Dissertações - Filosofia - FFC

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    A inteligência de ninguém: igualdade, emancipação e pobreza em O mestre ignorante de Jacques Rancière
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-13) Fraig, Tark; Silva, Hélio Alexandre [UNESP]
    O objetivo da presente dissertação é investigar, a partir do livro O mestre ignorante de Jacques Rancière, o pensamento da igualdade das inteligências, destacando suas relações com a pobreza e com a emancipação. Buscamos, assim, derivar desse princípio suas consequências éticas e políticas fundamentais. Jacques Rancière, filósofo que oferece atenção especial a escândalos e polêmicas, apresenta-nos, a partir da aventura intelectual de Joseph Jacotot, educador francês do século XIX, o princípio da igualdade das inteligências: todas as inteligências são iguais. Embora uma noção nascida das preocupações de um educador com a sua prática, o pensamento logo transbordou os limites da pedagogia para questionar os fundamentos supostamente naturais de diversos tipos de dominação: a dos governados pelos governantes, a das mulheres pelos homens e a dos pobres pelos ricos, para enumerar apenas alguns exemplos. Isso porque a igualdade das inteligências ataca diretamente a parábola do “mundo dividido”, segundo expressão de Rancière, entre inteligências cultivadas e rudimentares, espíritos sábios e ignorantes, capazes e incapazes, melhores e piores, competentes e incompetentes. Rancière identifica a aptidão, a qualidade do espírito, como fundamento das relações hierárquicas de dominação: quem está acima, é porque possui um título, uma axiai, um traço distintivo que lhe confere o direito de sua superioridade; quem está abaixo é a grande massa anônima sem qualidades, sem cultura, sem educação, sem gosto refinado, sem dinheiro no banco nem parentes importantes. Vista pelo aspecto crítico, a igualdade das inteligências questiona essa lógica (chamada por Rancière de “sociedade pedagogizada”) que identifica a posição social com o pertencimento a uma “divisão sensorial” da humanidade, evocando, dessa forma, um diálogo com a concepção de pobreza. Vista pelo seu aspecto criativo, a igualdade das inteligências aponta para novas formas de sociabilidade entre indivíduos e coletivos, não a partir da redução das desigualdades entre sábios e os ignorantes, mas a partir da verificação da igualdade das inteligências, visando, assim, a multiplicação indefinida dos laços igualitários e da riqueza comum – a emancipação do povo.
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    A abordagem informacional de conhecimento em Fred Dretske: alcances e limites
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-16) Salsmam, Isabele Vieira; Alves, Marcos Antonio [UNESP]
    Desde meados do século XX vivenciamos um expressivo avanço nas tecnologias de informação e de comunicação. A informação se relaciona para além dos aparatos tecnológicos que armazenam e possibilitam a sua manipulação. Fred Dretske (1981) considera que ela é filosoficamente útil para estudos semânticos, cognitivos e epistemológicos. A informação, para esse pensador, é uma commodity objetiva, independente de processos interpretativos. Depois de codificada e processada cognitivamente, a informação adquire caráter semântico e a capacidade de sustentar a crença, gerando conhecimento. Dretske busca uma caracterização externalista de conhecimento perceptivo, definindo-o como crença causalmente sustentada por informação. Objetivamos, na presente dissertação, retratar determinados alcances e limites da abordagem informacional de conhecimento em Dretske. Para atingirmos esse fim, realizamos a divisão que se segue. No primeiro capítulo, tratamos do que envolve a concepção dretskiana de informação. Para tanto, investigamos as seguintes questões: Quais são as características da informação na abordagem de Dretske? Qual a relação da informação com o significado, a intencionalidade e o comportamento? O segundo capítulo fala da caracterização de conhecimento do autor. Assim, nos questionamos: A informação pode nos auxiliar no problema da justificação do conhecimento? Como ela pode se relacionar com o conhecimento perceptivo? De que maneira Dretske lida com as hipóteses céticas referentes à sua perspectiva de conhecimento? Por fim, no terceiro e último capítulo, apresentamos algumas das críticas aos pressupostos da noção de informação e conhecimento de Dretske.
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    Michel Foucault e a sociedade punitiva
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-12-11) Pereira, Pedro Luis Fracaroli; Monteagudo, Ricardo [UNESP]
    O objetivo do presente trabalho consiste em analisar os pressupostos filosóficos de legitimação das teorias da pena em seu espectro contratualista, fase da política criminal classificada como pena-direito, com especial atenção para a análise crítica de Foucault sobre a penalidade, a sugerir a punição como um complexo ato de poder, momento punitivo que classificaremos como pena-poder. A pesquisa inicia-se pelo exame da primeira fase a partir de uma apresentação de notas elementares da relação sujeito-contrato, relação fundamental na crítica de Foucault ao contratualismo moderno para compreender os fundamentos e a funcionalidade do soberano. Para os contratualistas, a pena corresponde a um direito, uma faculdade de punir (jus puniendi) decorrente do contrato e cujo titular deste exercício é o Estado soberano. Na esteira dos dois paradigmas acima mencionados e entremeio a ambos, apresentamos um recorte da obra de Cesare Beccaria, “Dos Delitos e das Penas”, pois além de ser sintetizador do modelo punitivo contratualista (pena-direito), afigura-se um clássico do pensamento criminológico moderno até hoje revisitado nos estudos sobre Criminologia. Por último, o trabalho se concentra na aqui chamada pena-poder, com o intento de revelar a natureza política das opressões criminais como aparelho de controle de comportamentos e normalização de interesses, cujo objeto basilar será o estudo e a análise filosófica das obras de Foucault, especialmente “A Sociedade Punitiva”, “Vigiar e Punir”, “A Verdade e as Formas Jurídicas” e “‘Alternativas’ à Prisão: Michel Foucault, um encontro com Jean-Paul Brodeur”.
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    As provas da existência de Deus nas lições hegelianas sobre filosofia da religião de 1827
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-28) Fernandes, Guilherme Gregório Arraes; Tassinari, Ricardo Pereira [UNESP]
    O presente trabalho analisa a significação das provas cosmológica, teleológica e ontológica da existência (Dasein) de Deus, enquanto "elevação do espírito pensante a Deus", no âmbito do “Conceito de Religião”, nas Lições sobre Filosofia da Religião de 1827 do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Para tal, valeu-se da obra primária das lições em questão de Hegel de acordo com a última edição crítica das mesmas, além de comentadores especializados. Com vista ao objetivo do trabalho, abordou-se a caracterização geral das provas como elevação do espírito pensante a Deus primeiramente, e, em seguida, analisou-se a exposição das três provas feitas por Hegel em suas lições. Por fim, contextualizou-se as provas no âmbito do Conceito da Religião. Com isso, determinou-se a significação das provas cosmológica, teleológica e ontológica da existência de Deus conforme o objetivo apresentado.
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    Teorias da identidade mente-cérebro: Ullin T. Place, Herbert Feigl, John J. C. Smart
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-07) Galvão, David Guarniery; Coelho, Jonas Gonçalves [UNESP]
    Em filosofia da mente, duas perguntas ontológicas mostram-se tão antigas quanto duradouras e formam o núcleo difícil desse campo, a saber: [1] “o que são os estados mentais?” e [2] “como se dá a interação causal entre os estados mentais e os processos físicos?”. Ambas as indagações derivam daquele que é tradicionalmente conhecido como “problema mente-corpo”, também denominado de “problema mente-cérebro”. Possibilidades de respostas foram dadas e, até o final da década de 1950, haviam-se originado propostas teóricas que passaram a ser conhecidas como dualismo, behaviorismo, pampsiquismo, teoria cibernética, psicologia da Gestalt, psicanálise e, dentre tantas, a teoria da identidade mente-cérebro, a qual, em seu contexto inicial, apresentava divergências entre suas próprias modalidades. Assim, como objetivo geral desta dissertação, propusemo-nos avaliar a resposta fisicalista fornecida em favor da identidade entre os estados mentais e os processos neurofisiológicos. Para tanto, como objetivos específicos, foram assumidas: [1] a análise reconstrutiva; [2] a avaliação crítica e [3] a análise comparativa de autores daquela mesma teoria. Constituiu método de pesquisa a revisão bibliográfica apoiada sobre os textos clássicos da área, os quais foram avaliados por meio do Cálculo Proposicional Clássico (CPC) e Cálculo Quantificacional Clássico (CQC) de 1ª Ordem, no propósito de superar a simples especulação a partir de demonstrações do status semântico de proposições, conjuntos de proposições e argumentos que constituem o corpo teórico da supracitada teoria. Para tanto, foram utilizados os três artigos principais e iniciais da década de 1950, a saber: “Is consciousness a brain process?” (1956) de autoria de Ullin Thomas Place, The “mental” and the “physical” (1958), do filósofo Herbert Feigl, bem como o artigo “Sensations and brain processes” (1959), escrito por John Jamieson Carswell Smart. Os resultados sugerem convergências e divergências entre os autores relativas às quatro propostas de análise do problema mente-cérebro: [1] linguística, [2] epistemológica, [3] lógica e [4] ontológica; bem como a carência de pesquisa empírica que sustente a identidade ontológica entre estados mentais e processos cerebrais. Salientamos o conflito entre [1] a possibilidade lógica da identidade ontológica sintética a posteriori mente-cérebro com [2] a possibilidade epistemológica da ciência dos estados fenomenais (qualitativos) e a ignorância dos processos físicos (quantitativos) a eles correlacionados. Também avaliamos a possibilidade de uma rejeição puramente lógica (a priori) da viabilidade da tese de uma identidade linguística sintética a posteriori dos referentes conceituais de uma linguagem fenomenal com aqueles de uma linguagem neurofisiológica, bem como suas implicações ontológicas.
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    Epistemologia genética, valores e afetividade: contribuições a partir do MoSEAOSS
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-16) Queiroz, Daiane Rocha [UNESP]; Tassinari, Ricardo Pereira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objetivo desta Dissertação (pesquisa) é explorar, por meio do Modelo do Sistema de Esquemas de Ações e Operações sobre Símbolos e Signos (MoSEAOSS), introduzido por Tassinari (2014), como se constituem os valores e seus sistemas e o desenvolvimento afetivo em geral. A noção de valor parece ter certa objetividade que conduz e determina o sujeito, no sentido de que, os valores das coisas conduziriam as ações de um sujeito. No entanto, o valor é estabelecido pelo próprio sujeito, em especial, em grande parte, o valor é estabelecido na realidade construída pelo sujeito. Piaget (1896-1980), na Epistemologia Genética, elucida estruturas e noções necessárias para que o sujeito compreenda e estabeleça o que é real para ele, ao seja, a realidade para ele. Nesse contexto, a afetividade participa da ação, particularmente na atribuição de valores, que dirigem as ações, bem como na própria escolha do objeto de conhecimento. O MoSEAOSS, proposto por Tassinari (2014), sistematiza alguns dos principais resultados teóricos da Epistemologia Genética de Jean Piaget, o que possibilita a análise dos valores (valências) e seus sistemas, e do desenvolvimento afetivo em geral, em consonância com os conceitos de ação, esquema de ação, sistema de esquemas de ações, símbolos, signos, operação sobre símbolos e operação sobre signos. Nesse sentido, tal modelo foi escolhido para desenvolver as análises aqui realizadas. Em especial, tais análises possibilitaram estabelecer definições precisas para o uso dos valores, em relação aos termos que são usados para explicitar a construção do real pelo sujeito, bem como a explicação do desenvolvimento afetivo em geral relativamente as etapas do desenvolvimento cognitivo.
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    Do signo ao hábito: um estudo pragmaticista no contexto das tecnologias digitais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-24) Ducatti, Gabriel Engel; Gonzalez, Maria Eunique Quilici [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivamos nesta dissertação investigar possíveis desdobramentos epistemológicos e pragmáticos da massiva inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC ou Tecnologias Digitais) nas dinâmicas de mediação de hábitos e crenças. Partindo de uma análise sobre o conceito de informação, enfatizamos sua relação com as tecnologias digitais e apresentamos uma caracterização semiótica do termo à luz da filosofia de Charles Sanders Peirce. Discutimos a noção de esfera digital e, entendendo-a como composta por signos, buscamos caracterizar semioticamente tais signos digitais a fim de conceber possíveis impactos na fixação de hábitos e condutas. A questão inicial que direcionou a pesquisa pode ser assim enunciada: que contribuições a semiótica e o pragmaticismo podem trazer para o estudo da dinâmica de estruturação de hábitos e crenças no atual ambiente digital de usuários das TIC? A Semiótica, enquanto ciência que investiga as linguagens, concebendo-as como signos, auxiliar-nos-á na discussão sobre os sistemas de signos constituintes das relações entre usuários e dispositivos de mídias digitais. Orientados pelo Pragmaticismo, concebemos consequências práticas possíveis acerca dos processos comunicacionais humanos profundamente mediados pela esfera digital. Ressaltando a intensa capacidade semiótica dos signos digitais em capturar a atenção humana; discutimos o papel da atenção como elemento central na constituição das crenças, hábitos e no consequente direcionamento da conduta. Apresentamos, por fim, uma hipótese sobre como a atenção tem sido subjugada na esfera digital utilizando-se de conteúdos digitais como isca, os quais se diferem da informação semiótica. Apesar de termos como base a perspectiva teórica de Peirce, julgamos que a complexidade e atualidade da questão em análise demandam uma abordagem interdisciplinar que dialogue com diferentes autores e áreas de conhecimento, para além da teoria Peirceana. Assim, dispomo-nos a realizar um estudo filosófico-interdisciplinar de cunho temático, voltado à análise da dinamicidade dos sistemas de signos constituintes da relação usuários/ambiente digital, a fim de conceber impactos no âmbito das ações individual e coletiva.
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    A contradição na Doutrina da Essência de Hegel
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-10) Silva, Gabriel Rodrigues da; Novelli, Pedro Geraldo Aparecido [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesquisa analisou a contradição na lógica de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831). Para isso, percorremos dois caminhos. O primeiro se deu por meio da exposição lógica de Hegel sobre a contradição, na qual o filósofo desenvolve o sentido e o significado da contradição a partir das noções de identidade, diferença absoluta, diversidade e oposição. Isso ocorre na Doutrina da Essência. O segundo caminho se deu por meio do balanço histórico-crítico de Hegel sobre a contradição, onde os locais ocupados pela contradição ao longo da história da filosofia são analisados pelo filósofo. A leitura de Hegel enfatiza principalmente a obra de Aristóteles, Kant e os princípios lógicos, já bastante difundidos na filosofia de sua época. Nosso objetivo foi investigar o modo como Hegel entende a contradição e o nível que ela ocupa em sua filosofia, ou seja, seu sentido e significado. Visando alcançar aquilo que almejamos, permeamos as caracterizações de Hegel sobre a lógica e a metafísica, assim como o domínio de cada esfera lógica (ser, essência, conceito). Ao final, julgamos que para entender adequadamente a contradição em Hegel é preciso entender adequadamente como ele concebe a lógica e a metafísica, pois só assim é possível apreender o caráter verdadeiramente contraditório da contradição.
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    O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-24) Queiroz, Oriel da Rocha; Pereira, Reinaldo Sampaio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O problema da justiça (dikaiosunӗ) e do homem justo (dikaion) em Aristóteles é assaz complexo, dado que o Estagirita concebe justiça e injustiça como termos ambíguos e plurívocos, traçando que podem ser ditos de vários modos. Aristóteles concebe a Justiça tanto no plano da lei em sentido amplo, ou, em sua feição política, como um “bem de um outro” (Justiça Completa), e na esfera privada, enquanto a lei em sentido estrito que condiz com a distribuição de bens pessoais ou de grupos (Justiça Particular), esta subdividida em Justiça Distributiva, respeitante a bens de origem pública, e, Justiça Corretiva, respeitante a negócios individuais entre duas partes, e, ainda, a Justiça Retributiva, relacionada aos atos de comércio (trocas). Para cada uma delas Aristóteles estabelece uma noção própria de meio-termo e de homem justo. Aristóteles concebe o homem justo em duas dimensões aparentemente opostas: em sentido completo, como aquele dotado de conhecimento prático que implica a escolha (proairesis) daquilo que é bom para sua comunidade política, e, em sentido particular ou parcial, como o homem que, conforme sua disposição de caráter escolhe o meio-termo em recusa a um excesso e uma falta, de acordo com a regra justa (phrônesis). Neste compasso, o objetivo buscado nesta dissertação será o de estudar o sentido próprio de homem justo tratado nesta arquitetura moral de Aristóteles. Em ambas as espécies de justiça o Estagirita exige a intervenção do caráter normativo da phrônesis ou da experiência prática (praktike), investigada no Livro VI da EN. Procuraremos atender a esse propósito com base nos referenciais teóricos do corpus aristotélico e literatura complementar sobre o tema.
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    Má-fé e inconsciente: Sartre contra Freud
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Romero, Alexandre Victor; Rodrigues, Paulo César [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesquisa tem por objetivo compreender em que medida a noção filosófica de má-fé, proposta por Jean-Paul Sartre, pode ser encarada como uma recusa do conceito de inconsciente, presente na psicanálise de Freud. Para tanto, a pesquisa propõe três momentos fundamentais: 1) apresentar algumas considerações acerca do conceito freudiano de inconsciente, levando em conta o desenvolvimento teórico da psicanálise; 2) discorrer sobre a relevância da noção de consciência e seus desdobramentos, tal como figura na postura filosófica de Sartre; 3) aproximar a teoria psicanalítica de Freud, sob a égide do inconsciente, da filosofia de Sartre, sob o estandarte da consciência, enfatizando a noção de má-fé neste embate, compreendendo-a como uma abertura necessária para que Sartre possa recusar todo o aparato conceitual do inconsciente freudiano.
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    Autoconsciências: o caminho do autorreconhecimento do espírito.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Cruz, Nayara Sandrin da [UNESP]; Novelli, Pedro Geraldo Aparecido [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Nosso trabalho tem como objetivo percorrer a transição das consciências enquanto seres imediatos e naturais para seres autoconscientes voltados a um desejo capaz de construir uma realidade humana, transformando a realidade dada e compreendendo todo esse processo. Para entendermos um pouco mais a fundo o desenvolvimento das autoconsciências, passaremos também pelos conceitos de Razão e Espírito absoluto. Voltaremos nosso olhar sobre o momento da eticidade, estágio de desenvolvimento e interação entre as autoconsciências, compreendendo que família, sociedade civil-burguesa e Estado são expressão do espírito absoluto. Analisar os momentos a partir dos quais se desenvolve a autoconsciência é fundamental para que possamos conhecer ainda mais acerca da história da humanidade e refletir acerca dos desafios a serem superados por nós em nível social e político.
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    Direito, potência e democracia em Espinosa
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Uenaka, Viviane Mayumi Resende; Prado, Lúcio Lourenço [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A investigação que se pretende neste trabalho aborda a construção da possibilidade de o regime democrático ser apontado por Espinosa como o mais natural dos regimes, visto que nele os homens são capazes de vivenciar, na medida do possível, a verdadeira felicidade, e experimentarem a alegria coletiva, justamente por exercerem de maneira mais efetiva o seu direito natural em harmonia com o direito natural da coletividade. Os direitos comuns estabelecidos pelo estado, especialmente o democrático, além de proporcionarem aos seus cidadãos concórdia e segurança, lhes permitem a expansão de suas potências, tornando-as tão fortes e tão unidas que formam a multidão. Cria-se, portanto, dessa união de potências, uma nova e intensa potência capaz de participar ativamente no governo. Por isso, pode-se mostrar segundo Espinosa que na democracia o poder e o direito de governar estão nas mãos da multidão. Toma-se como ponto de partida algumas questões metafisicas entre Descartes e Espinosa. Após percorridos esses preâmbulos metafísicos de Espinosa, que engendram a validade do seu sistema, passa-se a averiguar a teoria dos afetos, e como os homens são afetados a todo instante de suas vidas. Salientaremos o papel vital que os afetos exercem nos homens, e como são incorporados na vida civil, sobretudo na política. Nesse rumo, serão articulados vários conceitos-chave do pensamento de Espinosa, para assimilar melhor a fundamentação de sua política. Um dos pontos fulcrais é asseverar que a constituição e a manutenção do sistema político é estruturado de acordo com leis necessárias imanentes. E a compreensão dessas leis, segundo Espinosa, nos permite verificar de que maneira a democracia, sugerida como o regime mais natural, se evidencia por conservar dentro de um determinado limite, o direito natural e a liberdade do indivíduo, e como essa dinâmica se relaciona com os direitos dos homens.
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    Os caminhos da política em Nietzsche: da formação do Estado à grande política e suas repercussões possíveis
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Silva, Luciano Olavo da; Barros, Márcio Benchimol [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente trabalho é uma pesquisa acerca do pensamento político de Nietzsche, que, como todos os demais assuntos trabalhados pelo autor, não possui sistematização em sua obra, razão pela qual a primeira etapa consistirá na busca de um critério de organização e interpretação que possa conduzir o estudo, com a demonstração de que esse critério é, em Nietzsche, a cultura, haja vista ser ela que funciona em sua filosofia como base sobre a qual todos os temas se acomodam para criação de um ambiente favorável ao cultivo e seleção de um tipo específico de gênio, o espírito livre e legislador do futuro. Ultrapassada a primeira etapa, buscar-se-á isolar os conceitos de civilização, Estado e política, bem como demonstrar como eles se relacionam com o passado, o presente e o futuro na experiência de pensamento nietzscheana. Ao longo desse percurso serão enfatizadas as posições de Nietzsche em relação à gênese e finalidade do Estado, demonstrando que não existe possibilidade de compatibilizá-las com as teorias clássicas que tratam da questão (teoria naturalista, teoria contratualista e teoria da força), de modo que Nietzsche será apresentado como autor de uma proposta particular, que mescla a teoria naturalista com a teoria da força. Ademais, será demonstrado que nenhuma das correntes políticas conhecidas nos séculos XIX e XX são compatíveis com o pensamento político de Nietzsche, que as considera sintomas do niilismo e as enquadra como integrantes do que ele chama de “pequena política”. Todo esse caminho será trilhado para que, ao fim, seja possível compreender como o conceito de niilismo, em cada uma de suas fases de desenvolvimento histórico (niilismo negativo, niilismo reativo e niilismo passivo), relaciona-se com a política e com a cultura, e como essa relação em permanente transformação levará, segundo espera Nietzsche, à “grande política”. Compreendida essa dinâmica, será possível então chegar ao objetivo último deste trabalho, que é a delimitação da concepção nietzscheana de “grande política” e de sua utilidade para a cultura.
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    A mente humana e sua investigação: filosofia e o pensar de Bion na psicanálise
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-01) Detregiachi, Edson [UNESP]; Coelho, Jonas Gonçanves [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O que pode ser a mente humana? Como se torna possível sua investigação? A filosofia da mente, ao tomar um tal objeto de estudo, depara-se com questões sobre sua natureza e da realidade na qual se situa, bem como das relações entre ambas as instâncias, configurando um aspecto ontológico de sua investigação. Por outro lado, a própria ação de realizar uma investigação, em seu aspecto epistemológico, depende, em última instância, do funcionamento da mente humana. Sendo tal funcionamento pertencente ao objeto da própria investigação, a coerência de ambos os campos, onto e epistemológico, se define por uma construção dinâmica de um pelo outro. Na psicanálise, Bion se debruça num inquérito sobre a epistemologia, não apenas como embasamento da teorização psicanalítica, mas também como instrumento para auxiliar na investigação do funcionamento mental, em especial, no desenvolvimento de sua teoria sobre o pensar. Considerando que, apesar de portarem metodologias distintas, ambas as áreas, filosofia da mente e psicanálise, dedicam-se a um objeto em comum, o presente trabalho se propõe a uma discussão entre um recorte da teoria sobre o pensar em Bion e algumas das principais correntes da filosofia da mente, sob o objetivo de iluminar aquelas duas questões, que as perpassam. Com finalidade de aproximar as possibilidades de diálogos, serão exploradas suas questões metodológicas, bem como o problema sobre o acesso aos fenômenos mentais, construindo um campo para um debate que possa enriquecer não somente estas, mas também outras áreas de investigação que tomem o mesmo objeto.
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    O “Eu Experienciador” e o “Mundo Experienciado” no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-30) Cunha, Augusto Simões; Pereira Júnior, Alfredo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Essa dissertação investiga os alcances e os limites das experiências conscientes no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA), incluindo as consonâncias e as dissonâncias entre, de um lado, puruṣa, “eu experienciador” ou “sentido de eu” e, de outro lado, prakṛti, “mundo experienciado” ou “sentido de mundo”, questionando qual seria o propósito ou o sentido da existência do “eu” e do “mundo”, em ambas as teorias filosóficas. Em seguida, discuto ambas as filosofias frente à questão existencial trazida pelo sofrimento. Enquanto no Sāṃkhya há um dualismo fundamental, que expressa uma distinção relevante para o processo de supressão do sofrimento, no MTA a distinção entre perspectivas de primeira e terceira pessoas não é fundamental e teria apenas uma função cognitiva. Especial atenção deve ser dada às perspectivas do Sāṃkhya e do MTA a respeito do tempo. A experiência temporal de puruṣa (espírito) vai mais além da experiência temporal de prakṛti (matéria ou natureza), porque puruṣa habita o eterno e o atemporal. Enquanto o tempo da prakṛti é finito, o tempo de puruṣa é infinito. Este lugar privilegiado de puruṣa lhe permite “testemunhar” eventos passados e eventos futuros de prakṛti, respectivamente, retrocognição e precognição, no instante presente de prakṛti. No caso do MTA, ao não reduzir o fenômeno da consciência ao cosmos astrofísico e inanimado, ele enfrenta a dificuldade de relacionar a atividade do sistema nervoso e sua interação com o ambiente físico, biológico e social, a partir do que emerge o mundo experienciado dos organismos, acessível apenas na perspectiva da primeira pessoa. Nesta perspectiva, todo fenômeno (subjetivo) está essencialmente conectado com um único ponto de vista: o “eu experienciador”. No entanto, na filosofia da consciência, este ponto de vista subjetivo não deve ser concebido em termos de um puruṣa ou mesmo uma alma cartesiana, mas como derivado de experiências naturais e respectivos mecanismos biológicos.
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    Direitos humanos em tempos sombrios: reflexões sobre nacionalismo e apatridia em Hannah Arendt
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-26) Freitas, Gabriela de; Marques, Ubirajara Rancan de Azevedo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesquisa tem por objetivo analisar o fundamento dos direitos humanos em ―As origens do totalitarismo‖ de Hannah Arendt, bem como o porquê de tais direitos se apresentarem de modo frágil em sua aplicação efetiva. Observando como a noção de direitos humanos evoluiu no decorrer da história, o presente estudo busca retomar leituras de certos contextos em que a fragilidade de tais direitos ficou mais explícita, fazendo-o, sobretudo, por meio da leitura crítica que Hannah Arendt apresenta em algumas de suas obras sobre o mesmo tema. O cenário de uma democracia instável implica na formação de um contexto propício para o enfraquecimento da efetivação dos direitos humanos, visto que o cumprimento destes está diretamente ligado à relação que o sujeito mantém com o Estado. Visando compreender de que maneira os direitos humanos se apresentam em um contexto de ruptura política, o trabalho em pauta não se ocupa com questionar a importância das declarações de direitos na emancipação e resistência ao arbítrio, mas, sim, com pensar criticamente a respeito de sua efetividade quanto à tutela jurídica da vida humana.
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    O conceito de espírito e o espiritismo em uma filosofia da religião neohegeliana atual: um estudo a partir da interpretação espiritual especulativa
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-29) Marconato, Fábio Raimo; Tassinari, Ricardo Pereira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objeto de pesquisa deste trabalho é discutir o conceito de Espírito a partir da Interpretação Espiritual Especulativa (IEE) proposta por Tassinari e sua possível relação com o conceito de Espírito no Espiritismo e as suas propriedades de perenidade, evolução e reencarnação. O Espiritismo propõe trazer considerações sobre a Realidade derivadas das observações das relações com Espíritos desencarnados. A Interpretação Espiritual Especulativa é uma filosofia neohegeliana atual que, com base no pensamento hegeliano, investiga a realidade. Da análise dos conceitos trazidos pelo Espiritismo através da IEE, considera-se a possibilidade do Espiritismo. Considerada a possibilidade do Espiritismo, pode-se evidenciar conceitos que traduzem uma nova interpretação da Realidade, de modo que essa interpretação pode ser usada para interpretar as filosofias e servir de base para elaboração de novos pensamentos.
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    Entre forma e formação: sobre tragédia e filosofia em Schiller
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Lulli, Bárbara Ferrario; Barros, Márcio Benchimol [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O filósofo e poeta Friedrich Schiller [1759-1805] pensou a tensão problemática do ser humano que, como cidadão de dois mundos, cindido entre razão e sensibilidade, vontade e necessidade, se deparou com um conflito no exercício pleno de sua liberdade. Assim, Schiller atribui à arte, especialmente à tragédia, a capacidade de tornar o ser humano livre, emancipando-o dos percalços que a modernidade lhe impôs em seu processo histórico, para colocá-lo sob a forma livre da arte trágica. Neste sentido, ele atribuiu elevada importância para a tragédia, pois ela seria um meio de reconciliação entre os opostos antagônicos que compõe o ser humano. A arte trágica convida seus espectadores para uma reflexão e, consequentemente, para o reconhecimento de suas emoções mais recônditas. É no palco, então, que a tragédia encontra espaço para expor simbolicamente as tensões da existência humana e a vontade por liberdade. Assim, a atividade lúdica da arte trágica é como um exercício para a vida, em que o ser humano se forma tal como é, em plena liberdade. Pode-se dizer que, para Schiller, a existência é um ato estético, pois sempre foi sinônimo de criação. Portanto, o objetivo desta pesquisa se configura em analisar a arte trágica, pensada por Schiller, e como ela contribui com o projeto filosófico-estético de Formação [Bildung] da humanidade.
  • ItemDissertação de mestrado
    Estudos sobre a condição animal: aspectos epistemológicos e éticos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-29) Santos, Jessyca Eiras Jatobá; Broens, Mariana Cláudia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objetivo do presente trabalho é analisar o viés ideológico de análises sobre cognição animal e suas implicações éticas. Em primeiro lugar, investigaremos como a tese de predominância da espécie humana em relação ao restante dos animais se funda em uma suposta superioridade cognitiva, que não se daria em termos de grau, mas de diferença de natureza. Em segundo lugar, investigaremos como essa tese se constrói culturalmente, infiltrando-se, inclusive, na produção científica, separando a espécie humana dos animais não humanos, sendo as éticas antropocêntricas excludentes derivadas dessa construção. Buscamos neste trabalho novas perspectivas sobre cognição que possam levar a uma visão ética mais inclusivas, ressaltando que o antropocentrismo ético excludente tem, principalmente o propósito de camuflar interesses de dominação. Por fim, através da perspectiva de intersecções entre opressões, procuraremos mostrar que o discurso construído para legitimar a exploração de animais não humanos está relacionado à estruturação de mecanismos de opressão de seres humanos por outros seres humanos, sendo que ressaltaremos que a ideologia que se constrói ao redor de práticas de violência tem o propósito de banalizá-las e invisibilizá-las.
  • ItemDissertação de mestrado
    Emoção e delinquência: interfaces entre a filosofia de Foucault e a psicanálise de Winnicott
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-22) Sousa, Alex Pereira de; Alves, Marcos Antônio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Investigamos as relações entre emoções acometidas no ambiente carcerário, sobretudo na Fundação CASA, e ressocialização do interno, tendo em vista a previsão legal contida em seu ordenamento jurídico, especificamente nas entrelinhas das medidas socioeducativas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Partindo desse contexto, nosso objeto de pesquisa é a delinquência. As relações de causa e consequência desse mesmo objeto são investigadas à medida que se desenvolvem os três capítulos deste trabalho. Face à proporção de movimento e de repouso das afecções dos corpos, o aspecto contingencial é um fator que pode implicar em mudanças repentinas na constituição psicológica do interno. Em contrapartida, pode fortalecer as interações propiciadas através de ajustes emocionais. Há, no entanto, um antagonismo nesse lócus. Isso porque, ao avançarmos na categoria tempo, observamos uma tendência a uma diminuição da potência de agir do corpo motivada pelas paixões, por assim dizer, tristes, à medida que o projeto de (re)construção ontológica deste adolescente vai progredindo rumo à constituição do self (identidade), baseado no conflito de sentimentos e de desejos que tende a modificar a estrutura psíquica desse interno a ponto de sujeitá-lo a uma perda gradativa da potência do intelecto ou da sua liberdade. Tais elementos surgem a partir da servidão proposta frente à força dos afetos que lhes tocam e que podem lhes modificar instantaneamente. Em contrapartida, essas mesmas forças podem fortalecer um sistema cultural e psíquico a ponto de determinar reações positivas na conduta moral do interno. Neste trabalho, em primeiro lugar, realizamos alguns apontamentos metodológicos inerentes ao tema da pesquisa como a estrutura do sistema penitenciário, seu ordenamento jurídico e os dispositivos apontados por Foucault em algumas de suas obras. Explicitamos alguns aspectos emocionais que levam o sujeito a cometer condutas antissociais, tema abordado por Donald Winnicott. Nesse aspecto, alguns pontos relativos à metapsicologia foram abordados como, por exemplo, os conceitos de holding, privação versus deprivação, sentimentos de culpa, espaço transicional, sublimação e resistência. Ademais, abordamos as relações de poder e as estruturas do modelo penitenciário, analisadas pelo viés de uma sociedade entendida como disciplinar, tema abordado em Vigiar e Punir por Michel Foucault. Por fim, expomos algumas diferenças e aproximações entre os pensamentos de Foucault e Winnicott, principalmente, na análise sobre a resistência e a ética do cuidado de si, no âmbito de uma concepção do indivíduo biopolítico, imerso não somente dentro do seu contexto sociocultural, mas que também é submetido a agir de acordo com suas capacidades emocionais inconscientes. Entendemos que a biopolítica apontada por Foucault instaura forças de resistência, contrapondo-se, em alguns momentos, à resistência apontada por Winnicott, mas que dialoga de modo convergente quando se percebe que a resistência na visão da clínica psicanalítica de Winnicott também opera a favor do indivíduo durante as interações ambientais, aumentando sua potência de agir, assim como a filosofia de Foucault insinua no pensar o cuidado de si como uma ética a favor da máxima potência do indivíduo. Compreendemos que as problemáticas contidas nesse ambiente estão em consonância com os dispositivos nomeados por Foucault, como discursos narrativos normatizadores de condutas éticas e morais, sendo a delinquência um deles; e o rompimento com o Estado durante a prisionização do adolescente, ou os vínculos com facções criminosas, são formas de desarranjos emocionais, elucidados pelo contexto da relação mente/corpo e estruturados a partir de uma abordagem epistemológica e cognitiva presentes na filosofia da mente.