Influência da cobertura vegetal sobre a estrutura da ictiofauna de riachos da Bacia do Rio Paranapanema (Avaré, SP)

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Data

2017-02-23

Autores

Arruda, Fernando Portella Rodrigues de [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Medidas de conservação de riachos de cabeceira são importantes visto que as características destes locais são imediata e negativamente alteradas por intervenções antrópicas em função de suas dimensões físicas reduzidas. Dentre os principais impactos sofridos estão a remoção da vegetação ripária e o uso irregular do solo do entorno, o que leva à perda da qualidade ambiental e interfere diretamente na estrutura da ictiofauna. O objetivo do trabalho foi verificar possíveis alterações na estrutura e organização da ictiofauna de riachos de 1ª a 3 ª ordem, pertencentes à Bacia do Rio Paranapanema, em função de um gradiente de cobertura vegetal de suas áreas marginais. Para a análise foram selecionados 36 riachos, sendo 12 de Mata, 12 Intermediários e 12 de Pastagem. Estes 3 perfis foram definidos: Mata para riachos com no mínimo 10 m de mata ripária densa em ambas as margens, Intermediário para riachos com mata ripária esparsa em uma das margens ou de forma alternada em ambas, Pastagem para riachos sem mata ripária nas margens e localizados em área de pastagem. Os Riachos de Mata se diferenciaram pelos maiores valores de largura, substrato grosseiro e abrigos típicos de áreas com mata ripária, como banco de folhas, galhos e madeira, enquanto Riachos de Pastagem se caracterizaram pela maior profundidade, maior proporção de impactos antrópicos e abrigos de área aberta, como macrófitas e algas filamentosas. Os Riachos Intermediários apresentaram valores intermediários em quase todas as variáveis analisadas. Quanto à composição da icitiofauna, não houve distinção significativa entre os perfis, seja em termos de riqueza, abundância, biomassa ou índices de diversidade. no perfil Mata foram encontrados os menores valores de riqueza, abundância e biomassa, na Pastagem os maiores valores de riqueza e no perfil Intermediário os maiores de abundância e biomassa. A distinção dos perfis através das Curvas de Dominância mostrou diferentes padrões não somente em função do tipo de cobertura vegetal, mas também do índice utilizado (abundância ou biomassa). Considerando a abundância, na Pastagem ocorreu baixa dominância e elevada equitabilidade, enquanto no Intermediário uma elevada dominância de uma espécie; considerando a biomassa, os perfis Intermediário e Pastagem apresentaram elevada dominância de duas espécies. O perfil Mata manteve baixa dominância e elevada equitabilidade nos dois casos. A estrutura trófica da ictiofauna dos três perfis foi baseada principalmente em Hexapoda aquáticos, representados por Diptera, Ephemeroptera e Trichoptera, porém as redes de interações tróficas apresentaram maior complexidade nos perfis Intermediário e Pastagem, com maior número de consumidores, ligações tróficas, densidade de elos e valor do índice de especialização. Assim, a heterogeneidade de habitat e a oferta de alimento propiciadas tanto pela presença da mata ripária (Mata) quanto pela vegetação herbácea marginal (Intermediário e Pastagem) foram fundamentais na estruturação da ictiofauna, gerando diferenças espaciais na composição e organização trófica.

Descrição

Palavras-chave

Integridade de habitat, Mata ripária, Organização trófica, Protocolo ambiental, Riachos de cabeceira

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