscilação e a frequência média de oscilação, nas direções anteroposterior (AP) e mediolateral (ML), foram obtidos antes e depois da intervenção. MANOVAs e ANOVAs, com fatores estimulação (M1 x PFC x Sham) e momento (pré x pós-intervenção), tratados com medidas repetidas, foram empregadas para análise estatística. O nível de significância foi mantido em 0,05 e todas as análises foram realizadas no software SPSS (versão 21.0). Resultados: Interação momento e estimulação foi observada para a área (p=0,038) e para a amplitude média de oscilação nas direções AP (p=0,009) e ML (p=0,059, efeito marginal). Teste post-hoc indicou que os participantes aumentaram a área e a amplitude, em ambas as direções, após a aplicação da ETCC no M1 e no PFC comparado ao momento pré-intervenção. Não foram observadas diferenças significativas na condição sham. Conclusão: A combinação do exercício com a ETCC, independentemente da área estimulada, modifica o controle postural em pessoas com DP, levando a uma maior oscilação.

Introduction: Transcranial direct current stimulation (tDCS) has shown promising effects on postural control in people with Parkinson's disease (PD). However, the effects of tDCS appear to be influenced by factors such as the cortical area stimuled and its combination with physical exercise. Therefore, analyzing these factors is essential to identify the key characteristics and optimize rehabilitation protocols for postural control in PD. Objective: To analyze the efficacy of tDCS applied to the primary motor cortex (M1) and prefrontal cortex (PFC) combined with aerobic exercise on postural control in people with PD. Methods: Twenty-one people with PD participated in the study over three days, with a minimum interval of one week between sessions. tDCS was applied to the M1 and PFC areas or as a sham (placebo) for 20 minutes and was performed simultaneously with physical exercise on a treadmill. The tDCS was activated (active or sham) only during the main part of the protocol. To assess postural control, three one-minute trials were conducted with the participants standing still on a force platform, looking at a point 2 meters away. The sway area, sway mean amplitude, and sway mean frequency in the anteroposterior (AP) and mediolateral (ML) directions, derived from the center of pressure, were measured before and after the intervention. MANOVAs and ANOVAs, with factors of stimulation (M1 vs. PFC vs. Sham) and time (pre- vs. post-intervention), treated with repeated measures, were used for statistical analysis. The significance level was set at 0.05, and all analyses were conducted using SPSS software (version 21.0). Results: Time*stimulation interaction was observed for sway area (p=0.038) and sway mean amplitude in both the AP (p=0.009) and ML directions (p=0.059, marginal effect). Posthoc analysis indicated a larger sway area and mean amplitude in both directions postintervention compared to pre-intervention after tDCS application to the M1 and PFC. No significant differences were observed for the sham condition. Conclusion: The combination of exercise and tDCS, regardless of the area stimulated, modifies postural control in people with PD, leading to greater sway.