Ópera inglesa do século XVIII em debate: os vários sentidos do conceito de imitação

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Data

2019-03-15

Autores

Lopes, Rodrigo [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir os vários sentidos do conceito de imitação relacionados à ópera inglesa do século XVIII. Através do exame de textos britânicos do século XVIII quanto à estética musical e de teóricos como Thomas Rymer, John Dennis, Thomas Twining, dentre outros, que se referiram à imitação e expressão em música, nos perguntamos: quais concepções imitativas e modelos miméticos foram de uso corrente na Inglaterra daquele período? De que modo as teorias imitativas foram estabelecidas e utilizadas como critério de julgamento estético para a ópera e porque esse critério foi visto com ressalvas por autores como Daniel Webb e John Hawkins? O que podemos derivar dos ataques e defesas feitos a elas? Em que medida a Inglaterra dialoga (ou não) com a França sobre esse problema? Para responder a essas questões, consideramos o modo como a música, a ideia de natureza e razão foram compreendidas no século XVIII, e como essa compreensão atuou na concepção estética da música. Procurou-se seguir a trajetória da imitação como prerrogativa para a execução da ópera, e como ela se perdurou no decorrer desse século, mesmo em meio às polêmicas e à instauração da ideia de expressão em música, que trouxe possibilidades autônomas para a música, tornando-se independente das teorias imitativas em música. Os resultados a que se chegou foram que a estética musical vinculada aos sentimentos como critério de gosto e de valoração da música a partir da expressão musical foi suplantando o poder das teorias imitativas, fazendo com que a música se adaptasse aos sentimentos do ouvinte e não mais este se adaptando a sentimentos predeterminados pelas teorias imitativas em música.
Cet article vise à discuter des différentes significations du concept d'imitation lié à l'opéra anglais du 18ème siècle. En examinant des textes britanniques du XVIIIe siècle sur l'esthétique musicale et des théoriciens tels que Thomas Rymer, John Dennis, Thomas Twining, entre autres, qui ont évoqué l'imitation et l'expression en musique, nous nous sommes posé la question suivante: quelles conceptions imitatives et quels modèles mimétiques étaient utilisation actuelle en Angleterre de cette période? Comment les théories imitatives ont-elles été établies et utilisées en tant que critère de jugement esthétique pour l'opéra et pourquoi ce critère a-t-il été interprété avec réserve par des auteurs tels que Daniel Webb et John Hawkins? Que pouvons-nous tirer des attaques et des défenses qui leur ont été faites? Dans quelle mesure l'Angleterre dialogue-t-elle (ou pas) avec la France sur ce problème? Pour répondre à ces questions, nous examinons comment la musique, les notions de nature et de raison ont été comprises au XVIIIe siècle et comment cette compréhension a agi dans la conception esthétique de la musique. Nous avons cherché à suivre la trajectoire de l’imitation comme une prérogative pour la représentation de l’opéra et comment elle a duré tout au long de ce siècle, malgré les controverses et l’instauration de la notion d’expression dans la musique, qui a apporté des possibilités autonomes de indépendant des théories imitatives en musique. Les résultats ont été que l'esthétique musicale liée aux sentiments en tant que critère de goût et d'appréciation de la musique à partir d'une expression musicale supplantait le pouvoir des théories imitatives, permettant à la musique de s'adapter aux sentiments de l'auditeur et non plus à celle de l'auditeur. cette adaptation à des sentiments prédéterminés par des théories imitatives en musique.
This paper aims to discuss the various meanings of the concept of imitation related to 18th century English opera. By examining eighteenth-century British texts on musical aesthetics and theorists such as Thomas Rymer, John Dennis, Thomas Twining, among others, who referred to imitation and expression in music, we ask ourselves: what imitative conceptions and mimetic models were of current use in England of that period? How were imitative theories established and used as an aesthetic judgment criterion for opera, and why was this criterion viewed with caveats by authors such as Daniel Webb and John Hawkins? What can we derive from the attacks and defenses made to them? To what extent does England dialogue (or not) with France about this problem? To answer these questions, we consider how music, the idea of ​​nature and reason were understood in the eighteenth century, and how this understanding acted in the aesthetic conception of music. We sought to follow the trajectory of imitation as a prerogative for the performance of opera, and how it lasted throughout this century, even amid the controversies and the establishment of the idea of ​​expression in music, which brought autonomous possibilities for music, making independent of imitative theories in music. The results were that the musical aesthetics linked to feelings as a criterion of taste and appreciation of music from musical expression was supplanting the power of imitative theories, making the music adapt to the feelings of the listener and no longer this adapting to feelings predetermined by imitative theories in music.

Descrição

Palavras-chave

Imitação, Ópera inglesa, Expressão em música, Século XVIII, Imitation, Opéra anglais, Expression musicale, XVIIIe siècle, Imitation, English opera, Expression in music, 18th century

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