Violência simbólica na televisão: cidadania e representação dos povos indígenas na demarcação de terras

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Data

2019-05-28

Autores

Lima, Gabriela Sanches de

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A pesquisa de mestrado intitulada “Violência simbólica na televisão: cidadania e representação dos povos indígenas na demarcação de terras” tem como proposta analisar o conteúdo jornalístico televisivo sobre o assunto de demarcação de terras indígenas acerca da PEC 215/2000. Nosso objetivo é identificar a maneira como os jornais representam os povos originários na questão da demarcação de terras em suas mais variadas naturezas (mídia privada, estatal e alternativa). O tema central da pesquisa é a violência simbólica feita pelos veículos de comunicação sobre os grupos minoritários e vulneráveis por meio de reportagens televisivas que endossam a identidade do que é ser indígena no Brasil. Analisamos, ao todo, 14 reportagens (3 da Rede Globo; 1 do SBT; 3 da Record; 1 da Band; 1 da TV Câmara; 2 do Senado Notícias e 3 da Mídia Ninja). Para tanto, utilizamos como metodologia a Hermenêutica da Profundidade de John Thompson (2011), aliada à pesquisa e comparação bibliográfica. Sucintamente, obtivemos como resultado da análise uma manutenção do estereótipo do “índio”, um indício da violência simbólica, quando o constrói quase que como uma figura folclórica, alheio à civilização, por parte da mídia privada. A mídia estatal foi aquela que se mostrou mais interessada na transmissão da problemática das terras para os indígenas, trazendo maior contextualização ao espectador. Por fim, a mídia alternativa, embora tenha a proposta de dar protagonismo para os grupos vulneráveis, acabou por fazer o mesmo que a mídia privada, contextualizando pouco o assunto para o espectador, que acaba não entendendo a profundidade e gravidade da temática, contribuindo também para a manutenção da violência simbólica. Em suma, conseguimos depreender que os indígenas no Brasil são construídos, pela mídia, ou como invasores ou como vítimas inertes.
A master's research titled "Symbolic Violence in Television: Citizenship and Representation of Indigenous Peoples in Demarcation of Lands" aims to analyze what is today on the subject of demarcation of foreign lands of PEC 215/2000. The objective is to identify the way in which newspapers represent the native peoples in the question of the demarcation of lands in their most varied natures (private, state and alternative media). The central theme of the research is the symbolic violence often made by media outlets on minority and vulnerable groups through television reports that endorse the identity of what is to be indigenous in Brazil. We analyzed, in all, 14 reports (3 from Rede Globo, 1 from SBT, 3 from Record, 1 from Band, 1 from TV Câmara, 2 from Senado Notícias and 3 from Media Ninja). For that, we use the methodology of Depth Hermeneutics of John Thompson (2011), allied to research and bibliographical. Briefly, we obtained as a result of the analysis a maintenance of the "Indian" stereotype, contributing to the symbolic violence, when it builds it almost as a folk figure, alien to civilization, by the private media. The state media was the one that showed more interest in the transmission of the land problem to the indigenous, bringing greater contextualization to the viewer. Finally, the alternative media, although it has the proposal to play a leading role for vulnerable groups, ended up doing the same thing as the private media, contextualizing the subject very little for the viewer, who ends up not understanding the depth and gravity of the issue, also contributing for the maintenance of symbolic violence. In short, we have been able to deduce that the natives in Brazil are constructed by the media, either as invaders or as inert victims.

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Palavras-chave

Jornalismo, Televisão, Violência simbólica, PEC 215/2000, Povos indígenas, Journalism, Television, Symbolic violence, indigenous people

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