Desenvolvimento pós-seminal de espécies de Poaceae (Poales)

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Data

2009-03-01

Autores

Nakamura, Adriana Tiemi [UNESP]
Scatena, Vera Lucia [UNESP]

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Editor

Sociedade Botânica do Brasil

Resumo

O presente estudo objetivou verificar a existência de um padrão do desenvolvimento pós-seminal em Poaceae. Para tanto, foram estudadas as seguintes espécies: Olyra humilis Nees (Bambusoideae); Axonopus aureus P. Beauv. e Paspalum polyphyllum Nees ex Trin. (Panicoideae); Chloris elata Nees e Eragrostis solida Desv. (Chloridoideae). Procurou-se também comparar as estruturas da plântula de Poaceae com as demais monocotiledôneas. As espécies estudadas são plantas perenes, rizomatosas, cespitosas e apresentam cariopses de tamanhos diferentes. Apresentam sementes albuminosas; embrião lateral, diferenciado, com raiz endógena (adventícia); cotilédone dividido em hiperfilo (escutelo), bainha reduzida e hipofilo (coleóptilo); coleorriza (raiz primária reduzida) e mesocótilo (eixo localizado entre o escutelo e coleóptilo). A presença de epiblasto (folha embrionária) foi observada em Olyra humilis, Chloris elata e Eragrostis solida. O desenvolvimento pós-seminal é semelhante nas espécies estudadas e forma um padrão em Poaceae. Primeiramente, observa-se a emissão da coleorriza, que cresce no sentido geotrópico positivo, seguida do coleóptilo e plúmula que crescem em sentido contrário, a partir do desenvolvimento do mesocótilo. As primeiras folhas são semelhantes às folhas definitivas (metafilos) das espécies, exceto em Olyra humilis, que são modificadas em catafilos e podem ser interpretadas como caráter basal em Bambusoideae. Raiz primária reduzida (coleorriza) e hipofilo modificado em coleóptilo são considerados caracteres derivados em Poaceae, quando comparados com as demais monocotiledôneas.
This work has aimed to verify the existence of a pattern of the post-seminal development in Poaceae. Thus, Olyra humilis Nees (Bambusoideae); Axonopus aureus P. Beauv. e Paspalum polyphyllum Nees ex Trin. (Panicoideae); Chloris elata Nees e Eragrostis solida Desv. (Chloridoideae) have been studied. Besides, it was compared the structures of Poaceae seedlings with those of other monocotyledons. All are perennial, rhizomatous, and cespitous species whose caryopses differ in size. They all present albuminous seeds, lateral and differentiated embryos, with endogenous embryonic (adventitious) root, cotyledons divided into hyperphyll (scutellum), reduced sheath and hypophyll (coleoptile); coleorhiza (reduced primary root); and mesocotyl (axis between the scutellum and the coleoptile). The presence of epiblasts (embryonic leaves) was noticed in Olyra humilis, Chloris elata and Eragrostis solida. Since the post-seminal developmental of all the studied species is similar, it represents a pattern in Poeaceae. The coleorhiza, which shows positive geotropism, grows first, followed by the coleoptile and the plumule, in the opposite direction, which form from the mesocotyl development. In all species, the first leaves are similar to the definitive ones (metaphyll) except Olyra humilis, where they are converted into a cataphyll - probably interpreted as a basal character in Bambusoideae. The reduced primary root (coleorhiza) and the hypophyll, which is modified into a coleoptile, are considered derived features in Poaceae, when compared with the other monocotyledons.

Descrição

Palavras-chave

anatomia, Gramineae, morfologia, plântula, semente, anatomy, Gramineae, morphology, seed, seedling

Como citar

Acta Botanica Brasilica. Sociedade Botânica do Brasil, v. 23, n. 1, p. 212-222, 2009.