O efeito da suplementação isolada de vitamina D sobre os marcadores imune-inflamatórios em mulheres na pós-menopausa

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2017-05-29

Autores

Bueloni-Dias, Flavia Neves [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação isolada de vitamina D (VD) sobre os marcadores imune-inflamatórios em mulheres na pós-menopausa. Métodos: Foi conduzido ensaio clínico, duplo-cego, placebo-controlado envolvendo 160 mulheres com idade entre 50-65 anos e amenorréia ≥ 12 meses. Foram excluídas mulheres com histórico de doença cardiovascular, diabetes insulino dependente, doença renal crônica, doença hepática, doença autoimune, disfunção da paratireóide e usuárias de doses farmacológicas de VD (> 100 UI/dia). As participantes foram randomizadas em dois grupos: grupo VD, ingestão de colicalciferol 1.000 UI/dia via oral (n=80) ou grupo placebo (n=80). O tempo de intervenção foi de 10 meses, com avaliações nos momentos inicial e final. Para avaliação da resposta inflamatória foram dosadas as interleucinas IL-1β, IL-5, IL-6, IL-10, IL-12ρ70, IL-17, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-) e o interferon gama (IFN-). Os valores séricos de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] foram mensurados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A análise estatística foi por Intenção de Tratamento (ITT), empregando-se medidas repetidas por meio da Distribuição Gama seguido do teste de comparação múltipla de Wald. Resultados: Os grupos foram similares nos parâmetros clínicos e bioquímicos iniciais. A média de idade foi de 58,8 ± 6,6 anos no grupo VD e de 59,3 ± 6,7 anos no grupo placebo, com tempo de menopausa de 12,0 ± 8,8 anos e 12,3 ± 8,4 anos, respectivamente (p>0.05). Após 10 meses, valores médios de 25(OH)D aumentaram de 15,0 ± 7,5 ng/ml para 27,5 ± 10,4 ng/ml (+45,4%) no grupo VD, e diminuíram de 16,9 ± 6,7 ng/ml para 13,8 ± 6,0 ng/ml (-18,5%) no placebo (p<0.001). No grupo de mulheres suplementadas com VD observou-se redução significativa nos valores de IL-5 (-77,4%), IL-12p70 (-41%), IL-17 (-57,1%), TNF- (-24,1%) e IFN- (-47,0%) (p<0.05). Na comparação entre os grupos no momento final, foi observada diferença significativa para IL-5 (0,7 ± 0,9 pg/mL vs 2,0 ± 7,1 pg/mL, p=0.005) e IL-6 (1,3 ± 2,5 pg/mL vs 2,0 ± 3,6 pg/mL, p=0.029) com valores finais inferiores para o grupo VD quando comparado ao grupo placebo. Não foram observadas diferenças significativas nos valores de IL-1β e IL-10 após o período de intervenção, em ambos os grupos (p>0.05). A taxa de adesão foi de 92% para o estudo, sem diferenças entre os grupos de tratamento (VD ou placebo). Conclusão: Em mulheres na pós-menopausa com deficiência de vitamina D, a suplementação diária e isolada de 1.000 UI de vitamina D3 por 10 meses associou-se com redução nos marcadores pró-inflamatórios.
Objective: To evaluate the effect of supplementation of vitamin D (VD) alone on the immune-inflammatory biomarkers in postmenopausal women. Methods: In this double-blind, placebo-controlled trial, 160 postmenopausal women were randomized into two groups: VD group, vitamin D3 supplementation 1,000 IU/day orally (n=80) or placebo group (n=80). Women with amenorrhea ≥ 12 months and age 50-65 years were included. Those with established cardiovascular disease, insulin dependent diabetes, primary hyperparathyroidism, renal failure (or creatinine >1.4 mg/dL), liver disorders, autoimmune diseases, and previous use of pharmacological doses of VD (> 100 IU/day) were excluded. The intervention time was 10 months, with assessments at the start and end of treatment. Serum levels of interleukin IL-1β, IL-5, IL-6, IL-10, IL-12ρ70, IL-17, tumor necrosis factor-alpha (TNF-) and interferon-gamma (IFN-) were determined. The plasma concentrations of 25-hydroxyvitamin D [25(OH)D] were measured by HPLC (high-performance liquid chromatography). Statistical analysis was by intention-to-treat (ITT), using Gamma distribution in repeated measures design followed by multiple comparison Wald’s test. Results: The two groups were similar at baseline in terms of clinical and laboratory parameters. The mean age of the patients included was 58.8 ± 6.6 years in the VD group and 59.3 ± 6.7 years in the placebo group, with time since menopause of 12.0 ± 8.8 years and 12.3 ± 8.4 years, respectively (p>0.05). After 10 months, there was increase in the 25(OH)D concentrations from 15.0 ± 7.5 ng/ml to 27.5 ± 10.4 ng/ml (+45.4%) in VD group, and decrease from 16.9 ± 6.7 ng/ml to 13.8 ± 6.0 ng/ml (-18.5%) in placebo group (p<0.001). At the end of the intervention, in VD group, there was significant decreased in IL-5 (-77.4%), IL-12p70 (-41%), IL-17 (-57.1%), TNF- (-24.1%) e IFN- (-47.0%) values (p<0.05). In the comparison between groups, after 10 months, in VD group, there were significantly greater decreases in levels of IL-5 (0.7 ± 0.9 pg/mL vs 2.0 ± 7.1 pg/mL, p=0.005) and IL-6 (1.3 ± 2.5 pg/mL vs 2.0 ± 3.6 pg/mL, p=0.029) compared to those randomized to placebo. There were no significant intervention effects on serum levels of IL-1β and IL-10 in both groups (p>0.05). For the participants who completed the study, adherence was 92% for the study intervention (vitamin D or placebo). Conclusion: In postmenopausal women with vitamin D deficiency, daily isolated supplementation of 1,000 IU of vitamin D3 for 10 months was associated with a reduction in pro-inflammatory biomarkers.

Descrição

Palavras-chave

Citocinas, Ensaio clínico controlado, Mediadores inflamatórios, Menopausa, Vitamina D, Cytokines, Controlled clinical trial, Inflammation mediators, Menopause, Citamin D

Como citar