Manoel Paulo Filho e a representação da mulher moderna na revista ilustrada Para Todos (Rio de Janeiro, 1919-1923)

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Data

2023-04-26

Autores

Vieira, Letícia Malaquias

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

A acelerada urbanização que ocorreu em cidades como o Rio de Janeiro na passagem para o século XX também alterou as dinâmicas sociais e de gênero até então existentes. A inserção da mulher das camadas médias no mercado de trabalho permitiu a manifestação de comportamentos, até então, tidos como masculinos, como beber, dirigir e fumar em público, o que despertou observações e críticas de contemporâneos. Nesse sentido, certas revistas mundanas tentavam corresponder à demanda de representar a nova figura feminina. A Para Todos, criada em 1918, foi uma delas. Voltada para o universo cinematográfico, a revista estabelecia diálogo constante e explícito com o público feminino, como seções a elas especialmente dedicadas. Esse era o caso da coluna semanal do cronista Manoel Paulo Filho, que também fora diretor de jornais como o Correio da Manhã, cuja representação feminina em suas crônicas era bastante conservadora, o que chama a atenção pelo contraste com a linha editorial da revista. A crônica e suas variáveis, assim como o romance-folhetim, foram gêneros que ganharam destaque durante a modernidade. No primeiro caso, o fato de se incorporar elementos ficcionais na representação do cotidiano fez da crônica literária ou jornalística (da crítica ao fait divers) polo de atração de leitores e consequente aumento de tiragens e anunciantes. Tais fórmulas foram, assim, usadas em profusão pela imprensa que se modernizava, tendo sido parte dos elementos que tornaram possível a dinamização e globalização da cultura midiática. Nesses escritos, era comum o uso de estereótipos com base em “tipos” sociais, sendo um deles a mulher moderna, representada frequentemente como fútil, “apaixonada pelas aparências” e "superficial". Tendo em vista os propósitos citados acima, o objetivo deste trabalho é analisar a representação feminina nos textos de Manoel Paulo Filho na revista Para Todos.
The quick urbanization occurred in cities like Rio de Janeiro at the turn of the 20th century as well modified social and gender dynamics that already existed. The middle strata women in the labor market allowed manifestation of behavior, until then, classified as masculine, like drinking, driving and smoking in public, which aroused contemporaneous remarks and criticism. Hereof, a few mundane magazines tried to match the demand of the new women's image representation. The Para Todos magazine, founded in 1918, was one of them. Focused in the cinematic universe, the magazine established constant and explicit dialogue with female audiences, such as sections specially dedicated for them. That was the case of the weekly column written by the chronicler Manoel Paulo Filho, who was also newspapers director, including Correio da Manhã, in which he conveyed a conservative female representation in his chronicles, bringing attention due to the contrast with the magazine's editorial line. The chronicle and its variations, as well as feuilleton novel, were genres that rose to prominence during modernism. In the first case, fictional elements being embodied to the daily life representation made the literary or journalistic (of critics to the fait divers) chronicle pole of attraction for readers and hence the increase of circulation and advertisers. Such methods were used in profusion by the modernizing press by being part of elements that made possible the media culture's impetus and globalization. In these writings, stereotypes were often used based on "social types", the modern woman being one of them, frequently represented as frivolous, "in love with appearances" and "shallow". In view of the contents above, this project's goal is to analyze the female representation in Manoel Paulo Filho's texts to Para Todos magazine.

Descrição

Palavras-chave

História da Imprensa do Brasil, História das Mulheres no Brasil, Crônica, Manoel Paulo Filho

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