O militante em cena: Gianfrancesco Guarnieri e Eles não usam black tie

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2015-06-23

Autores

Silva, Carlos Rogério Gonçalves da [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

The play Eles não usam black tie (They don't wear black tie) was finished in 1956. Its first performance occurred two years later in Arena Theatre in São Paulo, causing immediate impact in the public and catching intellectual and academic circles attention. The protagonism of a poor labor family in Rio de Janeiro was a welcome innovation to the Brazilian theatrical scenario, as well as the innovative techniques of performing in arena. In the fifties, the political environment was agitated over the difficult succession of Getulio Vargas and the collective euphoria coming from the national-development plan of Juscelino Kubitschek. The Communist Party of Brazil (PCB) was trying the reorganize itself in the face of internal challenges and crisis coming from outside: the speech delivered by Nikita Kruschev denouncing Stalin's crimes in the Soviet Union. This decade was also important for the introduction of brechtian epic theatre and for an intense debate over the political role of national dramaturgy. To which extent the political militancy and the dramaturgic sensibility of Gianfrancesco Guarnieri were affected by those influences? Can the play Eles não usam black tie be thought as a privileged historical source to dialogue with the political and esthetic conjuncture in which it was conceived? It can be observed a dialectical relation between Guarnieri's political militancy and the guidelines given by PCB at the time, the principles of bourgeois drama and the brechtian epic theatre in a text full of dilemmas and contradictions of Populism.
O texto de Eles não usam black tie foi concluído em 1956 e sua primeira encenação ocorreu dois anos depois no Teatro de Arena de São Paulo, causando sensação imediata entre o público e chamando a atenção de parte dos meios intelectuais e acadêmicos. O protagonismo de uma família carioca operária, pobre e favelada era uma novidade bem-vinda ao cenário teatral brasileiro, assim como as inovadoras técnicas de representação em arena. Os anos 1950 fervilhavam politicamente com a conturbada sucessão de Getulio Vargas e a euforia coletiva advinda do nacional-desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek. O Partido Comunista do Brasil (PCB) tentava reorganizar-se diante dos desafios internos e do cataclismo vindo de fora: as denúncias de Nikita Kruschev em relação aos crimes perpetrados sob ordens de Josef Stálin. A década também foi marcada pela introdução em terras brasileiras do épico brechtiano e por um intenso debate sobre o papel político da dramaturgia nacional. Até que ponto a militância política e a sensibilidade dramatúrgica de Gianfrancesco Guarnieri sofrem tais influências? O texto Eles não usam black tie pode ser pensado como uma fonte histórica privilegiada a dialogar com a conjuntura política e estética em que foi elaborada? A militância política do autor surge em uma relação dialética com as diretrizes do PCB, os princípios do drama burguês e do épico brechtiano, em um texto embebido dos dilemas e contradições do Populismo

Descrição

Palavras-chave

Guarnieri, Gianfrancesco, 1934-2006, Partidos comunistas, Teatro político brasileiro, Communist parties

Como citar

SILVA, Carlos Rogério Gonçalves da. O militante em cena: Gianfrancesco Guarnieri e Eles não usam black tie. 2015. 73 f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes, 2015.