Dissertações - Educação Matemática - IGCE

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    Arquitetando histórias de formação em formação: compreensões junto a narrativas da História Oral em Educação Matemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-30) Silva, Beatriz Brandão da; Silva, Heloisa da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As textualizações produzidas a partir de entrevistas por pesquisadores do Grupo História Oral e Educação Matemática (Ghoem) com a metodologia da História Oral constituem fontes historiográficas que podem ser mobilizadas em estudos de cunho histórico ou não, além daqueles nos quais foram produzidas. Diante disso, objetivamos, de modo geral, elaborar compreensões sobre potencialidades de textualizações de entrevistas produzidas, nos anos de 2016, 2017 e 2018, pelo Ghoem, no que tange à formação de professores que ensinam Matemática. Esta intenção está orientada pelo questionamento: O que contam e o que podem, no que tange à discussão sobre e para processos formativos de professores que ensinam Matemática, textualizações de entrevistas produzidas pelo Ghoem para além dos contextos em que foram produzidas? Este trabalho segue uma abordagem qualitativa de pesquisa bibliográfica, cuja metodologia foi construída em trajetória tomando como inspiração a Teoria Fundamentada nos Dados para os movimentos analíticos e o processo metafórico de elaboração de um projeto arquitetônico para desenvolver, além das análises, o estudo da formação docente em articulação com a formação da pesquisadora, a escrita do percurso investigativo e a constituição – estética – desta dissertação. Assumimos um compromisso em defesa do uso dessas narrativas como as fontes legítimas que são, produzindo um arquivo de categorias que possibilitam identificar temas relativos à formação docente presentes nas textualizações e que pode ser cadastrado no sistematizador eletrônico do grupo, o Hemera. Ademais, na direção de nosso objetivo, elaboramos três estudos, denominados firmamentos e inspirados na prosa ensaística, sobre temas diferentes que compreendemos como potencialidades dessas narrativas para estudos diversos no âmbito da formação de professores que ensinam Matemática. Os temas, também desenvolvidos com abordagens diferentes, são referentes à formação de professores leigos em algumas regiões do Brasil; às inspirações docentes no processo formativo de professores que ensinam Matemática; e às maternidades vivenciadas por professoras que ensinam/ensinaram Matemática ao narrarem suas trajetórias formativas. Esta pesquisa, com a perspectiva que adotamos para estudar as textualizações e o próprio modo como são constituídas segundo a História Oral, possibilitou observar que elas podem, além das temáticas que apresentam, levar pesquisadores a pensar formação docente sem classificações de saberes docentes, sem separações entre atitudes, ideias e produções dos professores e sem pensar o professor exclusivamente a partir de sua identidade docente ou de sua profissão. Notamos que as classificações deixam de ser suficientes para as histórias de vida dos educadores, de modo que as relações que estabelecem com sua profissão tornam as definições e os limites difusos. As narrativas, portanto, contam histórias que permitem pensar o professor e a formação docente do ponto de vista da experiência, para além da docência, da atuação profissional e de sua produção, que permitem pensar como cada educador deixou que algo lhe acontecesse e, assim, lhe (trans)formasse no curso de sua vida. Esperamos, com esta investigação, contribuir para uma Educação Matemática atenta ao todo do ser humano, para a mobilização das histórias de vida dos professores que ensinam Matemática e para estudos comprometidos com uma perspectiva sensível aos seus processos formativos.
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    Educação Matemática como cuidado: focando o contexto hospitalar
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-20) Czigel, Érica; Mondini, Fabiane [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta pesquisa tem por objetivo investigar como se mostra o ensino de Matemática no contexto da Educação Hospitalar, olhando para o discurso de professores que ministram a disciplina e atuam nesse contexto. Para tanto, partimos da interrogação “Como o ensino de Matemática se mostra para professores que vivenciam a Educação Hospitalar?” A constituição dos dados se deu por meio de entrevistas com docentes que ensinam Matemática e atuam no contexto educacional hospitalar no Estado de São Paulo. Os textos provenientes da descrição das falas desses professores foram lidos e analisados seguindo o rigor da pesquisa qualitativa, desenvolvida segundo abordagem fenomenológica. Mediante a análise das entrevistas, pelo movimento de redução fenomenológica, foram tecidas considerações acerca do trabalho desenvolvido por esses profissionais e articuladas doze convergências que versam sobre o ensino de Matemática neste ambiente de aprendizagem. Esse movimento possibilitou constituir, as doze convergências descritas em três categorias abertas, denominadas: 1. Dificuldades enfrentadas no ensino de Matemática na Educação Hospitalar: trata sobre as dificuldades dos professores e dos alunos com o conteúdo de matemática; 2. Ser professor no contexto da Educação Hospitalar: diz dos modos pelos quais o professor se compreende e compreende sua formação como profissional que atua no contexto hospitalar; e 3. Especificidades no contexto educativo hospitalar: esta categoria diz principalmente das características do ambiente e do ensino, considerando um contexto em que a doença e a morte estão presentes. A pesquisa finda com a discussão de cada uma dessas categorias, apresentando nossas compreensões do fenômeno interrogado.
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    Infâncias que operam na escola entre educação, mídia e linhas de fuga
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-19) Bis, Jôkasta [UNESP]; Leite, César Donizetti Pereira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Entendemos aqui que há vários modos de ser criança e de se viver a infância. Criança são os pequenos de pouca idade, já a infância é mais ampla, não é cronológica, mas uma construção cultural, social e histórica que está sempre sujeita a mudanças. Assim, vamos percebendo que as condições culturais contemporâneas produzem infâncias que modificam as formas das crianças viverem esse período tido como próprio delas. O trabalho apresenta alguns encontros e agenciamentos, que compõe a pesquisa, que perpassaram por duas escolas públicas municipais de Educação Infantil e uma escola estadual que atende Ensino Fundamental II e Médio, ambas no município de Rio Claro- SP. Pelo viés em que vivemos em um estado de cultura com implicações contundentes da mídia e do consumo, busco como objetivo nesse trabalho, mais especificamente nessa dissertação -diário optamos por esse nome pois a escrita deste texto se deu por composições, por costuras de diários de nossa experiência e nossa vida, são páginas rasgadas de um diário e uma dissertação que se encontram, escrever sobre educação, mídia, linhas de fuga e a produção de infâncias que operam na escola. Trago reflexões, memórias, esperanças, dúvidas e questões que me acompanharam desde minha atuação como professora e agora também como pesquisadora. Espero que essa leitura possa suscitar inquietações, reflexões e aconchego. Espero que possam mergulhar nas minhas lembranças e histórias.
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    A 'pedra de topo' e a metodologia de ensino-aprendizagem-avaliação de matemática através da resolução de problemas: instrumentos de formação continuada para professores dos anos iniciais do ensino fundamental
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-19) Falvo, Silvia Rocha; Onuchic, Lourdes de la Rosa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A presente pesquisa tem por objetivo investigar o conhecimento que os professores têm do raciocínio proporcional e as potencialidades da Metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação de Matemática através da Resolução de Problemas (MEAAMaRP) na formação continuada de professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A questão condutora da pesquisa se traduz por: “Como os professores se envolvem, em uma investigação sobre o raciocínio proporcional, fazendo uso da MEAAMaRP e o que isso revela sobre seus conhecimentos e capacidades?” Nesse sentido, foi elencado como metodologia de pesquisa, o Estudo de Caso, optando por analisar um grupo muito particular de professores. Como instrumento de produção de dados, foram aplicados um pré-teste (avaliação diagnóstica) a fim de levantar os conhecimentos sobre raciocínio proporcional que esses professores possuíam; um modelo online (curso) de formação continuada, na plataforma Google Meet, pautado na MEAAMaRP e um pós-teste (avaliação prognóstica) a fim de avaliar, pós curso, se o conhecimento proporcional desses professores se modificou. Esses encontros contemplaram dezesseis horas síncronas e dezesseis horas assíncronas, que foram gravados; através deles, explorou-se o raciocínio proporcional através de problemas geradores, de proposição de problemas e de autoavaliação. Esta pesquisa mostra-se relevante e inovadora para a Educação Matemática uma vez que investigou um grupo de sessenta professores dos anos iniciais, da rede de ensino municipal da cidade de Itirapina, interior de São Paulo; produziu um e-book, com problemas elencados pelo Grupo de Trabalho e Estudo em Resolução de Problemas (GTERP); foram levantados os conhecimentos que os professores possuem sobre números racionais e raciocínio proporcional e foram identificados, pós aplicação da metodologia, seus efeitos no aprimoramento de suas habilidades matemáticas, como sugeridas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para serem futuramente desenvolvidas com seus alunos.
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    Um estudo hermenêutico sobre as demonstrações no movimento da matemática moderna
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-18) Santos, Joel Gonçalves dos [UNESP]; Mondini, Fabiane [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta pesquisa foca significados das demonstrações matemáticas no cerne do Movimento da Matemática Moderna (MMM) ocorrido na década de 1960, o qual está relacionado a um cenário de reformas para o ensino de matemática iniciado nos últimos anos do século XIX. Nesse período, ao se constatar que a matemática utilizada nos setores da indústria e do comércio encontrava-se fora de “sintonia” com aquela ensinada nos colégios, destacaram-se abordagens, dentre outras que, fundamentadas em demonstrações, levaram-me à necessidade de entender como os educadores as aderiram no ensino da época. Assim, na busca de significados para o que é a demonstração matemática naquelas circunstâncias, evidenciou-se a seguinte interrogação: O que é isto, a demonstração matemática no MMM? Com o intuito de responder a esta questão, considerei as leituras de Martin Heidegger (1889-1976), Hans-Georg Gadamer (1900-2002) e Paul Ricoeur (1913-2005), no que diz respeito à Hermenêutica desenvolvida por esses filósofos. A isso, conciliei também a perspectiva histórica esboçada nas obras de Husserl (1859-1938), nas quais estão tematizadas história e historicidade, bem como, a descrição do processo retrospectivo para a produção histórica mediante um trabalho fenomenológico. Algumas compreensões acerca dos sentidos das demonstrações neste estudo indicaram que para o trabalho em sala de aula os professores deveriam empregar a abordagem dedutiva, aliada a uma linguagem mais precisa e rigorosa, no ensino de geometria. Além disso, destacou-se que os interessados no MMM estabeleceram uma proposta que se baseava essencialmente nos conceitos de conjuntos, de relações e de estruturas matemáticas.
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    A intergeracionalidade no encontro com a matemática: possibilidades para jovens universitários
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-05) Rinck, Guilherme Augusto; Penteado, Miriam Godoy [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta dissertação apresenta resultados de uma pesquisa que teve como objetivo estabelecer compreensões sobre o que dizem jovens universitários que participaram das atividades do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI), acerca das contribuições para sua formação pessoal, social e profissional. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), a UnATI é um programa vinculado à Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura (PROEX) que promove espaços de interação entre idosos e estudantes universitários. Dentre as atividades da UnATI, realizadas no câmpus de Rio Claro, são destacados o “Encontro com a Matemática” e o “Encontro com a Informática”, os quais se configuram como espaços em que pessoas idosas realizavam tarefas junto de estudantes dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Matemática. Os temas discutidos durante os encontros eram diversos e tinham como característica em comum o envolvimento com o cotidiano dos participantes. Essa interação entre pessoas de diferentes gerações caracteriza o que é denominado como um espaço de atividades intergeracionais, rico em potenciais. A produção de dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas de 15 jovens guiadas pelas seguintes questões: contribuições do conteúdo e da metodologia usadas nas atividades; desafios durante a realização dos encontros; opinião sobre a velhice e as possibilidades da intergeracionalidade. A análise ocorreu por meio da identificação de singularidades e convergências dos dados, olhando para características específicas e gerais das entrevistas de cada participante. A partir deste processo, foram identificados três temas de discussão: reflexões sobre a docência, reflexões sobre o envelhecimento e reflexões sobre as relações dos idosos com a Matemática. A análise possibilitou concluir que as vivências nas ações do projeto tiveram papel fundamental no processo de ampliação das ideias dos três temas apresentados, nos quais é discutida, em especial, a mobilização de saberes docentes, com base em Tardif (2014). Tais ações contribuíram com a formação profissional dos jovens envolvidos. Os resultados favorecem a defesa da permanência e manutenção do Programa UnATI; reafirmam a necessidade de realização de novos espaços de atividades intergeracionais e demonstram que projetos, como o da UnATI, podem contribuir com uma sociedade menos etarista e mais inclusiva.
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    Juros, consumo e meio ambiente: um olhar para a Educação Financeira presente no livro didático do Ensino Médio da Educação de Jovens, Adultos e Idosos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-09) Merola, Rafael de Moraes; Mazzi, Lucas Carato [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) é um espaço de luta e resistência de alunos em um processo de busca pelo direito básico da educação. A existência de uma modalidade voltada para este grupo é reflexo de uma sociedade desigual que não assegurou a escola para as crianças e adolescentes do passado. Nesse sentido, os alunos da EJAI têm em sua trajetória a perseverança de continuar resistindo as ações da classe dominante, submetendo-os as suas decisões, valendo-se da falta de conhecimento das pessoas não escolarizadas e analfabetas para demarcá-las em uma posição restrita e submissa. Na busca de contribuir com a modalidade em discussões favoráveis a favor dos estudantes, a presente pesquisa tem como objetivo compreender as possibilidades e limitações que se apresentam sobre a Educação Financeira no livro didático do Ensino Médio da Educação de Jovens, Adultos e Idosos. Para a realização deste estudo, foi utilizada uma abordagem qualitativa do tipo documental, em que a fonte de dados foi composta pela coleção de livros didáticos “Viver, Aprender” da editora Global, sendo esta, a única obra direcionada para o Ensino Médio da EJAI no Brasil. Como lente teórica, assumimos a Educação Matemática Crítica e as suas preocupações em relação ao propósito do ensino da matemática na formação do aluno. Estas concepções se aliam ao decorrer da pesquisa com às orientações para a EJAI e aos referenciais da Educação Financeira, construindo uma base teórica para a análise do livro didático. Observamos que o material apresenta uma predominância de discussões ligadas ao consumo e as suas relações como o meio ambiente, assim como mostra as suas concepções sobre os juros, expondo a influência dele no cotidiano da população. Ao olhar para os seguintes temas, identificamos uma narrativa ligada a valorização das grandes organizações, de forma que, em seus argumentos, o livro didático acaba por dar indícios de uma culpabilização do cidadão em problematizações sobre pagamento de cartão de crédito, endividamento, poluição, dentre outros, colocando a responsabilidade destas questões apenas a cargo do indivíduo, omitindo outros responsáveis nas suas explicações. Apesar dessa narrativa predominante no material, acreditamos que os temas propostos pelo livro didático apresentam potencialidades para uma abordagem crítica, através de desdobramentos que valorizem o contexto do aluno da EJAI e suas percepções sobre estes assuntos a partir de sua leitura de mundo. Aliando estes temas com os referenciais teóricos que contribuem para uma reflexão crítica, buscamos problematizar outras possíveis discussões sobre o mesmo assunto, intencionadas pela busca do rompimento de sistemas neoliberais, a favor da libertação destes sujeitos em meio a dominação social.
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    Neoliberalismo, consumismo e educação financeira: reflexões de cidadãos-professores-estudantes de pós-graduação em Educação Matemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-12) Menecucci, Fabio Alves; Mazzi, Lucas Carato [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    No presente trabalho buscamos investigar os possíveis olhares, aspectos e/ou posturas que relacionem a Educação Financeira (EF) com o que cidadãos-professores-estudantes de pós-graduação em Educação Matemática trazem consigo e expressam ao discutirem algum tema relacionado à EF. Para isso, interrogamos ‘O que se mostra em diálogos de cidadãos-professores-estudantes de pós-graduação em Educação Matemática ao se reunirem para discutir temas correlatos à Educação Financeira?’. Compreender o interrogado nos levou a buscar diferentes pontos de vista sobre a EF. Com isso, nos debruçamos sobre uma concepção ligada à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, que valoriza as riquezas em detrimento das pessoas, e outra que busca uma EF reflexiva, que pense as relações entre sociedade e dinheiro para além do comprar e vender, contemplando também o âmbito social, ambiental, ético, psicológico e político. Além disso, observamos como, ao longo do tempo, a perspectiva da OCDE influenciou o Brasil a elaborar sua estratégia de EF. Defrontados com essa realidade e almejando percorrer nosso fenômeno, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, com análise fenomenológica. Os sujeitos desta pesquisa são estudantes da disciplina de ‘Educação Financeira em uma Perspectiva Crítica’ oferecida de maneira online pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro, durante 1º semestre de 2021, e ministrada pelo orientador deste trabalho. Estes alunos, para fins avaliativos, produziram um vídeo com temas correlatos à EF. Ademais, eles foram convidados a gravar os encontros que antecederam a produção dos vídeos, que se destinavam às discussões sobre eles, e, com isso, participar dessa pesquisa. Dessa forma, nossa constituição de dados se deu por meio dos diálogos dos discentes, que se dispuseram a gravar e ceder, de forma voluntária, as discussões realizadas durante o planejamento do vídeo. Nosso olhar, então, incidiu sobre estas falas, o que permitiu que a partir de nosso movimento interpretativo buscássemos compreender o que emerge sobre EF em tais discussões. A partir dos movimentos de análise ideográfica e nomotética, duas categorias despontaram durante nossa investigação, sendo elas: ‘Compreensões sobre relações entre escola, professores e Educação Financeira’ e ‘A ação do Neoliberalismo e da Sociedade de Consumo sobre os indivíduos’. A partir desses pontos, foi possível compreender que a EF é um campo complexo e que, ao envolver aspectos matemáticos e, principalmente, não matemáticos, pode auxiliar o estudante a se compreender no mundo e almejar transformações. Devido seu caráter político, percebemos que há pressões para que os professores não se posicionem quanto ao tema. Além disso, nos discursos dos sujeitos mostrou-se a forma como a sociedade neoliberal e de consumo age sobre as subjetividades dos indivíduos, perpetuando a pobreza e culpabilizando as pessoas, que transformadas em produtos precisam se vender, por suas falhas e infelicidade. Assim, entendemos que nossas categorias nos permitem expor o modo como compreendemos o investigado e nos instigam a almejar uma EF emancipatória.
  • ItemDissertação de mestrado
    Educação matemática crítica permeando capítulos de geometria em livros didáticos: entre direcionamentos, contextos e enunciados
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-21) Guimarães, Douglas Ribeiro; Amaral-Schio, Rúbia Barcelos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os livros didáticos de Matemática são materiais que fazem parte do cotidiano escolar e evidenciam aspectos advindos de contextos sociais e culturais, além dos educacionais. Eles ainda podem ser vistos enquanto recursos passíveis de análise, no âmbito de investigações científicas. Sendo assim, assumindo uma perspectiva crítica da Educação Matemática para a pesquisa trazida nesta dissertação, objetivamos compreender como a Educação Matemática Crítica (EMC) permeia duas coleções de livros didáticos do Ensino Médio, no horizonte da Geometria. Para atender esse objetivo, alguns ‘conceitos’ da EMC foram colocados em discussão, seguindo a abordagem proposta por Ole Skovsmose. Logo, vemos ‘conceitos’ como expressões que dão conta de explicitar significados e qualificar interpretações sobre os dados, não conferindo um arcabouço teórico rígido para caracterizar a EMC. Dentre alguns desses, elegemos: a democracia e o papel sociopolítico da Educação Matemática; a ideologia da certeza; a matemacia; e os ambientes de aprendizagem. No que tange aos materiais analisados, escolhemos os capítulos destinados à abordagem da Geometria em livros didáticos de Matemática aprovados no edital de 2018 do Programa Nacional do Livro e do Material Didático. O recorte dado à Geometria nesses recursos deu-se pela falta de estudos identificada na revisão de literatura, quando os livros são tomados à luz da EMC, bem como devido ao escopo do nosso grupo de pesquisa, que possui como uma das preocupações investigar a presença da Geometria nesses materiais. Em termos metodológicos, foi adotada uma abordagem de investigação qualitativa com o delineamento da análise documental. Diante dessa conjuntura, e pensando em formas de apresentar os resultados da investigação, três eixos temáticos emergiram da análise, quais sejam: ‘livro didático de Matemática como direcionador da prática do professor e da aprendizagem dos alunos’; ‘Geometria como fonte de produção de contextos’; e ‘o papel dos enunciados sobre Geometria nos livros didáticos: do determinismo à formatação’. Como resultados, identificamos que entre direcionamentos, contextos e enunciados, o que se revelou nos dados evidencia um permear da EMC nos capítulos de Geometria dos materiais perquiridos, tanto diante de aspectos positivos, quanto de negativos. Tais aspectos foram compreendidos, por um lado, enquanto força que (re)produz uma ideologia da certeza matemática, fundamentada na perspectiva fechada que submete os alunos a ordens e que amarra o professor na limitação de outras formas de abordar conteúdos geométricos. Por outro lado, houve passagens nesses materiais que possibilitaram um desenvolvimento inicial da matemacia, considerada importante para a cidadania crítica e a competência democrática, além de fornecer situações em que investigações, diálogos e críticas sejam bases para reflexões sobre o conteúdo, suas aplicações, bem como suas implicações em aspectos sociais. Consideramos, a partir do exposto, que a pesquisa trouxe contribuições ao campo da Educação Matemática, em particular para a análise de livros didáticos e discussões teóricas alusivas aos conceitos da EMC utilizados. Ademais, vemos que preocupações voltadas aos processos de ensino e de aprendizagem de Matemática com qualidades críticas e reflexivas podem se tornar um meio para levar professores, estudantes e autores de livros didáticos a considerar e (re)pensar suas perspectivas.
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    Entre escutas, descobertas e perplexidades: contribuições de abordagens narrativas no tratamento de temas sociais contemporâneos em um curso de licenciatura em matemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-24) Gutzlaf, Taís Fernanda; Silva, Heloísa da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta pesquisa é parte integrante dos interesses da linha de pesquisa História Oral, Narrativas e Formação de Professores: pesquisa e intervenção do Grupo História Oral e Educação Matemática – GHOEM, cujo objetivo principal é elaborar, intervir e analisar estratégias alternativas para a formação de professores que ensinam matemática considerando, dentre tais estratégias, a História Oral (HO) e, mais amplamente, as narrativas sobre a escola e a Educação (Matemática). Vinculam-se, assim, nessa linha, intervenção e investigação. Nesta perspectiva, investigar e analisar as potencialidades da HO como abordagem pedagógica para o ensino de história da Educação Matemática na formação de professores de Matemática foi o objetivo desta pesquisa. Para tanto, buscou-se analisar estratégias elaboradas e aplicadas por meio de uma intervenção junto à disciplina “História e Sociologia da Educação: Questões da Educação Matemática” oferecida no curso de Licenciatura em Matemática da Unesp – Rio Claro/SP. O registro dessa intervenção se deu por meio de filmagens e registros escritos os quais serviram de apoio para a preparação de entrevistas com os estudantes e professora da disciplina sobre as possibilidades e potencialidades dessa abordagem. Nesse sentido, a HO teve uma dupla função, foi utilizada como uma das estratégias pedagógicas na intervenção proposta – e, também, como metodologia de pesquisa, conduzindo a produção dos dados de nossa investigação. Além da intervenção envolvendo a HO, durante a disciplina foram trabalhadas outras formas narrativas na apresentação e discussão de alguns tópicos de seu conteúdo programático. Em nossa análise, visamos tecer compreensões sobre quais problematizações, discussões e engajamentos essas estratégias possibilitaram durante a referida disciplina, ao focar seus objetivos. É com base nas experiências vivenciadas na disciplina que as discussões e os resultados sinalizam contribuições para a formação de professores (de Matemática), de um modo geral, e, particularmente, para o ensino da história da Educação Matemática.
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    Entre plantas e árvores: uma articulação entre a resolução de problemas, a análise combinatória e um beija-flor
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-15) Rangel, Ana Carolina Ferreira; Onuchic, Lourdes de la Rosa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O que pode o voo de um beija-flor? Quais caminhos essa ave pode percorrer? Decorrente dessa ligação do beija-flor e pesquisador é nessa liberdade de voo que, mesmo com tempestades e ventos fortes como a pandemia e o distanciamento social, esse beija-flor se aventura em um voo sobre as árvores do ensino de Combinatória e da Resolução de Problemas. Com o objetivo principal de apresentar os resultados de uma pesquisa, cujo intuito foi o de compreender como pode a Metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação de Matemática através da Resolução de Problemas ajudar no desenvolvimento do raciocínio combinatório de futuros professores e contribuir para a reflexão sobre suas ações pedagógicas, esta pesquisa mostra como se deu esse caminho, passando por cada árvore ou planta, mostrando dificuldades e mudanças pois, como na pesquisa, o voo não é linear. O ensino de Combinatória ou Análise Combinatória trata noções matemáticas fundamentais e trabalha processos e habilidades cognitivas importantes para o desenvolvimento intelectual de ideias sobre conjuntos, contagem, organização de ideias, pensamento estratégico, etc. Apesar de não possuir um conceito aparentemente complexo, pois tem como base os Princípios Multiplicativo e Aditivo, a Combinatória ainda é vista como um conteúdo de difícil compreensão, tanto para alunos como para professores. Acreditamos que seja uma consequência da abordagem de ensino baseada na valorização de definições e fórmulas em detrimento de problemas que exijam raciocínio e criatividade. Dessa forma, inevitavelmente, futuros professores de Matemática podem repetir as práticas que lhes foram ensinadas pois essas foram as únicas. A produção de dados foi realizada de forma remota possuindo como elemento central problemas combinatórios por nós levantados e alguns adaptados de sites e livros de autores nacionais e internacionais. Os encontros utilizados como pano de fundo para a produção de dados contaram com a participação voluntária de oito alunos do curso de Licenciatura em Matemática de uma universidade estadual situada no interior de São Paulo. A análise dos dados produzidos com a implementação do trabalho com Combinatória através da Resolução de Problemas deu-se a partir das sugestões de resolução desenvolvidas por esses estudantes frente aos problemas propostos. Por meio dos elementos da prática, de uma Comunidade de Prática (CoP), pudemos entender como o raciocínio combinatório foi desenvolvido em grupo a cada problema. A análise dos dados sugere que o uso da Metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação de Matemática através da Resolução de Problemas dentro de uma CoP se mostrou pertinente para o trabalho fazendo uso de problemas com ênfase em aspectos-chave para do desenvolvimento raciocínio combinatório. Por outro lado, percebeu-se que os principais desafios encontrados estão relacionados à própria natureza dos problemas combinatórios, assim como a interpretação dos enunciados dos problemas.
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    O significado político da atuação de professoras e professores de matemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-12) Silva, Nathalia Henrique Maximiano da; Paulo, Rosa Monteiro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho expõe uma pesquisa de mestrado em que se busca compreender como – os modos pelos quais – as políticas públicas voltadas para a educação afetam o trabalho de professoras e professores de matemática da rede pública estadual paulista de ensino, que atuam em Guaratinguetá, São Paulo. Para a investigação optou-se pela metodologia qualitativa, pois, além da revisão teórica para familiaridade com a região de inquérito, foram feitas entrevistas com os professores registrando-as por meio de gravação em áudio. A gravação foi transcrita constituindo-se em dados para a análise, que foi feita seguindo o rigor fenomenológico. A análise fenomenológica envolve dois momentos: a ideográfica e a nomotética. A análise ideográfica consiste em realizar repetidas leituras do texto da transcrição buscando por frases ou trechos das falas dos entrevistados significativas para a compreensão do interrogado. Essas frases são denominadas “unidades de significado” (US). Com elas salientamos algumas ideias consideradas nucleares que expressam, de forma resumida, o que é dito. Na análise nomotética, as ideias nucleares contribuem para articular as convergências e divergências interpretadas. Esse movimento interpretativo, que se inicia na particularidade de cada entrevista, caminha para a busca de significados mais abrangentes, interpretados pela pesquisadora à luz de sua interrogação de pesquisa. Esse percurso possibilita expor, em categorias abertas, a generalidade do interrogado. Nesta pesquisa três categorias se mostram: O Sentimento de Pertença a uma Comunidade, relacionada às vivências em comunidade e à formação da pessoa; O Sentimento de Impotência Frente às Imposições Legais, relacionada à estrutura escolar brasileira e como seu funcionamento pode impedir o trabalho docente; e A Ação Política de Ser Professora ou Professor, relacionada ao modo próprio de ser professora ou professor de matemática. Essas categorias, ao serem discutidas em articulação com os autores lidos, possibilitam que a pesquisadora exponha o modo pelo qual as políticas públicas educacionais, em alguns casos beneficiam e, em outros, prejudicam o trabalho docente. Por fim, mostra-se para nós que essa afetação se dá porque tais políticas: incentivam ou limitam as ações coletivas das professoras e professores; e são de natureza contingencial, sustentadas por significantes esvaziados de sentido. Também identificamos que ações das professoras e professores são políticas e realizadas diante das adversidades relacionadas às políticas públicas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Um estudo interpretativo sobre o uso do software Scratch na prática docente do professor de Matemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-06) Firão, Alissan Sarturato; Miskulin, Rosana Giaretta Sguerra [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta pesquisa possui como objetivo evidenciar aspectos da prática docente do professor de Matemática em relação às potencialidades didáticas e pedagógicas do software Scratch no Ensino da Matemática. Visando alcançar este objetivo, desenvolvemos esta investigação norteados pela seguinte questão norteadora: Quais são as interrelações da prática docente e as potencialidades didáticas e pedagógicas do software Scratch no ensino da Matemática? Para tanto, realizamos uma pesquisa qualitativa e constituímos os dados a partir de dois contextos práticos da investigação. No Primeiro Contexto: Estudo Interpretativo, apresentamos as Teses e Dissertações publicadas no período de 2007 a 2020, selecionando trabalhos que têm como objetivo a formação do professor e sua prática docente ao utilizarem o software Scratch, para compreendermos o campo que estamos investigando. No Segundo Contexto: Entrevistas Semiestruturadas, realizamos Entrevistas com Professores/Pesquisadores que utilizam o software Scratch em suas aulas. Para a analisar os dados levantados no Segundo Contexto da Pesquisa utilizamos alguns conceitos da teoria da Análise de Conteúdo de Bardin (2011) e nos baseamos em referenciais teóricos sobre formação de professor e tecnologias digitais. A Análise resultou em três categorias: O uso do Scratch em relação a aprendizagem e a prática docente do professor; Potencialidades didáticas e computacionais do Scratch em sala de aula de Matemática e Limites computacionais e pedagógicos do Scratch. Nossa pesquisa traz as manifestações dos Professores/Pesquisadores sobre sua prática docente ao utilizar o Scratch em sala de aula.
  • ItemDissertação de mestrado
    Dar-se conta de tornar-se professor de Matemática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-08) Bispo, Verusca Santos; Paulo, Rosa Monteiro [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Nesta pesquisa de mestrado apresentamos a investigação da trajetória do dar-se conta do tornar-se professor de Matemática vivenciado por professores da Educação Básica (anos finais do Ensino Fundamental II e Ensino Médio) que possuam, pelo menos, dois anos de atuação em sala de aula. Assumindo a pesquisa qualitativa de abordagem fenomenológica, buscamos dialogar com professores tornando-lhes possível expor como, para eles, se constitui esse dar-se conta de tornar-se professor de Matemática. As entrevistas foram realizadas pelo Google Meet (em virtude da pandemia da COVID-19), gravadas e transcritas, tornando-se texto aberto à interpretação. O processo de organização e análise dos dados se deu seguindo os preceitos da pesquisa fenomenológica, isto é, por meio da análise ideográfica, na qual se busca evidenciar as particularidades das falas dos sujeitos, e da análise nomotética, que dá possibilidade de, pela interpretação de sentidos e significados, elaborar convergências que caminham para tornarem-se categorias de análise. Essas categorias expõem regiões de generalidade que, ao serem discutidas, evidenciam a compreensão do fenômeno. Constituímos três categorias: o mostrar-se na afetividade professor e aluno; o mostrar-se do ser professor; e o mostrar-se no como ele (o professor) entende os desafios da profissão. Diante das reflexões acerca da interrogação de pesquisa, vê-se que os sujeitos da pesquisa consideram que somos diariamente convidados a nos permitir sermos professores sem apenas se dispor a ministrar aulas, mas capaz de ser sensível ao outro, capaz de ver os alunos como pessoas que têm ideias, sentimentos, emoções, dúvidas, incertezas e que, por vezes, carecem de atenção e auxílio. Somos convidados, também, a não apenas lidar com os conteúdos curriculares, mas se envolver com questões relativas à própria vida, compreendendo que o dar-se conta de ser professor não acontece num instante, no agora, vai se dando na vivência profissional. Abrindo-se à compreensão do outro, que também é parte do seu ser em comunidade, à transformação da sociedade, aos avanços tecnológicos, às mudanças que são requeridas em sua forma de ensinar, o professor vai entendendo o seu papel na formação da pessoa humana. Assim, o professor constrói, ao longo de sua carreira, um modo próprio de lidar com os conteúdos que ensina, com as turmas com as quais trabalha, com seus colegas de profissão, com a família, com os desafios, ou seja, ele busca modos de lidar com essas situações e, ao fazer isso, vai se dando conta do seu ser professor que se evidencia na abertura ao ouvir, na autonomia que delega aos seus alunos e na dedicação que entende ser importante ao desempenho da profissão.
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    Um estudo sobre a presença e a influência das crenças de professores de Matemática ao utilizar o livro didático
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-27) Gonçalves, Franciéllem Roberta; Amaral-Schio, Rúbia Barcelos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A presente dissertação tem como objetivo compreender a presença e a influência das crenças de professores de Matemática ao utilizar o livro didático dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Como quadro teórico, baseia-se nas ideias de Thompson sobre sistema de crenças e nas ideias de Brown ao discutir a relação professor-material curricular e os diferentes tipos de uso que se pode fazer do livro didático. Para alcançar o objetivo, optou-se por entrevistas semiestruturadas, com o intuito de identificar quais crenças são mobilizadas por esses professores ao utilizarem os livros didáticos. No que tange aos participantes desta pesquisa, foram entrevistados nove professores da rede estadual de ensino de Itajubá/MG, atuantes nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Além disso, optou-se por realizar a observação das aulas em que eram utilizados os livros didáticos em sala de aula, sendo observadas dez aulas de cinco dos docentes participantes. Com os dados produzidos, eles foram organizados e agrupados em dois temas, os quais se tornaram os eixos de análise, sendo eles: (i) planejamento, no qual discute-se alguns aspectos externos que influenciam essa prática docente, sendo diretamente relacionada ao uso do livro didático; e (ii) a experiência profissional, no qual destaca-se as contribuições de vivências passadas ao refletir nas suas próximas práticas, assim como a formação permanente pode impactar o uso do livro pelos professores. Como resultado, é possível apontar que fatores externos à sala de aula influenciam o planejamento docente e a forma como o professor utiliza o livro didático, explicitando que o contexto social pode colaborar para a ocorrência de incoerências entre as crenças e a prática docente. Além disso, destaca-se que o livro proporciona uma zona de conforto aos professores, especialmente para aqueles que não possuem vínculo a ações de formação permanente, apresentando um sistema de crenças baseado em experiências anteriores e na formação inicial (escolar e acadêmica).
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    Literacia estatística no Ensino Médio: desafios e possibilidades em uma proposta a partir da Resolução de Problemas segundo o GTERP
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-07) Severo, Alan Junior; Onuchic, Lourdes de la Rosa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho tem como objetivo principal apresentar os resultados de uma pesquisa cujo intuito foi o de investigar as possibilidades e os desafios que podem se fazer presentes em uma proposta pedagógica que vise a contribuir com a literacia estatística de estudantes do último ano do Ensino Médio e esteja fundamentada na Metodologia de Ensino-Aprendizagem-Avaliação de Matemática através da Resolução de Problemas. Devido à emergência sanitária causada pela pandemia de Covid-19 durante o desenvolvimento desta pesquisa, a produção de dados foi pautada pelo ensino remoto, o que nos levou a elencar um objetivo específico, qual seja, identificar de que modo poderia se caracterizar a Resolução de Problemas segundo o Grupo de Trabalho e Estudos em Resolução de Problemas (GTERP) no ensino remoto. A atenção voltada à literacia estatística se dá devido à sua importância fundamental em sociedades contemporâneas, em que há crescimento acelerado da propagação de dados que são usados, em muitos casos, para legitimar discursos e posicionamentos de autoridades, nem sempre pautados em fatos. A referida proposta foi desenvolvida possuindo como elemento central problemas de estatística autorais e alguns adaptados de outras pesquisas, sites e livros, de autores nacionais e internacionais, sendo suas traduções também autorais. O curso utilizado como pano de fundo para a produção de dados contou com a participação voluntária de oito alunos de 3º e 4º anos de uma escola pública federal situada no interior de São Paulo. A análise dos dados produzidos com a implementação do trabalho com Estatística através da Resolução de Problemas deu-se a partir das sugestões de resoluções desenvolvidas por esses estudantes para os problemas propostos. Por meio da Análise Textual Discursiva (ATD) foram elaboradas doze unidades de significado que possibilitaram a criação de duas categorias de análise, cada uma relacionada a um dos objetivos da pesquisa desenvolvida. A análise dos dados sugere que a metodologia do GTERP, até então utilizada nas pesquisas do grupo para encontros presenciais, pode ser adaptada de diferentes formas para o contexto do ensino remoto, sem mudanças significativas nos papéis assumidos pelo professor e pelos alunos. Além disso, o uso dessa metodologia se mostrou pertinente para o trabalho fazendo uso de problemas com ênfase em aspectos-chave para o desenvolvimento da literacia estatística. Por outro lado, percebeu-se que os principais desafios estão relacionados à própria natureza do conhecimento estatístico, por vezes exigindo nomenclaturas ainda desconhecidas pelos estudantes, o que exige do professor clareza sobre o que vem a ser um problema e um pouco de criatividade para a sua elaboração.
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    Ensino e a aprendizagem de Geometria: meta-análise de dissertações que focam esse tema
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-07) Silva, Lais Cristina Pereira da; Bicudo, Maria Aparecida Viggiani [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Os estudos realizados buscam investigar as concepções que se revelam nos trabalhos, orientados por Maria Bicudo, que focaram o ensino e a aprendizagem da Geometria. Como essas pesquisas abrangem quase quatro décadas, a contar de 1980, foi feito um recorte, visando a analisar década por década. Esta investigação focou a primeira das décadas, 1980, quando as orientações se iniciaram, tendo sido tomadas como material de estudo duas pesquisas elaboradas, apresentadas e defendidas. Os textos foram lidos, fichados e analisados, seguindo o rigor da pesquisa qualitativa, desenvolvida segundo abordagem fenomenológica. Destacamos trechos significativos à luz da interrogação: Quais concepções se revelam nos trabalhos de mestrado, orientados pela Profª Drª. Maria Aparecida Viggiani Bicudo, que focaram o ensino e a aprendizagem da Geometria, na década de 80? Os destaques foram abertos a uma compreensão possibilitada pela hermenêutica, sendo então transformados em Unidades Significativas. Estas são articuladas em ideias que, pelo movimento de redução fenomenológica, vão se articulando em todos mais abrangentes, de modo a exporem as características indagadas na pergunta orientadora, possibilitando que seja realizada uma metacompreensão do tratado nas dissertações. Esse movimento possibilitou articular duas categorias abertas que dizem do fenômeno interrogado: 1. Visão de Geometria e de Matemática; 2. Modos de compreender o ensino e a aprendizagem Matemática e da Geometria, que serão discutidas ao longo do texto. Cinco categorias que dizem do contexto e que foi objeto de nossa interpretação: 1. Procedimentos e movimento de análise; 2. Material didático; 3. Formação do professor e 4. Visão de homem e de Realidade e 5. Educação Matemática em devenir; serão anexadas ao texto, na sua íntegra. Entende-se que a importância desta investigação está em compreender, na historicidade das pesquisas de cunho fenomenológico conduzidas sob o olhar da orientadora em questão, o movimento dos entendimentos havidos, seus desdobramentos e suas ramificações, bem como suas consonâncias e suas dissonâncias.
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    A educação financeira nos cursos de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual Paulista - Unesp
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-16) Hartmann, Andrei Luís Berres; Maltempi, Marcus Vinicius [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Educação Financeira passou a ganhar ênfase a partir da definição e apontamentos produzidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Movido pela OCDE, o Brasil elaborou sua estratégia nacional para a difusão da temática, também se preocupando com a inclusão da Educação Financeira nos ambientes escolares. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento normativo da Educação Básica no Brasil, incorporou a Educação Financeira como uma temática de grande importância na vida humana e contemporaneidade. Apesar de mencionar o tema como um assunto transversal e integrador, a Educação Financeira está presente na BNCC absolutamente relacionada as habilidades e competências de Matemática, o que nos gera preocupações sobre a formação dos futuros professores dessa área. Nesse sentido, ao considerarmos a instituição responsável pelo programa de pós-graduação em que este trabalho está relacionado, nos indagamos: de que maneiras a Educação Financeira se faz presente e influencia a formação inicial nos Cursos de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual Paulista (Unesp)? Assim, objetivamos identificar, analisar e discutir a Educação Financeira nos Cursos de Licenciatura em Matemática da Unesp, à luz da Educação Matemática Crítica. Assumimos as lentes teóricas da Educação Matemática Crítica, a partir de relações entre a temática principal e os conceitos de matemacia, matemática em ação, ambientes de aprendizagem com foco nos cenários para investigação, diálogo e tomada de decisão. A partir da abordagem qualitativa de pesquisa, adotamos três procedimentos de produção de dados: análise documental dos Projetos Político Pedagógicos (PPP) e planos de ensino das disciplinas dos Cursos de Licenciatura em Matemática da Unesp, questionários com licenciandos em Matemática dessa instituição e entrevistas semiestruturadas com docentes dos cursos supracitados. A análise documental das seis unidades, em que o Curso de Licenciatura em Matemática é ofertado, nos permitiu identificar menções à Educação Financeira em três câmpus: Bauru (disciplina Educação Financeira), Rio Claro (disciplina Educação Financeira numa Perspectiva Crítica) e São José do Rio Preto (disciplina Introdução à Matemática Financeira). Dessa forma, esse procedimento serviu de recorte de locus da pesquisa. Por meio da Análise de Conteúdo, exploramos os dados coletados pelos questionários (19 licenciandos) e entrevistas (3 docentes), conduzidos pelas três principais fases: pré-análise; exploração do material, e; tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Através das 11 unidades de registro, a técnica da análise categorial nos revelou quatro categorias: insuficiência da Matemática Financeira para a condução da Educação Financeira; Educação Financeira para a formação de futuros professores de Matemática da Educação Básica; contribuições da Educação Financeira para a vivência crítica, democrática e cidadã, e; concepções de Educação Financeira na formação inicial. Foi possível concluir que a Matemática Financeira está, predominantemente, presente nos Cursos de Licenciatura em Matemática da Unesp, em comparação à Educação Financeira. Também, que ao discutir a Educação Financeira na formação inicial, as reflexões e atividades precisam ir além de conteúdos matemáticos e favorecerem relações com a Educação Básica, rumo ao desenvolvimento de uma conscientização crítica, política, social, econômica e cidadã.
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    Narrativas de vida de educadoras matemáticas paranaenses: marcas de gênero em um diário de uma feminista
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-29) Santi, Tailine Audilia de; Silva, Heloisa da [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O objeto de investigação desta pesquisa de mestrado são trajetórias de educadoras matemáticas do estado do Paraná. Trata-se de professoras que foram agentes promotoras e propulsoras do ensino da matemática e da Educação Matemática como movimento e campo de pesquisa no Paraná. Trabalhamos com a História Oral como metodologia de pesquisa qualitativa para gerar as fontes históricas desta pesquisa. Frente a narrativas de oito colaboradoras, obtidas meio de entrevistas, traçamos a questão norteadora da pesquisa: Qual ideia de feminino a educação matemática ajudou a construir ou a desconstruir? A partir dessa questão, temos dois objetivos específicos: (1) tecer compreensões sobre os significados produzidos por educadoras matemáticas em suas narrativas sobre suas vivências e enfrentamentos em relação às marcas de gênero que perpassam suas vidas e trajetórias na docência, e (2) tecer compreensões sobre as relações entre esses enfrentamentos e o processo de feminização do magistério no estado do Paraná. Arriscamos em uma escrita em diário com potencialidades, em uma feminina e subjetiva. Nestes fragmentos inventamos algumas compreensões de como pensamos que a educação matemática foi um espaço para produzir transgressões, construir ou desconstruir ideia de feminino socialmente impostas. Entendemos que muitas professoras foram privilegiadas, mas, de todo modo, essas professoras subverteram sistemas e puderam ocupar espaços que não eram destinados a uma mulher. Mesmo nas salas de aula, um lugar feminizado, elas puderam transgredir regras e fazerem diferente daquilo que era imposto, quando precisaram conciliar tão dificilmente a vida profissional e o cuidado dos filhos, quando ocuparam espaços hierárquicos no ensino superior e foram imprescindíveis para a instituição de programas de pós-graduação em educação matemática no estado do Paraná. Nesse estado, a participação das educadoras matemáticas foi decisiva para a constituição de um movimento para se pensar sobre a Educação Matemática, e as entrevistas nos dizem muito sobre isso: essa área também foi promovida e pensada por mulheres. E quando pensamos na construção desse campo institucionalmente, é na trajetória dessas educadoras matemáticas que o campo constrói e desconstrói a ideia de feminino.
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    Pensamento computacional, Scratch e Matemática: possíveis relações
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-13) Souza, Pedro Henrique Giraldi de; Javaroni, Sueli Liberatti [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi identificar os conceitos do pensamento computacional que emergiram de estudantes do nono ano do Ensino Fundamental ao desenvolverem atividades com conteúdo matemático no Scratch. Este estudo seguiu uma abordagem metodológica qualitativa, a partir da qual foram realizadas observações participantes na disciplina de Práticas de Matemática, gerando, por sua vez, cinco atividades com duas turmas do nono ano da Escola Estadual Professora Carolina Augusta Seraphim, pertencente ao Programa de Ensino Integral, na cidade de Rio Claro, interior paulista. Além disso, para a produção e análise dos dados, foi feito um diário com anotações escritas e gravações referentes aos acontecimentos no campo de pesquisa. A dinâmica das aulas em que tais atividades ocorreram era dividida em dois momentos: no primeiro, eu ensinava alguma funcionalidade do software por meio de uma tarefa, tentando relacionar com determinado conteúdo matemático; no segundo momento, a partir do conteúdo que havia sido ensinado, eles realizavam outra tarefa proposta, dedicando-se à manipulação e exploração do programa, com o intuito de generalizarem tais funcionalidades ensinadas para atividades futuras. A pesquisa também investigou e fundamentou as relações entre o pensamento computacional, a Matemática e o Scratch. A análise dos dados evidencia os conceitos, oriundos das relações dos temas, que emergiram dos estudantes ao realizarem tais atividades, além de mostrar as relações dos temas nas atividades desenvolvias por eles com o Scratch.