Diálogos entre Vigotski e a práxis clínica: uma revisão bibliográfica

Abstract

Este estudo objetivou identificar e analisar como os aspectos teóricos, metodológicos e práticos, formulados pelos estudos de Mestrado e Doutorado dos últimos vinte anos, apoiam a congruência entre a Psicologia Histórico-Cultural e a prática clínica. Para tanto, foram consideradas cinco produções acadêmicas, publicadas no período de 2001 a 2021. Por meio da análise de conteúdo, constituída por quatro etapas - pré-análise, descrição analítica, categorização e interpretação - e de um roteiro composto por questões norteadoras, chegou-se à categoria atividade como unidade essencial de análise da pesquisa, tendo em vista explicar o entendimento dos autores e autoras analisados sobre a clínica na psicologia Histórico-cultural. Os fundamentos estruturais da atividade nortearam o curso das análises: a finalidade do trabalho na clínica; o objeto (matéria) sobre o qual esse trabalho incide e os meios requeridos para essa intervenção. Em síntese, os resultados apontaram o psicólogo como mediador, a consciência como objeto da práxis clínica e o diálogo como principal instrumento de trabalho. Também ficaram evidenciadas a escassez de materiais e a importância de reflexões e debates para a construção coletiva dessa práxis.

This study aimed to identify and analyze how the theoretical, methodological and practical aspects, formulated by Master's and Doctorate studies over the last twenty years, underlie the congruence between Historical-Cultural Psychology and clinical practice. To this end, five academic productions were considered, published between 2001 and 2021. Through content analysis, contained in four stages - pre-analysis, analytical description, categorization and interpretation - and a script composed of guiding questions, we arrived the activity category is used as an essential unit of research analysis, with a view to explaining the analyzed authors' understanding of the clinic in Historical-cultural psychology. The structural foundations of the activity guided the course of the analyses: the specific basis of work in the clinic; the object (matter) on which this work focuses and the means necessary for this intervention. In summary, the results pointed to the psychologist as mediator, conscience as the object of clinical praxis and dialogue as the main working instrument. The scarcity of materials and the importance of reflections and debates for the collective construction of this praxis were also highlighted.