Os hábitos da memória nos conflitos dos protagonistas de Menalton Braff em Que enchente me carrega? (2000) e Bolero de Ravel (2010)

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Data

2015-04-10

Autores

Silva, Natali Fabiana da Costa e [UNESP]

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Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

This research has as corpus two novels of the contemporary writer Menalton Braff - Que enchente me carrega? (2000) e Bolero de Ravel (2010) and seeks to describe, amid the stream of consciousness that represents the thinking of the protagonists, an endless number of memories that are repeated from the beginning to the end of the stories: 13 memories are presented in Que enchente me carrega? and 15 memories in Bolero de Ravel. It is understood that the very structure of the narrative is established through repeated circularity of mnemonic processes present in the two works, setting the pace and consistency of the fictional text. Moreover, it is possible to observe that repetitions establish how the narrators look at the world around, determining what they see, how they perceive what they see and finally how they deal with what they perceive. The research considers that the repetitions in the novels is endowed with undeniable aesthetic intentionality and that it constitutes a characteristic of Braff's narrator. The narrator, when narrating his own process of social and mental decay, creates the image of his disengagement in the world. We named this procedure as the process of disintegration of the character. The thesis will be analyzed from the theoretical tools of the stream of consciousness, bringing to light the concepts proposed by Robert Humphrey and Belinda Cannone. This approach will include, at the same time, the historical processes that underlie the crises of the novel and the advent of the stream of consciousness fiction
A presente pesquisa tem como corpus dois romances do escritor contemporâneo Menalton Braff - Que enchente me carrega? (2000) e Bolero de Ravel (2010), e busca descrever, em meio ao fluxo de consciência que representa o pensamento dos protagonistas, um número incessante de memórias que se repete do início ao final das narrativas: 13 memórias são apresentadas em Que enchente me carrega? e 15 memórias em Bolero de Ravel. Entendemos que a própria estrutura da narrativa se estabelece por meio da reiterada circularidade dos processos mnemônicos presentes nas duas obras, fixando o ritmo e a coerência do texto ficcional. Além disso, torna-se possível observar que as repetições instalam o modo de olhar dos narradores para o mundo, firmando o que eles veem, como percebem o que veem e, finalmente, como lidam com o que percebem. A partir disso, a pesquisa considera a possibilidade de que a estruturação dos romances por meio de repetições de situações de memória mostra-se dotada de inegável intencionalidade estética e estabelece a maneira singular do narrador braffiano. Este, ao narrar o seu processo de desagregação social e mental, revela o seu distanciamento do mundo, medida que intitularemos de processo da esfacelamento da personagem. As obras literárias serão analisadas a partir do instrumental teórico do fluxo da consciência, trazendo à luz os conceitos propostos por Robert Humphrey e Belinda Cannone. Esta abordagem contemplará, ao mesmo tempo, os processos históricos que estão na base da crise do romance e advento da ficção do fluxo da consciência

Descrição

Palavras-chave

Braff, Menalton 1938, Literatura, Consciência, Memória, Literature

Como citar

SILVA, Natali Fabiana da Costa e. Os hábitos da memória nos conflitos dos protagonistas de Menalton Braff em Que enchente me carrega? (2000) e Bolero de Ravel (2010). 2015. 180 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciencias e Letras (Campus de Araraquara), 2015.