Imaginários da civilização em Rondônia: vencer o desconhecido, domar a natureza e construir a modernidade (século XX)

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2019-04-24

Autores

Gomes Neto, João Maurício

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Ao longo do século XX, a espacialidade que se constituiu estado de Rondônia foi, de forma recorrente, objeto de narrativas que a percebiam como espaço vazio, lugar de natureza bravia e selvagem a ser domado e civilizado. A busca por dar conta dessas missões – primeiro civilizatória, depois modernizadora – em projetos iniciados e propagados pelo estado brasileiro, levou à migração de agentes diversos a estas localidades. Ao produzirem narrativas sobre essa trajetória, estes sujeitos costumam fazê-lo a partir de elementos comuns a determinado imaginário ambivalente (HARTOG [1980] 2014) que situa a Amazônia, no geral, e Rondônia, em específico, entre o paraíso e o inferno terrestres, como lugares ermos e terra da promissão. Tal perspectiva foi consagrada em diferentes campos: imprensa, historiografia, memória, e literatura. Ao tomar parcela relevante dessas produções como fontes, esta investigação buscou evidenciar: elementos correspondentes às ações de ocupação ensejadas; e a maneira como as mesmas são narradas pelos migrantes sob as perspectivas do alargamento das fronteiras, do desbravamento, do pioneirismo, da edificação do progresso. Tomando o conceito de cultura política (BERSTEIN, 1998; 2009), objetivou-se compreender a emergência e a representação de imaginários de civilização e modernização na espacialidade referida no decorrer do século passado. A pesquisa realizada indica que essas representações têm levado a termo um regime historiográfico específico na forma de narrar a colonização dos ditos vazios amazônicos, reatualizado a colonialidade do poder e do saber sobre esta região (DUSSEL, 2005; LANDER, 2005; MIGNOLO, 2003; 2005; QUIJANO, 2005; 2002).
Throughout the twentieth century, the spatiality that constituted the state of Rondônia was, in a recurrent way, the object of narratives that perceived it as an empty space, a wild and wild place to be tamed and civilized. The search for these missions - first civilizing, then modernizing - in projects initiated and propagated by the Brazilian state, led to the migration of different agents to these localities. In producing narratives about this trajectory, these subjects usually do so from elements common to an ambivalent imaginary (HARTOG [1980] 2014) that places Amazonia in general and Rondônia, in particular, between terrestrial paradise and hell , as idle places and land of promise. This perspective exist in different fields: press, historiography, memory, and literature. When taking a relevant portion of these productions as sources, this research evidence: elements corresponding to the occupation actions taken; and the way narrated by migrants under the prospect of extending frontiers, clearing, pioneering, and building progress. Taking the concept of political culture (BERSTEIN, 1998; 2009), the objective was to understand the emergence and representation of imagery of civilization and modernization in the spatiality referred to in the course of the last century. The research carried out indicates that these representations have led to the conclusion of a specific historiographic regime in the form of narrating the colonization of the so-called Amazonian voids, re-updating the coloniality of power and knowledge about this region (DUSSEL, 2005; LANDER, 2005; MIGNOLO, 2003; 2005; QUIJANO, 2005; 2002).
A lo largo del siglo XX, la espacialidad que se constituyó en el estado de Rondônia fue, de forma recurrente, objeto de narrativas que la percibían como espacio vacío, lugar de naturaleza brava y salvaje a ser domado y civilizado. La búsqueda por dar cuenta de esas misiones – primero civilizadora, después modernizadora – em proyectos iniciados y propagados por el estado brasileño, llevó a la migración de agentes diversos a estas localidades. Al producir narraciones sobre esa trayectoria, estos sujetos suelen hacerlo a partir de elementos comunes a determinado imaginario ambivalente (HARTOG [1980] 2014) que sitúa la Amazonia, en general, y Rondônia, en específico, entre el paraíso y el infierno terrestres , como lugares ermos y tierra de la promesa. Tal perspectiva fue consagrada en diferentes campos: prensa, historiografía, memoria, y literatura. Al tomar parte relevante de esas producciones como fuentes, esta investigación buscó evidenciar: elementos correspondientes a las acciones de ocupación que se plantean; y la manera como las mismas son narradas por los migrantes bajo las perspectivas de la ampliación de las fronteras, del desbravamiento, del pionerismo, de la edificación del progreso. Tomando el concepto de cultura política (BERSTEIN, 1998, 2009), se objetivó comprender la emergencia y la representación de imaginarios de civilización y modernización en la espacialidad referida a lo largo del siglo pasado. La investigación realizada indica que esas representaciones han llevado a término un régimen historiográfico específico en la forma de narrar la colonización de los dichos vacíos amazónicos, reactualizando la colonialidad del poder y del saber sobre esta región (DUSSEL, 2005; LANDER, 2005; MIGNOLO, 2003; (2005).

Descrição

Palavras-chave

Imaginário, Civilização, Colonialidade, Progresso, Amazônia, Imaginary, Civilization, Coloniality, Progress, Amazon, Imaginario, Civilización, Colonialidad, Progreso, Amazonas

Como citar