Coordenação na agricultura familiar e desenvolvimento territorial: o caso das indicações geográficas para o café

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2016-03-10

Autores

Pereira, Mara Elena Bereta de Godoi [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A agricultura familiar desempenha importante papel na economia e na sociedade como fornecedora de alimentos de primeira necessidade e geradora de mercado consumidor. Com a crescente demanda do mercado por produtos diferenciados, as Indicações Geográficas (IGs) têm sido reconhecidas como uma ferramenta com capacidade de fortalecer a agricultura familiar à medida que ela garante a qualidade e a reputação de um produto, ligando-o à sua origem, bem como reduzindo as assimetrias informacionais e protegendo o território da ação de oportunistas. Considerando as dificuldades encontradas pelos agricultores familiares para acessar mercados, esta pesquisa analisou como os registros de IGs favorecem a coordenação do sistema agroalimentar de café na agricultura familiar e quais suas contribuições para o desenvolvimento territorial. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória de casos múltiplos em duas regiões brasileiras que possuem o registro de IG para o café e que apresentam elevado número de propriedades familiares: a Serra da Mantiqueira em Minas Gerais e o Norte Pioneiro do Paraná. A abordagem teórica que sustentou a análise da coordenação vertical está centrada na Nova Economia Institucional, com base no Ambiente Institucional e na Economia dos Custos de Transação, buscando verificar por meio da escolha da estrutura de governança, a minimização dos custos envolvidos na transação. Já a abordagem teórica dos Sistemas Agroalimentares Localizados auxiliou na compreensão da coordenação horizontal e suas contribuições para o desenvolvimento territorial. Os resultados apontaram que nos territórios pesquisados o registro de IG contribui, principalmente, para a coordenação horizontal na medida em que reforça os laços entre os atores sociais que compõem o território, o que pode vir a contribuir para o seu desenvolvimento.
Family farming plays an important role in the economy as a supplier and consumer of food and goods. Under the growing market demand for differentiated products, geographical indications (GIs) have been recognized as a tool capable of strengthening family farming as it ensures the quality and reputation of a product by connecting it to its territory, as well as reducing informational asymmetries and protecting the territory from opportunistic actions. Considering the difficulties faced by farmers to access markets, this research examined how the IGs favor the coordination of the family farmers in the coffee agrifood system and what are their contribution to territorial development. To this end, an exploratory study of multiple cases was carried out in two Brazilian regions with GI registration for coffee and with a large number of family farms: the Serra da Mantiqueira in Minas Gerais and the Pioneer North of Paraná. The theoretical approach that supported the analysis of vertical coordination is based on New Institutional Economics, as Institutional Environment and the Economy of Transaction Costs. The theoretical approach of Localized Agrifood Systems helped in understanding the horizontal coordination and their contribution to territorial development. The results indicated that GI registrations contribute mainly to the horizontal coordination as it strengthens the links between social actors within the territory leading to local development.

Descrição

Palavras-chave

Agricultura familiar, Indicações geográficas, Economia dos custos de transação, Sistemas agroalimentares localizados, Family farming, Geographical indications, Economics of transaction costs, Localized agrifood system

Como citar