Dissertações - Ciência Florestal - FCA

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    Natural regeneration and soil fertility in fragments of Brazilian Atlantic Forest with different history of disturbance
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-17) Roder, Ludmila Ribeiro [UNESP]; Guerrini, Iraê Amaral; Sivisaca, Deicy Carolina Lozano; Capra, Gian Franco; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Brazilian Atlantic Forest (BAF) is a tropical forest biome that have been dramatically devastated in the past and is still under anthropic action, specially by deforestation and soil degradation, which causes fragmentation processes, implying in severe consequences for biome’s sustainability. This study investigated the natural regeneration and soil fertility in fragments of BAF, characterized by increasing human disturbance histories as: secondary (SF) > disturbed (DF) > late forest (LF). The aim was to understand how and the degree to which BAF fragmentation and human disturbance affected vegetation, soils, and the whole soil-plant relationships and feedbacks. It was investigated the natural regeneration vegetation and soil chemistry at twelve permanent, 2000 m2 plots, distributed across LF, DF, and SF forests. Significant differences were determined by ANOVA. Correlation matrix (CM) and factor analysis (FA) were used for understanding correlations and feedbacks/variability among investigated parameters, respectively. Most of investigated plant and soil parameters showed significant differences (p < 0.05) between more “ancient” formation (LF) vs more “recent” ones (SF), with differences mainly due to soil’s development stage. All investigated forest formations are featured by a great influence of the soil-plant relationships and feedbacks, with a decreasing magnitude as LF → DF → SF. Thus, there is a direct, statistically recognizable impact of both “recent” as well as “ancient” human disturbance on investigated formations. The anthropogenic influence clearly affected not only plant and soil as “separate” systems but the whole complex of interactions and feedbacks among ecosystem components. A decreasing quality in soil and plant parameters was observed as human disturbance increased. It was demonstrated that BAF plant and soil require decades for their recovery after human disturbances, with complex mechanisms and behaviors in the relationships among ecosystem components. The results can be useful for managing future recovery in an ecosystem of worldwide strategic importance.
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    Utilização de carvão de bambu para adsorção de metais pesados em água
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-17) Abel, Letícia Gabriele Crespilho; Gava, Maristela [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os metais pesados estão presentes na maioria dos efluentes e são considerados um dos principais poluentes do meio ambiente. Esses elementos, em níveis excessivos, apresentam-se extremamente tóxicos e a sua acumulação pode provocar graves doenças aos seres vivos. Uma alternativa muito eficaz no tratamento de águas é a técnica de adsorção, que consiste no transporte de um ou mais componentes presentes em meio fluido para a superfície de um determinado sólido, sendo denominado adsorvente. O carvão ativado a partir do bambu apresenta-se como uma alternativa muito promissora para a produção de carvão vegetal, visto que essa planta possui elevada velocidade de crescimento, grande produção de biomassa, estrutura porosa, além de possuir baixo custo, quando comparado com o carvão ativo comercial. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso do bambu da espécie Dendrocalamus asper na produção de carvão ativado e sua respectiva aplicação como adsorvente dos contaminantes Cádmio e Chumbo, nos tempos de 30, 60 e 120 minutos, com diferentes concentrações de carvão de 5, 15 e 30 g L-1. Os resultaram mostraram que a menor concentração de adsorvente apresentou a maior capacidade adsorvida para ambos os metais testados isoladamente (22,09 e 29,28 mg g-1) e simultaneamente (8,33 e 20,08 mg g-1) para cádmio e chumbo, respectivamente. Ademais, através dos estudos cinéticos, o modelo de primeira ordem apresentou melhor ajuste e interação entre os dados calculados. Em termos de porcentagem de remoção, os dados mostraram que, após o tempo de 120 minutos, todos os ensaios apresentaram valor superior a 97% para ambos os metais. Portanto, pode-se concluir que, o bambu possui interessantes características para ser utilizado como matéria-prima na produção de carvão vegetal para remoção de metais pesados em água.
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    Atributos Funcionais e o Desempenho de Espécies Arbóreas Nativas na Restauração da Floresta Estacional Semidecidual
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-27) Góes, Guilherme Alcarás [UNESP]; Engel, Vera Lex [UNESP]; Guerin, Natalia; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A abordagem funcional vem se mostrando relevante para a ecologia da restauração, pois ajuda a predizer como os atributos funcionais afetam o desempenho das espécies, a montagem das comunidades e o funcionamento dos ecossistemas. Todavia, raramente a sobrevivência e o crescimento dos indivíduos arbóreos estabelecidos em plantios de restauração florestal têm sido relacionados aos atributos funcionais das espécies que constituem a floresta. Objetivamos, com este trabalho, identificar e discutir as relações entre atributos funcionais e o desempenho de espécies arbóreas em florestas tropicais restauradas. Avaliamos a variação funcional entre os grupos de espécies mais abundantes (dominantes) e raras (não dominantes) que foram plantadas e se estabeleceram em duas áreas experimentais estabelecidas com as mesmas espécies. Buscamos identificar atributos funcionais relacionados ao sucesso de estabelecimento e produtividade dessas espécies dominantes. Também selecionamos indivíduos de espécies comuns a diferentes sistemas e sítios experimentais, a fim de entender a variação intraespecífica dos atributos, de acordo com os distintos modelos de restauração e classes de solo. Utilizamos análise de variância para comparar os valores de 9 atributos entre os dois grupos de espécies. Foram gerados modelos de regressão múltipla para identificar quais desses atributos melhores explicam o sucesso no desempenho das espécies em plantios de restauração da Mata Atlântica, e modelos mistos generalizados para avaliar se há respostas distintas das mesmas espécies em diferentes modelos de restauração e classes de solo. Os resultados indicaram que espécies abundantes e raras se diferem nos valores dos atributos funcionais. A maior altura das espécies dominantes indica que esse grupo teve vantagem competitiva, crescimento rápido e foi capaz de estruturar o dossel da comunidade florestal restaurada, quando comparadas com as não dominantes. A densidade básica da madeira e a altura explicaram a taxa de estabelecimento/sobrevivência das espécies, ao passo que apenas o incremento médio anual explicou o acúmulo médio de biomassa por árvore, após mais de 20 anos de implantação. O sítio com solo de maior fertilidade e maior capacidade de retenção de água proporcionou maiores valores de área foliar específica, altura, concentração de fósforo foliar, incremento médio anual e área da copa, indicando estratégias aquisitivas por parte das espécies, ao passo que no sítio com solo mais pobre o TMSF e a N:P foram maiores, indicando estratégias mais conservativas. Apenas a densidade básica da madeira diferiu entre os tratamentos de restauração, sendo o tratamento de alta diversidade o que apresentou maior DB média. Embora alguns padrões gerais possam ser detectados entre grupos de espécies dominantes e não dominantes, nossos resultados sugerem que as espécies tendem a se comportar de forma distinta dentro de um espectro de variação dos atributos funcionais, indicando já haver uma alta diversidade funcional na floresta restaurada, após mais de 20 anos. Concluímos que os atributos funcionais explicam, ao menos em parte, o estabelecimento e o acúmulo de biomassa das espécies na comunidade, e que tanto as características de sítio quanto os tratamentos de restauração influem na expressão dos atributos funcionais da comunidade, indicando respostas aos diferentes filtros abióticos e bióticos.
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    Avaliação da integração pecuária-floresta: análise de opções reais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-28) Fritz, Gabriel Fratta; Simões, Danilo; Silva, Richardson Barbosa Gomes da; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O planejamento dos sistemas silvipastoris, que consorciam florestas plantadas com a criação de animais, devem almejar, concomitantemente, lucratividade e sustentabilidade. Na análise econômica dos projetos de investimentos em sistemas silvipastoris, é necessário que sejam incorporadas as flutuações de mercado em que o projeto está inserido. Desta forma, a análise por Opções Reais permite o diagnóstico da exposição de gestores ao risco e o melhor caminho a ser tomado diante as flexibilidades gerenciais. Sendo assim, o objetivo foi avaliar se um projeto de investimento com florestas plantadas de Eucalyptus sp. e criação semiextensiva de gado de corte é economicamente viável por meio da análise de opções reais. Ao analisar a série histórica de preços da cabeça do boi magro e da arroba do boi gordo, foi constatado que ocorreu um Movimento Geométrico Browniano. Conseguinte, foram incorporadas as flexibilidades gerenciais ao projeto de investimento em sistemas silvipastoris. A abordagem de precificação das opções adotada foi a americana, em tempo discreto, com posterior construção das árvores binomiais de decisão. O valor presente líquido tradicional foi de USD 5.287. Quando consideradas as incertezas, o valor presente líquido expandido foi USD 5.402. A volatilidade do projeto foi de 15,63%. O projeto de investimento em sistemas silvipastoris é economicamente viável sob a perspectiva da análise por opções reais. A opção de diferimento é a única responsável pelo incremento de valor do projeto, em 2,17%.
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    Efeitos da inoculação de mudas de farinha-seca (Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart) com bactéria diazotrófica e adubação nitrogenada em viveiro
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2017-08-17) Silva, Rafael Barroca; Guerrini, Iraê Amaral; Silva, Magali Ribeiro; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A inoculação de leguminosas arbóreas nativas com bactérias fixadoras de nitrogênio (BFN) pode favorecer a produção de mudas e até mesmo o sucesso no plantio definitivo, em campo. A adubação nitrogenada é fator importante no desempenho da fixação biológica em leguminosas, podendo reduzi-la ou inibi-la. Este trabalho testou os efeitos da inoculação de mudas de farinha-seca (Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart) com Bradyrhizobium elkanii, estirpe BR 5611, e de cinco níveis de nitrogênio aplicados via ureia em solução nutritiva, semanalmente. As plantas foram mantidas em tubetes de 115 cm3 com substrato comercial à base de turfa. Acompanhou-se o crescimento ao longo do tempo, e no final também foram feitas avaliações de nodulação, teor e conteúdo de N e teor indireto de clorofila. Neste experimento, a produção das mudas se estendeu por quase um ano. Tanto a inoculação com rizóbios quanto as doses de nitrogênio aplicadas influenciaram o crescimento das mudas. A inoculação com BFN reduziu a necessidade de fertilização nitrogenada para as mudas atingirem valores máximos de altura e biomassa. Foi estimada a dose de 663 mg L-1 de N para a altura máxima nas plantas inoculadas, contra 1136 mg L-1 de N no grupo sem inoculação. Doses maiores, de 1000 e 2000 mg L-1 de N ocasionaram redução acentuada de nodulação, além de prejudicar o crescimento das mudas, especialmente a formação de raízes.
  • ItemDissertação de mestrado
    Comparing functional traits of planted Eucalyptus sp. genotypes managed as high tree and coppice
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-22) Costa, Jenickson Rayron da Silva; Silva, Magali Ribeiro; Guillemot, Joannès; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    In this dissertation, we aimed to evaluate the potential of rapidly measured leaf water relations traits for the phenotyping of drought tolerance across the 21 commercial Eucalyptus genotypes, and subsequently, to compare the drought tolerance of Eucalyptus genotypes managed as high forest and coppice stand. The reason for this hypothesis is that, due to a root system developed from the initial development phase, Eucalyptus genotypes managed as coppice experience less water stress in the first years of the rotation. Therefore, Eucalyptus genotypes managed as coppice are less resistant to drought, due to plasticity in drought tolerance traits. The field experiment was installed in February 2018 in Itatinga, São Paulo state, Brazil. We found that πo and Ψtlp exhibit a significant seasonal plasticity. Only the measurements conducted at the end of the dry season were associated to some extent with the expected drought tolerance of the Eucalyptus genetic materials. Although we confirmed that variation in Ψtlp is mostly driven by variation in πo across Eucalyptus material, the osmometer method was not able to accurately rank drought tolerance among the genotypes of our common-garden experiment. We found that the drought tolerance traits of coppice and high forest are similar. Contrary to expectations, plant drought tolerance predictor traits such as Ψtlp and Ψ50 are not influenced by management in commercial Eucalyptus genotypes. Conversely, the stand biomass, and leaf area index are more determinant for differences between silvicultural systems than drought tolerance traits. However, this warrants further investigation of management effects in conditions of higher water stress, in order to draw a more extensive picture of Eucalyptus vulnerability to drought.
  • ItemDissertação de mestrado
    Estimativa de biomassa e carbono em floresta estacional semidecidual utilizando índices de vegetação via satélites
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-01) Moraes, Felipe Góes de; Guerrini, Iraê Amaral; Sivisaca, Deicy Carolina Lozano; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O maior desafio da humanidade no século XXI, sem dúvida, são as mudanças climáticas. Emissões de gases causadores do efeito estufa na atmosfera, em especial o dióxido de carbono (CO2), são sua principal causa e motor de aceleramento. Portanto, evitar que mais carbono atinja a atmosfera é a melhor opção no momento. As florestas nativas são estoques e sumidouros de carbono, então preservá-las é uma ferramenta poderosa de mitigação das mudanças climáticas. Biomas devastados por séculos de exploração e ocupação humana, como a Mata Atlântica, se encontram em situação crítica de conservação. O caminho mais efetivo para a manutenção da floresta em pé é oferecendo subsidio financeiro, seja por pagamentos de serviços ecossistêmicos ou pela negociação de créditos de carbono. Uma etapa obrigatória nesse processo é quantificar o estoque de carbono contido nesses fragmentos florestais, que pode ser mais rápido mediante uso do sensoriamento remoto. Essa técnica nos permite acessar essas informações com maior eficácia, até nos lugares remotos onde se localizam as florestas tropicais, sendo uma vantagem para monitoramentos periódicos dos estoques de carbono nestas florestas. Índices de vegetação podem ser correlacionados com características morfológicas e fenológicas das árvores, como a biomassa. Assim, estabelecer correlações, modelos preditivos e categorias entre estoques de carbono florestal acima do solo com índices de vegetação obtidos por meio de imagens de satélite é importante para ganhar escala e eficiência no processo de valoração das florestas nativas. Nessa pesquisa foram avaliados quatro índices de vegetação (NDVI, EVI, RVI e OSAVI) gerados por dois satélites (Landsat 8 sensor OLI e Sentinel-2 sensor MSI), e como se relacionam com a biomassa dos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual nas Fazendas Experimentais Edgárdia e Lageado da UNESP, no município de Botucatu-SP. As medições vieram de inventário florestal dos sete fragmentos, realizado entre setembro e novembro de 2017, com a alocação de 18 parcelas permanentes de 0,2 ha (20 m x 100 m) onde foram medidos o diâmetro e altura de todas as árvores com mais de 5 cm de DAP. Por meio do Google Earth Engine foram selecionadas seis cenas com pouca cobertura de nuvens (<10%) de ambos satélites, de setembro a outubro de 2017. Na plataforma foram calculados os valores médios dos índices de vegetação para cada parcela com um buffer de 60 m ao redor (um hectare de área). Análises estatísticas descritivas dos efeitos dos satélites na biomassa e área basal e regressões lineares indicam não-correlação entre os valores dos IVs com os medidos em campo. Alargando a abordagem, foi tentada a categorização das variáveis biomassa e área basal e sua posterior classificação com a técnica bootstrap, com resultados mostrando percentuais de acerto pouco superiores a 55% para categorias dos extremos. Concluiu-se que a utilização desses índices de vegetação para estimativas de biomassa acima do solo em áreas de Floresta Estacional Semidecidual não é eficiente, assim como modelos preditivos que incorporem esses IVs. A abordagem por categorias é promissora para sondagens prévias, mas necessita de refinamento. IVs podem ser mais indicados para monitoramento do sequestro de carbono do que do seu estoque.
  • ItemDissertação de mestrado
    Viabilidade técnica do uso de lâminas de bambu como reforço em estruturas de laminated veneer lumber (LVL) de pinus e adesivo poliuretano à base de mamona
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-02) Lima, Murilo Alves; Barbosa, Juliana Cortez [UNESP]; Morales, Elen Aparecida Martines [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O bambu é extensamente presente no território nacional e seus colmos podem ser colhidos com 5 anos de idade e em algumas espécies com 4 anos. Os colmos de bambu apresentam propriedades mecânicas equiparadas e em alguns casos superiores às inúmeras espécies de madeiras. Com a demanda de produtos sustentáveis e com a proposta do uso de madeira em estruturas, o bambu tem características físico-mecânicas semelhantes à madeira para entrar neste mercado. O presente estudo tem como objetivo avaliar se as lâminas esquadrejadas de Guadua angustifolia bicolor (bambu) utilizadas como reforço incrementam as propriedades mecânicas do laminated veneer lumber (LVL) de Pinus sp. para uso estrutural. As dimensões dos colmos de bambu foram avaliadas em espessura de parede e diâmetro interno e processadas com o uso de uma faca radial, plaina desengrossadeira e desempenadeira para formar a camada do painel com lâminas esquadrejadas. Foram produzidos LVLs com e sem revestimento de bambu para avaliar a colagem e o incremento alcançado nas propriedades de flexão. As vigas com revestimento de bambu melhoraram a resistência da estrutura e reduziram peso.
  • ItemDissertação de mestrado
    Mobilidade de nascentes e suas implicações legais em área rural
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-26) Santos, Poliana Marilia da Silva Mello Betella dos; Zakia, Maria José Brito; Rodrigues, Carolina Bozetti; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Lei de Proteção à Vegetação Nativa (Lei n. 12.651/12) determina um raio mínimo de 50 metros para a Área de Preservação Permanente (APP) de nascentes, e para fins de recomposição, em imóveis rurais com uso consolidado, a Faixa Mínima de Recomposição Obrigatória (FMRO) é de 15 metros. No entanto, as nascentes podem se movimentar, contraindo e expandindo seus cursos d’água e, nesses casos, pode haver implicações legais para a demarcação dessas áreas. Outra questão abordada é a correta delimitação da FMRO em imóveis rurais com uso consolidado. Em propriedades com mais de 4 MF, os curso d’água de primeira ordem exigem uma FMRO maior que as nascentes... Mas, como essa delimitação pode estar correta, se as nascentes possuem uma área protegida maior pela regra geral e, mais do que isso, as faixas marginais dos cursos d’água também são faixas marginais das nascentes. Em ambiente SIG, essas duas implicações foram analisadas através simulação da demarcação das áreas legalmente protegidas. Para a primeira questão, a mobilidade de três nascentes foi acompanhada por 16 meses. A nascente que apresentou maior deslocamento, se deslocou 25,8 metros sobre o terreno e 6,2 metros vertical. Neste caso, a diferença entre áreas protegidas foi de 1600 m² para APP e de 258 a 1600 m² para FMRO. Vale dizer que essa diferença é, principalmente, devido a contração e extensão do curso d’água, uma vez que as nascentes são protegidas por raio fixo e os cursos d’água, por faixas marginais ao longo de seu comprimento. Além disso, o resultado é de apenas uma nascente. Autores que analisaram a rede de drenagem, encontraram resultados bem mais expressivos, por exemplo, uma área 20 vezes maior no período úmido frente ao período seco e há relatos de deslocamento maior, de até 3 km. Essa mobilidade está relacionada ao ano hidrológico, por isso, analisou se a aplicabilidade do Balanço Hídrico Climatológico (BHC) para demarcar a nascente nas posições altas. O BHC se mostrou apropriado e essas posições ocorrem ao final do período de maior excedente hídrico. Sobre a segunda questão, trata-se de uma problemática interpretativa: A recomposição mínima obrigatória do curso d’água ocorre em suas faixas marginais e como as faixas marginais dos cursos d’água também são faixas marginais das nascentes, a FMRO de nascentes não deve ser nunca menor que a de seus cursos d’água. Outra questão que apareceu ao longo do desenvolvimento da pesquisa foi a dificuldade de se identificar e localizar nascentes, por isso, as cartografias do IBGE, IGC e SiCAR foram analisadas. Devido a escala, estas não detectam as nascentes, mas servem como um norte para reduzir os esforços de campo.
  • ItemDissertação de mestrado
    Influência do microclima nas trocas gasosas e na produção de estacas em jardim clonal de eucalyptus spp. e corymbia spp.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2019-06-12) Santos, Rafael Lima; Silva, Magali Ribeiro; Rodrigues, João Domingos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os avanços no setor florestal foram impulsionados, especialmente, pelos plantios com espécies do gênero Eucalyptus, tornando os viveiros florestais a base deste processo produtivo. Com o aumento da demanda por madeira se faz necessário obter cepas altamente produtivas sem aumentar a área do jardim clonal. O objetivo deste trabalho foi analisar como as estruturas de jardim clonal e as estações do ano afetam as atividades fisiológicas e a produtividade de estacas de cepas de clones de Eucalyptus spp. e de Corymbia citriodora F. V. Muell x Corymbia torelliana Hook. O experimento foi instalado em 2017 no jardim clonal do viveiro do Departamento de Ciência Florestal da FCA/UNESP, em Botucatu, São Paulo, em parcelas subdivididas 4x4x2, sendo quatro estruturas de jardim clonal: Pé direito alto; Minitúnel difusor; Minitúnel azul e Descoberto, quatro clones (três clones de Eucalyptus spp. e um clone de Corymbia citriodora F. V. Muell x Corymbia torelliana Hook) e duas estações do ano (inverno e primavera). As mudas com aproximadamente 25 cm de altura e 3 mm de diâmetro de colo foram plantadas em canaletão de fibrocimento com 4,5 m de comprimento por 0,9 m de largura, em espaçamento de 0,15 x 0,15 m. Após 15 dias do plantio, as mudas foram cortadas, deixando todas com altura de 8 cm, com objetivo de estimular a brotação das gemas laterais. O sistema de irrigação utilizado foi gotejamento com bocais e vazão de 1,6 L h-1. Os manejos hídricos e nutricionais foram adaptados a cada época do ano, dependendo das condições climáticas (lâmina de irrigação média de 4,7 mm no inverno e 5,3 mm na primavera). Foram avaliadas: produtividade mensal (número de estacas/cepa/estrutura, nas duas estações); variáveis climatológicas (temperatura, umidade relativa e radiação solar); Variáveis fisiológicas: trocas gasosas (taxa de assimilação de CO2, condutância estomática, concentração interna de CO2, taxa de transpiração, eficiência do uso da água e eficiência de carboxilação e fluorescência da clorofila a (eficiência quântica potencial do FSII, eficiência quântica das antenas, coeficiente de extinção fotoquímico, coeficiente de extinção não fotoquímico e taxa aparente de transporte de elétrons). Na análise estatística foram ajustados modelos lineares generalizados mistos com distribuição Poisson para a variável produtividade e fisiológicas, todas com função de ligação logarítmica, considerando medidas repetidas no tempo pelo método de Equações de Estimação Generalizadas. Foi utilizado o Programa estatístico SAS e para comparações entre tratamentos foi utilizado o teste Tukey-Kramer. A qualidade dos ajustes foi feita através da análise dos resíduos de Pearson padronizados. Cada ambiente forma um microclima, apresentando características climáticas peculiares e que, dependendo da estação do ano e da estrutura, houve diferença na produtividade das cepas. Os clones plantados sob o minitúnel difusor produzem mais estacas/cepas nas duas estações do ano, quando comparados com as demais estruturas.
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    Fertilizante de eficiência aprimorada em plantio de eucalipto: análise econômica sob condições de incertezas
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-11-30) Silva, Laryssa Cavalheiro; Simões, Danilo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Reduzir o uso de fertilizantes é uma prioridade na busca por sistemas florestais sustentáveis. A tecnologia empregada em fertilizantes de eficiência aprimorada traz diversos benefícios aos plantios comerciais de eucalipto, possibilitando menor custo nas operações florestais. A análise econômica de projetos investimento florestais fornece subsídios às tomadas de decisões dos gestores. Neste contexto, devido às incertezas associadas aos plantios florestais, justificam-se prognoses que estimem sua economicidade. Assim, o objetivo foi analisar se o uso de diferentes doses do fertilizante de eficiência aprimorada na adubação de florestas plantadas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden x Eucalyptus urophylla S. T Blake, sob condições de incertezas, é viável economicamente, por meio da abordagem estocástica. Como premissa, foram considerados dados históricos dos tratos silviculturais para a construção de modelos matemáticos, que associaram os intervalos de incertezas e atribuíram distribuições de probabilidades. Os intervalos foram aplicados em simulações de Monte Carlo para mensurar os valores econômicos estocásticos. A análise das métricas de análise econômica de todos os projetos de investimento florestal que utilizaram fertilizante de eficiência aprimorada indicam viabilidade. A viabilidade econômica de projetos de investimento em florestas plantadas de eucalipto adubadas com fertilizante de eficiência aprimorada, com incertezas associadas e mutuamente excludentes, é confirmada. O projeto de investimento florestal com dosagem de 450 kg ha-1 de fertilizante de eficiência aprimorada apresenta-se como melhor opção aos tomadores de decisão. A rentabilidade econômica deste projeto foi 4,47% superior ao projeto de investimento florestal que utiliza fertilização convencional. E tem menor período para a recuperação do capital investido.
  • ItemDissertação de mestrado
    Estratégias land sharing e land sparing no planejamento territorial da Bacia Hidrográfica do Rio São Pedro - Imbaú/PR
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-27) Saballo, Heitor de Lima; Zakia, Maria José Brito; Rodrigues, Carolina Bozetti; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Frente às profundas alterações antrópicas no meio natural e ao atual cenário de competição pelo uso do solo, torna-se importante a discussão sobre critérios e objetivos para o planejamento de paisagens. Land sharing (Lsh) e land sparing (Lsp) são estratégias de uso do solo que visam manter ou aumentar a produção agrícola enquanto minimizam os impactos ambientais. Tais estratégias representam pontos finais de um espectro de possibilidades de uso do solo, apresentando diferentes potenciais para cumprir determinados objetivos no processo de planejamento territorial. Por meio da revisão bibliográfica sobre as estratégias Lsh e Lsp e da realização de um estudo de caso na Bacia Hidrográfica do Rio São Pedro em Imbaú, Paraná, valendo-se de técnicas de geoprocessamento, buscou-se avaliar em que medida a aplicação de cada uma dessas estratégias no planejamento da paisagem pode contribuir para o alcance de múltiplos objetivos, tais como a conservação da biodiversidade e a manutenção da qualidade da água. A análise foi realizada a partir de três diferentes cenários de planejamento de paisagens: uso do solo em 2008 (C1), conformidade com a Lei n.º 12.651/12 (C2) e planejamento da vegetação na escala da bacia (C3). Os resultados indicam que a aplicação do Lsh e do Lsp em proporção 1:1 no C3 contribuiu para a melhoria das métricas de paisagem, sobretudo no que se refere ao aumento na quantidade, tamanho e proporção de áreas core, que podem apresentar um efeito positivo na abundância e distribuição da biodiversidade. Em relação à produção de sedimentos na bacia, observou-se uma redução da quantidade de sedimentos exportados aos corpos hídricos conforme incremento de vegetação nativa em Áreas de Proteção Permanente (APP), o que pode representar um efeito positivo para a qualidade da água na bacia. No entanto, a taxa de redução dos sedimentos não se mostrou diretamente proporcional ao incremento de vegetação. Assim, a exploração de diferentes configurações e proporções de usos do solo entre essas estratégias pode auxiliar a identificação de potenciais limiares na conservação da biodiversidade e na provisão de serviços ecossistêmicos. E apesar dos modelos computacionais empregados refletirem cenários hipotéticos, a análise desses cenários pode subsidiar a tomada de decisão no contexto do ordenamento territorial em uma escala mais ampla. Essa aplicação prática requer, contudo, incentivos financeiros e legais em prol do manejo da paisagem de forma comunitária, auxiliando o planejamento territorial em um contexto de interesses múltiplos e conflitantes sobre o uso do solo.
  • ItemDissertação de mestrado
    Capacidade de brotação e crescimento de espécies de Eucalyptus spp. em sistema de alto fuste e talhadia
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2020-09-28) Sbardella, Marina; Campoe, Otávio Camargo; Guillemot, Joannès; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A condução de plantios de eucalipto pode ser realizada por diferentes sistemas silviculturais, dos quais destacam-se os sistemas de alto fuste e talhadia. No primeiro, após a colheita do plantio, ocorre a reforma do povoamento, com a implantação de novas mudas e possibilidade de alteração do material genético. Enquanto na talhadia, o povoamento florestal é composto pelos brotos emitidos pelas cepas que permaneceram na área após a colheita. Estes sistemas são considerados contrastantes e proporcionam diferentes condições para o crescimento de mudas e brotos em campo. Os objetivos deste trabalho foram: I - Avaliar o comportamento de 16 materiais genéticos de Eucalyptus spp, três meses após a colheita, quanto à emissão de novos brotos em manejo por talhadia e compreender a influência de fatores operacionais na capacidade de renegeração dos materiais genéticos. II – Comparar o crescimento inicial até o segundo ano de 16 materiais genéticos de Eucalyptus em primeira e segunda rotação; III – Comparar até o segundo ano de rotação o desenvolvimento de 10 materiais genéticos de Eucalyptus de origem clonal manejados simultaneamente em sistema de alto fuste e talhadia; IV – Quantificar ao longo de 9 meses o potencial hídrico foliar de clones de Eucalyptus spp em sistema de alto fuste e talhadia. O estudo da capacidade de brotação dos 16 genótipos foi realizado nas repetições 1, 3, 6 e 9, a aproximadamente três meses após o início da condução da talhadia, que foi iniciada em junho de 2018, onde foram avaliadas variáveis importantes, que influenciam na fase de estabelecimento das brotações: sobrevivência, contagem de brotos por cepa, altura e diâmetro de corte da cepa, altura e diâmetro da brotação principal, sombreamento e danos à cepa. Em seguida, foram comparados dados de sobrevivência, crescimento em altura e diâmetro à altura do peito (DAP) dos 16 genótipos entre primeira rotação (R1) e segunda rotação (R2), onde os genótipos apresentavam idade aproximada de 24 meses em R1 e 25 meses em R2. Os dados comparados foram coletados nas repetições 1, 3, 6 e 9, repetições onde adotou-se a condução de talhadia em segunda rotação. Com o intuito de comparar o crescimento de 10 genótipos entre alto fuste e talhadia, foram implantadas 4 repetições manejadas por sistema de alto fuste, onde foram plantados em 10 genótipos contidos nas parcelas manejadas por talhadia. Dois clones (E. camaldulensis x E. grandis e E. urophylla x sp) contidos em ambos os manejos foram estudados quanto ao seu status hídrico, por meio de avalições de potencial hídrico foliar. Foram avaliadas quatro plantas de cada clone, contidos em cada um dos manejos. As avaliações foram realizadas entre setembro de 2020 e maio de 2021 e ocorreram nos períodos antemanhã e ao meio dia. Os resultados de capacidade de brotação demonstram que genótipos de origem clonal apresentaram maior homogeneidade quando conduzidos a talhadia do que genótipos de origem seminal. A maioria dos genótipos apresentou um ou dois brotos por cepa, sendo que os três melhores clones apresentaram 3 ou mais brotos. As melhores brotações dos melhores clones apresentaram altura total de aproximadamente 1 m e diâmetro de 8 mm. Estes mesmos genótipos, com boas características de emissão de brotos, apresentaram aos 2 anos sobrevivência superior a 90% quando conduzidos a talhadia e crescimento em altura e DAP similar ao observado nas parcelas manejadas por alto fuste. A sobrevivência foi superior em R1 e em alto fuste para todos os clones estudados, no entanto alguns genótipos apresentaram comportamento similar em alto fuste e talhadia, demonstrando elevado potencial genético desde materiais para cultivo em regiões com características edafoclimáticas semelhantes. Os clones conduzidos a talhadia apresentaram maior variação de potencial hídrico ao longo do dia, sendo que destes, o híbrido E. camaldulensis x E. grandis apresentou maior variação períodos mais secos como em períodos mais chuvosos. Até o segundo ano de rotação é possível verificar que alguns genótipos apresentaram boas características de sobrevivência e crescimento para serem conduzidos tanto a alto fuste como a talhadia. Esse resultado permite a seleção do manejo mais viável em termos econômicos e ambientais. No entanto, estudos ao longo de uma rotação completa são necessários a fim de melhor acompanhar o comportamento dos clones em termos de produtividade e de tolerância a estresses climáticos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Efeito do lodo de esgoto no crescimento de espécies nativas da Mata Atlântica, na fertilidade do solo e na dinâmica de fungos micorrízicos arbusculares
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-30) Nalesso, Pedro Henrique Proença; Guerrini, Iraê Amaral; Amandine Robin, Agnès; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Algumas técnicas têm sido utilizadas com o objetivo de recuperar solos degradados, combinando práticas mecânicas, que visam romper camadas compactadas, com o plantio de espécies nativas, em diversos arranjos e a adição de fontes de matéria orgânica. Essas fontes funcionam como condicionadores de solo, melhorando suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Objetiva-se com este trabalho avaliar o efeito a longo prazo da utilização de diferentes tipos de fertilizantes na nutrição e no desenvolvimento de espécies nativas da Mata Atlântica, na dinâmica de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) e na fertilidade de um Neossolo quartzarênico. O experimento foi instalado em 2005 em uma área degradada, seguindo um delineamento com blocos casualizados e incluindo oito tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram compostos por cinco doses de lodo de esgoto (2,5; 5; 10; 15 e 20 Mg ha-1 com suplementação de potássio - K), um tratamento com adubação mineral completa, outro apenas com a dose de K, utilizada como complementação e o tratamento controle (sem adubação). Para todas as parcelas foram transplantadas mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Em 2016 houve outra aplicação dos tratamentos, seguindo a mesma lógica de aplicação, porém com as doses aumentadas nos tratamentos com lodo de esgoto compostado (10; 20; 30; 40 e 50 Mg ha-1 ). Visando retomar o processo de monitoramento da recuperação da área e intensificar os estudos sobre o efeito a longo prazo das aplicações em diversas propriedades do solo e no desenvolvimento das plantas foram realizados dois arranjos diferentes de avaliações. No primeiro arranjo de mensurações, as avaliações realizadas foram no âmbito do crescimento e nutrição das espécies, e na fertilidade do solo, sendo executadas em todos os oito tratamentos. As avaliações dendrométricas e do estado nutricional das plantas foram realizadas nas seguintes espécies: Aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolia Raddi), Capixingui (Croton floribundus Spreng), Angico-vermelho (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan), Canafístula (Peltophorum dubuim (Spreng.) Taub.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.) e Copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.). A análise de fertilidade do solo foi feita nas camadas 0 - 20; 20 - 40 e 40 - 60 cm. No segundo arranjo, as avaliações foram realizadas em apenas 4 tratamentos: controle, adubação mineral completa e as doses mínima e máxima de lodo de esgoto. Foram coletadas amostras de solo na profundidade de 0 - 10 cm para avaliação da densidade de esporos e colonização radicular por FMA, assim como para a análise de fertilidade e umidade do solo. Foram realizadas coletas em duas épocas do ano, seca e úmida, para verificar o efeito da sazonalidade na dinâmica de microrganismos. De maneira geral, o crescimento das espécies foi maior nos tratamentos com as doses de lodo de esgoto, demostrando o efeito residual positivo do fertilizante orgânico. Para todas as espécies arbóreas, em pelo menos uma das variáveis de crescimento foi obtido desempenho superior com a adição do lodo de esgoto, quando comparado aos demais tratamentos, com exceção do Angico-vermelho. O lodo de esgoto influenciou positivamente a fertilidade do solo até 40 cm de profundidade. Os teores foliares de P, Ca, Mg e S na maioria das espécies foram superiores nos tratamentos com lodo de esgoto, quando comparados com os demais tratamentos (controle e adubação mineral). As doses de lodo de esgoto foram superiores aos tratamentos apenas com adubação mineral e o controle para as variáveis umidade e fertilidade do solo na profundidade de 0 - 10 cm. A colonização radicular, em ambas as épocas, apresentou valores significativamente superior nos tratamentos com lodo, em comparação com os demais tratamentos. Para o controle e com a dose de 10 Mg ha-¹ de lodo, a colonização por FMA foi superior no período seco. A esporulação apresentou comportamentos distintos entre épocas, indicando que a produção de esporos pode variar em função da interação de fatores bióticos e abióticos no ecossistema, sendo necessário mais avaliações na área experimental para elucidar melhor essas interações.
  • ItemDissertação de mestrado
    Efeito do sombreamento e da camada de serapilheira em gramíneas invasoras sob florestas em restauração
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-31) Mendes, Vinícius [UNESP]; Engel, Vera Lex [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A presença de gramíneas exóticas invasoras dificulta a sucessão e estruturação de florestas em processo de restauração, bloqueando ou retardando a entrada de indivíduos regenerantes nativos. Temos observado que áreas em restauração, independentemente da idade, ainda tendem a apresentar gramíneas no sub-bosque, mesmo com dossel já formado. Com o objetivo de compreender quais outros fatores podem influenciar na supressão dessas gramíneas, buscamos estudar parte da estrutura da floresta e a camada de serapilheira sobre o solo. Selecionamos seis áreas em restauração, com idades variando entre 6 a 21 anos, e instalamos 14 transectos distribuídos entre essas áreas, amostrando em campo: biomassa de gramíneas (Urochloa decumbens Stapf. e Megathyrsus maximus Jacq.) e serapilheira, porcentagem de cobertura de gramíneas sobre o solo, profundidade da camada de serapilheira, cobertura de dossel, estratificação do sub-bosque e radiação fotossinteticamente ativa (RFA) incidente. Em experimento controlado, também testamos a eficiência da serapilheira no bloqueio da emergência de U. decumbens, com sementes acima da camada de serapilheira (chuva de sementes) e abaixo da camada e substrato (banco de sementes) à pleno sol e sombrite 50%. Nossa análise de correlação apontou a estratificação do sub-bosque como fator sem influência sobre as gramíneas e sem relação com nenhuma outra variável. Por análise de regressão, modelo linear generalizado (GLM), averiguamos quais preditoras têm maior efeito sobre as gramíneas: os dois melhores modelos selecionaram, igualmente, cobertura do solo por serapilheira e RFA. Nossos resultados indicam que 200 g/m² de serapilheira sobre o solo da floresta possa controlar a presença de U. decumbens; e para M. maximus, 400 g/m² de serapilheira. Também evidenciamos que, uma camada contínua de 2 cm de serapilheira no solo garante o bloqueio da emergência de U. decumbens, independente se as sementes estão acima ou abaixo dessa camada. Logo, tanto a biomassa de serapilheira como a profundidade de cobertura sobre o solo podem ser considerados barreiras eficientes à emergência das gramíneas, sobretudo U. decumbens. Podendo, esse material orgânico, ser um eficiente indicador para monitorar projetos em restauração.
  • ItemDissertação de mestrado
    Raízes finas em plantações de eucalipto: efeitos genéticos e edafoclimáticos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-04-29) Basílio, Josiana Jussara Nazaré; Campoe, Otávio Camargo; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Compreender como as variações climáticas irão impactar a produtividade dos ecossistemas florestais se tornou um grande desafio para os fisiologistas de plantas, os quais tem destinado grandes esforços para entender sua capacidade de adaptação e sobrevivência. Neste contexto, o comportamento das raízes finas ao longo do perfil de solo até a profundidade máxima de enraizamento se torna necessário para melhorar a compreensão das interações solo-planta-atmosfera, assim como as estratégias usadas para sobrevivência aos longos períodos de seca. Este estudo teve como objetivo principal avaliar a distribuição de raízes finas em profundidade para genótipos de Eucalytpus cultivados em condições edafoclimáticas contrastantes, com manipulação da disponibilidade hídrica em cada sítio (100% e 70% da disponibilidade hídrica local). Os objetivos específicos foram distribuídos em três capítulos: (i) comparar a distribuição de raízes finas para quatro genótipos de Eucalyptus cultivados em clima tropical e subtropical aos três anos após o plantio; (ii) investigar a distribuição de raízes em profundidade para o clone Eucalyptus mais plantado no Brasil em quatro condições edafoclimáticas distintas três anos após o plantio e (iii) caracterizar as mudanças ocorridas na distribuição de raízes finas dos três para os seis anos de idade em dois genótipos de Eucalyptus. Raízes finas, ou seja, raízes com diâmetro inferior a 2 mm, foram amostradas até a profundidade máxima com auxílio de um trado semi-mecanizado que coletou amostras em três pontos por parcela. Já aos três anos, as raízes finas exploraram grande volume de solo, com massa de raízes finas situando-se entre 3,2 a 9,7 Mg.ha-1. Para esta idade, profundidades de enraizamento situaram-se entre 3 e 11 metros, com cerca de 50% das raízes finas no primeiro 1 metro do solo. Maiores profundidades de enraizamento foram identificadas no sítio subtropical quando comparado ao tropical e os genótipos A1 (E. urophylla) e C3 (E. grandis x E. camaldulensis) apresentaram maiores biomassas de raízes finas quando cultivados em ambientes com presença elevada de déficit hídrico (~580 mm). Aos seis anos o genótipo E. urophylla apresentou amplitude de massa de raízes finas de 1,69 a 10,27 Mg.ha-1, no qual metade da massa de raízes finas prevaleceu no primeiro metro de solo e menos de 10% abaixo de cinco metros de profundidade. Raízes finas atingiram profundidade de enraizamento entre 6,9 a 17,7 metros aos seis anos, sendo que a máxima profundidade foi encontrada no sitio com elevados teores de areia no solo. Verificou-se aumento em cerca de 38% na profundidade máxima de enraizamento para os genótipos A1 e C3 dos três para os seis anos. Já em relação a massa de raízes finas, em ambiente tropical a massa de raízes finas aumentou em 55 % dos três para os seis anos para ambos os genótipos. Comportamento distinto foi observado para o sítio úmido. De maneira geral, os genótipos de Eucalyptus apresentaram elevada plasticidade na distribuição de raízes finas em função da disponibilidade hídrica ao longo do gradiente edafoclimáticos dos sítios, através de uma mudança relativa na alocação de carbono abaixo do solo em função da redução da disponibilidade hídrica.
  • ItemDissertação de mestrado
    Novas possibilidades para o controle microbiano de Gonipterus platensis (Marelli) (Coleoptera: Curculionidae)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2020-11-27) Jordan, Carolina [UNESP]; Wilcken, Carlos Frederico; Mascarin, Gabriel Moura; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Brasil é considerado, atualmente, uma potência florestal, possuindo a maior produtividade e uma das menores rotações do mundo em seus plantios de eucalipto. Todavia, a presença de grandes maciços florestais favorece a ocorrência e o estabelecimento de insetos-praga. O gorgulho-do-eucalipto, Gonipterus platensis (Coleoptera: Curculionidae), é o principal besouro desfolhador do eucalipto no mundo e um dos mais antigos a ser detectado fora da Austrália. Essa praga possui alto potencial destrutivo, tanto na fase adulta quanto na fase larval e o seu controle no Brasil se dá principalmente pela utilização de agentes de controle biológico, destacando-se os micopesticidas à base de Beauveria bassiana, como também o parasitóide de ovos, Anaphes nitens (Hymenoptera: Mymaridae). Por outro lado, existem somente dois produtos compostos por B. bassiana registrados e disponíveis comercialmente para o controle desse inseto. Ademais, desde 2012 as taxas de parasitismos vêm oscilando, com níveis de intenso a baixo. Diante disso, há necessidade de se explorar novas estratégias de controle, visando o manejo integrado de pragas. Consequentemente, o presente trabalho visa aprofundar o conhecimento sobre o controle microbiano desse inseto-praga, dividido em quatro diferentes objetivos, sendo eles; i e ii) conhecer e identificar os possíveis microsporídeos e vírus associados ao G. platensis; iii) selecionar isolados de Bacillus thuringiensis que expressem alta toxicidade a larvas neonatas de G. platensis, como também; iv) rastrear e selecionar isolados brasileiros de fungos entomopatogênicos com alta virulência a adultos de G. platensis com a maior produção de inóculo secundário em cadáveres de insetos. Obtivemos resultados pioneiros com essa pesquisa, indicando alternativas viáveis para o controle biológico desse inseto-praga, fornecendo assim subsídios ao manejo integrado e produção massal.
  • ItemDissertação de mestrado
    Gestão econômica para recuperação de uma mata ciliar: uma abordagem estocástica
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-03-19) Gil, Jean Fernando Silva; Simões, Danilo; Silva, Magali Ribeiro; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A aplicação de capital demandado para a restauração florestal pode limitar a execução destes projetos de investimento, sobretudo, devido a probabilidade de ocorrência de valores da produtividade efetiva das operações e custo final dos projetos. À vista disso, o objetivo foi analisar se as incertezas associadas a projetos de investimento em restauração florestal ativa interferem na produtividade efetiva das operações silviculturais e custos de implantações e manutenções pós-plantio. Deste modo, foram ponderados três projetos de investimentos em restauração florestal ativa que diferiram em função dos recipientes utilizados para a produção das mudas florestais nativas, logo, foi realizado o plantio de mudas produzidas em sacos de polietileno, tubetes de polietileno e Ellepot®. Sob condições de incertezas, foram ponderados os tempos dos elementos de trabalho, as produtividades efetivas das operações silviculturais, os componentes de custos, os custos totais, custos de produção e custos anuais uniformes equivalentes dos projetos de investimento, aos quais foram ajustadas distribuições de probabilidades. Posteriormente, executou-se a simulação pelo método de Monte Carlo para a geração de números pseudoaleatórios. Os resultados evidenciaram que o projeto de investimento que pondera a aquisição de mudas produzidas em Ellepot® apresentou maior produtividade efetiva da implantação, menor produtividade efetiva da manutenção pós-plantio, entretanto, o menor custo anual uniforme equivalente quando comparado aos projetos de investimento que empregaram mudas produzidas em sacos de polietileno e tubetes de polietileno.
  • ItemDissertação de mestrado
    Ruído ocupacional: risco de exposição dos operadores em sistemas mecanizados de colheita da madeira
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-03-16) Camargo, Diego Aparecido; Simões, Danilo; Batistela, Gislaine Cristina; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Na colheita mecanizada de madeira podem ocorrer distúrbios laborais na execução das operações que compõem os diferentes tipos de sistemas, sobretudo, o agente físico ruído ocupacional. Deste modo, objetivou-se investigar se os níveis de ruído ocupacional aos quais operadores de máquinas florestais autopropelidas são expostos durante as operações de colheita mecanizada de madeira, em sistemas de árvores inteiras e em sistemas de toras curtas, estão em consonância com a legislação vigente brasileira para fins trabalhistas. Foram considerados 39 operadores de máquinas florestais autopropelidas que operavam em florestas plantadas com os gêneros de Eucalyptus e Pinus. Seguindo o critério de medição de dia inteiro conforme diretrizes da ISO 9612:2009, foram coletados níveis de ruído emitidos durante as operações de colheita mecanizada de madeira. Conseguinte, pautando-se nos limites recomendados pelas Norma Regulamentadora N. 9 e Norma Regulamentadora N. 15, os níveis de ruído ocupacional foram analisados. Ademais, para validação das hipóteses estatísticas, os operadores foram dispostos em grupos homogêneos. No sistema de árvores inteiras 41,2% dos operadores foram expostos a níveis de ruído ocupacional superiores ao nível de ação de 80 dB(A) e os outros 58,8% expostos a níveis que excederam limite de exposição de 85 dB(A). No sistema de toras curtas, 81,8% dos operadores foram expostos a níveis de ruído ocupacional superiores ao nível de ação e os outros 18,2% expostos a níveis que excederam limite de exposição. Concluiu-se que os níveis de ruído ocupacionais aos quais operadores de máquinas florestais autopropelidas são expostos durante as operações de colheita mecanizada de madeira em sistemas de árvores inteiras e de toras curtas, não estão em consonância com a legislação vigente brasileira para fins trabalhistas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Avaliação dos indicadores de monitoramento de restauração da floresta estacional no estado de SP
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-01-20) Roedas, Mirian Papin [UNESP]; Zakia, Maria José Brito; Guerin, Natalia; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    De maneira pioneira, em 2014, o Estado de São Paulo propôs o uso de três indicadores ecológicos (cobertura de copas, densidade e riqueza de regenerantes) para o monitoramento das áreas em restauração por obrigação legal e, portanto, acompanhadas pelo Estado. Contudo, por se tratar de uma abordagem nova, ainda há necessidade de se avaliar a o uso desses indicadores. Visando contribuir com o aperfeiçoamento de políticas públicas relacionadas à restauração, avaliamos a eficácia dos indicadores propostos pelo Estado de São Paulo para as formações florestais do Bioma Mata Atlântica. Para isso, selecionamos 14 áreas em processo de restauração entre 6 a 25 anos na região de ocorrência de Floresta Estacional Semidecidual, em paisagens altamente fragmentadas. Em cada uma das áreas aplicamos o protocolo de monitoramento proposto pelo Estado (Portaria CBRN 01 de 2015) e avaliamos os indicadores propostos na Resolução n° 32 SMA de 2014 que são densidade (ind.ha-1) e riqueza de regenerantes , ( no. de espécies/ha) definidos como indivíduos com altura superior a 50 cm e CAP ≤ 15 cm e cobertura de copas (%). Para fins de avaliar a eficácia dos mesmos, utilizamos indicadores complementares que são usualmente utilizados no monitoramento de áreas em restauração: área basal (m².ha-1) e cobertura de gramíneas invasoras (%). Os resultados obtidos mostram que os indicadores da resolução são capazes de atestar a adequação das áreas restauradas. Contudo, somente com a utilização destes indicadores, não se consegue entender os motivos de uma área estar em determinado nível de adequação. Com isso, os indicadores complementares auxiliam no melhor entendimento dos resultados obtidos, ajudando nas tomadas de decisões caso haja necessidade de intervenções nas áreas restauradas.