Dinâmicas de poder dos EUA por um Iraque pós-Saddam: a articulação entre o governo norte-americano e as elites do poder iraquiano na década de 1990

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2022-05-11

Orientador

Nasser, Reginaldo Mattar

Coorientador

Pós-graduação

Relações Internacionais (UNESP - UNICAMP - PUC-SP) - IPPRI

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Entre maio de 2003 e julho de 2004, os Estados Unidos da América (EUA) em conjunto com a Grã-Bretanha foi Autoridade Provisória (CAP) do Iraque, conforme reconhecido pela Resolução 1483 do Conselho de Segurança da ONU (CSONU). Desde então os EUA investiram trilhões de dólares em ajuda e gastos militares no país, um dos maiores dispêndios financeiros da sua história. Mesmo com a transferência de poder para os iraquianos em julho de 2004, os EUA permaneceram influenciando as condicionantes iraquianas em termos de governança, segurança, política externa (diplomacia) e diretrizes econômicas, sem deixar pra trás o mecanismo de reconstrução e a ocupação militar vigente. Diante disso, esta tese propõe a seguinte pergunta de pesquisa: quais mecanismos certificaram a permanência da agenda liberal norte-americana no Iraque após a transferência de poder de 2004? Desde a invasão, norte-americanos e britânicos contaram com o apoio de determinadas elites do poder iraquiano para respaldar as suas ações. Essas elites eram compostas por grupos políticos em oposição ao partido Baath (de Saddam Hussein) que estiveram em interlocução com as potências ocidentais desde os anos 1990, participaram do processo de reconstrução em 2003 e posteriormente compuseram o corpo governamental do país desde o estabelecimento da nova constituição iraquiana de 2005. Desta forma, tem-se como hipótese que a articulação entre o governo dos EUA e essas elites locais iraquianas entre 1990 e 2003 foi fator determinante para a permanência dos EUA no Iraque após a transferência de poder, que posteriormente culminou em uma intensa aliança EUA-Iraque desde então. Através de uma análise qualitativa das redes sociais das elites iraquianas anti-baathistas, esta tese pretende demonstrar quem são essas lideranças da oposição iraquiana e como atuaram como sequazes dos EUA no Iraque desde 1990. Buscaremos identificar a articulação destas elites iraquianas não-governantes e o governo dos EUA dentro de um quadro mais amplo de ações intrusivas internacionais norte-americanas que serão categorizadas neste trabalho. Por fim, entendemos que esse processo de intervenção para transformação das estruturas políticas e econômicas do Iraque se enquadra dentro de um escopo de ação hegemônica norte-america no Oriente Médio, pautado em princípios normativos liberais como promoção democrática e liberalização econômica.

Resumo (português)

Between May 2003 and July 2004, the United States of America together with Great Britain was the Provisional Authority of Iraq, as recognized by United Nations Security Council Resolution 1483. Since then, the US has invested trillions of dollars in aid and military spending in the country, one of the biggest financial outlays in its history. Even with the transfer of power to the Iraqis in July 2004, the US continued to influence Iraqi conditions in terms of governance, security, foreign policy (diplomacy) and economic guidelines, without leaving behind the reconstruction mechanism and the current military occupation. Therefore, this thesis proposes the following research question: What mechanisms ensured the permanence of the US liberal agenda in Iraq after the 2004 transfer of power? Since the invasion, the Americans and British have relied on the support of certain Iraqi power elites to back their actions. These elites were made up of political groups in opposition to the Baath party (of Saddam Hussein) that had been in dialogue with Western powers since the 1990s. They participated in the reconstruction process in 2003 and have subsequently formed the country's governing body since the establishment of the new Iraqi constitution of 2005.In this way, it is hypothesized that the articulation between the US government and these anti- Baahtist Iraqi elites between 1990 and 2003 was a determining factor for the US permanence in Iraq after the transfer of power, which later culminated in an intense US- Iraq ever since. Through a qualitative analysis of the social networks of anti-Baathist Iraqi elites, this thesis aims to demonstrate who these Iraqi opposition leaders are and how they acted as US supporters in Iraq since 1990. We will seek to identify the articulation of these non-governing Iraqi elites and the US government within a broader framework of US international intrusive actions that will be categorized in this work. Finally, we understand that this intervention process to transform Iraq's political and economic structures fits within a scope of US hegemonic action in the Middle East, based on liberal normative principles such as democratic promotion and economic liberalization.

Resumo (português)

Entre mayo de 2003 y julio de 2004, los Estados Unidos de América junto con Gran Bretaña fueron la Autoridad Provisional de Irak, reconocida por la Resolución 1483 del Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas. Desde entonces, Estados Unidos ha invertido trillones de dólares en ayuda y gasto militar en el país, uno de los mayores gastos financieros de su historia. Incluso con la transferencia del poder a los iraquíes en julio de 2004, Estados Unidos siguió influyendo en las condiciones iraquíes en términos de gobernabilidad, seguridad, política exterior (diplomacia) y lineamientos económicos, sin dejar atrás el mecanismo de reconstrucción y ocupación militar vigente. Por lo tanto, esta tesis propone la siguiente pregunta de investigación: ¿qué mecanismos aseguraron la permanencia de la agenda liberal estadounidense en Irak después del traspaso de poder de 2004? Desde la invasión, los estadounidenses y los británicos han contado con el apoyo de ciertas élites del poder iraquí para respaldar sus acciones. Estas élites estaban formadas por grupos políticos de oposición al partido Baath (de Saddam Hussein) que dialogaban con las potencias occidentales desde la década de 1990, participaron en el proceso de reconstrucción en 2003 y luego conformaron el órgano de gobierno del país desde la instauración de la nueva constitución iraquí de 2005. De esta forma, se hipotetiza que la articulación entre el gobierno estadounidense y estas élites iraquíes locales entre 1990 y 2003 fue un factor determinante para la permanencia estadounidense en Irak tras el traspaso del poder, que luego culminó en unaalianza intensaEstados Unidos-Irak desde entonces. A través de un análisis cualitativo de las redes sociales de las élites antibaathistas iraquíes, esta tesis pretende demostrar quiénes son estos líderes opositores iraquíes y cómo actuaron como partidarios de Estados Unidos en Irak desde 1990. Buscaremos identificar la articulación de estas élites iraquíes no gubernamentales y el gobierno de Estados Unidos dentro de un marco más amplio de acciones intrusivas internacionales estadonidenses que se clasificarán en este trabajo. Finalmente, entendemos que este proceso de intervención para transformar las estructuras políticas y económicas de Irak se enmarca dentro de un ámbito de actuación hegemónica estadounidense en Oriente Medio, basado en principios normativos liberales como la promoción democrática y la liberalización económica.

Descrição

Idioma

Português

Como citar