Entre gêneros e fronteiras: uma leitura de Mar paraguayo, de Wilson Bueno

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2016-07-07

Autores

Florentino, Nádia Nelziza Lovera de [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O escritor Wilson Bueno (1949 – 2010) pode ser considerado uma referência na produção literária brasileira das últimas três décadas. Todo o seu legado literário pode ser caracterizado como uma travessia nas fronteiras dos gêneros e do experimentalismo linguístico, e tem em Mar paraguayo (1992) um dos principais representantes desse trânsito entre as fronteiras. Nesse sentido, a partir dos pressupostos teóricos e críticos de autores como Gerard Genette (2006;2009), María Rosa Lojo (2011), Anselmo Peres Alós (2011; 2012), Néstor Perlonguer (1991;1992), Néstor García Canclini (2015), Irlemar Chiampi (1996), a abordagem será feita através da estruturação de três particularidades observadas no romance: a questão do gênero como gender, nas fronteiras entre o masculino e o feminino, na definição do (trans)gênero e da (trans)língua na invenção de uma linguagem, herdeira de Macunaíma, do Manifesto Antropófago e de Guimarães Rosa; a relação híbrida entre a poesia, a prosa, a fusão de culturas, ressaltando as fortes influências do neobarroco e do concretismo; e as conexões intertextuais, no reconhecimento dos diálogos com a tradição literária e com a cultura popular. Por fim, a hipótese é que tanto o discurso da protagonista quanto toda a estruturação do romance apontam para um hibridismo de gêneros e para a fronteira, entendida como um ponto para o qual os limites convergem e confundem-se. Tal hipótese se confirma e reflete um processo de criação artística que, por sua vez, não é inédito no sentido dos caminhos que foram escolhidos para a construção desse romance, mas reflete de certo modo uma tendência e estabelece, portanto, diálogos significativos com outras obras, em uma constante ruptura e re-leitura da tradição literária e cultural.
El escritor Wilson Bueno (1949 – 2010) puede ser considerado una referencia en la producción literaria brasileña de los últimos tres siglos. Su legado literario puede ser caracterizado como una travesía en las fronteras de los géneros y del experimentalismo lingüístico, y tiene en Mar paraguayo (1992) uno de los principales representantes de ese tránsito en las fronteras. En ese sentido, según los presupuestos teóricos y críticos de autores como Gerard Genette (2006;2009), María Rosa Lojo (2011), Anselmo Peres Alós (2011; 2012), Néstor Perlonguer (1991;1992), Néstor García Canclini (2015), Irlemar Chiampi (1996), el abordaje se dará a través de la estructuración de três particularidades observadas en la novela: la cuestión del género como gender, en las fronteras entre el masculino y el femenino, en la definición del (trans) género y de la (trans) lengua en la invención de un lenguaje heredero de Macunaíma, do Manifesto Antropófago y de Guimarães Rosa; la relación híbrida entre la poesía, la prosa, la fusión de culturas, resaltando las fuertes influencias del neobarroco y del concretismo; y las conexiones intertextuales, en el reconocimiento de los diálogos con la tradición literaria y con la cultura popular. Por fin, la hipótesis es que tanto el discurso de la protagonista cuanto toda la estructuración de la novela apuntan para un hibridismo de géneros y para la frontera, entendida como un punto para el cual los límites convergen y se confunden. Tal hipótesis se confirma y refleja un proceso de creación artística que, a su vez, no es inédito en el sentido de los caminos elegidos para la construcción de esa novela, pero reflejan de cierto modo una tendencia y establece, por lo tanto, diálogos significativos con otras obras, en una constante ruptura y relectura de la tradición literaria y cultural.
The writer Wilson Bueno (1949 - 2010) can be considered a reference in Brazilian literary production of the last three decades. All of his literary legacy can be characterized as a crossing on the borders of genres and experimental language, and has in his Mar paraguayo (1992) one of the main representatives of this traffic across borders. In this sense, departing from the theoretical assumptions and critics by such authors as Gerard Genette (2006, 2009), María Rosa Lojo (2011), Anselmo Peres Alós (2011; 2012), Néstor Perlonguer (1991; 1992), Néstor García Canclini (2015), Irlemar Chiampi (1996), the approach will be made by structuring three particularities observed in the novel: the question of gender as a genre, the borders between male and female, in the definition of (trans) gender and (trans)language in the invention of a language, heir to Macunaíma, the anthropophagic Manifesto and Guimarães Rosa; the hybrid relationship between poetry, prose, fusion of cultures, highlighting the strong influences of Neo-Baroque and Concretism; and intertextual connections in the recognition of dialogues with literary tradition and popular culture. Thus, the hypothesis is that both the speech of the protagonist and the whole structure of the novel point to a hybridism of genres and towards the border, understood as a point to which the limits converge and get confused. This hypothesis is confirmed and reflects the process of artistic creation which, in turn, is not unheard of in terms of the paths that have been chosen for the construction of this novel, but it reflects something of a trend and thus establishes meaningful dialogues with other works in a constant disruption and re- reading of literary and cultural tradition.

Descrição

Palavras-chave

Diálogos intertextuais, Gênero e fronteira, Mar paraguayo, (Trans) gênero, (Trans) língua, Wilson Bueno, Diálogos intertextuales, Género y fronteira, Intertextual dialogues, Gender and border, Paraguayan Sea, (Trans) genre, (Trans) language

Como citar