Efeitos da associação da clonidina à ropivacaína na anestesia peridural

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2002-07-01

Autores

Alves, Túlio César Azevedo
Braz, José Reinaldo Cerqueira [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Resumo

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os efeitos e o potencial sinergismo entre a clonidina, um agonista alfa2-adrenérgico, e a ropivacaína ainda não foram estudados em pacientes sob anestesia peridural. O objetivo da pesquisa foi estudar os efeitos da associação da clonidina com a ropivacaína, nas características do bloqueio peridural. MÉTODO: Participaram do estudo duplamente encoberto, 60 pacientes distribuídos em dois grupos de 30 pacientes. No grupo G controle, foi usada apenas a ropivacaína a 0,75% (150 mg) na anestesia peridural; no grupo G clonidina, foram utilizadas clonidina (300 µg) e ropivacaína a 0,75% (150 mg) na anestesia peridural. Foram analisados os seguintes atributos: bloqueio analgésico completo (tempo de latência), instalação do bloqueio motor, duração dos bloqueios analgésico e motor, nível máximo do bloqueio analgésico, nível de consciência, necessidade de analgesia e sedação complementar no per-operatório, ocorrência de hipotensão arterial no per e pós-operatórios, intensidade da dor pós-operatória, duração da analgesia e efeitos colaterais. RESULTADOS: A clonidina (300 µg), por via peridural, não influenciou a latência (p > 0,05); porém prolongou a duração dos bloqueios analgésico e motor (p < 0,0001) e a analgesia pós-operatória (p < 0,001). A proporção de hipotensão arterial foi pequena e semelhante entre os grupos, mas houve maior incidência de bradicardia (p < 0,02) e sedação (p < 0,001) no grupo que utilizou a clonidina. A incidência de tremores foi menor no grupo da clonidina (p < 0,001). CONCLUSÕES: Nas condições deste estudo e nas doses empregadas, pode-se concluir que há sinergismo evidente entre a clonidina e a ropivacaína na anestesia peridural. A clonidina aumenta a duração dos bloqueios analgésico e motor da anestesia peridural com a ropivacaína e prolonga a analgesia pós-operatória. A clonidina apresenta como vantagens adicionais, o aumento da sedação dos pacientes e a redução na incidência de tremores, mas aumenta a ocorrência de bradicardia.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Los efectos y el potencial sinergismo entre la clonidina, un agonista alfa2-adrenérgico, y la ropivacaína aun no fueron estudiados en pacientes bajo anestesia peridural. El objetivo de la pesquisa fue estudiar los efectos de la asociación de la clonidina con la ropivacaína, en las características de bloqueo peridural. MÉTODO: Participaron del estudio duplamente encubierto, 60 pacientes distribuidos en dos grupos de 30 pacientes. En el grupo G control, fue usada apenas la ropivacaína a 0,75% (150 mg) en la anestesia peridural; no grupo G clonidina, fueron utilizadas clonidina (300 µg) y ropivacaína a 0,75% (150 mg) en la anestesia peridural. Fueron analizados los siguientes atributos: bloqueo analgésico completo (tiempo de latencia), instalación del bloqueo motor, duración del bloqueos analgésico y motor, nivel máximo del bloqueo analgésico, nivel de conciencia, necesidad de analgesia y sedación complementar en el per-operatorio, ocurrencia de hipotensión arterial en el per y pós-operatorios, intensidad del dolor pós-operatorio, duración de la analgesia y efectos colaterales. RESULTADOS: La clonidina (300 µg), por vía peridural, no influenció la latencia (p > 0,05); más prolongó la duración de los bloqueos analgésico y motor (p < 0,0001) y la analgesia pós-operatoria (p < 0,001). La proporción de hipotensión arterial fue pequeña y semejante entre los grupos, más hubo mayor incidencia de bradicardia (p < 0,02) y sedación (p < 0,001) en el grupo que utilizó la clonidina. La incidencia de tremores fue menor en el grupo de la clonidina (p < 0,001). CONCLUSIONES: En las condiciones de este estudio y en las dosis utilizadas, puédese concluir que hay sinergismo evidente entre la clonidina y la ropivacaína en la anestesia peridural. La clonidina aumenta la duración de los bloqueos analgésico y motor de la anestesia peridural con la ropivacaína y prolonga la analgesia pós-operatoria. La clonidina presenta como ventajas adicionales, el aumento de sedación de los pacientes y la reducción en la incidencia de tremores, más aumenta la ocurrencia de bradicardia.
BACKGROUND and OBJECTIVES: Clinical effects and the potential synergism between clonidine, an alpha2-adrenergic agonist, and ropivacaine have not been studied in patients undergoing epidural anesthesia. This research aimed at clinically evaluating clonidine associated to ropivacaine for epidural anesthesia. METHODS: Participated in this double-blind study 60 patients of both genders who were distributed in two groups: G control = epidural 0.75% ropivacaine (150 mg); G clonidine = epidural 0.75% ropivacaine (150 mg) plus clonidine (300 µg). The following parameters were studied: total analgesic block (onset time), motor block onset, analgesic and motor block duration, upper level of analgesia, consciousness level, need for intraoperative analgesia and supplemental sedation, peri and postoperative arterial hypotension, intensity of postoperative pain, analgesia duration, and side-effects. RESULTS: Epidural clonidine (300 µg) had not affected onset (p > 0.05) but has prolonged sensory and motor block duration (p < 0.0001) and postoperative analgesia (p > 0.001). Arterial hypotension rate was the same for both groups, but the incidence of bradycardia and sedation was higher in the clonidine group (p < 0.02 and p < 0.001 respectively). Shivering was more common in the control group (p < 0.001). CONCLUSIONS: In the conditions of our study, there has been a clear synergism between epidural clonidine and ropivacaine. Clonidine increases sensory and motor block duration during epidural anesthesia with ropivacaine and prolongs postoperative analgesia. Additional advantages of clonidine are increased sedation and decreased shivering, but its drawback is to increase the incidence of bradycardia.

Descrição

Palavras-chave

ANALGÉSICOS, ANESTÉSICOS, ANESTÉSICOS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, TÉCNICAS ANESTÉSICAS, ANALGESICS, ANESTHETICS, ANESTHETICS, ANESTHETIC TECHNIQUES, ANESTHETIC TECHNIQUES

Como citar

Revista Brasileira de Anestesiologia. Sociedade Brasileira de Anestesiologia, v. 52, n. 4, p. 410-419, 2002.