Potencial cortical auditivo de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2019-05-06

Autores

Bicas, Rafaela Cristina da Silva [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Introdução: O Zica vírus tornou-se uma epidemia no Brasil a partir do início de 2015, tendo os primeiros casos de microcefalia com suspeita de causa pelo Zica Virus confirmados nos estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Desde então, pesquisas evidenciam a necessidade de maiores investigações acerca da fisiologia dos indivíduos afetados pela doença, sintomas e prognósticos a fim de aprimorar o tratamento das crianças com a chamada “síndrome congênita do zica vírus”. Desta forma, para estudar e minimizar os impactos que uma possível alteração no córtex auditivo possa acarretar no desenvolvimento comunicativo destas crianças, este estudo tem como objetivo principal descrever os valores do potencial cortical auditivo de crianças que provavelmente foram infectadas pela síndrome congênita do Zica vírus. Métodos: Trata-se de um estudo multicêntrico, transversal descritivo, o qual foi desenvolvido no Setor de Audiologia do Centro de Estudos da Educação e da Saúde (CEES), da Universidade Estadual Paulista (UNESP), e na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, Laboratório de Audiologia do Centro Especializado em Reabilitação (CER III), com aprovação no comitê de ética CAAE nº 68684117.8.1001.5406. Participaram do estudo 30 crianças, de ambos os gêneros, de seis a 38 meses de vida, compondo o grupo estudo, com microcefalia e provável síndrome congênita do zica vírus e grupo controle, nos quais foram realizados exames de potencial evocado auditivo cortical em crianças com desenvolvimento típico. Resultados: Houve tendência a alterações nos resultados em termos de latência e amplitude do potencial cortical auditivo, refletindo o desenvolvimento do sistema auditivo e comunicativo das crianças com provável microcefalia por zica vírus. Conclusão: O complexo de componentes P1-N1-P2-N2-P3 esteve presente em ambos os grupos, com e sem zica vírus, o que é compatível com capacidade de decodificação dos estímulos sonoros num nível cortical. Porém, não é possível afirmar que ambos os grupos possuem o mesmo padrão de decodificação sonora e associação auditivo-linguística.
Introduction: The Zika virus became an epidemic in Brazil from the beginning of 2015, with the first cases of microcephaly with suspected cause by Zika Virus confirmed in the states of Rio Grande do Norte and Pernambuco. Since then, research has shown the need for further research into the physiology of individuals affected by the disease, symptoms and prognosis in order to improve the treatment of children with the so-called congenital zygote virus syndrome. Thus, in order to study and minimize the impacts that a possible alteration in the auditory cortex may have on the communicative development of these children, this study has as main objective to describe the cortical auditory potential values of children who were probably infected by the congenital syndrome of Zika virus. Methods: This is a multicenter, cross-sectional descriptive study, which was developed in the Audiology Sector of the Center for Education and Health Studies (CEES), Universidade Estadual Paulista (UNESP), and at the State University of Health Sciences of Alagoas - UNCISAL, Audiology Laboratory of the Specialized Center for Rehabilitation (CER III), with approval in the ethics committee CAAE nº 68684117.8.1001.5406. The study consisted of 30 children of both genders, from six to 38 months of age, making up the study group, with microcephaly and probable congenital syndrome of the virus zika and control group, in which cortical auditory evoked potential tests were performed in children with development. Results: There was a trend towards higher values in terms of latency and amplitude of auditory cortical potential, reflecting the development of the auditory and communicative system of children with probable microcephaly due to zika virus. Conclusion: The complex of components P1-N1-P2-N2-P3 was present in both groups, with and without zika virus, which is compatible with decoding ability of the sound stimuli at a cortical level. However, it is not possible to state that both groups have the same pattern of sound decoding and auditory-linguistic association.

Descrição

Palavras-chave

Córtex auditivo, Zica Virus, Microcefalia, Auditory cortex, Zika Virus, Microcephaly

Como citar