Ontogenia floral de Mucuna Adans. (Leguminosae-Papilionoideae) como subsídio para a sistemática do gênero
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Data
Autores
Orientador
Fortuna-Perez, Ana Paula 

Coorientador
Moura, Tânia Maria de
Pós-graduação
Biologia Vegetal - IBB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Mucuna (Leguminosae-Papilionoideae) com ca. 113 espécies apresenta distribuição Pantropical, tendo sua classificação infra-genérica atualmente aceita baseada em caracteres morfológicos e moleculares, sendo divido em três subgêneros: M. subg. Mucuna, M. subg. Styzolobium e M. subg. Macrocarpa. O gênero destaca-se por sua ampla variação morfológica e o presente trabalho focou nas inflorescências e flores de espécies com síndromes de polinização diversas, acarretando diferentes pressões seletivas que podem ter influenciado no padrão de desenvolvimento floral do gênero. Nas espécies ornitofílicas as inflorescências possuem raque e pedúnculo mais curtos, com flores geralmente amarelas e ressupinadas. Enquanto nas espécies polinizadas por morcegos, as inflorescências possuem raque e pedúnculo mais alongados (até 2,5m compr.) e com flores podendo apresentar estandarte reflexo, corola branca ou alva. Além disso, variações na morfologia das ramificações das inflorescências e a diversidade na forma, tamanho e níveis de fusão das peças da corola são também encontrados nas diferentes espécies de Mucuna, o que evidencia a importância de estudos de ontogenia floral para a compreensão de como esta variabilidade morfológica se origina para o entendimento da evolução e adaptação dos táxons deste grupo. O presente trabalho propôs investigar as inflorescências de espécies de dois desses subgêneros ocorrentes na região neotropical: M. urens e M. pruriens, polinizadas por diferentes grupos de vertebrados, por meio de um estudo de suas séries ontogenéticas. Diferenças no padrão ontogenético foram observadas para os subgêneros. A iniciação dos órgãos segue o padrão unidirecional de Papilionoideae e a iniciação conjunta dos primórdios petalares também. Ambas as espécies apresentam dominância da pétala adaxial em estágios iniciais de desenvolvimento, uma característica plesiomórfica para o gênero. Aborto na formação das bractéolas é descrito para M. urens enquanto brácteas e bractéolas se mantêm até estágios avançados em M. pruriens, além de características de zigomorfia observadas em diferentes estágios de desenvolvimento para as duas espécies. Além disso, a morfologia dos nectários florais apresenta potenciais como caracteres diagnósticos. As novidades descritas se apresentam como potenciais sinapomorfias e autapomorfias para o gênero e alguns de seus subgêneros, além de gerar novos dados sobre a ontogenia de Mucuna e em Leguminosae como um todo, comparando-se os diferentes padrões encontrados com aqueles já descritos em grupos próximos de Papilionoideae.
Resumo (inglês)
Mucuna (Leguminosae–Papilionoideae), with approximately 113 species, has a pantropical distribution. Its currently accepted infrageneric classification is based on morphological and molecular characters, and it is divided into three subgenera: M. subg. Mucuna, M. subg. Stizolobium, and M. subg. Macrocarpa. The genus stands out for its wide morphological variation, and the present study focused on the inflorescences and flowers of species with different pollination syndromes, which result in varying selective pressures that may have influenced the floral developmental patterns within the genus. In ornithophilous species, the inflorescences have shorter rachises and peduncles, with generally yellow, resupinate flowers. In contrast, in bat-pollinated species, the inflorescences exhibit longer rachises and peduncles (up to 2.5 m long), and the flowers may present a reflexed standard petal and a white or pale corolla. Additionally, variation in the morphology of inflorescence branching and the diversity in shape, size, and fusion levels of the corolla parts are also found among different Mucuna species, highlighting the importance of floral ontogeny studies for understanding how this morphological variability arises, and thus aiding in the comprehension of the evolution and adaptation of taxa in this group. This study aimed to investigate the inflorescences of species from two of these subgenera occurring in the Neotropical region: M. urens and M. pruriens, pollinated by different vertebrate groups, through an analysis of their ontogenetic series. Ontogenetic differences were observed between the subgenera. Organ initiation follows the typical Papilionoideae unidirectional order pattern, as does the simultaneous initiation of petal primordia. Both species exhibit dominance of the adaxial petal in early developmental stages, a plesiomorphic trait for the genus. Bracteole abortion is described for M. urens, while both bracts and bracteoles are retained until late stages in M. pruriens. Zygomorphy traits were observed at different developmental stages in both species. Furthermore, the morphology of floral nectaries shows potential as diagnostic characters. The newly described features present potential synapomorphies and autapomorphies for the genus and some of its subgenera, while also contributing new data on Mucuna ontogeny and on Leguminosae as a whole, by comparing the different observed patterns with those already described in closely related Papilionoideae groups.
Descrição
Palavras-chave
Taxonomia, Fabaceae, Microscopia Eletrônica de Varredura, Micromorfologia, Papilionoideae, Phaseolineae
Idioma
Português
Citação
RADOVICH, B. C. Ontogenia floral de Mucuna Adans. (Leguminosae-Papilionoideae) como subsídio para a sistemática do gênero. 2025. 46 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal Interunidades) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, 2025.