Exposição de ratos machos pré-púberes ao anti-inflamatório ibuprofeno: Aspectos reprodutivos na prole feminina

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Data

2019-11-29

Autores

Ferreira, Dayana Agnes Santos

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O ibuprofeno é um dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) mais prescritos na prática pediátrica. Este fármaco reduz a síntese de prostaglandinas (PGs) via inibição da enzima Ciclo-oxigenase (COX-1 e COX-2). Estudos recentes vêm reportando uma infinidade de funções das PGs na gônada masculina, e fármacos inibidores da COX podem impactar negativamente o sistema reprodutor masculino. Além disso, analgésicos da classe dos AINEs podem ser considerados desreguladores endócrinos com efeitos antiandrogênicos, sendo capazes de alterar a função reprodutiva de homens e animais, desde a vida fetal até a idade adulta, em ambos os sexos. Estudos têm revelado que exposições durante a peripuberdade pode afetar a saúde de gerações subsequentes, através de mudanças epigenéticas nas células germinativas. Visto que tal fármaco está comprovadamente disseminado no meio ambiente devido a seu uso amplo e indiscriminado, a exposição ambiental a este fármaco como um desregulador endócrino pode se revelar um problema de saúde pública. Assim, esse projeto visa avaliar os efeitos da exposição de ratos machos ao ibuprofeno da fase juvenil a peripuberdade, sobre sua prole feminina. Para tanto, foram utilizados ratos machos Wistar (n=40; 23 dias de idade) distribuídos em 4 grupos: Controle (óleo mineral) e três grupos que receberam três diferentes doses de ibuprofeno: 2,4; 7,2 ou 14,3 mg/kg/dia. O tratamento ocorreu durante a puberdade dos machos durante 31 dias consecutivos, por via oral (gavage). Os ratos foram mantidos até a maturidade sexual e acasalaram com fêmeas nulíparas e não tratadas para obtenção das descendentes fêmeas (geração F1). Foram investigados os possíveis impactos na geração F1 feminina, avaliando o desenvolvimento físico, sexual e acompanhamento histológico do ovário em diferentes fases de desenvolvimento desses filhotes. Os resultados obtidos mostram alterações significativas como a maior duração do ciclo estral das descendentes do grupo de maior dose, diminuição do potencial de fertilidade das ratas cujos pais foram expostos a maior dose e atresia folicular na idade adulta também nesse grupo, entre outros importantes resultados. Com isso, fica evidente a ação do fármaco como desregulador endócrino e conclui-se que o ibuprofeno pode provocar efeitos multigeracionais na prole feminina, prejudicando a sua fertilidade, possivelmente através de mudanças epigenéticas que podem ser perpetuadas de geração em geração

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Palavras-chave

Ibuprofeno, Puberdade, Desregulador endócrino, Descendentes, Fêmeas, Geração F1

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