A experiência etnográfica: sobre habitar e ser habitado pelo mundo Apyãwa

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Data

2015-12-01

Autores

Severino Filho, João

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Editor

UNESP - Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de PesquisaPrograma de Pós-Graduação em Educação Matemática

Resumo

Abstract This text was organized with the purpose of discussing methodological aspects of research developed around the theme “Indigenous Time Markers”, under the view of Ethnomatematics Research Program. In this work, I explained my own perceptions about the ethnography and the construction process of my view about the Apyãwa community. It explains my choices, methodological positions and their justifications as well. My assumptions are based on the understanding of culture as a symbolic web, woven into the relationship between the ethos and the world view of some people (which when woven, establishes links, sticking to it. Produces, socializes and updates their knowledge) whose analysis raises the ethnography, as a way to describe and interpret the flow of social discourse of these culture members. The ethnographic text is presented as a discourse produced by the ethnographer with the task of making plausible the realities of different cultures. To practice ethnography with the Apyãwa people represented the possibility of realizing the cultural web being woven; of participating in a historical period of knowledge being produced, updated and taught as an intrinsic part of their cultural practice and to hear narratives that explain and justify this practice. Ultimately, it was the possibility to contemplate, in all this complexity, nuances of personality, the way they interact with each other and with the environment in which they live, that constitute the Apyãwa people and distinguishes them as a cultural group.
Resumo Este texto foi organizado com a função de discutir aspectos metodológicos da pesquisa que desenvolvi em torno do tema Marcadores de Tempos Indígenas, na perspectiva do Programa de Pesquisa Etnomatemática. Nele estão explícitas minhas percepções sobre a etnografia e o processo de construção do meu olhar para a sociedade Apyãwa (minhas escolhas, posicionamentos metodológicos e suas justificativas). Meus pressupostos baseiam-se no entendimento de cultura como uma teia simbólica, tecida na relação entre o ethos e a visão de mundo de um povo que, ao tecê-la, estabelece vínculos, a ela se prende. Produz, socializa e atualiza seus conhecimentos, cuja análise suscita a etnografia, enquanto um modo de descrever e interpretar o fluxo do discurso social dos seus praticantes. O texto etnográfico apresenta-se como um discurso produzido pelo etnógrafo na tarefa de tornar plausíveis realidades de culturas distintas. Praticar etnografia junto ao povo Apyãwa representou a possibilidade de perceber a teia cultural sendo tecida; de participar de um período histórico do conhecimento sendo produzido, atualizado e ensinado como parte intrínseca a sua prática cultural, e de ouvir narrativas que explicam e justificam essa prática. Enfim, foi a possibilidade de contemplar, em toda essa complexidade, as nuances da personalidade, do jeito de interagir com o outro e com o meio em que se vive, que constituem o povo Apyãwa e que o distingue enquanto grupo cultural.

Descrição

Palavras-chave

Ethnomatematics, Indigenous culture, World view, Ethos, Cultural practices, Etnomatemática, Cultura indígena, Visão de mundo, Ethos, Prática cultural

Como citar

Bolema: Boletim de Educação Matemática. UNESP - Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de PesquisaPrograma de Pós-Graduação em Educação Matemática, v. 29, n. 53, p. 845-866, 2015.

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