O uso e a omissão do sujeito pronominal de 1ª e 2ª pessoas em português brasileiro e em espanhol: subjetividade, jogo e gênero pedagógico

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2017-05-11

Autores

Bueno, Rafaela Giacomin [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O objetivo desta pesquisa é refletir sobre a questão da subjetividade infantil no uso e na omissão do sujeito pronominal de 1ª e 2ª pessoas no discurso oral de duas crianças brasileiras bilíngues falantes de PB e de espanhol e de seus respectivos interlocutores. Partimos de uma perspectiva dialógico-discursiva (DEL RÉ et al, 2014 a e b) que considera a criança como um sujeito que se constitui em seu discurso na relação com o outro, sendo os movimentos de sentido o resultado dos encadeamentos enunciativos. Postulamos que os sentidos atribuídos ao uso ou à omissão dos sujeitos pronominais nas situações de interação criança-interlocutor estão vinculados aos gêneros discursivos (BAKHTIN, 1997) e aos formatos (BRUNER, 1984, 1983, 1981), que possibilitam a entrada da criança na e pela linguagem. A tendência ao uso do pronome sujeito, resultado de uma mudança linguística pela qual vem passando o português brasileiro (PB) tem, segundo alguns autores, distanciado essa língua das línguas de sujeito nulo, como o espanhol, cuja tendência é a omissão do pronome sujeito. Essa diferença entre o PB e o espanhol nos instiga a investigar como crianças bilíngues falantes dessas línguas fazem uso ou não dos pronomes sujeito, haja vista que a maior parte das perspectivas teóricas sobre o tema são diferentes da adotada no presente trabalho e não apresentam dados de crianças bilíngues PB/espanhol. Os corpora se constituem de dados orais de uma criança brasileira de 5 (cinco) anos de idade que adquire/aprende o espanhol em um colégio bilíngue PB-espanhol e de uma criança brasileira de 6 anos, filha de pai argentino e de mãe brasileira. Ambos os dados foram coletados a partir de atividades planejadas e propostas pelo interlocutor (observadora-participante) para estimular o uso do espanhol pelas crianças, língua menos frequente no seio familiar no momento em que foram gravadas. Os dados foram transcritos no programa CLAN, formato CHAT (MACWHINNEY, 2000) e analisados tendo como base categorias que foram (re)elaboradas após uma minuciosa observação dos dados. Essas análises foram realizadas inicialmente no Microsoft EXCEL, a partir da qual classificamos o uso e a omissão do sujeito pronominal segundo os tipos de situações de interação entre a criança e interlocutor, em um primeiro momento, para em seguida procedermos uma análise linguístico-discursiva mais abrangente. Os resultados evidenciam a importância dos formatos dos jogos e das brincadeiras que se integram a um gênero pedagógico – nas situações de interação lúdicas - para a entrada das crianças no espanhol. Mostra-nos, paralelamente às situações de diálogo espontâneo, que a relação que cada criança estabelece com o jogo que lhe é proposto se modifica ao longo das interações com a observadora-participante, permitindo-nos refletir sobre a subjetividade em constituição nessas crianças por meio das línguas das quais são falantes e, de modo mais amplo, possibilitam-nos igualmente ponderar sobre o processo de aquisição/aprendizagem do espanhol pelo qual passam.
This research aims to consider the issue of the subjectivity in in the subject pronouns of 1st and 2nd persons, taking into account their use and omission in the oral discourse of two Brazilian bilingual children and their interlocutors. We lead the research according to a dialogical and discursive point of view (DEL RÉ et al, 2014 a e b) in which the constitution of the child as a subject comes from the relationship with the other and the meanings are resulted from the sequencing of the utterances. We consider that the meanings of the use and omission of the subject pronouns in the situations of interaction child-interlocutor are linked to the speech genre (BAKHTIN, 1997) and the formats (BRUNER, 1984, 1983, 1981) that enable the entrance of the child into and by the language. The tendency to use the subject pronoun which is the result of a linguistic change Brazilian Portuguese (BP) is going through, has, according to the experts, departed this language from to the other pro-drop languages, as Spanish, in which the tendency is the omission of the subject pronoun. This difference between BP and Spanish motivates us to investigate how bilingual children who speak these languages use or omit the subject pronouns since the majority of the theoretical perspectives about the topic are different from ours and do not display BP/Spanish bilingual children data. Our corpora is a compound of oral data of one Brazilian child aged five who acquires/learns Spanish in a BP-Spanish bilingual school and of one Brazilian bilingual child aged six, daughter of an Argentinian father and a Brazilian mother. Both data were collected through activities planned and executed by the interlocutor to foster the use of the Spanish language by the children, the non-dominant language in their home. The data were transcribed in the CLAN Program, CHAT format (MACWHINNEY, 2000) and were analyzed by a table of categories that was elaborated after a detailed data observation. These analyses were developed using the Microsoft EXCEL through which we classified the use and the omission of the subject pronoun according to the types of situations between the children and the interlocutor, in first place and, after, we proceeded to a broader linguistic and discursive analyses. The results show the importance of the game formats that are integrated to a pedagogical genre – in the situations of ludic interaction – to the entrance of the children in the Spanish language. They also show, parallel to the open conversations, that the relationship that each child establishes with the game that is proposed to him changes over the interactions with the observer. This allows us to consider the subjectivity in constitution in these children by the languages they speak and, in a broader sense, the acquisition/learning of Spanish process of them.
Esta investigación tiene por objetivo reflexionar sobre la cuestión de la subjetividad infantil en el uso y en la omisión del sujeto pronominal de 1ª y 2ª personas en el discurso oral de dos niños brasileños hablantes de portugués brasileño y de español, y de sus respectivos interlocutores. Partimos de una perspectiva dialógico-discursiva (DEL RÉ et al 2014 et al, 2014 a y b) en la que se considera al niño como un sujeto que se constituye en su discurso en la relación con el otro, siendo los movimientos de sentido el resultado de los encadenamientos enunciativos. Consideramos que los sentidos que se atribuyen al uso o a la omisión de los sujetos pronominales en las situaciones de interacción niño-interlocutor se vinculan a los géneros discursivos (BAJTÍN, 1997) y a los formatos (BRUNER, 1984, 1983, 1981), que posibilitan la entrada del niño en el y por el lenguaje. La tendencia al uso del pronombre sujeto, resultado de un cambio lingüístico por el cual está pasando el portugués brasileño (PB) ha alejado, según algunos autores, esa lengua de las lenguas de sujeto nulo, como el español, cuya tendencia es la omisión del pronombre sujeto. Esa diferencia entre el PB y el español nos instiga a investigar cómo los niños bilingües hablantes de esas dos lenguas emplean o no los pronombres sujeto, ya que la mayor parte de las perspectivas teóricas sobre el tema son distintas de la adoptada en la presente investigación y no incluyen datos de niños bilingües PB/español. Los corpora se constituyen de datos orales de un niño brasileño de 5 (cinco) años de edad que adquiere/aprende el español en un colegio bilingüe PB/español y de una niña brasileña de 6 (seis) años, hija de padre argentino y de madre brasileña. Los datos han sido colectados a partir de actividades planificadas y propuestas por el interlocutor (observadoraparticipante) para estimular el uso del español por los niños, lengua menos presente en el seno familiar en el momento en que han sido grabados. Los datos han sido transcritos en el programa CLAN, formato CHAT (MACWHINNEY, 2000) y analizados a través de una base de categorías (re)elaboradas tras una minuciosa observación de los datos. Los análisis fueron realizados inicialmente en Microsoft EXCEL, a partir del cual clasificamos el uso y la omisión del sujeto pronominal según los tipos de situaciones de interacción entre el niño y el interlocutor, en un primer momento, para, en seguida, el desarrollo de un análisis lingüísticodiscursivo más amplio. Los resultados evidencian la importancia de los formatos de los juegos que se integran a un género pedagógico – en las situaciones de interacción lúdica – para la entrada de los niños en el español. Nos muestra, paralelamente a las situaciones de diálogo espontáneo, que la relación que cada niño establece con el juego que se le propone cambia a lo largo de las interacciones con la observadora-participante, lo que nos permite reflexionar sobre la subjetividad en constitución en esos niños a través de las lenguas que hablan y, de modo más amplio, nos permiten igualmente ponderar el proceso de adquisición/aprendizaje del español por el que pasan.

Descrição

Palavras-chave

Bilinguismo infantil, Aquisição/aprendizagem, Subjetividade, Sujeito pronominal, Formato do jogo, Gênero pedagógico, Early bilingualism, Acquisition/learning, Subjectivity, Pronominal subject, Game format, Pedagogical genre

Como citar