Agronegócio e indústria cultural: estratégias das empresas para a construção da hegemonia

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2016-03-24

Autores

Chã, Ana Manuela de Jesus [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo investigar as conexões entre o modelo de produção do agronegócio e a indústria cultural no Brasil a partir da década de 1960, momento em que esta articulação se consolida, com a implementação do ciclo de modernização conservadora instituinte da atual configuração do bloco histórico hegemônico. Buscou-se analisar os vários mecanismos pelos quais se constrói hoje a estrutura hegemônica do setor enquanto modo de produção de commodities agrícolas, tanto no campo econômico e político, mas fundamentalmente, no plano ideológico. Para tal, realizou-se uma pesquisa sobre as formas de atuação das empresas no campo da comunicação e cultura articulada com o levantamento e análise de dados sobre as políticas culturais das empresas, tipos de ações culturais promovidas, mensagens e imagens divulgadas e a territorialização das empresas. Pôde ser constatado por meio da pesquisa que a hegemonia não é algo estático, mas precisa constantemente se recriar e modificar. Assim, na fase atual de expansão do agronegócio, as empresas têm ampliado e diversificado os instrumentos culturais usados para o reposicionamento da sua imagem e formação do consenso, buscando, com apoio do governo, estar “mais próximas” das comunidades que fazem parte dos territórios onde estão implementadas, mesmo quando as contradições desse modelo se aprofundam. Constatamos com as análises realizadas que a cultura e a arte, na sua forma mercadoria, não operam como mero acessório, mas desempenham papel muito importante no modo de produção que mercantiliza os alimentos e a vida, seja ao nível da construção de um imaginário coletivo favorável e apoiador do projeto do agronegócio, seja como mecanismo de naturalização das relações de dominação, abrandamento das lutas sociais ou integração ao consumo.
This research aims to investigate the connections between the agribusiness production model and the cultural industry in Brazil from the 1960s, when this relation is consolidated, with the implementation of the conservative modernization cycle that lay the foundation of the current configuration of the hegemonic historic block. We sought to analyze the various mechanisms by which today is built the hegemonic structure of the sector as a mode of production of agricultural commodities, both in the economic and political field, but fundamentally in the ideological one. To this end, we carried out a research on how the corporations operate in the communication and culture field, articulated with the survey and analysis of data on the cultural policies of big companies, types of the cultural activities promoted, messages and pictures published and the territorialization of the corporations. It was found through the research that hegemony is not something static, but need to constantly be re-create and modify. Thus, in the current phase of agribusiness expansion companies have expanded and diversified the cultural instruments used for the repositioning of its image and creation of consensus, with government support, to be "closer" of the communities that are part of the territories where they are implemented, even when the contradictions of this model are deepened. We note with the analyzes carried out that culture and art, in its commodity form, don´t operate as a mere accessory, but play a very important role in the production mode which mercantilizes food and life, whether in terms of building a collective imaginary favorable and supportive of the agribusiness project, or as a naturalization mechanism of the domination relations, relaxation of social struggles or integration to consumption.
Este estudio tiene como objetivo investigar las conexiones entre el modelo de producción del agronegocio y la industria cultural en Brasil desde la década de 1960, cuando esta articulación se consolida, con la implementación del ciclo de modernización conservadora fundador de la actual configuración del bloque histórico hegemónico. Hemos tratado de examinar los diferentes mecanismos por los que hoy se construye la estructura hegemónica del sector, como un modo de producción de commodities agrícolas, tanto en el campo económico y político, sino fundamentalmente en el plan ideológico. Con este fin, se llevó a cabo un estudio sobre cómo las empresas operan en el campo de la comunicación y la cultura articulado a un levantamiento y análisis de datos sobre las políticas culturales de las empresas, tipos de actividades culturales promovidas, mensajes e imágenes publicadas y la territorialización de las empresas. Pudo encontrarse a través de la investigación que la hegemonía no es algo estático, sino que tiene que constantemente recrearse y modificarse. Por lo tanto, en la fase actual de expansión del agronegocio las corporaciones han ampliado y diversificado los instrumentos culturales utilizados para el reposicionamiento de su imagen y la creación de consenso, buscando, con el apoyo del gobierno, estar "más cerca" de las comunidades que forman parte de los territorios donde están implementadas, incluso cuando se profundizan las contradicciones de este modelo. Observamos con los análisis llevados a cabo que la cultura y el arte, en su forma de mercancía, no funcionan como un mero accesorio, sino que cumplen un papel muy importante en el modo de producción que mercantiliza los alimentos y la vida, ya sea en términos de la construcción de un imaginario colectivo favorable y de apoyo al proyecto del agronegocio, ya sea como un mecanismo de naturalización de las relaciones de dominación, la relajación de las luchas sociales o la integración al consumo.

Descrição

Palavras-chave

Agronegócio, Indústria cultural, Hegemonia, Questão agrária, Cultura, Agribusiness, Cultural industry, Hegemony, Agrarian question, Culture, Cuestión agraria

Como citar