Antinomia e expressão: Adorno ante o sismógrafo de Erwartung Op. 17 de Schoenberg

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Data

2012-06-18

Autores

Freitas, Philippe Curimbaba [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Este trabalho é uma abordagem analítica do monodrama Erwartung Op. 17 – obra do expressionismo musical composta por Schoenberg a partir do texto de Marie Pappenheim – que parte das reflexões estéticas de Theodor Adorno sobre a obra e sobre o expressionismo em geral, principalmente em sua Filosofia da Nova Música. O primeiro capítulo aborda os dois conceitos de expressão que caracterizam, na ótica de Adorno, a música anterior ao expressionismo: a expressão como simulação de paixões e a expressão como organização total da forma. Cada uma delas resultou, não obstante, em um bloqueio da expressão, decorrente da hipóstase quer seja do princípio formal abstrato, quer seja dos momentos particulares isolados do todo. Este bloqueio expressivo é desenvolvido no segundo capítulo, que aborda a dinâmica através da qual, num contexto de comercialização e fetichização da cultura, a música tende a forjar uma aparente reconciliação entre a parte e o todo, entre o universal e o singular. A música expressionista realiza uma crítica dessa aparência de conciliação e dá lugar ao singular não mediatizado pela forma. Toma, como conteúdo, os gestos orgânicos, os conteúdos anímicos não mediatizados pelo conceito e pela forma e estabelece o registro documental de gestos orgânicos como procedimento formal. Em virtude do seu princípio expressivo, Erwartung se assemelha a um sismograma, que registra os abalos sísmicos. No entanto, o resultado dessa negação dos esquemas formais – tanto temático-motívicos como harmônicos – não é um simples abandono da forma em detrimento do conteúdo, mas um novo tipo de relação entre forma e conteúdo, que é desenvolvido no último capítulo, dedicado à análise musical
This research is an analytical approach of the monodrama Erwartung Op. 17 – work from the musical expressionism composed by Schoenberg from Marie Pappenheim’s text – which starts from Adorno’s aesthetic reflections about the work and the expressionism as a whole, mainly in his Philosophy of New Music. The first chapter approaches the two concepts of expression that characterizes, in Adorno’s view, music before the expressionism: the expression as simulation of affections and the expression as total organization of form. However, each one of these ways of expression resulted in a blockade of expression, due to hypostasis either of abstract formal principle, or of individual moments separated from the whole. This expressive blockade is developed in chapter two, which approaches the dynamics whereby, in contexts of commercialization and fetishization of culture, music trends to forge an apparent reconciliation of the part and the whole, of universal and singular. Expressionist music accomplishes a critic of this appearance of reconciliation and conveys the form nonmediated singularity. It takes, as content, organic gestures, spiritual contents non-mediated through concept and form and establishes documentary record of organic gestures as formal procedure. Due to its expressive principle, Erwartung resembles a seismogram, which records the seismic events. However, as a result of this denial of formal schemas – either thematic-motivic or harmonic – we don’t see a mere refusal of form over content, but a new kind of relation of form and content, which is developed in last chapter, dedicated to musical analysis

Descrição

Palavras-chave

Adorno, Theodor W. 1903-1969, Schoenberg, Arnold 1874-1951, Expressionismo, Musica - Analise, apreciação, Fetichismo, Expressionism, Fetishism

Como citar

FREITAS, Philippe Curimbaba. Antinomia e expressão: Adorno ante o sismógrafo de Erwartung Op. 17 de Schoenberg. 2012. 152 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Artes, 2012.